Enquanto Jesus
era um Crístico, os homens que o seguem se dizem “Cristãos”! Então, eles se
distinguem dos “não religiosos”, assim como fazem restrições às demais
organizações religiosas, eliminando o sentido universalista do próprio ensino
do Mestre Conselheiro! Daí as tendências separatistas entre os próprios
Cristãos, que se distinguem como católicos, protestantes, espíritas,
umbandistas, etc. No entanto, para os “crísticos”, Maomé, Buda, Krishna, Confúcio,
Zoroastro, Fo-Hi, Hermes, Orfeu, Kardec e o próprio Jesus, são apenas fontes
estimulantes do Amor Incondicional latente em todos os prolongamentos vivos do “Cristo
Espírito”!
Assim, como
o Cristão só admite o Cristianismo ou o Evangelho de Jesus, o Crístico vibra o
Amor latente em todos os códigos espirituais divulgados pelos demais
instrutores de Cristo, seja o “Bagavad–Gita” dos Hindus, o “Ching Chang Ching”
ou “Clássico da Pureza” dos Chineses, o “Torah” dos Judeus, o “Livro dos Mortos”
dos Egípcios, a Teologia de Orfeu dos Gregos, o Yasna de Zoroastro ou o “Al-Koran”
dos adeptos de Maomé. O Homem Crístico não se vincula com exclusividade a
qualquer religião ou doutrina espiritualista; ele vibra com todos os homens nos
seus movimentos de ascese espiritual, pois é adepto incondicional de uma só
Doutrina ou Religião – o Amor Universal! Ele vive descondicionado em qualquer
latitude geográfica, sem se algemar aos preceitos religiosos particularistas,
na mais pura efusão amorosa a todos os seres!
É avesso aos
rótulos religiosos do mundo, alérgico às determinações separatistas e para ele
só existe uma religião latente na alma – o AMOR!
***
A Índia, o
Egito e a Grécia, quando lembrados por Jesus, acendiam-lhe novas luzes e por
intuição, sentia que a sua alma já operara espiritualmente na consciência
desses Países. E a sua perspicácia em compreender as multidões, estudando-lhes
a psicologia e descobrindo-lhes as vulnerabilidade nos caprichos, no
sofrimento, na cupidez, astúcia e ingenuidade, tornava-o um pensador inigualável.
O Mestre
submetia tudo a exame meticuloso; as menores coisas eram por ele observadas sob
a visão clara do seu Espírito Universalista. Não situava adversários nem se
sentia alvo da perfídia, da ofensa ou das ingratidões para com a sua
generosidade mal compreendida; classificava o homem terreno segundo a sua
imprudência, no tocante a edificar sua ventura espiritual. Em Jerusalém, a sua
curiosidade insaciável fez com que visitasse curandeiros, cartomantes, magos,
sacerdotes e discípulos, profetizas e astrólogos, hipnotizadores e profetas,
escribas e ilusionistas, filósofos e doutrinadores, escravos e senhores. E de
suas observações resultou um conhecimento idôneo de todas as contradições
humanas. Então, constrangido, ele censurava a riqueza egoísta e os avarentos
endurecidos, que se esqueciam dos pobres e dos infelizes.
***
João Batista,
ateou fogo às ideias messiânicas de Jesus e fortaleceu ainda mais a inspiração benfeitora
dos Essênios. Na verdade, a força selvagem da austeridade de João Batista na
sua condenação implacável aos ricos, poderosos e corruptos, impressionou Jesus
e teve o dom de eliminar-lhe as últimas hesitações, convencendo-o de que também
estaria certo manifestando em público os mesmos sentimentos e preocupações
amorosas em favor da Humanidade. Embora Jesus tenha sofrido a influência
estimulante de João Batista, ele não lhe seguiu os passos quanto à sua ética
agressiva. A esta Jesus opôs a humildade, a brandura e a tolerância própria dos
Essênios. Embora ambos fossem sacrificados porque pretendiam a felicidade
alheia, João Batista morre pela sua obstinação em excomungar os reis, os
poderosos e afortunados, atraindo para si a ira e a vingança de tais
adversários.
***
A caneta dos
escritores mais exaltados e místicos descreve Jesus como um ser mitológico,
cuja vida fantasiosa discordou completamente dos acontecimentos e das
necessidades da vida humana. Num outro extremo, os inimigos figadais da
fantasia e apegados fanaticamente aos postulados “positivos” da ciência
terrena, biografaram Jesus à conta de um homem comum e indisciplinado, espécie
de líder de pescadores e camponeses, que fracassou na sua tentativa de rebelião
contra os poderes públicos a época. Os mais irreverentes chegam mesmo a
considerar que na atualidade o caso de Jesus seria apenas um problema de ordem
policial.
É muito
difícil, para tais escritores extremistas, compreenderem a situação exata, de
um anjo descido das esferas sublimes até situar-se em missão redentora nos
vales de sombras terrenas.
Jesus não
foi um homem miraculoso ou santo material, cujos gestos, palavras e atos só
obedeciam aos gestos celestiais decretados por Deus; mas, também, não era um
homem comum tomado de ambições políticas e desejoso das falsas glórias do mundo
materialista. Ele em hipótese alguma buscava o triunfo nos bens terrenos.
Em verdade,
onde terminava o Anjo começava o homem, sem romper o equilíbrio psicológico ou
discordar dos seus contemporâneos.
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
Nenhum comentário:
Postar um comentário