sábado, 2 de dezembro de 2017

O ESTUDO É FONTE DE DOCES E PURAS ALEGRIAS


É assim que ele nos liberta das preocupações vulgares e faz com que esqueçamos as dores da vida: O livro é um amigo sincero que nos ensina orienta e conforta, tanto nos dias felizes, quanto nos tristes. Falamos do livro sério e útil que instrui, consola e  eleva, não do livro leviano, que diverte e, com frequência, corrompe. Não se dá bastante consideração ao verdadeiro valor de um bom livro: Ele é como uma voz que fala através dos tempos e conta-nos o trabalho, as lutas, as descobertas daqueles que nos precederam a estrada da vida e aplainaram, para nosso proveito, as asperezas do caminho.
Não é, talvez, uma das poucas felicidades deste mundo a  poder comunicar-se com os espíritos de todos os séculos e de todos os países: Eles, que colocaram nos livros o melhor de sua inteligência e de seu coração, conduzem-nos pela mão através dos labirintos da História, guiando-nos para chegar aos pontos mais altos da ciência, da arte, da literatura. Lendo as obras que constituem o mais precioso depósito da humanidade, estudando nos sagrados arquivos, sentimos que nos agigantamos, sentimo-nos felizes de pertencer a raças que produziram tais gênios cujo pensamento ilumina sempre nossas almas, inflama-as e eleva-as. Saibamos, portanto, escolher bons livros, viver em meio deles, em constante relação com os eleitos; eliminemos com cuidado os livros imundos, feitos para louvar as baixas paixões, evitemos aquela leitura doentia, fruto do sensualismo, que semeia a imoralidade, a corrupção e a obsessão.
A maioria dos seres humanos pretende amar o estudo, mas muitos se desculpam por não encontrar tempo para aplicar-se a ele, enquanto consagram noites inteiras ao jogo às palestras levianas. Diz-se também que os livros são caros, e  gasta-se, em prazeres fúteis e de mau gosto, mais do que seria preciso para compor uma rica biblioteca.
Afinal, o estudo da Natureza, que é o mais confortador, não exige nenhuma despesa; a ciência não nos falha nunca. Nas horas de incerteza e de desencorajamento voltemo-nos para a Natureza, que nos acolhe como mãe, sorri-nos, abrigando-nos em seu seio, e nos falará com linguagem simples e suave onde a Verdade transparece sem véus. Mas esta linguagem de paz poucos sabem escutá-la e compreendê-la: O homem traz com ele, mesmo na mais profunda solidão, as paixões, as lutas internas, cujos clamores confundem o ensinamento íntimo da Natureza. Para ouvir a voz das coisas é preciso impor silêncio às fantasias da Terra, às lutas turbulentas que agitam nossa sociedade; é preciso mergulhar no recolhimento e silenciar, dentro e fora de nós. Então todos os ecos da vida pública calam-se, a e alma reencontrando-se, reconquista o sentimento da Natureza e das Leis Eternas, e entra em comunicação com a Razão Suprema.
Se o estudo da Natureza terrena eleva e fortifica o pensamento, que diremos das visões dos céus?
Quando a serena noite desenrola seu manto estrelado e tem início o desfile dos astros, quando os conglomerados estelares e, das nebulosas perdidas no fundo dos espaços, a luz trêmula e difusa desce sobre nós, envolve-nos misteriosa influência e um profundo sentimento religioso nos conquista. Calam-se então as passageiras preocupações, os  sentimentos do imenso penetra-nos, apodera-se de nós, dobra nossos joelhos, enquanto em nosso coração irrompe muda adoração.
A Terra navega, barco frágil, nos campos da imensidão, e foge rápida em seu curso, do poderoso sol. De toda parte à volta dela, abrem-se abismos que ninguém pode sondar sem vertigem, por toda parte, as distâncias enormes, mundos e depois outros mundos, ainda, ilhas flutuantes embaladas por ondas etéreas, o olhar recusa-se a enumerar os astros, mas nosso espírito observa-os com admiração e com amor, atraído por seu sutil esplendor.
Por que duvidar e recear? Outros mundos são a nossa herança, somos destinados a percorrê-los, a habitá-los; visitaremos aqueles arquipélagos siderais e penetramos os seus mistérios. Nenhum obstáculo impedirá nossa caminhada, nosso impulso, nosso  progresso, se soubermos conciliar nossa vontade às Leis Divinas, e conquistar, com nosso trabalho, a plenitude da vida e de suas celestiais delícias.

A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY

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