terça-feira, 27 de dezembro de 2016

EU QUERO SER FELIZ


Mal o príncipe entrara na sala do trono, o Rei foi perguntando, com voz meio triste e abatido:
- Encontrou o homem feliz, meu filho?
- Cheguei a encontra-lo, meu pai.
- E trouxe, assim como recomendou o Sábio da Corte, a camisa do homem feliz, para que eu possa vesti-la e curar-me desta tristeza, aprendendo a sorrir de novo?
O príncipe baixou a cabeça e disse:
- Foi impossível trazê-la, meu pai.
O Rei ficou aborrecido com a resposta.
Como impossível? – Ele trovejou mal-humorado.
- Acaso não lhe disse que era um pedido meu? Ou será que esse homem feliz não vive no meu reino?
O filho, muito cuidadoso, informou:
- O homem feliz não usa camisa, meu pai, meu Rei!
Aquela revelação surpreendeu o Rei, pois ele aguardava ansioso, a vinda da camisa que o faria sentir-se feliz, bom e justo. Mas o príncipe lhe dizia que o homem feliz não usava camisa.
Decorreram algumas horas de silêncio e finalmente, o Rei voltou a falar: - Compreendi a lição, meu filho!
Um homem, para ser feliz, não precisa ter camisa, não é isso?
- Exatamente, meu pai!
O Rei levantou-se do trono e anunciou: - Assim sendo, a partir de hoje não mais usarei camisas!
Deste dia em diante, o Rei apresentava-se sem camisa em toda parte. Isto deixava uma desagradável impressão de que estava desajustado por estar sem camisa, diante de seus visitantes, inclusive reis de outros reinos.
Nos salões do reino ferviam os comentários: “O Rei estava de miolo mole!” ou “O nosso Rei estava exagerando!” ou “Talvez esteja velho coroca!”.
Um dia, o príncipe tomou coragem e falou com o pai sobre o respeito devido aos que iam ao palácio real e pediu que voltasse a usar camisas.
- Qual nada, meu filho! Eu quero ser feliz. E, se minha camisa há de fazer-me triste e aborrecido, prefiro viver sem ela.
O príncipe amargurava com os cochichos sobre o Rei, decidiu abrir seu coração para sua noiva, que lhe deu uma ideia: - Convide o homem feliz, que não usa camisa a fazer parte da corte. E, então, serão dois a viverem felizes sem camisa. O príncipe concordou e ordenou para que o homem feliz, com toda sua família, viesse ao palácio, para viverem perto do Rei.
O príncipe agora suspirava mais tranquilo, porque o homem feliz fez diminuir o disse-que-disse em torno do Rei. Porém, aos poucos, alguns dos que frequentavam o palácio real começaram a perceber que o homem feliz se tornara o preferido do Rei. Os dois estavam sempre juntos. Bastava que o homem feliz falasse sobre qualquer assunto, e o Rei o transformava em lei para todo o Reino.
Os mais interesseiros começaram a fazer amizade com o homem feliz e a bajulá-lo, para conseguir alguns favores reais. Mandavam-lhe presentes, carruagem e joias. Certa vez, foi até levado ao palácio de um fidalgo e acabou se mudando, com a família e tudo, para lá. Completando o quadro, um mercador, que precisava das graças reais, doou-lhe uma das mais ricas coleções de roupas confeccionadas com deslumbrantes tecidos orientais de ouro e prata.
Então, o homem feliz vestiu uma camisa!
O príncipe, quando viu o homem feliz passeado pelos jardins com as suas novas roupas, correu para anunciar o fato ao Rei.
- O homem feliz, meu pai, está vestido.
- Vestido? – espantou-se o rei – O home feliz está de camisa?
 Sim meu pai! Eu mesmo o vi, esta manhã, vestido com roupas ricas. Foram naturalmente, presentes de alguém que deseja conquistar as preferências dele, para que ele possa pedir-lhe um favor real.
- Não acredito! Não acredito!
- Creia ou não, meu pai, é a verdade.
O Rei gesticulando muito que o homem feliz fosse vê-lo assim como estivesse: vestido ou despido.
Diante do Rei, o homem feliz baixava a cabeça, humilde e - Pois então, não resistiu à tentação?
- Não, Majestade!
- E por que se vestiu como todos?
- Você não era feliz como estava?
- Meu Rei, nos primeiros dias, em que aqui cheguei, eu me sentia tão feliz com as outras pessoas, eu quis ser igual a todas elas. Eu quis algumas facilidades e ser dono de alguma coisa!
- Ora, ora... e com essa roupa você continua feliz?
0 homem feliz ficou sem fala.
A noiva do príncipe, que estava próxima a ele, falou baixinho:
- Agora é sua hora, príncipe. Fale com seu pai.
- Meu pai, aí está outra lição para nós. Se um homem aprendeu a ser feliz quando quase tudo lhe faltava, sendo feliz até sem camisa, também o  será na riqueza, na fortuna.
O rei ouviu pensativo.
- Pai, os momentos felizes não nascem do que se tem e sim do que se faz de bem ao nosso semelhante. Quando o senhor se despiu, passou a dar mais atenção para os menos felizes e a atendê-los. Isso é que fez a sua felicidade!
Imediatamente, o rei pediu que a sua futura nora, a noiva do príncipe, fosse buscar algumas camisas.
Quando ela voltou, o Rei vestiu uma camisa, distribuiu outras para o povo que governava e continuou a reinar feliz e fazer os outros felizes.
                                                           *
O sofrimento compreendido conduz à glória da felicidade – o sofrimento incompreendido, leva a uma infelicidade.
                                                           *
Cada dia que você vive é um presente do amor de Deus Pai. Portanto, viva todo esse amor para garantir cada vez mais a saúde em seu corpo e em sua mente, e tudo o que está tendo de experiências deve senti-las com otimismo.
                                                           *
O usuário de drogas ilícitas vive um inferno. O inferno do vício, o inferno da escravidão. Traz sofrimentos, perturbações mentais que acabam atraindo espíritos maldosos. Por isso prevenir é tão importante. Quando o problema surge, é preciso paciência, muito amor, perseverança. Não se retira um filho das drogas com espancamentos nem com expulsões.
Quando o vício já faz parte da vida de um jovem, é preciso mais cuidado ainda, mais amor ainda para que uma nova vida possa surgir. Uma vida iluminada.
                                                           *
Quem realmente deseja ser feliz, não deve viver angustiado, triste, desanimado, entregue à preguiça física e mental, mas trabalhar constantemente, com vontade de vencer, empregando parte do seu tempo em trabalhos de beneficência, recorrer à prece e a boa leitura, e sempre que possível, fazer uma viagem astral para dentro de si mesmo, através do silêncio e do recolhimento.
                                                           *
A alegria é uma toalha de luz que deve permanecer sempre acesa, iluminando todos os nossos atos e servindo de guia aos que se chegam a nós.
                                                           *
MOTIVAÇÃO – “VIVER BEM É SABER VIVER A VIDA” – POR LUÍZA CONY


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