Mais uma vez, volto o meu olhar para os estudos que venho
fazendo com relação ao conjunto de atendimentos às pessoas que me procuraram
como Médium Psicógrafa Espírita Kardecista.
O título que aqui escolho é voltado especialmente para
alguns homens que passaram longo tempo de suas vidas ao trabalho profissional,
à estabilidade financeira, sem olharem para dentro de si mesmos, porque o TER
era a meta, o êxito, a conquista material para exibir para a família, amigos e
colegas de trabalho. Sem sequer fazer uma autoanálise cuidadosa, uma reflexão
periódica a respeito dos valores reais e aparentes, e sobre os objetivos da
vida, para realmente perceber em si, a harmonia para o êxito real do SER.
Na área dos conflitos psicológicos, a competição surge,
quase sempre, como estímulo, a fim de fortalecer a combalida personalidade do
indivíduo que, carente de criatividade, apega-se às experiências exitosas que
outros realizaram, para impor-se, e, assim, enfrentar as próprias dificuldades,
escamoteando-as com o esforço que se aplica na conquista do que considera meta
de triunfo. Ambicionando a realização pessoal e temendo o insucesso que, afinal
é um desafio à resistência moral e às sua perseverança no ideal, prefere
disputar as funções e cargos à frente, sem qualquer escrúpulo, em luta
titânica, na qual se desgasta, esperando compensações externas, monetárias e de
promoção social, assim massageando o ego, ambicioso e frágil.
O homem que age desta forma está sempre um passo atrás da
sua vítima provável, que de nada suspeita e ajuda-o, estimula-o até padecer-lhe
a injunção ousada quão lamentável. Por sua vez, o triunfador não se apercebe
que, no degrau deixado vago, já alguém assoma utilizando-se dos mesmos
artifícios ou mascarando-os com os olhos postos nos seu trono passageiro. A competição
saudável, em forma de concorrência, fomenta o progresso, multiplica as opções,
abre espaços para todos que, criativos, propõem variações do mesmo produto,
novidades, ideias originais, renovação de mercado.
De outra forma, as personalidades conflitantes, arquitetando
planos de segurança, apegam-se ao trabalho que realizam, às empresas onde
atuam, crendo-se indispensáveis, responsáveis pelo primeiro lugar que
conseguiram com sacrifício. Somente se sentem felizes e compensadas quando discutem
o seu trabalho, a sua execução, a sua importância. O lar, a família, o repouso,
as férias se descolorem, porque não preenchem as falsas necessidades do ego
exacerbado. Respiram o clima de preocupação do trabalho em toda parte e
vivem em função dele. Sentem o triunfo após os anos de lutas exaustivas, e
informam que a sua saída seria uma tragédia, um caos para a organização, já que
são pessoas chaves, molas metras sem as quais nada funciona, ou se tal se dá é
precariamente. Não percebem que o tempo
escoa na ampulheta das horas, os métodos de ação se renovam, o cansaço os
vence, a vitalidade diminui e no degrau imediatamente inferior, já está o
competidor, jovem ambicioso aguardando, disputando, aprendendo a sua técnica e
mais bem equipado do que ele, em condições de substitui-lo em vantagens. A sua
cegueira não lhe permite enxergar.
Certamente, os homens indispensáveis doaram a vida como fuga
de si mesmos e ofereceram-na a um ser sem alma, sem coração; que apenas
objetiva lucros, portanto, insensível, impessoal. Eles foram bons e úteis no
início, não mais agora quando começam a emperrar a máquina do progresso. Assim,
chega o momento da realidade para o homem que ocupa o primeiro lugar, o
indispensável. É convidado a solicitar a aposentadoria, quando não é jubilado
sem maior consideração. A amargura domina-o, o ressentimento enfurece-o e a
frustração, longamente adiada, cresce e o conduz à depressão.
As interrogações sucedem-se. “E agora? Que fazer da vida, do tempo?” como
não cultivou outros valores, outros interesses, arroja-se ao fosso da
autodestruição, egoisticamente, esquecido dos familiares e amigos, afinal, aos
quais nunca deu maior importância nem valorização. Afasta-se mais do convívio
social, e, não raro, suicida-se, direta ou indiretamente.
Ninguém é indispensável em lugar nenhum. O primeiro de agora
será dispensável amanhã, assim como o último de hoje, positivamente, estará no
comando do futuro. A morte, a cada momento, demonstra-o.
O homem tem o dever de abraçar ideais de enobrecimento
pessoal e grupal, participar, envolver-se emocionalmente, fazer-se presente na
comunidade, como complemento da sua conduta existencial.
A criatura humana está em viagem pela Terra, e todo o trânsito,
por mais demorado, sempre termina. Ninguém se engane e não engane a outros. A finalidade
da existência corporal é a conquista dos valores eternos e o êxito consiste em
lograr o equilíbrio entre o que se pensa TER e o que se É realmente, adquirindo
a estabilidade emocional para permanecer o mesmo, na alegria como na tristeza,
na saúde conforme na enfermidade, no trinfo qual sucede no fracasso.
Quem consiga a ponderação para discernir o caminho, e o
percorra com tranquilidade, terá começado a busca do êxito que, logo mais,
culminará com alegria.
Varinha Mágica de Luíza Cony
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