terça-feira, 21 de abril de 2015

O QUE ESPERAMOS DE NÓS MESMOS? CAPITULO III - MOTIVAÇÃO - O TEMA DO MOMENTO PRIMEIRA PARTE


Certa manhã, eu andava descalça pela grama do jardim, quanto mais pisava naquele verde de felicidade e ternura, sentia o Cristo em mim. Tudo significava amor em mim, tudo o que mais queria sentir estava ao meu alcance. De repente, deparei-me com um pássaro ao meu lado, pisando calmamente na grama macia, parecíamos parceiros de caminhada. Quanto mais admirava-o, mais sentia aquele imenso amor tomar conta de mim. Seguia meu caminho  em silêncio e o pássaro também parecia estar sentindo o mesmo amor silencioso, unindo-nos com a natureza. Bruscamente, lembrei-me de três jovens amigas que me escreveram uma carta pedindo orientação espiritual. Ceci, Fani e Graci estavam desmotivadas para a vida profissional e pessoal, pois fazia pouco tempo que suas mães que eram também amigas, desencarnaram num acidente de avião, após terem passado as férias no Sul da França, ao lado de suas queridas filhas.

Sem rumo na vida, as três amigas reconheceram que haviam perdido parte da presente existência, com assuntos frívolos, nunca tiveram uma religião nem se interessavam pelo verdadeiro sentido da vida. Queriam multiplicar a fortuna que seus pais deixaram, tão logo nasceram. Estudaram em bons colégios mas fugiam das aulas para namorar às escondidas.

Na carta, a emoção estava viva em cada linha, e eu sentia uma enorme vontade de chorar e de auxiliá-las, com orações e com a resposta à carta que certamente viria do guia espiritual Abel Monsenhor.
Ceci lembrou da cara, que conversava muito com sua mãe dona Rafaela, sobre o desejo de ser professora de crianças deficientes mas acabou tornando-se alto executiva de uma empresa espanhola e mudou-se para a Espanha, perdendo o contato diário com a mãe e as amigas.

Logo em seguida, foi a vez de Fani escrever sobre sua mãe, dona Maria Eduarda, que lhe dizia, que era muito fechada e tinha um jeito sério de encarar a vida e que isso a faria mais sujeita à solidão e á falta de visão profissional. Contudo, até que se deu em, depois de prestar vestibular para Ciência Políticas, indo estudar no Canadá, e lá teve o inesperado sucesso profissional. “Minha mãe, sempre que podia, fazia surpresa, passava algumas semanas comigo, o que me proporcionava imensa alegria.”

Na vez de Graci comentar sobre sua adorada mãe, dona Georgia, pareceu-me trêmula para fazer o relato, porém conseguiu expressar sobre o companheirismo da mãe, dizendo que tudo nela, revelava descontração, alegria de viver e de estar sempre disposta a ajudar Graci nas tarefas da faculdade de Ciências econômicas. Dona Georgia e Graci sonhavam com uma grande empresa de informática, e, acabou acontecendo, porém Graci precisou ir morar na Inglaterra, a convite de um escritório de contabilidade.
Trechos da carta: “ Nas férias ou no natal, procurávamos ficar todas juntas como uma família unida, a alegria redobrava com os presentes, festas e passeios. Tudo era muito divertido para todas nós. Entretanto, nossas mães se preocupavam demais conosco, pois não pensávamos em formar família, queríamos projeção profissional, viagens ao redor do mundo e, muito, muito amor das nossas mães.

Agora, estamos nos sentindo derrotadas, desequilibradas emocionalmente, pretendemos abandonar nossos empregos e assumirmos a direção das lojas de artesanatos de nossas mães, pois era o que mais nos pediam. Não conseguimos  até o momento, fazer orações, pois não temos nenhum vínculo religioso, no entanto, estamos desejosas por uma orientação espiritual, quem sabe nossas mães manifestem-se através da psicografia.”

