sexta-feira, 13 de março de 2015

FELIZES OS QUE SABEM ORAR PRIMEIRA PARTE O “AMÉM” VAZIO NA INFÂNCIA


Antes de qualquer palavra que venha expressar os sentimentos bons de uma prece e, também os pensamentos elevados ao PAI; é conveniente salientar as colocações do Capítulo 27 – Pedi e Obtereis – Qualidades da prece, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:
1 – Quando orardes, não vos assemelheis  aos hipócritas que se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo, eles receberam sua recompensa. Mas quando quiserdes orar, entrai no vosso quarto e, estando fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo; e vosso PAI, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. Não afeteis orar muito em vossas preces, como fazem os gentios, que pensam ser pela multidão de palavras que serão atendidos. Não vos torneis, pois, semelhantes a eles, porque vosso pai sabe do que necessitais antes de o pedires. (Mateus, cap. VI, V.5A8).
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Desde a infância, as nossas emoções acumulam acontecimentos capazes de interferirem em nossas decisões. O mesmo ocorre com a nossa maneira de orar, pois as palavras que vão servir de frases para a oração, podem ter habilidades – chave tanto do emocional como da inteligência, e seremos os únicos responsáveis pelo que colheremos com a prática da oração de nossa autoria. Sentiremos culpas, remorsos, perdão, arrebatadores desejos de sucesso, fracasso, vitória amorosa ou profissional. Faremos confissões a Deus sobre os nossos ideais sem compreendermos que somos o que são os nossos ideais. A prece representa o que pensamos, se não sabemos pensar o bem, assim será a nossa oração. Como sábios ou como ignorantes comportamo-nos ao orar? Na fase infantil da nossa existência, quais ensinamentos   recebemos sobre a oração? Mamãe dizia: Reze para seu anjo guardião pedindo proteção para sua saúde, para ser boazinha,  para não lhe faltar estudos, roupas, comida, brinquedos. E como já era hora de dormir as palavras saiam rápidas, mal pensadas, atropeladas pelo sono, e o “AMÉM” era pronunciado quase dormindo.

Assim os anos foram se passando e as relações no ambiente escolar e familiar apontavam problemas de religião e nenhum preparo para o torvelinho – ou para a oportunidade que ocorre na vida, de escondermos o nosso destino pessoal. Um conjunto especial de ideias e de aptidões conturbando a vida emocional, ignorando a inteligência, e tanto um como outra, com maior ou menor habilidade, para tomar decisões a acertar o caminho para o sucesso na vida, de um modo geral. Mas para isso dar certo, já numa idade adulta, seria preciso assimilar as regras dos próprios sentimentos, levando-se em consideração os hábitos religiosos, a satisfação de orar e de ter capacidade de concentração nos estudos e pelo menos, algum controle sobre a vida emocional travando batalhas internas entre religião, oração, obtenção de boas notas, integração social, não causar nenhum desgosto aos pais, sabendo combinar tudo para ser útil a todos, administrando com educação, verdade, amor. Contudo, ignorando a combinação: virtudes, quem é Deus, quem sou eu de corpo e alma, e as frustrantes respostas sobre a força e o significado das palavras de uma oração, qual a diferença em orar em silêncio ou em voz alta.

O repertório de questionamentos, mergulhado nas profundezas da alma, é capaz de exercer instabilidade emocional deixando “rolar” no tempo, nada fazendo para mudar, apesar da aflição sentida. Sabendo que a oração é um recurso eficiente em momentos de prova. Sua forma externa não importa. É à essência da oração que devemos nos ater: estado de coligação com o mundo interior em que nada mais existe do que a busca da verdade. Aí paro e penso em Jesus quando diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Todo aquele que estiver disposto a me seguir verá a luz.” Se amamos a verdade, devemos amar a oração, anulando instabilidades e despojando-nos de nós mesmos sem dificuldades, porque a diminuição do Ego é o principal exercício da mente que passa a dar ênfase à pacificação dos pensamentos, para uma correta atitude que nos aproxima da comunicação com o Mundo Espiritual somando-se a nós, para que possamos perceber o amparo divino e toda providência nos nossos pensamentos, tanto internos como externos, - é uma forma de orar.
Daí em diante há dissoluções dos questionamentos desde o periódico da nossa infância. A oração não contém mais o “AMÉM” vazio das palavras. A oração traz a firmeza e a força porque liberta a alma dos laços das ilusões do Ego. É a luz presente irradiando a paz, ensinando-nos a ser pacientes e a ver quão mais frutuoso é o dar que o receber.
Chega enfim, os resultados do aprendizado salutar da renovação interior. Valeu o “AMÉM” vazio da oração da noite, de uma criança em busca do fervor e da verdade do ato de se orar. Vieram as descobertas dos efeitos da oração: Senhor dá-me a graça real e verdadeira todo dia, pois o que tenho feito até agora é nada.

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