sexta-feira, 19 de maio de 2017

O SENTIMENTO DE SOLIDARIEDADE



Todos os seres estão ligados uns aos outros e se influenciam reciprocamente. O Universo inteiro está submetido à Lei de Solidariedade.
Os Mundos nas profundezas do Éter, os astros que, a milhares de léguas de distância, entrecruzam seus raios de prata, conhecem-se, chamam-se e respondem-se.
Uma força de denominamos atração,  os reúne através dos abismos do espaço. De igual maneira, na escala da vida, todas as Almas estão unidas por múltiplas relações.
A Solidariedade que as liga funda-se em identidade de sua natureza, na igualdade de seus sofrimentos através dos tempos, na similitude de seus destinos e de seus fins.
A  exemplo dos astros dos céus, todas essas Almas se atraem. A matéria exerce sobre o Espírito seus poderes misteriosos. A alma humana sente todas as atrações da vida inferior; ao mesmo tempo percebe os chamados do Alto.
Nessa penosa e laboriosa evolução que arrasta os seres, há um fato consolador sobre o qual é bom insistir; em todos os graus de sua ascensão, a Alma é atraída, auxiliada, socorrida pelas entidades superiores. Todos os espíritos em marcha são auxiliados por seus irmãos mais adiantados e devem auxiliar, por sua vez, todos os que lhes estão abaixo.
Cada individualidade forma um anel de grande cadeia dos seres. A Solidariedade que os liga pode muito bem restringir um tanto de liberdade de cada uma; mas se esta liberdade é limitada em extensão, não o é na intensidade.
Por mais limitada que seja a ação do anel, um só de seus impulsos pode limitar toda a cadeira.
É maravilhosa essa fecundação constante do mundo inferior pelo mundo superior. Daí  vêm todas as intuições geniais, as inspirações profundas, as revelações grandiosas. Em todos os tempos, o pensamento elevado irradiou no cérebro humano.
Deus, em sua retidão, nunca recusou seu socorro, nem sua luz a raça alguma, a povo algum. A todos tem  enviado guias, missionários, profetas. A verdade é uma só e eterna; ela penetra na Humanidade por irradiações sucessivas, à medida que nosso entendimento se torna mais apto para assimilá-la.
Cada revelação nova é continuação da antiga. É este o caráter do Espiritismo, que traz um ensinamento, um conhecimento mais completo do papel do ser humano, uma revelação dos poderes ocultos que ele possui e também de suas relações íntimas com o pensamento superior e divino.
O Homem, Espírito Encarnado, tinha esquecido seu verdadeiro papel. Sepultado na matéria, perdia de vista os grandes horizontes de seu destino; desprezava os meios de desenvolver seus recursos latentes, de se tornar mais feliz, tornando-se melhor. A revelação nova lhe vem lembrar todas essas coisas. Vem despertar as Almas adormecidas, estimular sua marcha, provocar sua elevação. Ela ilumina os recônditos obscuros do nosso ser, diz nossas origens e nossos fins, explica o passado pelo presente e abre um tempo que há de vir que temos a liberdade de tornar grande ou miserável, segundo nossos atos.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


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