sábado, 27 de maio de 2017

SEREMOS NÓS A SOMA DE ENGANOS PASSAGEIROS QUE AGASALHAMOS NA MENTE?


De um modo geral, chama-se Alegria à emoção que traduz inconsciência ruidosa dos deveres espirituais e que seria melhor designada pela palavra satisfação, relacionada com sensações e não com sentimentos. É produzida pela libertação dos desejos represados de expandir-se em toda gama de características pessoais, causando um estado de euforia psíquica proveniente da exteriorização de sentimentos e impulsos retidos. Porém, não é a esse mecanismo primitivo de satisfação que poderemos, com propriedade, chamar de alegria. Refiro-me ao sentimento que proporciona ao ser a consciência plena de sua união com a beleza e harmonia da vida. É consequência da Fé nos próprios destinos e tem a força de afastar a um plano secundário os obstáculos que parecem impedir a evolução. Pode ser definido como a Paz conquistada através do reajustamento progressivo à vida espiritual superior.
Sente-se alegre a criança que se recolhe ao regaço materno,  embora estivesse satisfeita momentos antes na disputa dos jogos infantis com seus companheiros. Lá, porém, junto à segurança do carinho materno, já desfruta alegria, pois sabe que recebe, sem limitações, o amparo que é a renovação da sua alma.
Ao Espírito sequioso de evolução, a alegria também é proporcionada através da certeza do AMOR DIVINO a envolvê-lo.  Libertando-se do sentimento deprimente de culpa o Espírito vê o Universo em sua grandiosidade, a inspirar-lhe a certeza da própria destinação divina, como herdeiro dos bens da vida! Essa poderosa Fé em Deus e em seu próprio destino desperta-lhe a alegria inebriante de participar da harmonia da Criação.
No entanto, para serem concretizados os sonhos de evolução espiritual, não basta lançar-se pelos caminhos da vida. É preciso preparar-se caminhando de modo adequado. Se já sentiu os deveres espirituais que lhe cabem e os executa com persistência e esforço  mas sem alegria, estará agindo como se fosse um possuidor de um veículo moderno e o atrelasse a animais de tração.
O  sentimento subconsciente de culpa impede-o de utilizar o combustível da Fé e quando desejar seguir adiante, não conseguirá locomover-se. Se, porém, desfazendo a falsa noção de culpa, consegue despertar novamente a Fé em sua libertação espiritual, desfrutará a alegria de um percurso suave em toda a jornada.
É indispensável, pois, que o discípulo, ao recordar o passado, desenvolva a capacidade de sentir essa pura alegria espiritual, compensando-o das profundas angústias causadas pelas verdades amargas que se manifestam do subconsciente. Para melhor contornar as dificuldades surgidas ao contato com os erros cometidos é conveniente orientar-se pelo seguinte roteiro:
1 – Aplicação total às construções positivas do momento que  passa, com rejeição ao sentimento de culpa.
2 – Apreciação da beleza do mecanismo da vida, trazendo-nos magníficas oportunidades de renovação e fortalecimento da Fé no futuro.
3 – Serenando a mente através da alegria do Progresso Espiritual, tendo em vista a felicidade de estarmos incluídos na beleza do Universo.
Não neguemos nossa participação na grandiosidade do conjunto universal por uma falsa noção de humildade. Este sentimento sublime é uma vibração suave e doce, que invade a alma de quem pode contemplar, em ESPÍRITO e VERDADE, a Obra do Eterno, reconhecendo-se como parte integrante do grande Todo! Entreguemo-nos à atração que exerce sobre nós a FORÇA CENTRAL DA VIDA  pois a ela pertencemos.
Penalizemo-nos de quem ainda não se situou nesses termos de Angelitude Potencial. Discípulos que invadimos os segredos do passado, lembremo-nos de que as circunstâncias passageiras, de desajuste não nos perturbarão a caminhada quando sentirmos a alegria íntima do que somos!
Afinal é oportuno e necessário definir o que somos. Seremos nós a soma dos enganos passageiros que agasalhamos na mente?
Que terá mais força: O PLANO DIVINO que nos criou para a realização maior ou os equívocos que surgem a todo instante à nossa volta?
Seremos um conjunto de pó e lama que restou do complicado panorama do passado ou o canal receptor da água da vida que nos vem do CRIADOR?
Que utilidade haveria em nos reconhecermos como usinas transformadoras da força em opacidade de luz, se não   nos impulsionarmos a utiliza-la com alegria, amor e fé?
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


