Dos muitos males que afligem o ser humano, a solidão é,
sem dúvida nenhuma, uma das piores frustrações que pode se abater sobre o
homem. Ao contrário da fome e da sede, que quando nos atingem nos forçam a combate-las, a solidão no mais das vezes se
mascara com uma aura de virtude e até de renúncia. Muitas vezes não representam
absolutamente nada, pois mesmo que reconheçamos que temos a necessidade de
ficar a sós, em certas horas, a vida aqui no Planeta precisa ser solidária,
porque estamos ligados uns aos outros, magneticamente, através de pensamentos e
atos. Precisamos, então, nos despir de todos os nossos bloqueios e sair na
busca de afeição e carinho, amizade e companhia, sem nos envergonharmos dessa
procura, mas entregando-nos a luta diária, para aumentar os laços fraternos e
de amizade, abandonando os preconceitos e tabus, que diminuem a eficácia no
combate que existe dentro de nós.
Por isso, é quase impossível fugirmos de nós mesmos, das
responsabilidades e do roteiro de experiências para nossa evolução e quem não
se amolda aos princípios da solidariedade, torna-se prisioneiro de si mesmo,
permanecendo estagnado na retaguarda da vida, onde, certamente haverá dores e
ranger de dentes.
O homem é um ser social, e é também um doador, por excelência,
de tudo o que possui. Sendo ao mesmo tempo um receptador dos dons dos outros. E
se não proceder assim, se comportará como uma “figueira estéril”, que não dá
frutos e necessita ser podada, como diz o Cristo em seu Evangelho de Amor. Deus
é o Criador de tudo o que existe, secundado pelo homem que só consegue receber quando
se dispõe a doar.
A ação solidária de ajudar os semelhantes, cria um clima
de simpatia, uma espécie de atmosfera psíquica favorável aos nossos empreendimentos
facilitando tudo à nossa volta, principalmente no círculo das nossas amizades.
A solidão provocada pelo afastamento de tudo e de todos é
egoística, e não leva a nada, gerando nostalgia e tristeza, que pode levar até
ao suicídio, além de bloquear os canais de informação que certamente viriam até
nós, através dos contatos normais com
outras pessoas que enriqueceriam nossos conhecimentos, pelo sistema de troca de
informações, colhidas nas diversas regiões da Terra.
A atividade-fim do homem na Terra é a evolução e, todos
os outros objetivos a serem alcançados constituem as atividades-meio, que
servem como suporte para vencermos essa luta milenar na busca da felicidade.
Durante a nossa caminhada o importante é o cuidado
especial em não magoar ninguém, pois os atos contrários e negativos que
arremessamos contra os outros, geram aversões que certamente, exigirão reparos,
além de provocar “implosões psíquicas” no campo espiritual, porque ninguém lesa
o próximo sem lesar antes a si mesmo. A convivência pacífica com os irmãos de
luta é um passo importantíssimo para a
nossa libertação moral, que só será concretizada no momento exato em que
possamos compreender que ninguém vive exclusivamente para si, e sim, para os outros.
Esta vida para ser eficaz, não pode ser isolada. Fora dos
seus limites, além do nascimento e da morte, vemos, numa espécie de penumbra,
desenrolar-se uma multidão de existências através das quais, à custa do
trabalho e do sofrimento, conquistamos, peça por peça, pedaço por pedaço, o
pouco de saber e de qualidades que possuímos e pelos quais também
conquistaremos o que nos falta: uma razão perfeita, uma ciência sem limites e
um amor infinito por tudo quanto vive.
A imortalidade, semelhante a uma cadeia sem fim, se
desenrola para cada um de nós na imensidade dos tempos, cada existência é um
elo que se liga para trás e para frente, em uma cadeia distinta, a uma vida
diferente, porém solidaria com os outros.
O futuro é a consequência do passado e, de degrau em
degrau, o ser se eleva e cresce. Artífice de seus próprios destinos, o homem,
livre e responsável, escolhe seu caminho, e se essa rota é difícil, as quedas
que terá, os espinhos que irão dilacera-lo, terão como efeito desenvolver sua
experiência e fortificar sua razão nascente.
A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY
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