Quando
estamos no auge do nosso egoísmo, dificilmente exaltamos o silêncio e a oração.
Nesse
momento, não sabemos ocupar os pensamentos com a intimidade do silêncio, porque
o egoísmo se martiriza demasiadamente com o silêncio, pois o silêncio
mostra o caminho oculto da verdadeira
oração. É o estar a sós com Deus que nos dá a força para fazer da prece esse
intercâmbio secreto. A prece então, nada mais é, do que por pensamento
conversarmos a sós com Deus. É a intimidade do nosso ser que erguemos a voz interior
para dizer o amor pelo Pai, a sublime felicidade de podermos nos comunicar com
Ele.
Quando
estamos preocupados, o nosso Ego se agiganta, e fatalmente, leva-nos ao
desespero. O Ego se ramifica em petitórios abusivos, deixando os pensamentos
vagarem pelas esferas negativas que exibem tristezas, flagelos, desconfortos
emocionais, amostras de uma infelicidade, que aos poucos, contagia-nos.
Se
formos dar ouvidos às rudezas do nosso Ego, entraremos em pânico e, não
abriremos o coração para Jesus, e com certeza, tudo se tornará um caos em nossa
vida.
O
egoísmo vicia nossos sentimentos e nos faz tão dependentes do negativismo, que
somos fatalmente seduzidos pelos Espíritos Farsantes de categoria inferior que
sugerem simpatias, benzimentos, rezas milagreiras, repetitivas e extensas.
A
oração é a simples, a humilde conexão do nosso espírito com as Esferas
Superiores. Entendemos desse modo, como é importante criarmos em nosso interior
a vontade de falar a sós com Deus. Se não abrirmos o caminho de amor, de fé e
de harmonia, dificultaremos a nossa intenção de orar, de centralizarmos nossa
atenção na direção do silêncio interior, fugindo das interferências do Ego e
das atrações fascinantes do mundo material, para glorificarmos o momento da
prece como o ato mais iluminado da nossa existência. É a alma que está
ensaiando as primeiras palavras na direção dos júbilos divinos. É o encontro
sacro-santo com Deus.
Nossos
destinos dependem também, do quanto colocamos de amor em nossas preces. Não é o
pedir desregradamente para Deus atender nossos apelos nas dificuldades
materiais, financeiras, familiares, profissionais ou nas doenças, que nos fará
alcançar uma graça; mas a força do amor do nosso silêncio interior, livre de
qualquer interrupção oriunda dos nossos desvarios.
Subjetivamente,
a oração deve ser fiel companheira de todas as horas, no lar, no trabalho, no
passeio, no diálogo com familiares e amigos. A prece se realiza por si só,
quando a alma se liberta dos conflitos vulgares do mundo. Quem ama a vida tem
como amiga a prece. Quem está doente tem com remédio a prece, e na bula não há
contra-indicações e nem efeitos colaterais. Quem luta para sobreviver tem como
companheira a prece.
Todos
nós que nos conscientizamos sobre o poder da oração que ajuda a curar nossas dores
físicas, mentais, emocionais e espirituais, sabemos que Deus presta grande
atenção quando entramos em contato com o silêncio interior, e, com devotamento
vemo-nos caminhando para os braços de Jesus que nos espera com o carinho de
irmão, amigo e Mestre, e palavras simples e tão afáveis brotam de nossa alma
como flores nascendo e crescendo, para serem oferecidas com o perfume, com a
beleza pura da Natureza:
ALMA
EM ORAÇÃO
Senhor! Eis minha alma em oração. Sou toda feita para
amar-Te. O que queres que eu seja, assim o serei. Minha esperança está em Ti.
Em relaxamento meditativo respiro calada. É sagrado em mim.
O ar
não se vê. Mas minha alma Tu a vês. Eis o meu silêncio falando contigo Senhor.
Esta é a minha forma de orar. Nela, entrego-me a Ti Senhor.
