quarta-feira, 18 de março de 2015

COOPERATIVA DA BONDADE PRIMEIRA PARTE


AS CRIANÇAS E JESUS

Meliza e Cintia irmãs gêmeas de 12 anos, mantinham sempre um grande sorriso, cantavam a qualquer hora do dia como hábito salutar da família. Rosemia e Lourival eram pais bastante atenciosos com a educação das duas filhas.
Rosemia, mãe vigilante no comportamento das meninas, procurava transmitir palavras colhidas nas obras espíritas, principalmente nas de Allan Kardec. Ela fazia anotações diárias sobre os acontecimentos mais marcantes. Já Lourival, era um pai alegre e descontraído, trabalhava como Diretor de Recursos Humanos numa grande rede de supermercados.
Estudava regularmente a Doutrina Espírita e se empenhava com todo amor e dedicação na auto avaliação, pois sua maior vontade era de tornar-se Dirigente do Centro Espírita que frequentava com a família.

Com o amor bem alicerçado nos ensinamentos do Mestre Jesus, tanto os pais como as filhas tinham certeza de que o enorme carinho e atenção que davam para as crianças pobres que perambulavam pelas ruas por não terem residência fixa, nem família, sinalizava o amor ao próximo em suas almas e a esperança de realizarem o grande sonho de fundarem a COOPERATIVA DA BONDADE.
Meliza era a que mais proximidade tinha com as crianças indefesas, assustadas, machucadas e famintas. Além de  levar sanduiches, suco de frutas, tortas, bolos, leite, também contava histórias sobre as vida de Jesus Cristo: enquanto Cintia ilustrava as páginas do Evangelho com desenhos bem coloridos dando um toque de alegria, interesse pelos assuntos abordados e descontração. Cíntia chamava uma por uma das crianças para formarem uma roda e todas sentadas no chão faziam a :

ORAÇÃO DA CRIANÇA E JESUS:
- Jesus, o Senhor é o maior bem na minha vida. Ampara-me no frio, agasalhando meu coração com o seu caloroso amor até meu corpo ficar bem quentinho. Quando a fome grita no estomago vazio, o Senhor vem e dá o alimento espiritual da esperança, logo depois surge uma boa alma trazendo um pedaço de pão e um copo de leite. Senhor como fico grato por estar olhando sempre para mim; vendo a minha dor por não ter mãe e nem pai, nem casa para morar, nem cama para dormir. Este chão duro fica macio quando falo com o Senhor.

Minha oração é simples mas sincera. Nela está a fé, fazendo-me acreditar e confiar nos céus e nas estrelas que guardam todos os mistérios da minha vida, que um dia descobrirei. E o Senhor, meu Bom Jesus sabe mais do que eu porquê estou vivendo nessa condição de penúria. Dói muito esta vida de criança abandonada e mendiga, mas o Senhor diz: “ A vida é Beleza, admire-a. A vida é desafio, enfrente-o”. Então Jesus, dá-me sua mão e guia-me na aventura da vida. Vou me arriscar, mas sei que o Senhor estará sempre comigo. Obrigado desde já!
***

Todas as 4as e 6as feiras, Meliza e Cíntia iam ao Centro Espírita e relatavam tudo com muita clareza e objetividade, até que um dia a Psicopedagoga Dra. Clarice que ministrava o Curso de Evangelização Infantil, perguntou para as gêmeas se gostariam de visitar o orfanato onde era uma das diretoras. As meninas se olharam, abraçaram a Dra. Clarice e falaram: - Temos muito interesse, sim, pois nossa mãe fala constantemente sobre as crianças que sofrem por não ter pais e nem lar. Meliza pronunciou-se de modo amoroso e imbuída de muita simpatia por aqueles que socorrem e dão afeto sem visarem recompensa.
- Dra Clarice quando iremos? A mamãe pode ir conosco?
- Claro Meliza, será muito bom e deixa-me feliz com esse gesto de amor.

