No processo
da evolução, cada espírito desenvolve, etapa a etapa, determinados valores que
lhe são inatos. Em uma oportunidade aprimora a inteligência, em outra o
sentimento, mais adiante a aptidão artística, buscando a perfeição, que
sintetiza a aquisição de todos os bens intelecto-morais.
Afligindo-se,
não poucas vezes, por constatar as dificuldades que defronta, impedindo-lhe o
avanço, estaciona, desanima ou revolta-se. A jornada é atraente, e a conquista
das vitórias dá-se mediante o investimento dos melhores esforços, dos
interesses e do empenho para consegui-las. Toda aquisição é resultado de muito
trabalho.
A plenitude,
por isso mesmo, é patamar superior que, para ser conquistada, depende das
realizações felizes nas faixas precedentes. Assim, buscando a harmonia,
propõe-te o desafio de prosseguir, seguindo Jesus, o MODELO IDEAL da
humanidade, que te aguarda gentil e amoroso.
***
No atual
estágio da Psicologia profunda, um estudo da personalidade de Jesus, não se
torna conclusivo, por ausência de perspicácia, recursos técnicos e profundidade
de entendimento da Sua respeitável doutrina, que vem abrindo expressivos
espaços em torno da compreensão da criatura humana total.
O Homem de
Nazaré ultrapassa as dimensões da análise convencional, pelos menos nos termos
do pensamento que se deriva das belas, mas não concluídas, por enquanto,
contribuições de Freud.
Examinada a
criatura apenas do ponto de vista da libido, as raízes observação encontram-se
fixadas nas heranças animais, nos impulsos reprodutores, perdendo-se do
rudimentar. Por outro lado, as propostas que se derivam dos modelos de seres
criados junguianos vão apenas até as origens do inconsciente coletivo nos
primórdios da evolução animal... Ambos os conceitos, portanto, são
insuficientes para penetrar na essência da causalidade do ser, na sua realidade
espiritual, precedente às manifestações no plano físico terrestre.
Jesus transcende,
desse modo, os estágios do processo de evolução na Terra, porque Ele já era o
Construtor do Planeta, quando sequer a vida nele se apresentara. Limitá-lo nas
estreitas linhas psicológicas do anima como no animus ou simultaneamente, seria
cercá-lo a limites do entendimento que age por meio de análise definitiva,
aprisionadora. Numa visão de psicanálise de simples rotina, poder-se-ia
situá-lo como sendo um resumo de ambas as polaridades em harmonia emocional,
resultando em equilíbrio fisiológico, retratado no homem que se superou,
tornando-se MODELO e GUIA para toda a humanidade.
As fontes
disponíveis para a coleta de dados e análise profunda são as narrações
evangélicas, insuficientes, pelo referir-se aos Seus ditos e ações mediante
linguagem especial, às vezes vitimada por introduções, deturpações, enxertos
perniciosos, que lhes descaracterizaram a exatidão. Não se encontram relatos históricos,
dados precisos, porém informações, algumas delas em pedaços. De todo o acervo,
no entanto, se deduz haver sido ELE INCOMUM.
Sua energia
expressava-se com brandura.
Sua bondade
manifestava-se sem sentimentalismo.
Sua coragem
exteriorizava-se como valor moral que nada temia.
Seu amor
abrangia todos os seres, sem se deixar arrastar pelo sentimentalismo banais e
desequilibrados.
Sua sabedoria
irradiava-se, sem constranger os ignorantes.
Sua gentileza
cativava, sem deixar distúrbios.
Era severo,
não brutal; afável, não cúmplice; nobre, não orgulhoso, humilde, não verbal.
Nele existindo
simultaneamente as naturezas psicológicas anima e animus em perfeita sintonia.
No Sermão da
Montanha Sua natureza anima consolou e espalhou esperança; no Gólgota, sua
expressão animus alcançou o máximo, após as rudes e profundas experiências
daquelas horas que se iniciaram na solidão no Horto e de prolongaram até o momento
da morte.
Faltam,
portanto, parâmetros, modelos para penetrar o pensamento de Jesus e
entender-lhe a vida, enriquecedora, completa e desafiadora. De uma forma geral,
talvez a mais simples, talvez profunda, a psicologia poderá mergulhar no Seu
pensamento para entende-LO através das Suas próprias palavras, caso consiga
compreendê-las:
- EU SOU o pão
da vida...
- EU SOU a
porta...
- EU SOU o
caminho ...
- EU SOU o
bom pastor...
Somente até
Ele e deixando-se penetrar pela Sua Realidade, poderá a psicologia profunda entende-LO
sem O definir, estudá-LO sem O limitar.
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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