Nossas
orações diárias, durante anos vêm aumentando muitas vidas angustiadas, aflitas
e obsecadas pelos Espíritos Impuros. A oração sendo o alimento espiritual de
amor, fé e paz, ampara encarnados e desencarnados, tratando-os com a Luz de
Jesus para reinar a serenidade, o perdão e a vontade de ouvir os ensinamentos
morais contidos nas obras básicas de Allan Kardec.
Cada
oração deve ter o som da caridade entoando versos de ajuda ao próximo, de
valores que representem mais humildade e sinceridade nos próprios atos. Cada
minuto de oração deve ser vivido com alegria e felicidade, porque é Deus que
está olhando e ouvindo nosso espírito expressar o que sente, o que quer
realizar de melhor para a própria evolução moral. Orar é vibrar boas energias
para a saúde física encontrar o alinhamento dos chacras, que irá acalmar os
batimentos cardíacos, harmonizar o emocional para afastar as ansiedades, os
medos, estes vilões que atemorizam a nossa consciência.
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Para
muitas pessoas a oração significa fuga, isolamento, distanciamento da
realidade, busca de soluções para os problemas do cotidiano, resgate de amores,
apoio no convívio familiar. É muito difícil orar se não temos conhecimento de
preces já preparadas pelos religiosos. Devemos ajudar a nós mesmos a aprender.
O silêncio é um sábio mestre, por isso o mais importante de tudo é o silêncio.
Silenciar a mente e o coração faz com que nasça a oração. Dá-se o início do
aprendizado do poder interior, mas precisamos nos esforçar. Se desejamos
sinceramente aprender a orar, devemos nos manter em silêncio. Procuremos a Deus
no silêncio, estando sós ou acompanhados. Se prestarmos atenção ao silêncio
será fácil orar. Então poderemos ouvir a Deus em todo lugar: na pessoa que
precisa de nós, nas flores, nos pássaros, nos animais, e o mais importante é
que descobrimos que aquele silêncio é universal, é meu, é seu, é nosso, é de
todos e está em todos os lugares e em todos nós. É divino, é louvor, é eterno.
Amemos
a prece. Saibamos enriquecer o nosso coração com o vocabulário divino que Jesus
nos deixou de herança. Nada mais justo e honesto do que reaprendermos a oração
dominical, não somente como prece, mas como símbolo, porque ela veio do próprio
Jesus, é a verdadeira obra-prima de sublimidade na sua simplicidade, resume
todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o
próximo. Dizê-la em intenção de alguém, é pedir para Deus o que se pediria para
si.
Os
Espíritos Superiores nos instruem: Para ser melhor, é preciso orar mais. Quanto
mais oramos, mais fácil se torna orar e, quanto mais fácil, mais oramos.
Ofereçamo-nos completamente a Deus. Ele nos utilizará para realizar grandes
bens, com a condição de que acreditemos muito mais no amor Dele do que nas
nossas próprias fraquezas. É fundamental não nos afastarmos dos princípios da
oração que conhecemos. Após darmos início à prece, o coração passa a ser
alimentado pelo amor puro que vem de Jesus, e para a nossa alma basta-lhe esse
amor, não ambiciona sequer a perfeição.
Todos
nós estamos assistindo o mundo em crise, por isso devemos cultivar o ato diário
de orar. Manifestarmos condutas puras, envolvermos nossa vida de oração. A
oração isenta de qualquer interesse pessoal é curadora, traz o equilíbrio
espiritual que cada um de nós deve espargir para o nosso planeta. É fundamental
não nos afastarmos dos princípios cristãos que o Espiritismo consolida através
das instruções superiores, para nada nos abalar a fé de nossas orações. Quando
não mais nos satisfizer falar de oração nem acumular conhecimento a seu respeito,
então estaremos prontos para praticá-la. O conteúdo da oração muitas vezes está
tão distante de nossa consciência, que levamos uma vida inteira para começar a
praticá-la. Os sentimentos que nutrimos, os pensamentos que vibramos, o que
dizemos e o modo como agimos no dia a dia, - Tudo pode ser oração. O nosso
estado de espírito impulsiona o nosso estado de oração, se estivermos alegres a
nossa oração deixará o mundo mais leve.
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