Depois
que Fani fez a oração da motivação, sentiu-se mais calma e preparada para
contar as novidades – “Para mim, o melhor caminho da vida tornou-se a ajudar
comunidades pobres, protegê-las contra doenças graves; ensinando sua população
a se preservar contra dos; doenças graves; ensinando sua população a se
preservar contra a violência no lar; saber que Deus ama a todos com igualdade e
que deve haver motivação para viver. Comecei o trabalho voluntário no Canadá,
mas pedi demissão da empresa e fui para Tailândia, onde há muitos portadores de
HIV. Estudei enfermagem e planejava seguir carreira como farmacêutica; mas
precisava de um tempo maior para dedicar-me aos estudos, e estava envolvida demais com as famílias pobres e
portadoras de AIDS.
Para
aproximar-me dos mais jovens, preparava bolos, tortas, sucos, salgadinhos,
docinhos e muito sorvete, levava também meu violão para ensaiar um pequeno
grupo de cantores existentes numa das comunidades. Chegava e arrumava a mesa, e
rapidamente todos corriam mas primeiro jogavam os braços magrinhos em torno da
minha cintura, e, ai dirigia-lhes algumas palavras carinhosas. Comiam tudo e
depois ficavam correndo atrás de mim, pedindo para tocar violão e cantar, - era
uma festa.
À tarde, algumas mães traziam seus filhos até
a barraca que eu montara para trata-los
mais a vontade. O calor era algo
assustador, não havia água filtrada, higiene,
a terra seca se misturava com o
lixo e as moscas em grande quantidade, pareciam querer devorar-nos. Uma jovem mãe com a filha ainda bebe no colo,
era portadora do HIV e tinha problemas cerebrais, podia que eu matasse a
criança porque não tinha como dar remédios e leite.
Aplicava
injeções, vacinas e também distribua remédios para a AIDS. Cada visita dessas
era um lembrete doloroso do preço que a Tailândia pagou por não ter até cinco
anos atrás, acesso fácil a remédios baratos para AIDS. No inicio da década
atual, mais de 450 mil tailandeses morreram de AIDS, em parte por não terem
condições de adquirir medicamentos
baratos. Por esse motivo, comecei a estudar tudo o que podia sobre a
produção de remédios baratos para tratar a AIDS., e acabei comprando grandes
lotes de medicamentos. Só assi tive condições de cumprir a missão junto daquele
pessoal tão sofrido. O número de mortes despencou.
Passei
dois anos, naquele lugar e fazia questão de lançar aos jovens, o desafio de
garantir para si e para suas famílias um futuro melhor. Os infortúnios deveriam
mostrar as chances de se ter motivação para
neutralizar as negatividades, e sem constrangimento lutarem pacificamente para
conseguir montar um laboratório farmacêutico que começou a produzir remédios
baratos para tratar a AIDS. Hoje, o país tem um dos melhores programas públicos
de tratamento da doença no mundo em desenvolvimento e a maioria dos pacientes
pobres recebe medicação de graça.
A
partir dai, resolvi ir para Camboja com o intuito de dar um pouco de motivação para os pobres e doentes,
ajuda-los no combate a AIDS e também a malária.
Os dias
voavam mas eu não sentia cansaço nem somo porque assistia tanta dor e fome, e,
procurava seguir o mesmo ritmo anterior, montar uma barraca, levar sanduiches,
sucos, bolos, tortas e sorvetes,
distribuir com alegria e música, até que todos começassem a querer de fato
sentir a necessidade do tratamento para AIDS e malária. Alguns adultos ficavam envergonhados mas com
o passar do tempo, foram se aproximando e trazendo os netos, sobrinhos e outros
parentes.
Nessa
ocasião, sentia-me profundamente influenciada pelas cartas que a senhora me
enviava, sobretudo pela motivação
que o Guia Espiritual Abel Monsenhor dirigiu-me: “ Se tiver oportunidade de fazer o bem, faça.”
Resolvi
então, visitar para vilarejos mais longínquos nas montanhas e dava aos aldeões
comprimidos de vitaminas que recebia dos laboratórios de amigos, e também
aplicava injeções e vacinas. Eu lutava contra todos que me diziam que a AIDS
iria devorar toda aquela gente. Durante seis meses chegava nos vilarejos às
cinco e meia da manhã, fazia orações e tratava-os com muita fé no coração. Quando ia embora no final da tarde, pensava “tenho de
lutar. É preciso fazer algo mais, não é
justo que não consigam ter outros medicamentos. O câncer já está matando as
mulheres. As grávidas portadoras do HV precisavam receber a substância que
reduz a possibilidade de passarem o vírus aos filhos.”
Resolvi
visitar alguns laboratórios que tinham larga produção de remédios genéricos e o
resultado foi surpreendente. Convidaram-me para ser representante em hospitais
para treinar o pessoal para aprender a aplicar os novos medicamentos em
crianças com quadros graves de malária. Mas preferi ser independente. Por ter
uma boa condição financeira não cobrava pelo serviço; às vezes, chegava a pagar
até as despesas com os partos das grávidas para que pudessem sair do hospital
com vida e com o bebê no colo, bem medicado.