terça-feira, 23 de maio de 2017

MOMENTO DE REFLEXÃO

Meu amigo, minha amiga – Vamos nos unir em pensamento, pois realizando a consolidação da poderosa “CORRENTE DO AMOR”, milhões de seres humanos despertarão aos poucos da cegueira em que têm permanecido há séculos.
A cada instante, renove como uma gota que  seja, a provisão de água cristalina de seu amor, a fim de atender a todos os sedentos de amparo e misericórdia. O mundo está lotado de irmãos passando por essa situação dolorosa.
Atualmente processa-se em nosso Planeta um recrutamento em massa para ser desencadeada a investida final do BEM MAIOR. Vamos nos alistar quanto antes na luta pelos grandes movimentos de evolução moral e espiritual da Humanidade, no sentido de construirmos o REINO DE AMOR e HARMONIA com as esferas espirituais mais elevadas.
Ajudemos a fortalecer os baluartes do BEM MAIOR, que vêm sendo erguidos  através dos milênios. Vamos emitir constantes vibrações de AMOR e PAZ, em todos os ambientes onde estivermos, pois quais sementes lançadas  à terra, elas produzirão flores perfumadas e frutos nutritivos para o Espírito, dispondo-o a lutar pelas causas santificadas da nossa Humanidade.
Meu amigo, minha amiga – Nenhum louvor à Fonte Divina será mais proveitoso  que o AMOR, sempre o AMOR! Procurem senti-lo na Alma e então a Luz da Espiritualidade Maior será um farol  guiando-os na estrada infinita da Evolução.
DEUS é AMOR e nós a Ele estaremos ligados na proporção em que soubermos acender em nossa consciência a chama sagrada dessa virtude suprema!
Meu amigo, minha amiga – Amem infinitamente!
Estabeleçam entre todos que os cercam essa corrente de doçura fraterna que congrega todos os filhos de Deus como elos ou unidades da Família Universal!
A FÉ é o combustível que mantém acesa a Luz do caminho. Esse é o ideal. Todas às  vezes em que o vento da perturbação tentar lhes deixar às escuras, renove sua provisão de Fé e o Ideal brilhará à sua frente a clarear a estrada da vida.
As Bênçãos de Deus irradiam-se a todo instante sobre as criaturas e na medida em que as dores aumentam sobre a Terra, multiplicam-se, em escala surpreendente, os meios de amparo e socorro que lhes chegam do Senhor. Com   consentimento do Alto, cresce, dia a dia, o número de Centros Espíritas que buscam auxiliar homens e mulheres a encontrar a cura da Alma, orientando-os para a realização evangélica no íntimo do próprio ser.
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Os males físicos que afetam o corpo são remédios amargos capazes de curar as almas, pois a dor, agindo como um hipersensilizante, torna o Espírito mais apto ao conhecimento das Verdades Eternas, impelindo-os à retificação. Entretanto, a Misericórdia do Senhor é infinita e existem em suas Leis recursos magnânimos com os quais balsamiza o sofrimento dos que vivem amargurados. Na aplicação destes recursos, utiliza-se dos filhos que já alimentam o coração a “Boa Vontade”, beneficiando-os ao mesmo tempo, com a oportunidade de cultivarem a vibração do Verdadeiro Amor. Inspirados nos primitivos centros cristãos, os núcleos espíritas da atualidade, a par dos ensinamentos evangélicos, proporcionam o remédio eficaz para os males do corpo físico.
