domingo, 14 de maio de 2017

A DOR CUMPRE UMA FUNÇÃO MUITO IMPORTANTE EM NOSSA VIDA


Dante, no “Inferno”, estudou a ação específica corretiva das trajetórias erradas, caso por caso, a elas opondo a revirada para a correção da posição negativa ocasionada pela culpa.  Cada pecado é um caso de negatividade, eliminada pela reabsorção na positividade, conquistada por meio da dor. Por isso, a dor é um instrumento de libertação. A Lei de deus usa o método da dor para fazer o pecador compreender o seu erro, a fim de que não o repita.
Isso é necessário porque quem está em posição negativa não se apercebe, pelo fato de ver com forma mental negativa, o que lhe impede uma correta visão das coisas. Ele é o seu próprio ponto de referência e baseando-se numa correspondente visão distorcida, acredita estar com a verdade tendo direito a satisfazer-se, a seu modo negativamente. Então, choca-se com a Lei.
A reação desta é para eliminar a negatividade, e com a dor incluída em tal operação, salvar.
Por isso, quem é negativo, fatalmente provoca, por si, a reação corretiva de sua negatividade, funcionando automaticamente o processo de sua libertação.
Compreendendo esse mecanismo, dentro do qual funciona a vida do indivíduo, que conduta deverá ele ter para alcançar com o menor dano e maior vantagem possível, o caminho da evolução libertadora para sua salvação imposta pela vida? Dado que ninguém pode fugir a esse dever, pois é para seu bem, o indivíduo inteligente, como é natural, procura cumpri-lo, pelo modo mais conveniente e lucrativo. Isso é o que queremos aqui explicar.
Trata-se de saber executar este trabalho eliminando o mais possível a dor e conquistando o máximo de felicidade. A dor cumpre uma função muito importante em nossa evolução. Ela é a campainha de alarme que nos adverte onde está o erro, isto é, a negatividade, que é necessário corrigir. Ela tem a finalidade defensiva, portanto, salutar, porque toda negatividade é uma ameaça contra a vida. Mesmo quando nos faz sofrer, ela nos protege e é para proteger-nos que nos faz sofrer. Se o fogo não queimasse não seria evitado, mesmo quando nos matasse.
Dessa forma, a vida consegue manter-nos na ordem, fixando os limites ao gozo que provém do uso das coisas. Se nos excedemos, como somos levados a acreditar que, aumentando a dose, obtêm-se o aumento de prazer, acontece o contrário: encontramos a sua diminuição, até tornar-se sofrimento. Com este procedimento, a vida nos avisa do erro, forçando-nos a corrigi-lo. Eis que a dor representa um sistema defensivo, usado pela vida para nos proteger contra o mal, a nós prejudicial. É ainda um aspecto da sabedoria e bondade da vida, exatamente onde parece mais difícil vê-la.
Este é o rendimento útil da dor. Mas de onde deriva a sensação dolorosa? Que fato a produz? O que a produz é o fato de se tratar de uma operação cirúrgica de correção necessária da trajetória executada em direção errada por um feixe de forças, que não tencionam ceder a mudar de direção.
A negatividade, lançada como tal, que permanecer como é, como faz o câncer, continuando a desenvolver-se. Chega-se a sua diminuição ou eliminação, atacando-se sua vitalidade, ainda que negativa, significando andar em direção à morte.
A dor resulta da asfixia provocada por este tipo de vida. De fato, a negatividade busca o prazer no aumento de si mesma, isto é, do erro e do vício. Esta, porém, é uma vitalidade invertida, que leva à morte; é prazer doentio que leva à dor. Então, a vida deve corrigir com a dor este prazer doentio, para salvar o indivíduo, levando-o ao gozo verdadeiro, que é somente o positivo, segundo a ordem da Lei de Deus. Eis como dois elementos opostos do bem e do mal universal entrelaçam-se em um jogo de compensações. Em vista disso, vejamos como o indivíduo deve comportar-se dentro desse mecanismo para evitar a dor o mais possível e vice-versa. Eis como poderemos nos comportar logicamente.
O primeiro passo consiste em individualizar, com um severo exame de auto psicanálise, os pontos de negatividade da própria personalidade, sem se deixar enganar pelo astuto subconsciente que procura escondê-los. Nessa operação, é necessário procurar ver e julgar, não com a visão distorcida da negatividade, mas com a correta, da positividade.
Infelizmente, fazer esse exame não é coisa fácil, porque pressupõe qualidades introspectivas e uma certa maturidade psicológica, razão pela qual o momento de correção e salvação, frequentemente não pode ser iniciado. Por isso, a vida, não podendo por imaturidade do indivíduo usar o método inteligente da compreensão, nem podendo renunciar à salvação dessa pessoa, é obrigada a usar, com esta finalidade, o duro método da provação que nada mais é do que situação aflitiva, penosa.
O segundo passo consiste em preparar-se para executar, espontaneamente, a operação dolorosa de correção da trajetória errada, se esperar a intervenção enérgica por parte da Lei de Deus, que é tanto mais dolorosa quanto maior a força imposta, devido à rebeldia do indivíduo. Trata-se de trabalhar de acordo com a Lei, secundando lhe a ação corretiva, em vez de resistir-lhe.
É necessário compreender que a Lei nos protege e que é de nosso interesse segui-la, sendo nosso prejuízo resistir-lhe, porque ela não nos constrange a fazer à força o que poderíamos fazer pacificamente, obedecendo-lhe. É necessário compreender que, se não a seguimos, arruinamo-nos. Para não acontecer isso, ela nos constrange.
Nisso, um cérebro de tipo negativo, exatamente por ser assim, pode ver maldade e vingança.
Perguntamos: é mau cirurgião que nos opera para nos salvar, nos dando vida e saúde? É exatamente porque o indivíduo está doente de negatividade, não compreende a bondade do cirurgião, resistindo-lhe. Este, sabendo que a operação é necessária para salvar o doente, amarra-o ao leito e opera-o à força deixando-o gritar, mas salvando-o.
Com um ser que não quer se salvar, mas a Lei Divina quer salva-lo, que pode fazer esta senão salvá-lo à força?
Com o sistema de compreensão do problema e espontânea adesão à Lei, consegue-se o resultado de correção com muito menos trabalho. O esforço evolutivo, então, dá muito maior rendimento. Não somos mais penitentes encarcerados, mas seres livres e conscientes, colaboradores da Lei de Deus. Este sistema de autodirigir-se, vivendo uma vida planejada por si mesmo, seguindo a Lei com conhecimento, leva a percorrer, como menos fadiga, o caminho da evolução. Sistema inteligente que será seguido pelo ser humano evoluído do futuro.
Assim esperamos que esse futuro ocorra de modo sensivelmente amoroso, fervoroso, para que o Espírito encarnado consiga vencer mais inteligentemente, neste século XXI de grandes transformações.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


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