segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

EXERCITEMOS SEMPRE A TOLERÂNCIA


Precisamos retornar à simplicidade da exemplificação plena do amor. Todas as outras conquistas serão periféricas e surgirão como consequências naturais de um programa “de dentro para fora”.
Vamos então parar para ouvir os ecos amorosos do ensinamento vivo de Jesus do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Sublimar é transformar com amor. Não pressupõe violência, nem mesmo em nome do bem, que só pode ser construído na paz de uma consciência tranquila. O amor que regenera, tolera, muitas vezes, além daquilo que desejaria e por isso a alma que anseia por renovação precisa munir-se de uma dose de autocrítica benévola, capaz de transigir com as próprias imperfeições, mesmo quando o consciente esclarecido e vigilante sabe que seu proceder instintivo ainda o leva por caminhos tortuosos. Como poderíamos concluir sobre problemas que não se explanassem à nossa vista? Como curar chagas que não se mostrassem? Longe de julgar diminuída por ser o que é, deve a criatura viver sua própria condição, em paz consigo mesma, na atitude serena de quem observa e corrige, mas nunca na posição drástica de quem reprime reprovando-se.
Que seria de nós se não devêssemos procurar condescender e tolerar nossas próprias imperfeições? Automatismos milenares não se corrigem com o simples conhecimento do Evangelho e sua adoção mental e afetiva. Muito louvamos o amor ao bem, mas não podemos aprovar que alguém renegue o próprio ser.
Examinemos o sentido real desse termo: SER. Exprime uma condição, um conjunto de características indestrutíveis, inerentes a cada um de nós. Aplicamos propositadamente a palavra indestrutível por dignificar que não é possível destruir coisa alguma, nem mesmo o mal, o erro, o engano.  O SER não pode ser combatido com armas violentas, porque tem vida que lhe foi dada por nós e no Universo não existe destruição.  Nem as sombras espessas dos milênios são capazes de destruir nossos atos, pois continuam a viver nos registros astrais, vibrando em sintonia com a força que os criou. Se utilizarmos a energia universal, que nos foi confiada, para um determinado fim contrário aos desígnios eternos, só nos livraremos de tais criações mentais transformando-as em outras, que possuam vibrações antagônicas. Porém, para isso é preciso que nos apossemos dela novamente e consigamos desviar-lhes a orientação primitiva.
A alma fica eternamente ligada a tudo que criou com a própria mente e, à proporção que o tempo passa, surgem as oportunidades de atrair e reajustar suas próprias obras. Por isso, à proporção que o SER recebe oportunidades de realizar num determinado ramo de atividades, sente que são atraídas a si as dificuldades por ele criadas no passado, naquele mesmo setor. Ao invés de considerar esse fato como obstáculo ao progresso, deve admitir, feliz, que chegou o momento de utilizar a divina alquimia do amor evangélico, substituindo, por atos acertados, os erros do passado.
O SER é aquele que É: portanto, temos que procurar entrar em contato íntimo com aquilo que SOMOS. Nesse ato de humildade de nos reconhecermos, não vai uma permissão para a continuidade do erro. Ao contrário, surge uma firme determinação de expandir-se continuamente, sendo esse o verdadeiro aprendizado. Como educaríamos alguém proibindo-o de externar-se? O homem verdadeiramente esclarecido não se condena a um estado de tensão no qual sua personalidade é impedida de vir à tona mas observa-se atentamente, dando ao próprio SER a largueza de ação suficiente para uma realização controlada: nem de rédeas presas, nem a galope desenfreado.
Não violentemos nossa natureza, porque isso seria um ato de desamor para com o nosso próprio SER. Exercitemos sempre a tolerância que é prova de humildade. Tolerando pacientemente os erros de nosso aprendizado, a nossa condição  imperfeita, teremos dado prova de não queremos alçar a níveis espirituais ainda inacessíveis; tolerando as imperfeições de nossos irmãos, provaremos que não nos colocamos acima deles, sabendo que somos também imperfeitos, merecedores de permanecer no mesmo plano evolutivo.
Que bela é a existência quando, amando a grandiosidade da vida espiritual mais pura, sabemos tolerar, suportando nossa condição de aprendizes e amparando-nos mutuamente!
Quem sabe assim viver já desfruta as delícias de uma compreensão que o aproxima dos planos mais altos da vida. Embora vivendo como um ser imperfeito, obscuro, sente sua condição de evolução sempre presente, não  numa atitude rígida de superação imposta, de abafamento do próprio SER, mas na possibilidade de tolerar, corrigir e perdoar. Esta é a condição feliz de aprendizado diante da vida superior do espírito. Por isso diz-se que “o amor cobre a multidão de pecados”. Ele não tenta destruir os “pecados” sufocando-os. Cobre-os mansamente, dissolvendo-os ao seu contato purificador.
Não é possível fugir ao mal que está dentro de nós. Vamos deixa-lo vir ao encontro da nossa mente esclarecida, dando-lhe o antídoto de que necessita – o bem cultivado conscientemente. Quanto aos resíduos dessa reação química – aquelas tristezas que sobem como fumaça sufocante e o desânimo qual espuma transbordante que tudo ameaça corroer podem ser afastados pela limpeza oportuna e diligente, pois o laboratório do nosso espírito nos está entregue aos cuidados e teremos que viver dentro dele. Logo que, quanto maior for o esforço que fizermos para mantê-lo em ordem, melhor será para nós a vida.
Vejamos, pois, como empregar esses esforços. Não vamos temer as consequências das reações que se fazem  necessárias. Vamos temer, sim, a tendência negativa para adiá-las e a tentação, muito frequente, de contemplar desanimados e assustados o panorama circundante, sem a disposição de tudo repor nos devidos lugares.
Meu amigo, minha amiga – tenhamos Fé, sejamos firmes no propósito de vencer. Vamos afirmar mais uma vez, que só a Fé é capaz de despertar em nós as forças necessárias à vitória, porque nos torna capazes de sentir a vibração do amor com que o Senhor nos impulsiona o progresso.
Meu amigo, minha amiga
Estejamos juntos com Fé
Hoje e sempre!

MOTIVAÇÃO – “VIVER BEM É SABER VIVER A VIDA” – POR LUÍZA CONY


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