segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

TUDO SE EXPLICA, SE TORNA CLARO COM A DOUTRINA DAS VIDAS SUCESSIVAS


A Lei de Justiça revela-se nas menores particularidades da existência. As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes situações ocupadas pelas almas nos seus graus infinitos de evolução. O destino do homem não é mais do que o desenvolvimento, através das idades, da longa série de causas e efeitos gerados por seus atos. Nada se perde; os efeitos do bem e do mal se acumulam e germinam em nós até o momento de desabrocharem. Às vezes, expandem-se com rapidez; outras, depois de longo lapso de tempo, transmitem-se, repercutem, de uma para outra existência, segundo a sua maturação é ativada ou retardada pelas influências ambientais; mas, nenhum desses efeitos pode desaparecer por si mesmo; só a reparação tem esse poder.
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente há de espalhar seus frutos, conforme a sua natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que começa e até sobre as seguintes, se uma só existência não bastar para desfazer as consequências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as, e formam com elas um encadeamento de bens ou de males que, no seu conjunto, colocarão em ordem a teia do nosso destino.
Assim, a sansão moral, tão insuficiente, às vezes, tão sem valor, quando é estudada sob o ponto de vista de uma vida única, reconhece-se absoluta e perfeita na sucessão de nossas existências. Há uma íntima correlação entre os nossos atos e o nosso destino. Sofremos em nós mesmos, em nosso ser interior e nos acontecimentos da nossa vida, a repercussão do nosso proceder. A nossa atividade, sob todas as suas formas, cria elementos bons ou maus, efeitos próximos ou remotos que recaem sobre nós em chuvas, em tempestades ou em alegres claridades.
O homem constrói o seu próprio futuro. Até agora na sua incerteza, na sua ignorância, ele o construiu às apalpadelas e sofreu a sua sorte sem poder explica-la. Não tardará o momento em que, melhor instruído, penetrado pela majestade das Leis Superiores, compreenderá a beleza da vida, que reside no esforço corajoso, e dará à sua obra um impulso mais nobre e elevado.
É o homem, por sua própria vontade quem tece, fio por fio, dia a dia, do nascimento à morte, a rede de seu destino. A Lei de Justiça não é, em essência, senão a Lei de Harmonia; determina as consequências dos atos que livremente praticamos. Não pune nem recompensa, mas preside simplesmente a ordem, ao equilíbrio do mundo moral como ao do mundo físico. Todo dano causado à ordem universal acarreta causas de sofrimento e uma reparação necessária até que, mediante os cuidados do culpado, a harmonia violada seja restabelecida.
O bem e o mal praticados constituem a única regra do destino. Sobre todas as coisas exerce influência uma lei grande e poderosa, em virtude da qual cada ser vivo do Universo só pode gozar da situação correspondente a seus méritos. A nossa felicidade apesar das aparências enganadoras, está sempre em relação direta com a nossa capacidade para o bem; e essa lei direta com a nossa capacidade para o bem; e essa lei acha completa aplicação nas reencarnações da alma. É ela que fixa condições de cada renascimento e traça as linhas principais dos nossos destinos. Por isso há maus que parecem felizes, ao passo que justos sofrem excessivamente. A hora da reparação soou para estes e, breve, soará para aqueles.
Associarmos os nossos atos ao Plano Divino, agirmos de acordo com a Natureza, no sentido da harmonia e para o bem de todos, é reparar nossa elevação, nossa felicidade; agir no sentido contrário, fomentar a discórdia, incitar os apetites malsãos, trabalhar para si mesmo em menosprezo dos outros, é semear para o futuro fermentos de dor; é nos colocarmos sob o domínio de influências que retardam o nosso adiantamento e por muito tempo nos acorrentam aos mundos inferiores. É isso o que é necessário dizer, repetir e fazer penetrar no pensamento, na consciência de todos, a fim de que o homem tenha um único alvo em mira – conquistar as forças morais, sem as quais ficará sempre na impotência de melhorar a sua condição e a da humanidade! Fazendo conhecer os efeitos da Lei de Responsabilidade, demonstrando que as consequências de nossos atos sobre nós através dos tempos, como a pedra atirada ao ar torna a cair ao solo, pouco a pouco serão levados os homens a conformar o seu proceder com esta lei, a realizar a ordem, a solidariedade no meio social.
Vamos lembrar que a encarnação na Terra tem um objetivo e esse objetivo é o aperfeiçoamento do ser humano. Ora, dada à infinita variedade das condições da existência terrestre, quer quanto à duração da existência terrestre, quer quanto à duração, quer quanto aos resultados, é impossível admitir que todos os homens possam chegar ao mesmo grau de perfeição numa única vida. Daí, a necessidade de regressos sucessivos que permitam adquirirem-se as qualidades requeridas para ter entrada em mundos mais adiantados.
O presente tem a sua explicação no passado. Foi precisa a uma série de renascimentos terrestres para que o homem conquistasse a posição que atualmente ocupa, e não parece admissível que este ponto de evolução seja definitivo para a nossa esfera. Os seus habitantes não estão todos em estado de transmigrar depois da morte para sociedades mais perfeitas; pelo contrário, tudo indica a imperfeição da sua natureza e a necessidade de novos trabalhos, de outras provas que lhes competem à educação e lhes deem acesso a um grau superior na escalada dos seres.
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Nas horas matinais, a alma, pela oração e pela meditação, eleva-se com mais fácil impulso até às alturas de onde se vê e compreende que tudo – a vida, os atos, os pensamentos – está ligado a alguma coisa grande e eterna e que habitamos um mundo em que potências invisíveis vivem e trabalham conosco. Na vida mais simples, na tarefa mais modesta, na existência mais apagada, mostram-se, então, faces profundas, uma reserva de ideal, fontes possíveis de beleza. Cada alma pode criar com seus pensamentos uma atmosfera espiritual tão bela, tão resplandecente, como nas paisagens mais encantadoras, e na moradia mais mesquinha, no mais miserável refúgio, há fretas para Deus e para a Luz Divina e Infinita.
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Cada encarnação encontra, na alma que recomeça vida nova, uma cultura particular, aptidões e aquisições mentais que explicam sua facilidade para o trabalho e seu poder de assimilação; por isso dizia Platão: “Aprender é recordar-se!”.
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Não há assunto mais importante que o estudo do pensamento, seus poderes e ação. E a causa inicial de nossa elevação ou de nosso rebaixamento; prepara todas as descobertas da Ciência, todas as maravilhas da arte, mas também todas as misérias e todas as vergonhas da humanidade.
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O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento; por ele suas obras irradiam e se perpetuam através dos séculos.
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A verdadeira felicidade neste mundo está na proporção do esquecimento próprio. Disciplinando as impressões, as emoções, exercitando-nos em dominá-las, em utilizá-las como agentes de nosso aperfeiçoamento moral; aprender principalmente a esquecer, a fazer o sacrifício do “EU”, a desprender-nos de todo o sentimento de egoísmo.
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Em todas as nossas relações sociais, em nossas relações com os nossos semelhantes, é preciso lembrarmo-nos constantemente disto: Os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adiantamento. A todos devemos tolerância, benevolência e até perdão. Deus não pede aos homens senão o que ele tem podido adquirir á custa de lentos e penosos trabalhos.
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MOTIVAÇÃO: - “VIVER BEM É SABER VIVER A VIDA” – POR LUÍZA CONY



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