Com esses pensamentos, procurei aumentar os passos e o pássaro voou para uma árvore bem alta do meu jardim. Resolvi então, parar a caminhada matinal, recolhendo-me para ler as outras cartas sobre a mesa e encontrei uma nova carta das três amigas, aliás, três longos relatos de Ceci, Fani e Graci.

Antes de dar início à leitura, reclinei-me timidamente sobre a mesa de trabalhos, como uma súplica aos céus, e senti vagarosamente, a chegada da luz e do cântico de pensamentos elevados como sinfonias, que não tem limite nem medida. É a voz dos Grandes Espíritos em humildade e simplicidade, que nos trazem as suas ternuras e as suas experiências. E assim nasceu esta oração para as três amigas procurarem aprender a amar a vida e compreenderem os desígnios de Deus Pai.

ORAÇÃO DA MOTIVAÇÃO

Cristo! Tu és a bondade que acaricia,
O amor que inflama,
A luz que guia.
És também a prova que me cabe,
Para meu bem
A dor que me liberta,
A morte que me restitui a vida.

Tudo Tu és, ó Senhor!
Seja por meio da dor,
Da alegria, do amor,
- É sempre a Tua mão que me guia
Para a única meta, que és Tu.
Que animes ou castigues,
Que nos dá amor ou dor,
Sempre atrais tudo a Ti,
Como suprema razão de vida.

Ó Cristo!
O que esperamos de nós mesmos?
Estamos buscando por Ti,
Como motivação para continuarmos vivendo.
Nosso trabalho interior
Será  motivado
Pelo Teu Supremo amor.

Com o Senhor, vamos iniciar
Um novo processo de conhecimento do amor
Que exigirá força de vontade,
Obediência, fé e ação.

Ó Cristo!
O senhor é o sinal sensível
Do nascimento da nossa motivação.
É contigo que aprenderemos
O progresso espiritual e moral.

Cada dor
Não nos será uma derrota,
Mas a lenta marcha
Para a familiarização com as leis Morais,
Nossas maiores riquezas
A  serem conquistadas
De hoje em diante.

Tentaremos rasgar o véu
Do nosso templo interior.
Na verdade, Tu és
A nossa contínua motivação,
Porque estás acima
De todas as ascensões humanas.

Assim se realize em nós!



Soou forte o grito das três amigas, Ceci, Fani e Graci. O grito e a resposta do Cristo com uma inicial surpresa sinceramente agradável.

As amigas, nas dores, nos momentos da alma, nas referências miúdas, como grãos de areia, nas grandes confissões de suas vidas, na ausência de fé; mas o compromisso sério assumido na mente, no coração e na alma, afloram nas páginas da longa carta. Tudo pode ser identificado e compartilho com o Plano Espiritual com uma semelhante sensibilidade e marcante vontade de motivá-las a pronunciar “sim” para a renovação íntima, sem medo de percorrer as montanhas do próprio ser, tropeçar nos declives do ego, desesperar-se pela dor da saudade, surpreender-se com a violência das luxúrias, querer esmagar com as próprias mãos as ruínas emocionais, sentir o tom irado da inteligência por não saber adaptar-se ao convite para orar em silêncio, conversar com o Cristo vivo e silencioso que nos diz sobre o amor com expressiva convicção de fé. Um Cristo silencioso que deve ser a alegria para nós. E porque Ele fala e fala de tantas maneiras hoje também, como sempre.

Esta é a nossa tarefa urgente, dentro do Espiritismo Cristão. Todos nós precisamos tanto reencontrar a motivação na oração, hoje, nossa oração de cada dia, a oração pessoal, a oração comunitária, a oração que surge com a vida e se compromete com o mundo.

