É noite profunda. Tudo ao meu redor é silêncio. Somente o relógio,
de vez em quando, com sua voz rouca, estridente, interrompe o mistério do
silêncio. Há dias me tenho debruçado, com fome de saber, angústia de encontrar,
desejo de compreender através de dicionários, enciclopédias, o verdadeiro
sentido da palavra AMOR. Sei que a vivência é somente uma experiência pessoal.
Silenciando e agindo, descobre-se um pouco do amor, deste
sentimento que borbulha no íntimo ser, desejoso de doar-se e que deve vigiar a
si mesmo para não se tornar possessivo e destruidor, manipulador do outro.
O amor não se explica; vive-se; percebe-se na vida como o
calor, o frio que nos invade e nos transforma por dentro.
Do amor é possível dizer: “Se ninguém me pergunta o que é,
sei muito bem; se alguém me interroga sobre o amor, mais nada eu sei.”
No coração de Deus há imensa exigência de Amor; no nosso, a
necessidade de ser amado. O deixar-se amar realiza Deus, que é Amor e nós
precisamos nos sentir envolvidos, acolhidos como alguém que é precioso.
Amor é dependência, necessidade; e Deus, na sua perfeição,
não necessita de nada. A categoria filosófica grega despersonalizou o Amor,
considerado a atividade de Amor como uma imperfeição.
Todas as definições de Deus que encontramos deixa-nos
insatisfeitos. A única apresentação de Deus que comunica paz e tranquilidade ao
homem inquieto e exigente é a definição do Evangelista João: “Deus é Amor; aquele
que permanece no Amor permanece em Deus e Deus permanece nele.” (IJo 4,16)
Para mim, Amor também é Fé. A Fé transforma a vida e faz que
nos abandonemos nos braços de Deus. Não se trata de uma atitude passiva, mas da
convicção de que é o Senhor quem tudo realiza em nós segundo a Sua Vontade.
A Varinha Mágica de Luíza Cony
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