Encaremos de frente todos os males da nossa existência, pois
concorrem para o nosso aperfeiçoamento. Quando experimentamos uma dor, seja
física, moral ou espiritual, devemos admitir em nosso íntimo uma necessidade de
renovação. Se não nos desembaraçarmos das negras vestes das tristezas, só
pisamos em pedras e espinhos, caindo totalmente nas garras ferinas do egoísmo e
do orgulho.
Se não reconhecemos que a dor é uma escola, na qual se
aprende paciência, resignação, todos os deveres austeros, aumentamos os
sofrimentos que são provas que fazem uma completa revolução em nosso modo de
compreender a vida, obrigando-nos a estudar os deveres que mais elevam o nosso
ser para conquistar, em seu caminho a Fé, a Sabedoria, o Amor e a Humildade,
pois quanto mais sabe, mais ama, mais realiza, mais se eleva. Vemos ai, que o
sofrimento nos obriga a cultivar o estudo para combater e vencer as causas que
o produzem, e o conhecimento das causas faz nascer em nós mais viva simpatia
por aqueles que sofrem.
A dor é um mal que gera um bem, e que nos torna melhor, mais
acessível á piedade, mais caridoso para com os infelizes. Portanto, não
maldigamos a dor, somente ela pode nos arrancar à indiferença, apenas ela
plasma nossa alma, dando-lhe sua forma mais pura, mais perfeita.
A dor é um mal que pertence na realidade a uma ordem de fenômenos
naturais; seu caráter danoso é explicado desde que se conheça a verdadeira
causa das coisas.
A dor é uma advertência necessária, um estímulo para a
atividade humana; serve-nos como medicina das paixões inferiores e é um caminho
de luz para sentirmos Deus que preside ao triunfo definitivo da Justiça no
Universo. Confiemos em sua sapiência que reserva prêmios para todos os
sofrimentos, alegria para todas as dores, e prossigamos com determinação para
os destinos que Deus nos prefixou.
A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY
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