Tudo combinado para o sábado à tarde, e lá foram as gêmeas lourinhas levando roupinhas, agasalhos, fraldas, toalhas de banho, sabonetes, bonecas, jogos educativos, lápis de cor, cadernos para desenhar, livros infantis espíritas. Rosemia estava muito feliz por ver as filhas tão dispostas para praticarem a caridade.
Dra Clarice as recebeu na recepção e logo foi mostrando as instalações. Tudo muito limpo e organizado. Em cada ala tinha um quadro de Jesus Cristo e uma mesa com o Evangelho Segundo o Espiritismo. Crianças de zero a quatro anos ficaram no andar térreo perto da enfermaria. As de 5 a 7 anos no 1° andar e as de 8 a 12 anos no 2° andar. Ao todo eram 100 crianças, incluindo as de 13  a 17 anos, que tinha uma ala independente do prédio principal, pois estudavam em escolas públicas e realizavam tarefas junto da administração. O prédio era grande e muito bonito, com refeitórios, salas de aula, áreas de lazer, quadras de esportes, piscinas, ambulatório médico e odontológico, e um local para pinturas e artesanatos.

Meliza e Cintia olhavam tudo como duas inspetoras e faziam muitas perguntas para Dra. Clarice. Rosemia queria saber  sobre as adoções e quantas crianças não conseguiam ser adotadas devido os impedimentos burocráticos da Justiça. Dra Clarice chamou a Socióloga Sofia e a Assistente Social Zélia para as informações. Sofia adiantou-se e disse: - Os especialistas em desenvolvimento infantil querem acabar com os orfanatos e recomendam a adoção ou pequenos lares coletivos. Hoje a própria palavra “orfanato” não é bem vista. A expressão preferida ( e mais exata) é “LAR INFANTIL”, já que muitas destas  crianças têm pais vivos que não podem ou não querem cuidar delas. Adoraria que todas as crianças morassem em lares felizes e aconchegantes. Mas enquanto isso não acontece, alguém precisa cuidar desse problema.
Zilda aproveitou o gancho e falou: - A dura realidade, é que a maioria das crianças em orfanato passará a infância toda em orfanatos. Isso torna difícil desenvolver um sentimento de docilidade, amizade, simpatia, carinho e estabilidade emocional. É uma batalha e nós estamos unidas para conservar os orfanatos e não acabar com eles.

Rosemia, que já fizera curso de Maternidade, comentou: - As aulas baseavam-se nas práticas de educação infantil do Instituto Plas, um orfanato da França. Fiquei fascinada. Soube na mesma hora que era aquilo que eu queria fazer. Voltei muitas vezes ao Instituto  Plas. O que vi ali mudou minha vida. Tive um convívio naquele Orfanato de 18 meses. Minha crença é de que as crianças órfãs só conseguem desenvolver bem se criadas, com carinho constante. Em vez de fazer rodízio de pessoal, como muitos orfanatos, o Instituto encarrega cada funcionário de cuidar de um pequeno grupo de crianças durante toda a permanência delas ali. Cada funcionário cuida de seis a oito crianças, em vez de até 30 delas em outros lugares. Os bebês podem engatinhar pelo chão, e não precisam ficar o dia todo confinados em berços. A hora do banho é ampliada  para confortáveis e divertidos  22 minutos por criança. O funcionário conversa com as crianças o tempo todo, fortalecendo o vínculo.
Dra. Clarice acrescentou: - Acredito que as crianças precisam desse tipo de relação para aprender a se desenvolver como adultos saudáveis. Os cuidados e o ambiente do Orfanato pretendem se aproximar dos encontrados em um lar, até onde for possível para uma instituição. Pode-se criar o ambiente certo sem prédios claros nem diplomas de mestrado.
Rosemia ficou radiante de felicidade por encontrar pessoas com pensamentos, atitudes e dedicação no trato com esse tipo de crianças, e confessou sua admiração e simpatia, colocando-se prontamente à disposição para iniciar algum trabalho com as crianças de zero a quatro anos.

