“Tomar um pincel molhado de tinta
e deixá-lo fluir sobre o papel, sem que a razão ordene um traço sequer. Nenhum
olhar, nenhuma conduta, nenhuma determinação. Tudo livre, como verdadeiramente
o é, nossa inconsciência”. No entanto, o artista surrealista dá esta chamada
“soltura do sonho”, uma determinação, um encaminhamento formal à própria
imaginação, uma seleção estética de figuras e imagens arbitrárias. O artista
surrealista ordena esta evasão psíquica e está estritamente ligado às teorias
psicanalíticas de Freud : “Quando os nossos pensamentos em estado de vigília
são entorpecidos, a criança e o selvagem que existem em nós, passam a dominar”.
O artista imerge no mundo onírico e simbólico do inconsciente, irracional e
ilógico, para dele emergir materializando sonhos e fantasias, com a
proficiência de sua técnica, pulso e pincel.
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