Meu amigo, minha amiga – dirijo particularmente minhas palavras a vocês que se dedicam aos trabalhos de cura, edificante realização baseada em irradiações que partem de Altas Esferas Espirituais, e que  têm em vocês o ponto de apoio na Terra. Vocês desempenham o papel de humildes transformadores e condutores de energia que, ao receberem a Força do Grande Condutor de Fluidos, depois de dosá-la covenientemente, transmitem-na aos necessitados.
As falanges que com vocês comungam neste sacrossanto ideal velam pelo seu intercâmbio com o Alto, instruindo-os na aplicação conveniente dessa Luz que é saúde e energia capaz de aliviar os males humanos.
Esse trabalho requer grande equilíbrio emocional, mental e físico e a saúde do medianeiro influi na eficiência da terapêutica, proporcionando os fluidos benéficos e harmoniosos necessários.
Aos que, em nome de Deus, estendem suas mãos para pensar nas feridas dos enfermos, necessário se faz zelar pela própria integridade física, sustentando-a através de um perfeito equilíbrio mental que significa estar em harmonia.
“Vós  sois Deuses!” Essas palavras do Mestre Amado, acalmam nossos espíritos, enchendo-nos de esperança. Há, porém, necessidade de burilar a alma num trabalho contínuo de superação do próprio Eu, para que venha o clarão da Centelha Divina que brilha com luz trêmula em nosso íntimo ser. O poder conquistado pelo homem sobre seu organismo pode elevar-se ao infinito. O ser humano desenvolveu apenas uma pequena parcela de sua mente e muito lhe resta ainda a realizar nesse setor.
O homem primitivo não tinha a capacidade de expressar o pensamento através da  escrita. Esse mecanismo constituiu importante conquista para sua educação mental. No entanto, até que o cérebro e toda rede nervosa se articulassem com os músculos, numa sintonia capaz de movimentar rapidamente todo esse mecanismo, possibilitando a realização das obras primas de literatura que nos elevam o espírito, a Humanidade levou centenas de anos. Através de uma progressão semelhante, imaginemos o quanto poderemos realizar, à medida que a nossa mente se exercite no controle de todo o organismo.
De nosso cérebro, poderosa usina eletrônica, depende o funcionamento da mais humildade célula do corpo. Tomemos consciência deste fato e iniciemos com firmeza o trabalho de realização
A inteligência avançou com passos de gigante, produzindo maravilhas de ciência e técnica, mas a consciência rasteja a passo de tartaruga... Por que? O motivo é óbvio: o progresso da inteligência não exige sacrifício, mas favorece o orgulho e a vaidade humana – ao passo que o menor progresso da consciência exige grandes sacrifícios e renúncias. Mas um passo no plano da consciência vale mais do que 100 passos no campo da ciência.
Pela ciência, diz Eisntein, o homem descobre os fatos da natureza – mas pela consciência ele cria valores dentro de si mesmo.
Por tudo  isto, acrescento: A cada dia sinto o Amor de Deus presente em minha vida. A generosidade Dele me envolve em todos os momentos, em tudo que faço,  que escrevo no recolhimento constante. Só me resta agradecer e continuar oferecendo minha vida para o grande aprendizado do progresso da consciência, do desprendimento material e me esforçar cada vez mais para progredir moralmente. Ele merece isso de mim!
Evolução não é privilegio, é Dever. Para nos corrigirmos evoluindo, recebemos a Bênção das reencarnações nesta escola redentora que é a Terra. Tenhamos, portanto, Fé, confiança e Calma.
Olhemos para  a frente, pois em todas as ocasiões estaremos contemplando a vida infinita e eterna.