Estava
cheia de entusiasmo, mas recebi uma carta da Ceci e da Graci dizendo que eu
trabalhava demais e descansava de menos. Não estaria na hora de diminuir o
ritmo? Em vez de responder, montei guarda num laboratório farmacêutico que estava em mau estado. Ninguém sabia usar a
sofisticada aparelhagem de análise. Havia componentes espalhados por toda
parte.
Passei
duas semanas de trabalho minucioso ajudando a equipe a montar a aparelhagem e
treinando-a a usá-la. Quando terminei, o chefe de controle de qualidade
abraçou-me e declarou: “A senhora é como Deus para nós.” E eu respondi:
“Sou apenas uma alma que necessita dar
amor porque recebo muito amor de Deus.
Aprendi
a conhecer-me melhor e a ter razões de sobra para não acumular dinheiro para
depois gastá-lo com as fantasias e os desejos do ego. Antes, eu tinha desejo de
sucesso profissional, era a glória. Hoje, quero ser útil a essas pessoas, ao
menos fazê-las se sentirem como seres humanos. Na vida é isso que me faz
feliz.”
Sai do
Camboja, cheia de amor e de motivação,
e fui para Bangcoc para uma reunião com diretores de uma Instituição de
Caridade e médicos e farmacêuticos de dois grandes laboratórios europeus
interessados em produzir medicamentos baratos a fim de combater a malária. Os
diretores estavam chocados com a elevada incidência de malária. E pediram para
que eu fizesse um discurso sobre o entusiasmo e o bem que pude levar para as
comunidades pobres da Tailândia e do Camboja. Assim iniciei: - Nas grandes
calamidades, a caridade se manifesta, e veem-se generosos impulsos para reparar
os desastres, mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres
particulares que passam desapercebidos, de pessoas que, jazem sobre um catre
sem se lamentarem. São a esses infortúnios discretos e ocultos que a verdadeira
generosidade sabe ir descobrir sem esperar que eles venham pedir assistência. A
beneficência sem ostentação tem um duplo
mérito; além da caridade material, é a caridade moral; ela poupa a suscetibilidade
do beneficiado e o faz aceitar o benefício sem que seu amor próprio sofra com
isso, e salvaguarda sua dignidade de
homem, porque além aceitará um serviço mas não receberá uma esmola; ora,
converter um serviço em esmola pela maneira que é prestado, é humilhar aquele que o recebe, e
há sempre o orgulho e maldade em humilhar alguém.
É nisso
que devemos focalizar o nosso desejo de
sucesso na vida. Para cada
pensamento positivo há motivação
estimulando-nos à prática do bem que orienta a nossa própria vida e ajuda a
combater as negatividades que se espalham por esses lugares onde há muito
sofrimento e doenças.
Há uma
Lei Universal que rege a todos nós. Se somos indivíduos com qualidade positivas e agimos com
princípios morais baseados na lei do amor e da caridade, vemos funcionar a
ajuda amiga e encorajadora dessa Lei.
O homem
é feito de um organismo físico ligado a um outro espiritual, governando pelas
mesmas leis de saúde ou doença. Para o organismo espiritual a saúde é
constituída de forças positivas do ser,
enquanto para o organismo material ela é constituída de matéria sadia do corpo
físico. Ora, o ataque verifica-se em ambos os casos, seja sadio ou doente, mas somente no primeiro o indivíduo
resiste. Se o organismo físico é sadio, o micróbio não se desenvolve; se o
espiritual é feito de forças positivas,
as negativas não entram. E ao contrário.
Não se resolve o problema esterilizando o ambiente, mas fortificando o
organismo. no caso do físico, se esterilizamos, perdemos a capacidade de
resistência e tornamo-nos sempre mais vulneráveis. O mesmo acontece com o
organismo espiritual se, para salvá-lo dos ataques, isolamo-nos do mundo.
Para
tais condições, a arma de defesa da vida consistirá na própria positividade da motivação. Logo, sermos
positivos, significa sermos sadios e
fortes, portanto, aptos a vencer. Não resta dúvida, que é um método para ter sucesso na vida, consistindo
este em trabalhar no sentido da corrente positiva da Lei de Ação e Reação. Ao
contrário, sermos negativos, significa sermos doentes e fracos, portanto,
destinados a perder. Assim se vence, ou se perde, baseados em qualidades
íntimas, como a vida nos mostra na sua defesa contra o assalto das doenças. A
defesa baseia-se sobre a saúde das células e consequente potência de
resistência. Ninguém pensa em apanhar
uma faca ou um revólver para defender-se de uma doença.