Graças ao trabalho intenso e disciplinar do nosso Guia Espiritual Abel Monsenhor, pude ter a satisfação de psicografar , mais de 1.500 mensagens que compuseram o Livro “A Voz do Cristo Dentro de Ti”,  e fizeram com que eu pudesse aprender a aproximar-me do Cristo, o que  na  verdade, continuo aprendendo.  Mas não resta dúvida, é difícil aproximar-se do Cristo, sempre revestidos de festa, de diversões; há dias de luto, de morte, de guerra. Há gritos de desesperos. Há lágrimas que correm e feridas que sangram. Há festa na vida, há alegria, há paz, mas tudo se mistura com a dor e com a insegurança dos pobres. No entanto, necessitamos acreditar nas mudanças do progresso e na esperança que me faz achar que o sol de manhã será mais  luminoso e brilhante do que o de hoje. Essa é a motivação que encontro na oração, na qual, sinto-me feliz, compreendida, amada por Cristo e amando-O.  Reencontrando-O como se estivesse espelhando-me numa límpida e clara lagoa, descobrindo-O, vendo refletidos os traços do seu rosto e do seu coração.

Através da meditação das orações, saibamos sentir a mão do Cristo que nos convida ao TEA DO MOMENTO – MOTIVAÇÃO, e assim poderemos nos encontrar com o Cristo dentro de nós, e ao mesmo tempo a sua mão forte que nos empurra, sem possibilidade de fuga, na luta cotidiana, onde muitos são chamados e poucos escolhidos.  Para esclarecer melhor, deixamos aqui um trecho do Evangelho Segundo  o Espiritismo: - “Mas não basta ser convidado; não basta levar o nome de cristão, nem se assentar à mesa para tomar parte no baquete celestial; é preciso, antes de tudo, e como condição expressa, estar revestido com a roupa nupcial, quer dizer, ter pureza de coração e praticar a Lei segundo o Espírito; ora, essa lei está inteiramente nestas palavras: Fora da Caridade não há salvação. Mas, entre todos aqueles que  ouvem a palavra do Cristo, quão poucos há que a guardam e a praticam! Quão poucos se tornam dignos de entrar no reino dos céus! Por isso, o Cristo disse: Haverá muitos chamados e poucos escolhidos.”

Ouvimos e aprendemos que, com a chegada do Cristo, o divino escancara as portas, e se despeja em jorros pela terra, os diques ruem e a inundação começa. Será continua. Os opostos, Terra e Céu, se atraem, são campos de forças contrárias que têm necessidade de se equilibrar compensando-se e fundindo-se.  A maré da dor humana saia de baixo, prostada e invocante, alta e terrível, devorado distâncias, destruindo obstáculos interpostos sobre a rota. A dor eleva o destino dos povos, motivando-os e os torna mais dignos. O Amor Divino sentiu este levantamento do desejo, este  crescer de aspirações e o turbilhão celeste se projetou, ansioso pelo contato; as duas espirais tocaram-se e Cristo apareceu como um raio entre o Céu e a Terra; o Divino desceu no homem, para que o humano fosse arrebatado ao Divino.
Assim Cristo se introduz, como força cósmica, no centro da evolução humana, influi decisivamente sobre o desenvolvimento do fenômeno espiritual – e se inicia uma fase de evolução que se dirige ao Divino. Um mundo novo, feito de sentimentos e de aspirações, antes ignoradas, começa a revelar-se, saindo da profundidade da ala. É a manifestação divina á qual Cristo dera o impulso inicial.

O Espiritismo Cristão é o motor que faz gerar a força divina do Cristo, para que o homem se renove interiormente para senti-Lo, amá-Lo de verdade e viver sem fronteiras, as aspirações da alma motivada pelas revelações espíritas no rumo do verdadeiro aperfeiçoamento – o sentido da vida na Terra.



Foi com esta motivação, que oferecemos nossos serviços mediúnicos para auxiliar essas três amigas – irmãs Ceci, Fani e Graci, a se reequilibrarem no amor e na esperança de uma vida farta de dignidade e bens morais, para sentirem alegria e praticarem a caridade, de modo a melhor viver e ir aperfeiçoando-se. Olhando o Céu e crendo no amor divino que as une em Espírito com suas mães. Acreditarem com o passar do tempo, que a doutrina Espírita faz com que a palavra dos Espíritos Desencarnados – manifeste-se e ofereça uma nova luz no caminho, culminando com a vida eterna, com o reencontro pela pluralidade das existências.

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