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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


sexta-feira, 19 de maio de 2017

CALMA, CONFIANÇA E FÉ!


Determinadas encarnações podem ser simbolizadas pela interseção de dois planos que marca mais uma etapa na ascensão do ser eterno (Espírito), em busca da luz de seu Criador. Antes do Espírito manifestar-se na matéria densa para dar o testemunho supremo que o habilitará a permanecer em novo grau, sofre um período de preparo intenso que varia de criatura para criatura, podendo mesmo referir-se   a tempos passados. Pode ser feito no Espaço ou na Terra, através de experiências por diversas encarnações.
Ao ingressar na fase em que testemunhará a aquisição das condições necessárias para elevar-se a um novo grau, descem sobre ele redobradas, as vibrações de amor, esperança, calma, confiança e fé, provenientes dos corações amorosos que anseiam pela sua felicidade, procurando ampará-lo nos momentos decisivos. Sentirá bem nítido o chamado do BEM e do MAL e, empregando o próprio discernimento de suas vibrações na escolha do caminho a seguir. Demonstrará então se assimilou as emanações puras do Bem ou se os ensinamentos do curso realizado não foram aproveitados. Nesse caso, terá que recomeçar a experiência através de novos estudos e novas encarnações preparatórias. Essa existência ficará marcada pelo esforço dispendido e pela decepção do ser que viu suas mãos  apalparem a quina de novo degrau, vislumbrou lhe a beleza, mas não encontrou forças para a ascensão, caindo num degrau muito inferior que esperava não mais pisar.
Portanto, seguir confiante com calma e fé, significa crer humildemente, na tarefa que lhe cabe cumprir como uma criatura capaz de enfrentar grandes desafios, e deles, tirar as mais preciosas lições e assim, contribuir fielmente com o Senhor para o aprimoramento moral do Planeta Terra.
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Esperança e Alegria!
Apesar de todas as dificuldades, o Divino Mestre Jesus despertou em inúmeras Almas curadas por Ele a centelha divina que habita cada ser. Poucos, porém, puderam ver Nele o Cristo Celestial; somente aqueles que Ele afirmou que “tinham olhos de ver e ouvidos de ouvir”.  Jesus afastou obsessores,  curou doenças de pele, paralisias, doenças mentais e muitas outras moléstias que consumiam aquelas almas carentes de amor e de compreensão, que eram abandonadas à própria sorte, consolou e não julgou prostitutas, mendigos, ladrões e toda a sorte de misérias humanas, orientando sempre para que o “ORAI E VIGIAI” e o “PERDÃO DAS OFENSAS”  fizessem parte da vida de suas vidas.
Os ensinamentos do Mestre eram música para os seus ouvidos, atentos para as suas almas e esperança em dias melhores, mesmo que ainda estivesse longe a compreensão do que seria o “O REINO DOS CÉUS QUE ESTÁ DENTRO DE NÓS” e “MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO”.
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Há uma sintonia moral e espiritual entre o ESPIRITISMO e o EVANGELHO, em consequência, nenhum código moral ou tratado do ESÍRITO IMORTAL pode ser mais eletivo à educação e libertação do espírita do que o Evangelho de Jesus, cujos ensinamentos são absolutamente desapegados de quaisquer mistérios ou complexidades. Daí a sua afinidade com o Espiritismo, que também é destituído de liturgias, dogmas e forte reprovação moral e social.
Não se trata de um conjunto de preceitos para uso alheio, pois eles foram reforçados na vivência pessoal do seu próprio autor: Jesus não estabelece um culto ostensivo a Deus, nem pregou às multidões o poder e o consentimento divino de sacerdotes, mas foi muito claro ao dizer: “Quem quiser se salvar, pegue de sua cruz e siga-me!” Foi o convite direto e pessoal a cada ser humano em sua natureza física e capacidade espiritual. Além disso, deu um toque divino em todas as situações e condições humanas infelizes, operando o milagre admirável de transformar angústias, fracassos e desesperos em forças vitais para o caminho do céu. Abriu-se aos olhos dos homens uma nova era e transformou dores em bênçãos, vicissitudes em lições renovadoras, lágrimas, sofrimentos e aflições em bem aventuranças eternas. Em vez de menosprezar a vida física como uma fardo indesejável ou aconselhar a fuga do mundo para a mística da adoração, ensinou o valor sacratíssimo do corpo físico como instrumento necessário e imprescindível para o aperfeiçoamento da Alma! Nenhum suspiro, nenhuma lágrima ou dor será perdida  ante a generosidade e grandeza de Alma do Senhor da vida.
Evidentemente há perfeita sintonia moral e espiritual em ambos os casos; o ESPIRITISMO e o EVANGELHO! Ambos pedem a redenção humana e ambos valorizam a vida humana como ensejo educativo e não apenas condição expiatória ou apenas sofredora,
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – por LUÍZA CONY

