quinta-feira, 26 de março de 2015

CAPÍTULO II – O SILÊNCIO E A ORAÇÃO PRIMEIRA PARTE O ESTAR A SÓS COM DEUS


Quando estamos no auge do nosso egoísmo, dificilmente exaltamos o silêncio e a oração.
Nesse momento, não sabemos ocupar os pensamentos com a intimidade do silêncio, porque o egoísmo se martiriza demasiadamente com o silêncio, pois o silêncio mostra  o caminho oculto da verdadeira oração. É o estar a sós com Deus que nos dá a força para fazer da prece esse intercâmbio secreto. A prece então, nada mais é, do que por pensamento conversarmos a sós com Deus. É a intimidade do nosso ser que erguemos a voz interior para dizer o amor pelo Pai, a sublime felicidade de podermos nos comunicar com Ele.
Quando estamos preocupados, o nosso Ego se agiganta, e fatalmente, leva-nos ao desespero. O Ego se ramifica em petitórios abusivos, deixando os pensamentos vagarem pelas esferas negativas que exibem tristezas, flagelos, desconfortos emocionais, amostras de uma infelicidade, que aos poucos, contagia-nos.
Se formos dar ouvidos às rudezas do nosso Ego, entraremos em pânico e, não abriremos o coração para Jesus, e com certeza, tudo se tornará um caos em nossa vida.

O egoísmo vicia nossos sentimentos e nos faz tão dependentes do negativismo, que somos fatalmente seduzidos pelos Espíritos Farsantes de categoria inferior que sugerem simpatias, benzimentos, rezas milagreiras, repetitivas e extensas.

A oração é a simples, a humilde conexão do nosso espírito com as Esferas Superiores. Entendemos desse modo, como é importante criarmos em nosso interior a vontade de falar a sós com Deus. Se não abrirmos o caminho de amor, de fé e de harmonia, dificultaremos a nossa intenção de orar, de centralizarmos nossa atenção na direção do silêncio interior, fugindo das interferências do Ego e das atrações fascinantes do mundo material, para glorificarmos o momento da prece como o ato mais iluminado da nossa existência. É a alma que está ensaiando as primeiras palavras na direção dos júbilos divinos. É o encontro sacro-santo com Deus.

Nossos destinos dependem também, do quanto colocamos de amor em nossas preces. Não é o pedir desregradamente para Deus atender nossos apelos nas dificuldades materiais, financeiras, familiares, profissionais ou nas doenças, que nos fará alcançar uma graça; mas a força do amor do nosso silêncio interior, livre de qualquer interrupção oriunda dos nossos desvarios.
Subjetivamente, a oração deve ser fiel companheira de todas as horas, no lar, no trabalho, no passeio, no diálogo com familiares e amigos. A prece se realiza por si só, quando a alma se liberta dos conflitos vulgares do mundo. Quem ama a vida tem como amiga a prece. Quem está doente tem com remédio a prece, e na bula não há contra-indicações e nem efeitos colaterais. Quem luta para sobreviver tem como companheira a prece.
Todos nós que nos conscientizamos sobre o poder da oração que ajuda a curar nossas dores físicas, mentais, emocionais e espirituais, sabemos que Deus presta grande atenção quando entramos em contato com o silêncio interior, e, com devotamento vemo-nos caminhando para os braços de Jesus que nos espera com o carinho de irmão, amigo e Mestre, e palavras simples e tão afáveis brotam de nossa alma como flores nascendo e crescendo, para serem oferecidas com o perfume, com a beleza pura da Natureza:




 ALMA EM ORAÇÃO

Senhor!  Eis minha alma em oração. Sou toda feita para amar-Te. O que queres que eu seja, assim o serei. Minha esperança está em Ti. Em relaxamento meditativo respiro calada. É sagrado em mim.
O ar não se vê. Mas minha alma Tu a vês. Eis o meu silêncio falando contigo Senhor. Esta é a minha forma de orar. Nela, entrego-me a Ti Senhor.