Com a
positividade espiritual, com nossa estrutura e conduta segundo as Leis Morais
ou Divinas, podemos defender-nos contra toda a espécie de males. A negatividade,
por sua vez, pode chegar a ponto de matar-nos, porque permite em nós penetrar
as forças negativas, das quais o mundo está cheio. Sua virulência nos investe e
arrasta, entretanto, não toca e vai-se embora sem molestar, no caso da
personalidade positiva.
Acontece,
então, que, quanto mais involuído é o
ser, tanto menos ele é purificado da
negatividade, desse modo, ressente-se dos assaltos, perigos, dores e moléstias.
E acontece também que, quanto mais evoluído é o ser, tanto mais saturado de positividade
e é defendido contra o mal.
O papel
da evolução é o de redimir-nos da negatividade, eliminando-a pouco a pouco, até
transformá-la toda em positividade. Aquele longo percurso leva-nos a
libertar-nos do mal e à conquista do
bem. Portanto, quanto mais o ser se renova intimamente, mais se aperfeiçoa,
tanto mais protegida é a sua vida.
É
necessário compreender: quando o mal nos acontece, a causa está em nossa
negatividade e isso pode-se eliminar ou impedir que ocorra, eliminando ou
impedindo que se forme essa negatividade. Dela depende a nossa vulnerabilidade
e o fato de sermos atingidos. O segredo do bem-estar e da felicidade está em
ser constituído de forças positivas. A superioridade do homem evoluído está em
sua positividade. Sendo esta a sua arma para vencer na vida. Não se trata de
abstrações ideais, ou dissertações moralistas, mas um método, cujas vantagens
se pode experimentar, quando bem usado.
Positividade significa simplesmente, retidão em todas as
qualidades constituintes na personalidade,
como por negatividades se entende o abuso ou mau uso daquelas qualidades.
Qualquer das forças ou impulsos componentes da personalidade podem ser
dirigidos no sentido da Lei ou em sentido anti-lei. Se nós praticamos só o bem,
fazemos com que nosso ser tenha motivações
positivas que vão alimentar nossas ações para orientar a nossa vida para
atividades generosas potencializando o amor ao próximo, a caridade, enfim,
cumprirmos os deveres contidos nas Leis Divinas e Naturais.
E para
encerrar, deixo estas palavras do meu estimado amigo espiritual Abel Monsenhor:
“ O segredo da cura é a ausência de reações, e a isso se chega pela oração. O
poder irradiado pelo estado de oração é suprimento para a cura. A cura de que
todos necessitam está no amor e na oração.”
Com
profunda gratidão, deixei aquele país, e voltei para o Brasil, com a nítida
certeza de que a vida me dera grandes motivações
e transformações, e, por assim sentir, é que deverei dar continuidade ao
trabalho voluntário em comunidades pobres de São Paulo ou de qualquer outro
lugar do território nacional.
O
evangelho Segundo o Espiritismo – “ O
Grande Livro da Vida”, - foi meu fiel escudeiro na jornada que realizei.
Através dele, fui penetrando no meu íntimo ser, e fiz descobertas maravilhosas
sobre a vinda do Cristo na Terra e, sobre o amor pelos pobres e estropiados.
“Amemo-nos uns aos outros e façamos a outrem o que quereríamos que nos fosse
feito”.
“Recordai-vos
de que Jesus disse que somos irmãos e pensai sempre nisso antes de repelir o
leproso, o aidético, outras doenças contagiosas ou o mendigo. Pensai naqueles
que sofrem e orai.
O GRANDE LIVRO DA VIDA
O
Evangelho fala a linguagem dos Céus,
Ele
anuncia a eternidade da vida,
A luz
nos Céus.
A
verdade se declara límpida,
Tudo
tem doçura e vida.
O
Cristo dos Céus
Para
acender na alma humana
A
vontade de aprender as Riquezas dos Céus
“Meu
Reino não é deste Mundo!”
Foi a
Glória ditada por Jesus.
Todos
os Filhos de Deus,
Um dia
irão conhecer
A
grandeza da Obra do Evangelho.
É só
deixar a Fé reinar
Para
ver o céu no ser.
Abra o “Grande Livro da Vida”,
Leia
uma sentença que seja.
Anuncie-se
como Cristão,
De sua
valentia, pensamentos nascerão
Que não
se esconderão,
Pois
desejos cristãos vibrarão
Para
dizer que quer ser
Um
aprendiz do Evangelho do amor.
Dúvidas
e dores no caminho surgirão,
E Jesus
enviará os seus Emissários
Para
fortalecer seu ser.
É a
consolação do Espiritismo Cristão.
Diante
da mudança alvissareira
A alma
pede bem ligeira
Uma
instrução para sua sementeira
Poder
dar bons frutos,
Querer
alimentar outras almas
Com o
amor do Cristo
Que faz
com que a vida
Tenha o
sentido verdadeiro,
Bem
como está escrito
No Grande Livro da Vida:
- “Vieste na Terra para cumprir
O
aperfeiçoamento verdadeiro.
Se queres progredir na vida
Alimenta-te
todos os dias
Da
Divina Sabedoria
Que ilumina, transforma e guia.”