O SENTIMENTO DE SOLIDARIEDADE



Todos os seres estão ligados uns aos outros e se influenciam reciprocamente. O Universo inteiro está submetido à Lei de Solidariedade.
Os Mundos nas profundezas do Éter, os astros que, a milhares de léguas de distância, entrecruzam seus raios de prata, conhecem-se, chamam-se e respondem-se.
Uma força de denominamos atração,  os reúne através dos abismos do espaço. De igual maneira, na escala da vida, todas as Almas estão unidas por múltiplas relações.
A Solidariedade que as liga funda-se em identidade de sua natureza, na igualdade de seus sofrimentos através dos tempos, na similitude de seus destinos e de seus fins.
A  exemplo dos astros dos céus, todas essas Almas se atraem. A matéria exerce sobre o Espírito seus poderes misteriosos. A alma humana sente todas as atrações da vida inferior; ao mesmo tempo percebe os chamados do Alto.
Nessa penosa e laboriosa evolução que arrasta os seres, há um fato consolador sobre o qual é bom insistir; em todos os graus de sua ascensão, a Alma é atraída, auxiliada, socorrida pelas entidades superiores. Todos os espíritos em marcha são auxiliados por seus irmãos mais adiantados e devem auxiliar, por sua vez, todos os que lhes estão abaixo.
Cada individualidade forma um anel de grande cadeia dos seres. A Solidariedade que os liga pode muito bem restringir um tanto de liberdade de cada uma; mas se esta liberdade é limitada em extensão, não o é na intensidade.
Por mais limitada que seja a ação do anel, um só de seus impulsos pode limitar toda a cadeira.
É maravilhosa essa fecundação constante do mundo inferior pelo mundo superior. Daí  vêm todas as intuições geniais, as inspirações profundas, as revelações grandiosas. Em todos os tempos, o pensamento elevado irradiou no cérebro humano.
Deus, em sua retidão, nunca recusou seu socorro, nem sua luz a raça alguma, a povo algum. A todos tem  enviado guias, missionários, profetas. A verdade é uma só e eterna; ela penetra na Humanidade por irradiações sucessivas, à medida que nosso entendimento se torna mais apto para assimilá-la.
Cada revelação nova é continuação da antiga. É este o caráter do Espiritismo, que traz um ensinamento, um conhecimento mais completo do papel do ser humano, uma revelação dos poderes ocultos que ele possui e também de suas relações íntimas com o pensamento superior e divino.
O Homem, Espírito Encarnado, tinha esquecido seu verdadeiro papel. Sepultado na matéria, perdia de vista os grandes horizontes de seu destino; desprezava os meios de desenvolver seus recursos latentes, de se tornar mais feliz, tornando-se melhor. A revelação nova lhe vem lembrar todas essas coisas. Vem despertar as Almas adormecidas, estimular sua marcha, provocar sua elevação. Ela ilumina os recônditos obscuros do nosso ser, diz nossas origens e nossos fins, explica o passado pelo presente e abre um tempo que há de vir que temos a liberdade de tornar grande ou miserável, segundo nossos atos.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


