O arrependimento
sincero constitui elevada conquista do sentimento humano. Amadurecimento da
razão e da emoção, ele surge após a análise do erro, com a consequente descoberta
da falha pessoal no julgamento, na atitude e na conduta em relação a outra
pessoa.
O indivíduo,
certamente, tem o direito de errar, condição normal da sua humanidade. Prosseguir,
porém, no comportamento insano ou danoso, significa primitivismo, permanência
no estágio do instinto. À medida que o discernimento desenvolve o ser à visão
correta sobre a vida, o arrependimento aparece como forma de conscientização e
de responsabilidade.
O arrependimento,
no entanto, não irrompe repentinamente nos sentimentos de quem comete crime. Quanto
isto acontece, pode caracterizar-se como remorso, que logo passa, ou medo das
consequências do gesto nocivo.
A imprevidência,
a imaturidade, a rebeldia conduzem ao crime, pela falta de reflexão, pelos
efeitos do orgulho ferido, produzindo estados mentais de desequilíbrio e de
espanto.
Somente quando
a consciência desperta, e toma com a mão os pesos causados, é que o
arrependimento honesto toma o corpo e domina, buscando meios para a reparação
dos males que foram praticados. Por si mesmo, embora seja um passo
significativo na elevação do caráter, o arrependimento não basta. Faz-se
inadiável o dever de ressarcir os prejuízos, de reparar os males praticados.
Se o
ofendido, por esta ou aquela circunstância, não conceder oportunidade para a
reparação, isto não deve constituir impedimento para as nações nobres, que
devem tomar curso se não em referência à vítima, pelo menos em favor das demais
pessoas, fortalecendo-as no bem, edificando-as, ajudando-as a crescer.
***
Simão Pedro
negou conhecer Jesus, é verdade. Porém, arrependendo-se, entregou-lhe toda a
existência a partir daquele momento, tornando-se um pilar de segurança para
elevação da Igreja da revelação espiritual.
Maria Madalena
vivia na luxúria e na indisciplina, cercada de loucuras e paixões. Conhecendo o
Mestre Jesus, arrependeu-se, renovando-se, e reparou, tomada pela lepra, os
males que se fizera a si mesma.
Zaqueu o
cobrador de impostos, cobrava as suas vítimas com taxas altas. Arrependendo-se,
após o contato com Jesus, recuperou-se, tornando-se exemplo de abnegação.4judas
Iscariotes, após trair o amigo Jesus, arrependeu-se, e, sem estrutura moral, enlouqueceu,
atirando-se com força ao suicídio infame...
Muitos homens
e mulheres que se celebrizaram, erraram, padeceram a humilhações do
arrependimento, mas se ergueram,
repararam os prejuízos causados e dignificaram a Humanidade.4há corações, cujos
enganos são tão graves que, ao descobrirem a terrível insensatez em que vivem,
arrependem-se. No entanto, destituídos de equilíbrio emocional mergulham no
sentimento exagerado e perturbam-se mentalmente, por fragilidade espiritual.
Somente através
da meditação diária dos atos praticados é que o indivíduo pode se prevenir das
ações infelizes, e, quando alguma ocorrer, de imediato dando-se conta e
arrependendo-se, logo se põe a repará-la, impedindo que as labaredas do ódio
devorem as possibilidades de rearmonização interior.
Cuide-se de
tomar atitudes violentas, irrefletidas, impondo-se as disciplinas da vigilância
e do amor, para assim se poupar do arrependimento doloroso. Renove-se no bem a
cada momento, de modo que a tentação da agressividade e os vícios morais
comprometedores sejam enfrentados e vencidos, propiciando a você uma vida
harmoniosa, uma caminhada saudável. No entanto, se você cair, examine a
gravidade do erro, arrependa-se e repare-o junto àquele a quem magoou ou
esqueceu de amar.
Vamos sempre
lembrar destas palavras: - O arrependimento é luz na consciência. A reparação é
a consciência do dever em ação.
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY
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