quarta-feira, 27 de setembro de 2017

NEM SEMPRE NA VIDA, SE TEM UMA CONSCIÊNCIA INTENSA


Podemos dizer que os temas mais importantes da psicologia moderna são o inconsciente e o subconsciente, objetos principais da psicologia de profundidade. A participação do subconsciente na vida psíquica é tão grande que, embora nem sempre o possamos perceber, nossos gestos e atitudes são dirigidos e orientados pelos impulsos mais profundos que vêm dos recantos mais íntimos do nosso ser.  E impossível  a compreensão psicológica de nós mesmos e dos nossos semelhantes se não tivermos o conhecimento desses fenômenos. Muitos de nossos gestos são inconscientes, mas expressam intenções, que frequentemente desconhecemos.
Entretanto, fantásticas especulações foram feitas, nesse terreno e muitas afirmativas foram produto de precipitações de toda espécie, a ponto de se chegar a afirmar que os fenômenos conscientes eram totalmente regidos pelos inconscientes. Nem sempre na vida, se tem uma consciência intensa. Há fatos que estão como que obscurecidos, enevoados, enquanto outros são mais límpidos e nítidos, assim como sucede com as nossas recordações, que ora são mais nítidas, ora mais escuras, ora conseguimos trazê-las da obscuridade para a luz. Nossas recordações,  sofrem também modificações, pois quando encontramos novamente uma pessoa, vem-nos à memória uma série de fatos que acompanharam o primeiro encontro. Então essa pessoa já não é propriamente a mesma da primeira vez, quando nos era estranha. Agora é uma pessoa conhecida e a tratamos segundo as recordações que nos deixou e as ligações afetivas, que a primeira impressão e as outras marcaram na nossa memória. Toda nossa vida anterior influi sobre os atos de nossa vida atual. O ser humano tem memória e cada coisa traz a memorização de outras. Essa a razão porque sempre fomos diferentes, porque cada experiência não somente acrescenta mais uma experiência, como também modifica qualitativamente, as experiências anteriores.
Toda a nossa vida está governada pelas experiências do passado. Tem o nosso subconsciente uma função ordenadora especial. O que não somos capazes de fazer no presente, que é o campo de ação da consciência, o faz o subconsciente de maneira extraordinária. Basta citarmos um exemplo, que é típico. Quem estuda uma língua em 40 lições de uma hora, uma por dia ou uma por semana, adquire muito mais conhecimento dessa língua do que quem a estudasse em 40 horas, divididas em 5 por dia. No primeiro caso, o trabalho ativo e ordenador do subconsciente permite uma melhor fixação e sedimentação dos elementos apreendidos.
O nosso subconsciente, ativa de maneira coordenadora e daí, sua grande influência no consciente. Por isso é que dizemos que o nosso passado influi poderosamente no nosso presente. Eis, então, a razão principal que nos leva a estudar e a conhecer o “passado”.  Esse o motivo porque tanto nos interessa o passado dos grandes homens.
Sabemos que o passado muito nos pode explicar, muito embora os fatos puramente sucedidos, e que foram exteriormente averiguados por outros, não sejam suficientes para nos dar a ideia precisa de uma personalidade. Sabemos o quanto é difícil conhecer o nosso passado, quanto mais o passado de uma pessoa que nos é  estranha . Há certos acontecimentos decisivos, que transformam a personalidade e muitos deles, quase sempre se  processam em silêncio.
Há fatos passados que a pessoa não quer recordar, quer esquecer, precisa esquecer. Eles, propriamente, não desaparecem, mas se ocultam no subconsciente, ou são “mascarados”, encobertos por outras manifestações, que fazem esquecê-los. Esse esquecimento pode ter um caráter passivo ou um caráter ativo. São reprimidos. E essa repressão é um dos temas mais importantes da psicologia inaugurada por Freud. Quando reprimidos, desaparece totalmente a recordação dos mesmos do campo da consciência, mas são retidos no subconsciente, onde permanecem latentes e influem de forma daninha no comportamento vital.

A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY

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