A Humanidade
profana ainda ignora o curso iniciático da vida de Jesus em que José de
Arimatéia foi o seu guia dedicado e fiel.
O jovem Jesus,
além das intuições do mundo que a sua própria alma já aprendera, rebuscou todos
os movimentos espiritualistas e iniciáticos da época, na Judéia, e nações
circunvizinhas; motivo porque a sua vida é cheia de intervalos e períodos
desconhecidos dos seus mais fiéis biógrafos.
Ele investigava e fazia perguntas sobre todas as práticas da velha
iniciação habitual na Índia, no Egito e na Grécia, e seu Espírito assimilava,
com incrível rapidez, todo o conteúdo iniciático de cada escola. Descobria com
facilidade as raízes fundamentais do ritualismo simbólico e, embora jovem, os
seus conceitos já valiam tanto quanto a palavra de muitos Mestres de sua época.
Entre os essênios, Jesus se distinguia pelo profundo respeito a todos os credos
e movimentos espiritualistas; a sua apreciação ao trabalho religioso no mundo
era de absoluta universalidade. Os velhos anciãos dos santuários situados nas
grutas dos Montes Horeb, Carmelo, Moab e Tabor afirmavam que se tratava de um
jovem destinado a alguma extraordinária e importante missão entre os homens.
***
Jesus sentia
em si assombrosa e ardente força que o conduzia a um objetivo superior, de
implacável renuncia. Por vezes, antevia no íntimo da alma, a fugaz imagem do
seu futuro sacrifício programado pelo Alto. Mas, com o tempo, foi se habituando
a falar com absoluta confiança sob o impulso diretor do Ego Superior e, à
medida que o seu Espírito emergia cada vez mais lúcido, dominando a potência
escravizante da matéria, abriam-se lhe clareiras do entendimento espiritual em
favor da Humanidade.
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Certas máximas
evangélicas de Jesus eram verdadeiras traduções livres ou preceitos da mais
pura austeridade, tal como os ensinamentos da “porta estreita”, “ não ponhais a
candeia debaixo do alqueire” ou o conceito de “não saiba a vossa mão esquerda o
que dê a vossa mão direita”. O Capítulo 7 de Mateus, em seus 29 versículos,
elaborado para graduar as diversas fases da iniciação dos indivíduos admitidos
nos santuários maiores. Outra narrativa de grande relevo espiritual iniciático
é a parábola do “festim de bodas” quando ele compara o céu a um homem rei, o
qual manda lançar nas trevas exteriores o convidado que se achava à mesa do
banquete sem a veste nupcial. No entanto, apesar de certa obscuridade no relato
ou dificuldades no entendimento da essência velada pelo simbolismo, os Essênios
já conheciam a existência do períspirito (corpo espiritual), como atualmente
acontece aos espíritas.
Os indivíduos
recém-admitidos aprendiam, em sua iniciação, que só depois de o espírito vestir
a “túnica nupcial”, ou purificar o seu períspirito, é que ele poderia
participar do “banquete divino” da vida celestial, pois, em caso contrário,
assim como aconteceu na narrativa do “festim de bodas”, os que não vestirem tal
túnica serão lançados naturalmente nas regiões do astral inferior para se
purificarem de suas paixões humanas.
*
Como poderia
o Deus Criador, que existe sem ter sido criado, que não teve início e não tem
fim, Onisciente e Onipresente, que tudo vê e que em tudo está, omitir todos os
seus outros filhos, planetas, estrelas e constelações no Infinito do Cosmo,
para estar, momentaneamente, enclausurado e comprimido num limitado corpo
humano, numa partícula da Torrente Universal, no plano mais denso e pesado de
manifestação do Espírito?
Seu filho
mais Ilustre a pisar o solo terrestre, o Divino Mestre Jesus, mas não a Suprema
Divindade, Deus, no momento mais expressivo de sua estada entre nós, no
instante terminal do seu passamento de plano vibratório, revela seu amor à
Humanidade e ao Pai – a quem se devota demonstrando que Ele e a Suprema
Divindade não eram o mesmo ser, que o Pai de todos não estava limitado em si,
exclamando: “Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem”.
Em verdade,
o Cristo, o Divino Logos ou o Espírito Planetário da Terra, é anterior à
existência de Jesus de Nazaré. Embora entre os religiosos dogmáticos e
espiritualistas, inclusive mesmo a maioria dos espíritas se considere contra
senso ou ultraje que Jesus é uma entidade humana e o Cristo, o Logos, o
elemento Divino de que foi medianeiro, esta é a verdade impossível de ser
deturpada ou desmentida.
“Mas vós não
queirais ser chamados mestres, porque um só é o vosso Mestre, e vós sois todos
irmãos. Nem vos intituleis mestres; porque um só é o vosso Mestre – o Cristo!”
(Mateus, 23:8 e 10) – Verifica-se, claramente, a distinção que Jesus faz de si
e do Cristo.
O Cristo é
uma entidade arcangélica, o Logos Planetário Terrestre ou o Espírito Crístico
da Terra, cuja elevada frequência vibratória o torna impossibilitado de
qualquer ligação ou atuação direta nas
formas dos mundos materiais. Dai o motivo de a Técnica Celestial ter escolhido
o Espírito Jesus de Nazaré, entidade de elevado gabarito espiritual, e ainda
capaz de atuar na face da Terra e portadora das condições de transmitir o
pensamento do Espírito Planetário nesta compilação didática que é o Evangelho. O
Cristo vivifica o nosso Mundo e ilumina a Humanidade Terrena, assim como
acontece de modo semelhante com os demais Cristos Planetários de Júpiter,
Marte, Saturno e outros mundos.
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A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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