Os bombeiros
chegaram e salvaram o Inácio do perigo. Imediatamente foi conduzido ao pronto
socorro mais próximo, foi examinado e tratado. Como havia perdido os documentos
e o pouco dinheiro, foi levado até a sala de contabilidade do hospital onde o
médico de plantão deu-lhe uma pequena quantia para condução e refeição, pedindo
que voltasse no dia seguinte para uma entrevista com o Chefe de Recursos
Humanos a fim de garantir trabalho, moradia, plano de saúde. Ficou tão surpreso
com toda a benevolência que se ajoelhou aos pés do médico.
Como podemos
observar, em todo pensamento, em toda obra há ação e reação e esta é sempre
proporcional em intensidade à ação realizada. Por isso pode-se dizer: O ser
colhe exatamente o que semeou. Enquanto Inácio usava violência contra si mesmo,
anulando-se no amor pela vida; vê-se num impulso rápido que está adquirindo o
sentimento de sua importância moral. Num acesso de perseverança da inteligência
sobre o emocional ocorre a sua conversão mais fácil e destrói de vez os
sofrimentos do homem viciado, passando a se lembrar de sua criação nos moldes
da Doutrina Espírita. Os lamentos do Espírito, suas preocupações com o futuro,
faziam com que gritasse por socorro e aguardava temeroso; pois sabia que as
trevas são para o Espírito: a ignorância, o vazio e o horror do desconhecido...
Eu não posso caminhar nesse compasso...
A respeito
dessa obscuridade, temos a seguinte explicação: “ O períspirito (corpo
espiritual fluídico) possui por natureza uma propriedade luminosa que se
desenvolve sob o império da atividade e das qualidades da Alma. Poderíamos
dizer que essas qualidades são para o
fluido perispiritual o que a fricção é para fósforo. O brilho da luz está em
razão da pureza do Espírito; as menores imperfeições morais a obscurecem e a
enfraquecem. A luz que irradia de um Espírito é, assim, tanto mais viva quanto
este seja avançado. O Espírito sendo, de alguma sorte, o seu farol, vê mais ou
menos segundo a intensidade da luz que produz; de onde resulta que aqueles que
nada produzem estão na obscuridade”.
Como podemos
observar, Inácio estava nas trevas
psíquicas, e portanto, adormecia nos limbos da inconsciência. Uma verdadeira
noite nebulosa da alma, comparável à obscuridade da qual está marcada a
inteligência do idiota. Não é uma loucura da alma, mas uma inconsciência dela
mesma e do que a cerca. Ele duvidou do destino do seu ser, acreditou no nada.
Ignorante de si mesmo e de seu destino. No entanto, esse seu estado não seria
permanente devido a Lei do Progresso, todos tem direito de evoluir,- cedo ou tarde;
na atual reencarnação ou numa futuro.
Quando
Inácio redescobre Deus dentro de si, percebe que Deus, foco de inteligência e
de amor, é tão indispensável à vida interior, quanto o sol à vida física! É
dele que emana essa força, às vezes energia, pensamento, luz, que anima e
vivifica todos os seres. Quando se pretende que a ideia de Deus é inútil,
indiferente à Natureza e à vida.
No momento
que Inácio percebeu pela comunhão de pensamento, pela elevação da Alma a Deus,
produziu-se uma penetração continua, uma fecundação moral do ser, uma expressão
gradual das potências nele encerradas, porque essas potências, pensamentos e sentimento, não
podem revelar-se e crescer senão por altas aspirações, pelos transportes do
nosso coração. Fora disso, todas essas
forças latentes dormitam em nosso íntimo, conservam-se inertes, adormecidas!
Inácio,
tornou-se um homem trabalhador, caridoso, um espírita convicto de suas tarefas
na seara do bem e do amor ao próximo. Voltou para o lar e foi acolhido com
alegria e amor por sua esposa, filhos e cunhados. Todos festejaram o seu
retorno e as mudanças conquistadas. Diariamente reuniam-se para o curso do
Evangelho no Lar, a pedido de Inácio, a fim de fortalecerem-se e avaliarem os
resultados do trabalho realizado com os moradores de rua, na ONG da Dona
Isaura, uma Assistente Social que trabalhava no hospital, onde Inácio foi
tratado e depois registrado como
Auxiliar Administrativo. Fez amizade com Dona Isaura, deu muitas ideias
para o tratamento dos drogados, ganharam um galpão e ali recolhiam os moradores
de rua para fazer as refeições e receberem ajuda psicológica com palestras,
terapia ocupacional. Ao Inácio e família coube a parte doutrinária com a
leitura do Evangelho, passes e orações. Todos reconfortados, agradecidos e bem
orientados.
Depois que
Inácio descobriu sua Fé em Deus, passou a orar muito. A oração diária e em
silêncio era sua companheira inseparável. A nossa explicação a respeito da
palavra oração é que ela é a forma, a expressão mais potente da comunhão
universal. A oração não é o que tantas pessoas supõem: uma recitação frívola,
um exercício monótono e muitas vezes repetitivo. Não! Toda prece sendo
verdadeira na direção do Alto, mesmo a prece improvisada, faz com que a nossa
Alma se transporte às regiões superiores; ai encontra apoio, ai as forças do
Amor Supremo transformam-se em luzes para a Alma aquecer seu eterno elo com o Divino.
Aqueles que desconhecem Deus, não podem conhecer, nem compreender esse apoio,
essa potência.
Quando
ramos, nós voltamos para o SER ETERNO, expomos nossos pensamentos e nossas
ações, para que sejam submetidos à Sua lei, e fazer da Sua Vontade a regra de
nossa vida. É através da oração que encontramos a paz do coração, a satisfação
da consciência. A oração é indiscutivelmente, o maior bem interior, o mais
imperecível de todos os bens. Quem despreza a oração, desconhece o que há de
maior que é a comunhão com a Alma do Universo,
com esse foco de onde irradiam para sempre a inteligência e o amor;
despreza também as potência interiores que fazem a nossa verdadeira riqueza.
Por isso digo e repito sempre: FELIZES OS QUE SABEM ORAR! Pelo poder da oração
fazemos nossa elevação, nossa glória, nossa ventura.
A “VARINHA
MÁGICA” DE LUÍZA CONY
Nenhum comentário:
Postar um comentário