Ao chegarem à casa, as gêmeas abraçaram a mãe e juntas fizeram uma linda oração pela oportunidade de conhecerem aquelas crianças abrigadas num local tão bom, limpo e com bons fluídos.

ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO AO MEIGO NAZARENO

Ó Meigo Nazareno! Tu és a felicidade em nossos caminhos. Bendizemos o teu exemplo desde a infância. É tão gratificante tê-lo como modelo a ser imitado. Lindos ensinamentos pronunciados por tua voz ativa, deixam crianças e adultos conhecerem a tua vida, - única a ser seguida para nos prepararmos, a nós e ao mundo em que vivemos.
Com a sintonia espiritual recorremos ao apoio e à colaboração dos nossos Anjos Guardiães – nossos companheiros espirituais  estreitando os nossos laços vibratórios para melhor sintonia com eles para inspirarem nossos passos na existência presente.

Ó MEIGO NAZARENO! Por muito nos amar, prepara-nos a ser capazes de cumprir missões importantes como a de zelar pela educação moral e emocional de crianças órfãs. Nosso coração sensibilizado pelas fontes inesgotáveis de Teus ensinamentos,


agradece o amor que nos dedica. Desejamos de coração cultivar a humildade para sabermos trabalhar no campo fértil que é a vida da criança órfã. Juntos, instruindo-nos e transformando-nos, até chegar o dia em que possamos ser reconhecidos como verdadeiros cristãos – Teus discípulos – Ó Meigo Nazareno!

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Rosemia contou para Lourival sobre o dia produtivo e disse-lhe que tem a intenção de divulgar o que vira, com a promessa de melhorar algum orfanato que esteja em estado precário. Lourival beija-me as mãos e diz: - Vamos poupar o máximo de nossas economias com o propósito de fazermos melhorias em orfanatos que estejam com dificuldades financeiras para contratar funcionários e prepará-los para uma qualificação idêntica ao que você quer divulgar. Vamos formar nossa equipe com especialistas infantis. Rosemia completou: - No estágio que fiz na França, tinha desenvolvido manuais de treinamento com o intuito de treinar os funcionários dos orfanatos, avaliar as condições de vida nos orfanatos antes e depois do treinamento.
- Bem pensado. Vamos pesquisar e acompanhar os resultados assim que tivermos atuando na nossa COOPERATIVA DA BONDADE. Essa será a força de que nos utilizaremos para implantar várias mudanças a serem defendidas pela nossa organização. Jesus está conosco. Ele nos tem guiado e nos iluminará para termos capacidade para o cumprimento do dever.
- Lourival, nós temos feito nossa avaliação, propondo-nos à realidade progressiva do nosso autoaprimoramento, temos estudado juntos as características básicas das virtudes, isto é, procuramos conhecer seus principais aspectos, o que muito facilitará a sua prática no nosso relacionamento com as pessoas de todas as áreas sociais a que pertençamos.

No Capítulo XII – Perfeição Moral – Livro dos Espíritos – está escrito: Qual a mais meritória de todas as virtudes? – “Todas as virtudes têm o seu mérito, porque todas são indícios de progresso no caminho do bem. Há virtudes
 sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem segunda intenção. A mais meritória é aquela que se baseia na caridade mais desinteressada.”

Para nossa aferição individual, observemos o seguinte:
- Disposição firme e constante para a prática do bem;
- Sacrifício voluntário do interesse pessoal, renunciando pelo bem do próximo – abnegação;
- Prática da resistência voluntária ao arrastamento das más tendências;
- Prática da caridade desinteressada, empregada com discernimento para o proveito real dos que dela necessitam;
- Dedicação com sentimento de amor profundo e desprendimento – DEVOTAMENTO;
- Fazer o bem por impulso espontâneo, natural, por hábito, sem esforço ou dificuldade.


Lourival sorri para Rosemia e fala: - É minha esposa, somos felizes por ter encontrado o Espiritismo Redivivo que nos tem orientado e também ajudado na formação religiosa das nossas filhas que são devotas e se sentirão mais dispostas para a prática da caridade, durante a adolescência e no decorrer da existência presente.

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