sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O SER COLHE EXATAMENTE O QUE SEMEOU PARTE II


Os bombeiros chegaram e salvaram o Inácio do perigo. Imediatamente foi conduzido ao pronto socorro mais próximo, foi examinado e tratado. Como havia perdido os documentos e o pouco dinheiro, foi levado até a sala de contabilidade do hospital onde o médico de plantão deu-lhe uma pequena quantia para condução e refeição, pedindo que voltasse no dia seguinte para uma entrevista com o Chefe de Recursos Humanos a fim de garantir trabalho, moradia, plano de saúde. Ficou tão surpreso com toda a benevolência que se ajoelhou aos pés do médico.
Como podemos observar, em todo pensamento, em toda obra há ação e reação e esta é sempre proporcional em intensidade à ação realizada. Por isso pode-se dizer: O ser colhe exatamente o que semeou. Enquanto Inácio usava violência contra si mesmo, anulando-se no amor pela vida; vê-se num impulso rápido que está adquirindo o sentimento de sua importância moral. Num acesso de perseverança da inteligência sobre o emocional ocorre a sua conversão mais fácil e destrói de vez os sofrimentos do homem viciado, passando a se lembrar de sua criação nos moldes da Doutrina Espírita. Os lamentos do Espírito, suas preocupações com o futuro, faziam com que gritasse por socorro e aguardava temeroso; pois sabia que as trevas são para o Espírito: a ignorância, o vazio e o horror do desconhecido... Eu não posso caminhar nesse compasso...
A respeito dessa obscuridade, temos a seguinte explicação: “ O períspirito (corpo espiritual fluídico) possui por natureza uma propriedade luminosa que se desenvolve sob o império da atividade e das qualidades da Alma. Poderíamos dizer que essas qualidades são  para o fluido perispiritual o que a fricção é para fósforo. O brilho da luz está em razão da pureza do Espírito; as menores imperfeições morais a obscurecem e a enfraquecem. A luz que irradia de um Espírito é, assim, tanto mais viva quanto este seja avançado. O Espírito sendo, de alguma sorte, o seu farol, vê mais ou menos segundo a intensidade da luz que produz; de onde resulta que aqueles que nada produzem estão na obscuridade”.
Como podemos observar, Inácio estava  nas trevas psíquicas, e portanto, adormecia nos limbos da inconsciência. Uma verdadeira noite nebulosa da alma, comparável à obscuridade da qual está marcada a inteligência do idiota. Não é uma loucura da alma, mas uma inconsciência dela mesma e do que a cerca. Ele duvidou do destino do seu ser, acreditou no nada. Ignorante de si mesmo e de seu destino. No entanto, esse seu estado não seria permanente devido a Lei do Progresso, todos tem direito de evoluir,- cedo ou tarde; na atual reencarnação ou numa futuro.
Quando Inácio redescobre Deus dentro de si, percebe que Deus, foco de inteligência e de amor, é tão indispensável à vida interior, quanto o sol à vida física! É dele que emana essa força, às vezes energia, pensamento, luz, que anima e vivifica todos os seres. Quando se pretende que a ideia de Deus é inútil, indiferente à Natureza e à vida.
No momento que Inácio percebeu pela comunhão de pensamento, pela elevação da Alma a Deus, produziu-se uma penetração continua, uma fecundação moral do ser, uma expressão gradual das potências nele encerradas, porque essas  potências, pensamentos e sentimento, não podem revelar-se e crescer senão por altas aspirações, pelos transportes do nosso coração. Fora disso,  todas essas forças latentes dormitam em nosso íntimo, conservam-se inertes, adormecidas!
Inácio, tornou-se um homem trabalhador, caridoso, um espírita convicto de suas tarefas na seara do bem e do amor ao próximo. Voltou para o lar e foi acolhido com alegria e amor por sua esposa, filhos e cunhados. Todos festejaram o seu retorno e as mudanças conquistadas. Diariamente reuniam-se para o curso do Evangelho no Lar, a pedido de Inácio, a fim de fortalecerem-se e avaliarem os resultados do trabalho realizado com os moradores de rua, na ONG da Dona Isaura, uma Assistente Social que trabalhava no hospital, onde Inácio foi tratado e depois registrado como  Auxiliar Administrativo. Fez amizade com Dona Isaura, deu muitas ideias para o tratamento dos drogados, ganharam um galpão e ali recolhiam os moradores de rua para fazer as refeições e receberem ajuda psicológica com palestras, terapia ocupacional. Ao Inácio e família coube a parte doutrinária com a leitura do Evangelho, passes e orações. Todos reconfortados, agradecidos e bem orientados.
Depois que Inácio descobriu sua Fé em Deus, passou a orar muito. A oração diária e em silêncio era sua companheira inseparável. A nossa explicação a respeito da palavra oração é que ela é a forma, a expressão mais potente da comunhão universal. A oração não é o que tantas pessoas supõem: uma recitação frívola, um exercício monótono e muitas vezes repetitivo. Não! Toda prece sendo verdadeira na direção do Alto, mesmo a prece improvisada, faz com que a nossa Alma se transporte às regiões superiores; ai encontra apoio, ai as forças do Amor Supremo transformam-se em luzes para a Alma aquecer seu eterno elo com o Divino. Aqueles que desconhecem Deus, não podem conhecer, nem compreender esse apoio, essa potência.
Quando ramos, nós voltamos para o SER ETERNO, expomos nossos pensamentos e nossas ações, para que sejam submetidos à Sua lei, e fazer da Sua Vontade a regra de nossa vida. É através da oração que encontramos a paz do coração, a satisfação da consciência. A oração é indiscutivelmente, o maior bem interior, o mais imperecível de todos os bens. Quem despreza a oração, desconhece o que há de maior que é a comunhão com a Alma do Universo,  com esse foco de onde irradiam para sempre a inteligência e o amor; despreza também as potência interiores que fazem a nossa verdadeira riqueza. Por isso digo e repito sempre: FELIZES OS QUE SABEM ORAR! Pelo poder da oração fazemos nossa elevação, nossa glória, nossa ventura.
                                              
A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY


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