A Lei de Justiça revela-se nas menores particularidades
da existência. As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes
situações ocupadas pelas almas nos seus graus infinitos de evolução. O destino
do homem não é mais do que o desenvolvimento, através das idades, da longa
série de causas e efeitos gerados por seus atos. Nada se perde; os efeitos do
bem e do mal se acumulam e germinam em nós até o momento de desabrocharem. Às vezes,
expandem-se com rapidez; outras, depois de longo lapso de tempo, transmitem-se,
repercutem, de uma para outra existência, segundo a sua maturação é ativada ou
retardada pelas influências ambientais; mas, nenhum desses efeitos pode
desaparecer por si mesmo; só a reparação tem esse poder.
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a
semente do passado. Essa semente há de espalhar seus frutos, conforme a sua
natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que
começa e até sobre as seguintes, se uma só existência não bastar para desfazer
as consequências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos
cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as
ou agravando-as, e formam com elas um encadeamento de bens ou de males que, no
seu conjunto, colocarão em ordem a teia do nosso destino.
Assim, a sansão moral, tão insuficiente, às vezes, tão
sem valor, quando é estudada sob o ponto de vista de uma vida única,
reconhece-se absoluta e perfeita na sucessão de nossas existências. Há uma
íntima correlação entre os nossos atos e o nosso destino. Sofremos em nós mesmos,
em nosso ser interior e nos acontecimentos da nossa vida, a repercussão do
nosso proceder. A nossa atividade, sob todas as suas formas, cria elementos
bons ou maus, efeitos próximos ou remotos que recaem sobre nós em chuvas, em tempestades
ou em alegres claridades.
O homem constrói o seu próprio futuro. Até agora na sua
incerteza, na sua ignorância, ele o construiu às apalpadelas e sofreu a sua
sorte sem poder explica-la. Não tardará o momento em que, melhor instruído,
penetrado pela majestade das Leis Superiores, compreenderá a beleza da vida,
que reside no esforço corajoso, e dará à sua obra um impulso mais nobre e
elevado.
É o homem, por sua própria vontade quem tece, fio por
fio, dia a dia, do nascimento à morte, a rede de seu destino. A Lei de Justiça
não é, em essência, senão a Lei de Harmonia; determina as consequências dos
atos que livremente praticamos. Não pune nem recompensa, mas preside simplesmente
a ordem, ao equilíbrio do mundo moral como ao do mundo físico. Todo dano causado
à ordem universal acarreta causas de sofrimento e uma reparação necessária até
que, mediante os cuidados do culpado, a harmonia violada seja restabelecida.
O bem e o mal praticados constituem a única regra do
destino. Sobre todas as coisas exerce influência uma lei grande e poderosa, em
virtude da qual cada ser vivo do Universo só pode gozar da situação
correspondente a seus méritos. A nossa felicidade apesar das aparências
enganadoras, está sempre em relação direta com a nossa capacidade para o bem; e
essa lei direta com a nossa capacidade para o bem; e essa lei acha completa
aplicação nas reencarnações da alma. É ela que fixa condições de cada
renascimento e traça as linhas principais dos nossos destinos. Por isso há maus
que parecem felizes, ao passo que justos sofrem excessivamente. A hora da
reparação soou para estes e, breve, soará para aqueles.
Associarmos os nossos atos ao Plano Divino, agirmos de
acordo com a Natureza, no sentido da harmonia e para o bem de todos, é reparar
nossa elevação, nossa felicidade; agir no sentido contrário, fomentar a
discórdia, incitar os apetites malsãos, trabalhar para si mesmo em menosprezo
dos outros, é semear para o futuro fermentos de dor; é nos colocarmos sob o
domínio de influências que retardam o nosso adiantamento e por muito tempo nos
acorrentam aos mundos inferiores. É isso o que é necessário dizer, repetir e
fazer penetrar no pensamento, na consciência de todos, a fim de que o homem
tenha um único alvo em mira – conquistar as forças morais, sem as quais ficará
sempre na impotência de melhorar a sua condição e a da humanidade! Fazendo conhecer
os efeitos da Lei de Responsabilidade, demonstrando que as consequências de
nossos atos sobre nós através dos tempos, como a pedra atirada ao ar torna a
cair ao solo, pouco a pouco serão levados os homens a conformar o seu proceder
com esta lei, a realizar a ordem, a solidariedade no meio social.
Vamos lembrar que a encarnação na Terra tem um objetivo e
esse objetivo é o aperfeiçoamento do ser humano. Ora, dada à infinita variedade
das condições da existência terrestre, quer quanto à duração da existência
terrestre, quer quanto à duração, quer quanto aos resultados, é impossível
admitir que todos os homens possam chegar ao mesmo grau de perfeição numa única
vida. Daí, a necessidade de regressos sucessivos que permitam adquirirem-se as
qualidades requeridas para ter entrada em mundos mais adiantados.
O presente tem a sua explicação no passado. Foi precisa a
uma série de renascimentos terrestres para que o homem conquistasse a posição
que atualmente ocupa, e não parece admissível que este ponto de evolução seja
definitivo para a nossa esfera. Os seus habitantes não estão todos em estado de
transmigrar depois da morte para sociedades mais perfeitas; pelo contrário,
tudo indica a imperfeição da sua natureza e a necessidade de novos trabalhos,
de outras provas que lhes competem à educação e lhes deem acesso a um grau
superior na escalada dos seres.
***
Nas horas matinais, a alma, pela oração e pela meditação,
eleva-se com mais fácil impulso até às alturas de onde se vê e compreende que
tudo – a vida, os atos, os pensamentos – está ligado a alguma coisa grande e
eterna e que habitamos um mundo em que potências invisíveis vivem e trabalham
conosco. Na vida mais simples, na tarefa mais modesta, na existência mais
apagada, mostram-se, então, faces profundas, uma reserva de ideal, fontes
possíveis de beleza. Cada alma pode criar com seus pensamentos uma atmosfera
espiritual tão bela, tão resplandecente, como nas paisagens mais encantadoras,
e na moradia mais mesquinha, no mais miserável refúgio, há fretas para Deus e
para a Luz Divina e Infinita.
*
Cada encarnação encontra, na alma que recomeça vida nova,
uma cultura particular, aptidões e aquisições mentais que explicam sua
facilidade para o trabalho e seu poder de assimilação; por isso dizia Platão: “Aprender
é recordar-se!”.
*
Não há assunto mais importante que o estudo do
pensamento, seus poderes e ação. E a causa inicial de nossa elevação ou de
nosso rebaixamento; prepara todas as descobertas da Ciência, todas as
maravilhas da arte, mas também todas as misérias e todas as vergonhas da humanidade.
*
O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento;
por ele suas obras irradiam e se perpetuam através dos séculos.
*
A verdadeira felicidade neste mundo está na proporção do
esquecimento próprio. Disciplinando as impressões, as emoções, exercitando-nos
em dominá-las, em utilizá-las como agentes de nosso aperfeiçoamento moral;
aprender principalmente a esquecer, a fazer o sacrifício do “EU”, a
desprender-nos de todo o sentimento de egoísmo.
*
Em todas as nossas relações sociais, em nossas relações
com os nossos semelhantes, é preciso lembrarmo-nos constantemente disto: Os
homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução
pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos
esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adiantamento. A todos
devemos tolerância, benevolência e até perdão. Deus não pede aos homens senão o
que ele tem podido adquirir á custa de lentos e penosos trabalhos.
***
MOTIVAÇÃO: - “VIVER BEM É SABER VIVER A VIDA” – POR LUÍZA
CONY
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