Certa vez, eu caminhava nas ruas agitadas
e barulhentas no centro da Capital Paulista, e pude ver crianças, mulheres e
homens sentados nas calçadas esburacadas, pedindo esmolas.
Debaixo do sol do meio-dia, uma dor
estampada nos seus semblantes, uma tristeza nos seus olhos, um desespero em
suas vozes, um tremor nas suas pernas; aumentavam ainda mais, as marcas dos
seus sofrimentos.
Os pedestres iam passando sem olhar para
aqueles pobres irmãos; pois estavam tão preocupados com as suas próprias
mazelas, que pisavam nos pobrezinhos, deixando transparecer a imensa
desigualdade social e financeira.
Os automóveis apressados cortavam as ruas
com os seus motoristas disparando as buzinas ensurdecedores como alarmes
querendo dizer: “Saiam da frente. Temos
pressa, os nossos compromissos são muito importantes, temos horários para
cumprir!” h
Enquanto, eu andava mais alguns passos seguido de fortes gritos. Ali, estava
caído um homem sem ser socorrido.
As pessoas foram se afastando, os carros
avançando o sinal e as buzinas tocando. De repente, surge uma criança franzina
e chorando e chamando aquele homem de pai. Sofrida, pálida e assustada, pede
socorro, mas ninguém atende ao seu chamado.
A pobre criança dizia: Meu pai está morto!
Ajudem por piedade, …. E ninguém lhe deu atenção.
Quando fui chegando perto, pude ver a cena
de dor e também, vi um homem idoso numa cadeira de rodas, quase sem movimentos,
estender os braços para aquela criança, numa bondade estampada no rosto com a
barba branquinha, dizendo: Já passou o prazo de vida do seu papai ficar com
você, aqui nesta cidade. Tudo o que sei, é que ele é uma boa alma e que Jesus o
acompanhará, e nada irá faltar para o seu querido paizinho, pois, a caridade de
Jesus não tem a pressa dos homens, dos automóveis e dos tais compromissos de
ordem material. A Caridade de Jesus, vai
agora, ensinar para esses homens que passam por aqui e não prestam socorro, uma
grande e sábia verdade: dia virá, que o mesmo poderá lhes acontecer e não serão
socorridos. Portanto, “Não Deixeis de fazer aos outros o que quereríeis que vos
fizessem.” Eis a fraternidade e a
generosidade que eles necessitam aprender.
A criança chorando, beijou a mão do idoso.
Abraçou-o e perguntou: Se o meu Pai foi com Jesus, porque não me levou também?
O idoso respondeu carinhosamente: É porque Jesus quer que você viva nesta
Cidade para ajudar as pessoas que passam andando e correndo com os seus
automóveis e, que não praticam a caridade e a solidariedade. A criança, naquela
mesma hora, correu, atravessou a rua e salvou um homem rico que ao descer do
carro, fora atropelado. E aí, a criança gritou de longe para o amigo idoso: É
assim, Jesus que é a pratica da caridade? …
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