Nossas orações diárias, durante anos vêm aumentando muitas vidas angustiadas, aflitas e obsecadas pelos Espíritos Impuros. A oração sendo o alimento espiritual de amor, fé e paz, ampara encarnados e desencarnados, tratando-os com a Luz de Jesus para reinar a serenidade, o perdão e a vontade de ouvir os ensinamentos morais contidos nas obras básicas de Allan Kardec.
Cada oração deve ter o som da caridade entoando versos de ajuda ao próximo, de valores que representem mais humildade e sinceridade nos próprios atos. Cada minuto de oração deve ser vivido com alegria e felicidade, porque é Deus que está olhando e ouvindo nosso espírito expressar o que sente, o que quer realizar de melhor para a própria evolução moral. Orar é vibrar boas energias para a saúde física encontrar o alinhamento dos chacras, que irá acalmar os batimentos cardíacos, harmonizar o emocional para afastar as ansiedades, os medos, estes vilões que atemorizam a nossa consciência.

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Para muitas pessoas a oração significa fuga, isolamento, distanciamento da realidade, busca de soluções para os problemas do cotidiano, resgate de amores, apoio no convívio familiar. É muito difícil orar se não temos conhecimento de preces já preparadas pelos religiosos. Devemos ajudar a nós mesmos a aprender. O silêncio é um sábio mestre, por isso o mais importante de tudo é o silêncio. Silenciar a mente e o coração faz com que nasça a oração. Dá-se o início do aprendizado do poder interior, mas precisamos nos esforçar. Se desejamos sinceramente aprender a orar, devemos nos manter em silêncio. Procuremos a Deus no silêncio, estando sós ou acompanhados. Se prestarmos atenção ao silêncio será fácil orar. Então poderemos ouvir a Deus em todo lugar: na pessoa que precisa de nós, nas flores, nos pássaros, nos animais, e o mais importante é que descobrimos que aquele silêncio é universal, é meu, é seu, é nosso, é de todos e está em todos os lugares e em todos nós. É divino, é louvor, é eterno.

Amemos a prece. Saibamos enriquecer o nosso coração com o vocabulário divino que Jesus nos deixou de herança. Nada mais justo e honesto do que reaprendermos a oração dominical, não somente como prece, mas como símbolo, porque ela veio do próprio Jesus, é a verdadeira obra-prima de sublimidade na sua simplicidade, resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Dizê-la em intenção de alguém, é pedir para Deus o que se pediria para si.

Os Espíritos Superiores nos instruem: Para ser melhor, é preciso orar mais. Quanto mais oramos, mais fácil se torna orar e, quanto mais fácil, mais oramos. Ofereçamo-nos completamente a Deus. Ele nos utilizará para realizar grandes bens, com a condição de que acreditemos muito mais no amor Dele do que nas nossas próprias fraquezas. É fundamental não nos afastarmos dos princípios da oração que conhecemos. Após darmos início à prece, o coração passa a ser alimentado pelo amor puro que vem de Jesus, e para a nossa alma basta-lhe esse amor, não ambiciona sequer a perfeição.


Todos nós estamos assistindo o mundo em crise, por isso devemos cultivar o ato diário de orar. Manifestarmos condutas puras, envolvermos nossa vida de oração. A oração isenta de qualquer interesse pessoal é curadora, traz o equilíbrio espiritual que cada um de nós deve espargir para o nosso planeta. É fundamental não nos afastarmos dos princípios cristãos que o Espiritismo consolida através das instruções superiores, para nada nos abalar a fé de nossas orações. Quando não mais nos satisfizer falar de oração nem acumular conhecimento a seu respeito, então estaremos prontos para praticá-la. O conteúdo da oração muitas vezes está tão distante de nossa consciência, que levamos uma vida inteira para começar a praticá-la. Os sentimentos que nutrimos, os pensamentos que vibramos, o que dizemos e o modo como agimos no dia a dia, - Tudo pode ser oração. O nosso estado de espírito impulsiona o nosso estado de oração, se estivermos alegres a nossa oração deixará o mundo mais leve.

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