Meu amigo, minha amiga! – Se eu te dissesse que, para
solveres certos problemas dolorosos da vida, devias “ORAR”, talvez terias um
gesto de desilusão ou pouco caso. E eu te compreendendo, porque para milhares e
milhões de Cristãos “ORAR” quer dizer pedir, mendigar ou recitar determinada
fórmula – e depois aguardar a decisão de Deus, de um Deus que, como eles
entendem, reside em algum misterioso recanto do Universo, para além das
estrelas e vias lácteas, e, por exceção, visita a nossa Terra.
Em vez disto sugiro o seguinte: Quando te achares em
dificuldade de qualquer natureza, ou quando tua mente estiver repleta de
amargura ou revoltada, suspende por alguns minutos todo e qualquer pensamento
nessa direção; não penses em nada, faze de tua mente uma espécie de vácuo,
carta branca, um silencioso deserto. E, quando estiveres inteiramente calmo e
sereno, dize pausadamente: “Convido-te, Senhor, para seres meu sócio e meu
conselheiro neste impasse em que me encontro” Ilumina os caminhos da minha
vida, para que eu veja claramente o que neste momento devo fazer ou deixar de
fazer! Dá-me a força necessária para que eu possa fazer o que está certo!
Ajuda-me, Senhor! Sê meu sócio e companheiro, tu sabes mais do que eu!”...
Claro está não é necessário que digas literalmente estas
palavras, mas sim cries dentro de ti a atitude indicada pelas palavras que
acabo de escrever.
Repete muitas vezes, o mesmo pedido, ou melhor, dize
positivamente: “Tu, Senhor, és meu sócio, e eu estou certo de que me ajudarás
eficazmente, com teu poder e tua sabedoria. Eis-me aqui às Tuas ordens!”...
Não fales a esse “Senhor” como se fosse alguém ausente; esse
“Senhor” é teu próprio centro, teu EU CENTRAL; desperta-o do teu sono.
Depois de te manteres uns cinco minutos nesse clima, verificarás
que os horizontes vão se desanuviando lentamente; as nuvens da amargura e revolta
dissipam-se ao avanço da luz da serenidade; o teu despeito cederá lugar a uma
atitude de compreensão e benevolência.
Em vez de esbarrares, qual besouro estonteado, contra as
vidraças de uma janela fechada e caíres, finalmente exausto, sobre o peitoril
da janela para morrer; em vez dessa manobra ridícula e estúpida, olha
calmamente em derredor – e acabarás pro descobrir com grata surpresa, que a
dois passos da janela fechada, há uma porta aberta de par em par, pela qual
poderás ganhar sem esforço a liberdade e sair da tua prisão voluntária.
A educação das almas humanas obriga-as a ocupar situações
diversas. Todas têm de passar alternadamente pela prova da riqueza e pela
pobreza, do infortúnio, da doença, da dor.
A todas as misérias deste mundo que não o atingem, o egoísta
fica alheio e diz: - “Depois de mim, o dilúvio!”. Crê que a morte o subtrai à
ação das leis terrestres e às convulsões da sociedade com a reencarnação, muda
o ponto de vista. Será forçoso voltar a sofrer os males que contávamos legar
aos outros. Todas as paixões, todas as iniquidades que tivermos tolerado,
animado, sustentado, seja por fraqueza, seja por interesse se voltarão contra nós.
Aquele que fez sofrer sofrerá; quem semeou a divisão, o ódio, sofrerá os
efeitos: o orgulhoso será desprezado.
Se você quiser assentar em bases formes o seu próprio
futuro, trabalhe desde já, em aperfeiçoar, em melhorar o meio em que renasceu.
Pense a sua própria reforma: é o que indispensável fazer para que as misérias
coletivas sejam vencidas pelo esforço de todos. Aquele que, podendo ajudar os
seus semelhantes, deixa de fazê-lo, falta à lei de Solidariedade.
Quanto aos males individuais, diremos, colocando-nos em
outro ponto de vista: “Não somos juízes das medidas extas onde começa e onde
acaba a expiação”. Sabemos quais são os casos em que há expiação? Muitas almas,
sem serem culpadas, mas ávidas de progresso, pedem uma vida de provas para mais
rapidamente efetuarem sua evolução.
O auxílio que devemos a estas almas pode ser uma das
condições de seu destino, como do nosso, e é possível que estejamos sendo
colocados em seu caminho para aliviá-las, esclarecer, confortar. Sempre que se
nos ofereça o mínimo ensejo de nos tornarmos úteis e prestativos e deixamos de
o ser, há de nossa parte mau cálculo, porque todo bem, todo mal feito remontam
à sua origem com os seus efeitos.
“Fora da Caridade não há salvação” – disse Allan Kardec. Tal
é o preceito por excelência da moral Espírita. O sofrimento, onde quer que se
manifeste, deve encontrar corações compassivos prontos a socorrer e consolar. A
caridade é a mais bela das virtudes; só ela dá acesso aos mundos felizes.
*
Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem,
consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças
na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais
cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série
das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a Lei
Divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: “A fé transporta montanhas”.
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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