Há séculos, sofremos as agruras das mais diversas guerras,
entretanto, travamos diariamente uma guerra íntima. Quando reencarnamos, Deus
nos concede um corpo carnal que temporariamente dará abrigo ao corpo
espiritual. Com o decorrer do tempo criamos um “guerreiro íntimo” que sempre
bombardeia nossos pensamentos, das formas mais infelizes e sórdidas. Coloca travas
nos nossos olhos, que nos impossibilitam ver a verdade. Jorra palavras
insensatas aos nossos ouvidos, proibindo-nos de ouvir as solicitações de ajuda
e criva nossa língua de tanta maldade que esquecemos até nossos princípios
morais. Interfere também na nossa alimentação, enchendo nosso corpo de lautas
refeições, lança os dardos de proteínas, gorduras e condimentos de todas as
espécies regados de grandes doses de bebidas alcoólicas e, não satisfeito
redobra a nossa gula com sua rajada de sobremesas com os mais diversos venenos.
O “guerreiro” incansável se projeta em nosso aparelho
reprodutor, destruindo-o através das paixões impulsivas, desrespeitosas e
desvairadas. Em nosso aparelho locomotor, os tanques de guerra são colocados à
frente, impedindo-nos da execução de nossas tarefas no campo do bem. E ego, obstrui
o coração com o rancor e o ódio, não permitindo a purificação de nossos
pensamentos para o crescimento espiritual que nos levará a Deus.
Vem a noite e nossos Amigos da Espiritualidade maior não
cessam em nos fornecer bênçãos, para a recuperação de nossos órgãos vitais, com
vistas ao trabalho edificante. Mas, pela manhã, após o descanso, o “guerreiro”
volta fortalecido para mais um dia de grandes batalhas. Assim se sucedem os
dias, meses e anos, e o nosso corpo de tanto sofrer os bombardeios do ego,
começa a enfraquecer, pede nossa ajuda através de diversos sinais, mas o “guerreiro”
fala mais alto até que vem a queda inevitável.
Após várias negativas, relutantes e contrariados, vamos em
busca da medicina para a cura de nossos males. No entanto, a postos o “guerreiro”
atira aos medicamentos e médicos, as bombas do descrédito pela demora na cura. Continuando
nessa guerrilha do ego em nosso corpo já enfraquecido, este volta ao pedido de
socorro e é quando nossos Amigos Espirituais, das formas mais imprevisíveis e
em silêncio, nos fazem chegar aos tratamentos espíritas, onde trabalhadores do
Cristo ali estão sempre a nos atender e, através das mãos de Jesus, começam as
libertações do nosso corpo, tão necessárias para nossa cura. Nesse período,
dorme nosso “guerreiro”.
E nosso corpo, já recuperado volta às lidas normais e
corriqueiras e, é quando nosso “guerreiro” novamente chega com suas batalhas,
até que cansado de tantas lutas, entregasse á Reforma Íntima. Porém, o ego
poderá levar séculos para a recuperação para se tornar “sublimado”.
Não há como negar os prazeres terrenos proporcionados pelo
ego, no entanto devemos agir como condutores de az, com total moderação,
evitando desse modo mais uma guerra, para que não sejamos os tutores dos “túmulos
caiados por fora e podres por dentro”.
Jesus, se os couber perdão, perdoe a guerra íntima de nosso
velho guerreiro-ego.
A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY