De um modo
geral, chama-se Alegria à emoção que traduz inconsciência ruidosa dos deveres
espirituais e que seria melhor designada pela palavra satisfação, relacionada
com sensações e não com sentimentos. É produzida pela libertação dos desejos
represados de expandir-se em toda gama de características pessoais, causando um
estado de euforia psíquica proveniente da exteriorização de sentimentos e
impulsos retidos. Porém, não é a esse mecanismo primitivo de satisfação que poderemos, com
propriedade, chamar de alegria. Refiro-me ao sentimento que proporciona ao ser
a consciência plena de sua união com a beleza e harmonia da vida. É
consequência da Fé nos próprios destinos e tem a força de afastar a um plano
secundário os obstáculos que parecem impedir a evolução. Pode ser definido como
a Paz conquistada através do reajustamento progressivo à vida espiritual
superior.
Sente-se
alegre a criança que se recolhe ao regaço materno, embora estivesse satisfeita momentos antes na
disputa dos jogos infantis com seus companheiros. Lá, porém, junto à segurança
do carinho materno, já desfruta alegria, pois sabe que recebe, sem limitações,
o amparo que é a renovação da sua alma.
Ao Espírito
sequioso de evolução, a alegria também é proporcionada através da certeza do
AMOR DIVINO a envolvê-lo. Libertando-se
do sentimento deprimente de culpa o Espírito vê o Universo em sua
grandiosidade, a inspirar-lhe a certeza da própria destinação divina, como
herdeiro dos bens da vida! Essa poderosa Fé em Deus e em seu próprio destino
desperta-lhe a alegria inebriante de participar da harmonia da Criação.
No entanto,
para serem concretizados os sonhos de evolução espiritual, não basta lançar-se
pelos caminhos da vida. É preciso preparar-se caminhando de modo adequado. Se
já sentiu os deveres espirituais que lhe cabem e os executa com persistência e
esforço mas sem alegria, estará agindo
como se fosse um possuidor de um veículo moderno e o atrelasse a animais de
tração.
O sentimento subconsciente de culpa impede-o de
utilizar o combustível da Fé e quando desejar seguir adiante, não conseguirá
locomover-se. Se, porém, desfazendo a falsa noção de culpa, consegue despertar
novamente a Fé em sua libertação espiritual, desfrutará a alegria de um
percurso suave em toda a jornada.
É
indispensável, pois, que o discípulo, ao recordar o passado, desenvolva a
capacidade de sentir essa pura alegria espiritual, compensando-o das profundas
angústias causadas pelas verdades amargas que se manifestam do subconsciente.
Para melhor contornar as dificuldades surgidas ao contato com os erros
cometidos é conveniente orientar-se pelo seguinte roteiro:
1 –
Aplicação total às construções positivas do momento que passa, com rejeição ao sentimento de culpa.
2 –
Apreciação da beleza do mecanismo da vida, trazendo-nos magníficas
oportunidades de renovação e fortalecimento da Fé no futuro.
3 –
Serenando a mente através da alegria do Progresso Espiritual, tendo em vista a
felicidade de estarmos incluídos na beleza do Universo.
Não neguemos
nossa participação na grandiosidade do conjunto universal por uma falsa noção
de humildade. Este sentimento sublime é uma vibração suave e doce, que invade a
alma de quem pode contemplar, em ESPÍRITO e VERDADE, a Obra do Eterno,
reconhecendo-se como parte integrante do grande Todo! Entreguemo-nos à atração
que exerce sobre nós a FORÇA CENTRAL DA VIDA pois a ela pertencemos.
Penalizemo-nos
de quem ainda não se situou nesses termos de Angelitude Potencial. Discípulos
que invadimos os segredos do passado, lembremo-nos de que as circunstâncias
passageiras, de desajuste não nos perturbarão a caminhada quando sentirmos a
alegria íntima do que somos!
Afinal é
oportuno e necessário definir o que somos. Seremos nós a soma dos enganos
passageiros que agasalhamos na mente?
Que terá
mais força: O PLANO DIVINO que nos criou para a realização maior ou os
equívocos que surgem a todo instante à nossa volta?
Seremos um
conjunto de pó e lama que restou do complicado panorama do passado ou o canal
receptor da água da vida que nos vem do CRIADOR?
Que
utilidade haveria em nos reconhecermos como usinas transformadoras da força em
opacidade de luz, se não nos impulsionarmos a utiliza-la com alegria,
amor e fé?
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY
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