Antes de qualquer palavra que venha expressar os
sentimentos bons de uma prece e, também os pensamentos elevados ao PAI; é
conveniente salientar as colocações do Capítulo 27 – Pedi e Obtereis –
Qualidades da prece, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:
1 – Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas que se comprazem em orar em pé
nas sinagogas, e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em
verdade vos digo, eles receberam sua recompensa. Mas quando quiserdes orar,
entrai no vosso quarto e, estando fechada a porta, orai ao vosso Pai em
segredo; e vosso PAI, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. Não
afeteis orar muito em vossas preces, como fazem os gentios, que pensam ser pela
multidão de palavras que serão atendidos. Não vos torneis, pois, semelhantes a
eles, porque vosso pai sabe do que necessitais antes de o pedires. (Mateus,
cap. VI, V.5A8).
. .
.
Desde a infância, as nossas emoções acumulam
acontecimentos capazes de interferirem em nossas decisões. O mesmo ocorre com a
nossa maneira de orar, pois as palavras que vão servir de frases para a oração,
podem ter habilidades – chave tanto do emocional como da inteligência, e
seremos os únicos responsáveis pelo que colheremos com a prática da oração de
nossa autoria. Sentiremos culpas, remorsos, perdão, arrebatadores desejos de
sucesso, fracasso, vitória amorosa ou profissional. Faremos confissões a Deus
sobre os nossos ideais sem compreendermos que somos o que são os nossos ideais.
A prece representa o que pensamos, se não sabemos pensar o bem, assim será a
nossa oração. Como sábios ou como ignorantes comportamo-nos ao orar? Na fase
infantil da nossa existência, quais ensinamentos recebemos sobre a oração? Mamãe dizia: Reze
para seu anjo guardião pedindo proteção para sua saúde, para ser boazinha, para não lhe faltar estudos, roupas, comida,
brinquedos. E como já era hora de dormir as palavras saiam rápidas, mal
pensadas, atropeladas pelo sono, e o “AMÉM” era pronunciado quase dormindo.
Assim os anos foram se passando e as relações no ambiente
escolar e familiar apontavam problemas de religião e nenhum preparo para o
torvelinho – ou para a oportunidade que ocorre na vida, de escondermos o nosso
destino pessoal. Um conjunto especial de ideias e de aptidões conturbando a
vida emocional, ignorando a inteligência, e tanto um como outra, com maior ou
menor habilidade, para tomar decisões a acertar o caminho para o sucesso na
vida, de um modo geral. Mas para isso dar certo, já numa idade adulta, seria
preciso assimilar as regras dos próprios sentimentos, levando-se em
consideração os hábitos religiosos, a satisfação de orar e de ter capacidade de
concentração nos estudos e pelo menos, algum controle sobre a vida emocional
travando batalhas internas entre religião, oração, obtenção de boas notas,
integração social, não causar nenhum desgosto aos pais, sabendo combinar tudo
para ser útil a todos, administrando com educação, verdade, amor. Contudo,
ignorando a combinação: virtudes, quem é Deus, quem sou eu de corpo e alma, e
as frustrantes respostas sobre a força e o significado das palavras de uma
oração, qual a diferença em orar em silêncio ou em voz alta.
O repertório de questionamentos, mergulhado nas
profundezas da alma, é capaz de exercer instabilidade emocional deixando
“rolar” no tempo, nada fazendo para mudar, apesar da aflição sentida. Sabendo
que a oração é um recurso eficiente em momentos de prova. Sua forma externa não
importa. É à essência da oração que devemos nos ater: estado de coligação com o
mundo interior em que nada mais existe do que a busca da verdade. Aí paro e
penso em Jesus quando diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Todo aquele
que estiver disposto a me seguir verá a luz.” Se amamos a verdade, devemos amar
a oração, anulando instabilidades e despojando-nos de nós mesmos sem
dificuldades, porque a diminuição do Ego é o principal exercício da mente que
passa a dar ênfase à pacificação dos pensamentos, para uma correta atitude que
nos aproxima da comunicação com o Mundo Espiritual somando-se a nós, para que
possamos perceber o amparo divino e toda providência nos nossos pensamentos,
tanto internos como externos, - é uma forma de orar.
Daí em diante há dissoluções dos questionamentos desde o
periódico da nossa infância. A oração não contém mais o “AMÉM” vazio das
palavras. A oração traz a firmeza e a força porque liberta a alma dos laços das
ilusões do Ego. É a luz presente irradiando a paz, ensinando-nos a ser
pacientes e a ver quão mais frutuoso é o dar que o receber.
Chega enfim, os resultados do aprendizado salutar da renovação
interior. Valeu o “AMÉM” vazio da oração da noite, de uma criança em busca do
fervor e da verdade do ato de se orar. Vieram as descobertas dos efeitos da
oração: Senhor dá-me a graça real e verdadeira todo dia, pois o que tenho feito
até agora é nada.
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