sábado, 27 de maio de 2017

SEREMOS NÓS A SOMA DE ENGANOS PASSAGEIROS QUE AGASALHAMOS NA MENTE?


De um modo geral, chama-se Alegria à emoção que traduz inconsciência ruidosa dos deveres espirituais e que seria melhor designada pela palavra satisfação, relacionada com sensações e não com sentimentos. É produzida pela libertação dos desejos represados de expandir-se em toda gama de características pessoais, causando um estado de euforia psíquica proveniente da exteriorização de sentimentos e impulsos retidos. Porém, não é a esse mecanismo primitivo de satisfação que poderemos, com propriedade, chamar de alegria. Refiro-me ao sentimento que proporciona ao ser a consciência plena de sua união com a beleza e harmonia da vida. É consequência da Fé nos próprios destinos e tem a força de afastar a um plano secundário os obstáculos que parecem impedir a evolução. Pode ser definido como a Paz conquistada através do reajustamento progressivo à vida espiritual superior.
Sente-se alegre a criança que se recolhe ao regaço materno,  embora estivesse satisfeita momentos antes na disputa dos jogos infantis com seus companheiros. Lá, porém, junto à segurança do carinho materno, já desfruta alegria, pois sabe que recebe, sem limitações, o amparo que é a renovação da sua alma.
Ao Espírito sequioso de evolução, a alegria também é proporcionada através da certeza do AMOR DIVINO a envolvê-lo.  Libertando-se do sentimento deprimente de culpa o Espírito vê o Universo em sua grandiosidade, a inspirar-lhe a certeza da própria destinação divina, como herdeiro dos bens da vida! Essa poderosa Fé em Deus e em seu próprio destino desperta-lhe a alegria inebriante de participar da harmonia da Criação.
No entanto, para serem concretizados os sonhos de evolução espiritual, não basta lançar-se pelos caminhos da vida. É preciso preparar-se caminhando de modo adequado. Se já sentiu os deveres espirituais que lhe cabem e os executa com persistência e esforço  mas sem alegria, estará agindo como se fosse um possuidor de um veículo moderno e o atrelasse a animais de tração.
O  sentimento subconsciente de culpa impede-o de utilizar o combustível da Fé e quando desejar seguir adiante, não conseguirá locomover-se. Se, porém, desfazendo a falsa noção de culpa, consegue despertar novamente a Fé em sua libertação espiritual, desfrutará a alegria de um percurso suave em toda a jornada.
É indispensável, pois, que o discípulo, ao recordar o passado, desenvolva a capacidade de sentir essa pura alegria espiritual, compensando-o das profundas angústias causadas pelas verdades amargas que se manifestam do subconsciente. Para melhor contornar as dificuldades surgidas ao contato com os erros cometidos é conveniente orientar-se pelo seguinte roteiro:
1 – Aplicação total às construções positivas do momento que  passa, com rejeição ao sentimento de culpa.
2 – Apreciação da beleza do mecanismo da vida, trazendo-nos magníficas oportunidades de renovação e fortalecimento da Fé no futuro.
3 – Serenando a mente através da alegria do Progresso Espiritual, tendo em vista a felicidade de estarmos incluídos na beleza do Universo.
Não neguemos nossa participação na grandiosidade do conjunto universal por uma falsa noção de humildade. Este sentimento sublime é uma vibração suave e doce, que invade a alma de quem pode contemplar, em ESPÍRITO e VERDADE, a Obra do Eterno, reconhecendo-se como parte integrante do grande Todo! Entreguemo-nos à atração que exerce sobre nós a FORÇA CENTRAL DA VIDA  pois a ela pertencemos.
Penalizemo-nos de quem ainda não se situou nesses termos de Angelitude Potencial. Discípulos que invadimos os segredos do passado, lembremo-nos de que as circunstâncias passageiras, de desajuste não nos perturbarão a caminhada quando sentirmos a alegria íntima do que somos!
Afinal é oportuno e necessário definir o que somos. Seremos nós a soma dos enganos passageiros que agasalhamos na mente?
Que terá mais força: O PLANO DIVINO que nos criou para a realização maior ou os equívocos que surgem a todo instante à nossa volta?
Seremos um conjunto de pó e lama que restou do complicado panorama do passado ou o canal receptor da água da vida que nos vem do CRIADOR?
Que utilidade haveria em nos reconhecermos como usinas transformadoras da força em opacidade de luz, se não   nos impulsionarmos a utiliza-la com alegria, amor e fé?
                                                           ***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


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