quarta-feira, 12 de julho de 2017

NOSSOS CAMINHOS – PARTE II


No caminho evolutivo, a alma submete-se sucessivamente a três fases de aprendizado:
1 – Controle das reações externas diante das situações;
2 – Domínio mental;
3 – Domínio emocional.
Através dos milênios, vínhamos  habituados a agir cegamente. No momento em que tomamos conhecimento do EVANGELHO e dele nos enamoramos, sentimos a necessidade de controlar nossas reações diante do meio. Sucede como se todo nosso ser recebesse uma ordem de alerta e passamos a viver conscientemente, sentindo a realidade de nossas falhas e das deficiências dos semelhantes.
Começamos a refrear nossos impulsos, embora sem sabermos dominar adequadamente as situações. Com o senso de responsabilidade despertado pelos esclarecimentos cristãos, num esforço extraordinário de autodisciplina, colocamo-nos na posição de “seres humanos de boa vontade” lutando com imensas dificuldades interiores. Compreendemos, inclusive, que nossa boa conduta é insatisfatória porque fruto de um esforço consciente e não reflexo de uma alma esclarecida e justa.
Resta-nos, porém, o consolo de sabermos que não cometeremos voluntariamente novos erros conscientes.
Com o tempo, entretanto, sentimos que não poderemos ser úteis aos nossos objetivos se permanecermos simplesmente como sentinelas cuidadosas do nosso “EU” e decidimos que, em virtude de já cultivarmos o BEM há algum tempo, estaremos aptos a exercer maior atividade benfeitora, expandindo as noções de amor evangélico. Procuramos agir como os cristãos primitivos que, após a resistência heroica do mal em suas catacumbas, eram levados à luz do dia, a combater as feras da incompreensão. Através de uma nova fase de erros e acertos à Luz do Evangelho, procuramos nos colocar valorosamente na posição de servos ativos do bem.
O pensamento elevado é como uma claridade a abrir os caminhos e, saindo do abrigo em que nos ocultávamos receosos, decidimos fazer nossa caminhada à plena luz do dia, colocando a alma a descoberto, a enfrentar os ventos contrários e antifraternos. Como é deslumbrante a luminosidade do dia após a noite das catacumbas! No entanto, estaria nossa alma suficientemente valorosa para sustentar-se sem quedas ao ouvir os apelos horripilantes do circo e suas feras?
A visão do luxo e do prazer em contraste com o testemunho do sacrifício por uma fidelidade ao bem considerada absurda, o convite à deserção da fé em troca das facilidades de uma vida,  pretensamente vitoriosa, seriam por nós enfrentados com a devida coragem? Eis o teste final! Longe da arena, no isolamento da prece e da meditação, quando o calor dos valores humanos não nos tinham ainda envolvido com seus apelos ardentes, nossa mente nos mantinha no caminho. Era possível então conservar o domínio do SER, pois o problema emocional nos era facilitado pelo recolhimento às vibrações restritas de nossa catacumba interior, repleta de sons audíveis somente à alma em prece.
Mas o Senhor nos abre os caminhos e nós aceitamos a prova decisiva. Surge a fase final do testemunho. As feras incontroláveis dos instintos são chamadas à arena em nosso panorama interior, e eis que é exigida de nós a atitude de serenidade de uma fé inabalável.
Senhores do controle das reações externas, do domínio mental das instruções, através de uma aplicação incansável ao estudo das diretrizes norteadoras da vida, resta-nos a parte decisiva: incorporar-nos ao panorama da existência, no contato permanente com o erro que nos persegue e sair dele são e salvo na fé que abraçamos.
Eis que nessa fase decide-se o aproveitamento final, como o exame definitivo em que o discípulo enfrenta só o mestre. Nessa situação, o único recurso é colocar todo o ser à prova, dando de si o melhor, esquecido de tudo o mais à volta.
O DOMÍNIO EMOCIONAL, a prova decisiva, será  vencida quando conseguirmos calar os ouvidos da alma em todos os ecos exteriores. Então, embora em plena arena de lutas, sentiremos o chamado interior da PAZ com o MESTRE dos Mestres.
Toda a nossa sensibilidade estará NELE que jamais nos decepcionará. Feridos, humilhados, derrotados aparentemente, nenhum desses choques conseguirá humilhar a nossa alma, pois só refletimos o que nos vem DELE – a Paz, recompensa do amor com que nos dedicamos à VERDADE pregada pelo SEU exemplo divino.
Seja este o nosso prêmio espiritual.
                                                           ***                                       

A vida nos reserva Bênçãos de Paz e muito Amor, que poderemos sentir inebriados, exercitando-nos na conquista destas duas virtudes: a paciência que traz a Paz e a compaixão que traz o Amor.
                                                           ***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY                                               

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