Precisamos retornar à simplicidade da exemplificação
plena do amor. Todas as outras conquistas serão periféricas e surgirão como
consequências naturais de um programa “de dentro para fora”.
Vamos então parar para ouvir os ecos amorosos do
ensinamento vivo de Jesus do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Sublimar é transformar com amor. Não pressupõe violência,
nem mesmo em nome do bem, que só pode ser construído na paz de uma consciência
tranquila. O amor que regenera, tolera, muitas vezes, além daquilo que
desejaria e por isso a alma que anseia por renovação precisa munir-se de uma
dose de autocrítica benévola, capaz de transigir com as próprias imperfeições,
mesmo quando o consciente esclarecido e vigilante sabe que seu proceder instintivo
ainda o leva por caminhos tortuosos. Como poderíamos concluir sobre problemas
que não se explanassem à nossa vista? Como curar chagas que não se mostrassem? Longe
de julgar diminuída por ser o que é, deve a criatura viver sua própria condição,
em paz consigo mesma, na atitude serena de quem observa e corrige, mas nunca na
posição drástica de quem reprime reprovando-se.
Que seria de nós se não devêssemos procurar condescender
e tolerar nossas próprias imperfeições? Automatismos milenares não se corrigem
com o simples conhecimento do Evangelho e sua adoção mental e afetiva. Muito louvamos
o amor ao bem, mas não podemos aprovar que alguém renegue o próprio ser.
Examinemos o sentido real desse termo: SER. Exprime uma
condição, um conjunto de características indestrutíveis, inerentes a cada um de
nós. Aplicamos propositadamente a palavra indestrutível por dignificar que não
é possível destruir coisa alguma, nem mesmo o mal, o erro, o engano. O SER não pode ser combatido com armas
violentas, porque tem vida que lhe foi dada por nós e no Universo não existe
destruição. Nem as sombras espessas dos
milênios são capazes de destruir nossos atos, pois continuam a viver nos
registros astrais, vibrando em sintonia com a força que os criou. Se utilizarmos
a energia universal, que nos foi confiada, para um determinado fim contrário
aos desígnios eternos, só nos livraremos de tais criações mentais
transformando-as em outras, que possuam vibrações antagônicas. Porém, para isso
é preciso que nos apossemos dela novamente e consigamos desviar-lhes a orientação
primitiva.
A alma fica eternamente ligada a tudo que criou com a
própria mente e, à proporção que o tempo passa, surgem as oportunidades de
atrair e reajustar suas próprias obras. Por isso, à proporção que o SER recebe
oportunidades de realizar num determinado ramo de atividades, sente que são
atraídas a si as dificuldades por ele criadas no passado, naquele mesmo setor. Ao
invés de considerar esse fato como obstáculo ao progresso, deve admitir, feliz,
que chegou o momento de utilizar a divina alquimia do amor evangélico,
substituindo, por atos acertados, os erros do passado.
O SER é aquele que É: portanto, temos que procurar entrar
em contato íntimo com aquilo que SOMOS. Nesse ato de humildade de nos
reconhecermos, não vai uma permissão para a continuidade do erro. Ao contrário,
surge uma firme determinação de expandir-se continuamente, sendo esse o
verdadeiro aprendizado. Como educaríamos alguém proibindo-o de externar-se? O
homem verdadeiramente esclarecido não se condena a um estado de tensão no qual
sua personalidade é impedida de vir à tona mas observa-se atentamente, dando ao
próprio SER a largueza de ação suficiente para uma realização controlada: nem
de rédeas presas, nem a galope desenfreado.
Não violentemos nossa natureza, porque isso seria um ato
de desamor para com o nosso próprio SER. Exercitemos sempre a tolerância que é
prova de humildade. Tolerando pacientemente os erros de nosso aprendizado, a
nossa condição imperfeita, teremos dado
prova de não queremos alçar a níveis espirituais ainda inacessíveis; tolerando
as imperfeições de nossos irmãos, provaremos que não nos colocamos acima deles,
sabendo que somos também imperfeitos, merecedores de permanecer no mesmo plano
evolutivo.
Que bela é a existência quando, amando a grandiosidade da
vida espiritual mais pura, sabemos tolerar, suportando nossa condição de aprendizes
e amparando-nos mutuamente!
Quem sabe assim viver já desfruta as delícias de uma
compreensão que o aproxima dos planos mais altos da vida. Embora vivendo como
um ser imperfeito, obscuro, sente sua condição de evolução sempre presente,
não numa atitude rígida de superação
imposta, de abafamento do próprio SER, mas na possibilidade de tolerar,
corrigir e perdoar. Esta é a condição feliz de aprendizado diante da vida
superior do espírito. Por isso diz-se que “o amor cobre a multidão de pecados”.
Ele não tenta destruir os “pecados” sufocando-os. Cobre-os mansamente,
dissolvendo-os ao seu contato purificador.
Não é possível fugir ao mal que está dentro de nós. Vamos
deixa-lo vir ao encontro da nossa mente esclarecida, dando-lhe o antídoto de
que necessita – o bem cultivado conscientemente. Quanto aos resíduos dessa
reação química – aquelas tristezas que sobem como fumaça sufocante e o desânimo
qual espuma transbordante que tudo ameaça corroer podem ser afastados pela
limpeza oportuna e diligente, pois o laboratório do nosso espírito nos está
entregue aos cuidados e teremos que viver dentro dele. Logo que, quanto maior
for o esforço que fizermos para mantê-lo em ordem, melhor será para nós a vida.
Vejamos, pois, como empregar esses esforços. Não vamos
temer as consequências das reações que se fazem
necessárias. Vamos temer, sim, a tendência negativa para adiá-las e a
tentação, muito frequente, de contemplar desanimados e assustados o panorama
circundante, sem a disposição de tudo repor nos devidos lugares.
Meu amigo, minha amiga – tenhamos Fé, sejamos firmes no
propósito de vencer. Vamos afirmar mais uma vez, que só a Fé é capaz de
despertar em nós as forças necessárias à vitória, porque nos torna capazes de
sentir a vibração do amor com que o Senhor nos impulsiona o progresso.
Meu amigo,
minha amiga
Estejamos
juntos com Fé
Hoje
e sempre!
MOTIVAÇÃO – “VIVER BEM É SABER VIVER A VIDA” – POR LUÍZA
CONY
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