domingo, 14 de maio de 2017

A DOR CUMPRE UMA FUNÇÃO MUITO IMPORTANTE EM NOSSA VIDA


Dante, no “Inferno”, estudou a ação específica corretiva das trajetórias erradas, caso por caso, a elas opondo a revirada para a correção da posição negativa ocasionada pela culpa.  Cada pecado é um caso de negatividade, eliminada pela reabsorção na positividade, conquistada por meio da dor. Por isso, a dor é um instrumento de libertação. A Lei de deus usa o método da dor para fazer o pecador compreender o seu erro, a fim de que não o repita.
Isso é necessário porque quem está em posição negativa não se apercebe, pelo fato de ver com forma mental negativa, o que lhe impede uma correta visão das coisas. Ele é o seu próprio ponto de referência e baseando-se numa correspondente visão distorcida, acredita estar com a verdade tendo direito a satisfazer-se, a seu modo negativamente. Então, choca-se com a Lei.
A reação desta é para eliminar a negatividade, e com a dor incluída em tal operação, salvar.
Por isso, quem é negativo, fatalmente provoca, por si, a reação corretiva de sua negatividade, funcionando automaticamente o processo de sua libertação.
Compreendendo esse mecanismo, dentro do qual funciona a vida do indivíduo, que conduta deverá ele ter para alcançar com o menor dano e maior vantagem possível, o caminho da evolução libertadora para sua salvação imposta pela vida? Dado que ninguém pode fugir a esse dever, pois é para seu bem, o indivíduo inteligente, como é natural, procura cumpri-lo, pelo modo mais conveniente e lucrativo. Isso é o que queremos aqui explicar.
Trata-se de saber executar este trabalho eliminando o mais possível a dor e conquistando o máximo de felicidade. A dor cumpre uma função muito importante em nossa evolução. Ela é a campainha de alarme que nos adverte onde está o erro, isto é, a negatividade, que é necessário corrigir. Ela tem a finalidade defensiva, portanto, salutar, porque toda negatividade é uma ameaça contra a vida. Mesmo quando nos faz sofrer, ela nos protege e é para proteger-nos que nos faz sofrer. Se o fogo não queimasse não seria evitado, mesmo quando nos matasse.
Dessa forma, a vida consegue manter-nos na ordem, fixando os limites ao gozo que provém do uso das coisas. Se nos excedemos, como somos levados a acreditar que, aumentando a dose, obtêm-se o aumento de prazer, acontece o contrário: encontramos a sua diminuição, até tornar-se sofrimento. Com este procedimento, a vida nos avisa do erro, forçando-nos a corrigi-lo. Eis que a dor representa um sistema defensivo, usado pela vida para nos proteger contra o mal, a nós prejudicial. É ainda um aspecto da sabedoria e bondade da vida, exatamente onde parece mais difícil vê-la.
Este é o rendimento útil da dor. Mas de onde deriva a sensação dolorosa? Que fato a produz? O que a produz é o fato de se tratar de uma operação cirúrgica de correção necessária da trajetória executada em direção errada por um feixe de forças, que não tencionam ceder a mudar de direção.
A negatividade, lançada como tal, que permanecer como é, como faz o câncer, continuando a desenvolver-se. Chega-se a sua diminuição ou eliminação, atacando-se sua vitalidade, ainda que negativa, significando andar em direção à morte.
A dor resulta da asfixia provocada por este tipo de vida. De fato, a negatividade busca o prazer no aumento de si mesma, isto é, do erro e do vício. Esta, porém, é uma vitalidade invertida, que leva à morte; é prazer doentio que leva à dor. Então, a vida deve corrigir com a dor este prazer doentio, para salvar o indivíduo, levando-o ao gozo verdadeiro, que é somente o positivo, segundo a ordem da Lei de Deus. Eis como dois elementos opostos do bem e do mal universal entrelaçam-se em um jogo de compensações. Em vista disso, vejamos como o indivíduo deve comportar-se dentro desse mecanismo para evitar a dor o mais possível e vice-versa. Eis como poderemos nos comportar logicamente.
O primeiro passo consiste em individualizar, com um severo exame de auto psicanálise, os pontos de negatividade da própria personalidade, sem se deixar enganar pelo astuto subconsciente que procura escondê-los. Nessa operação, é necessário procurar ver e julgar, não com a visão distorcida da negatividade, mas com a correta, da positividade.
Infelizmente, fazer esse exame não é coisa fácil, porque pressupõe qualidades introspectivas e uma certa maturidade psicológica, razão pela qual o momento de correção e salvação, frequentemente não pode ser iniciado. Por isso, a vida, não podendo por imaturidade do indivíduo usar o método inteligente da compreensão, nem podendo renunciar à salvação dessa pessoa, é obrigada a usar, com esta finalidade, o duro método da provação que nada mais é do que situação aflitiva, penosa.
O segundo passo consiste em preparar-se para executar, espontaneamente, a operação dolorosa de correção da trajetória errada, se esperar a intervenção enérgica por parte da Lei de Deus, que é tanto mais dolorosa quanto maior a força imposta, devido à rebeldia do indivíduo. Trata-se de trabalhar de acordo com a Lei, secundando lhe a ação corretiva, em vez de resistir-lhe.
É necessário compreender que a Lei nos protege e que é de nosso interesse segui-la, sendo nosso prejuízo resistir-lhe, porque ela não nos constrange a fazer à força o que poderíamos fazer pacificamente, obedecendo-lhe. É necessário compreender que, se não a seguimos, arruinamo-nos. Para não acontecer isso, ela nos constrange.
Nisso, um cérebro de tipo negativo, exatamente por ser assim, pode ver maldade e vingança.
Perguntamos: é mau cirurgião que nos opera para nos salvar, nos dando vida e saúde? É exatamente porque o indivíduo está doente de negatividade, não compreende a bondade do cirurgião, resistindo-lhe. Este, sabendo que a operação é necessária para salvar o doente, amarra-o ao leito e opera-o à força deixando-o gritar, mas salvando-o.
Com um ser que não quer se salvar, mas a Lei Divina quer salva-lo, que pode fazer esta senão salvá-lo à força?
Com o sistema de compreensão do problema e espontânea adesão à Lei, consegue-se o resultado de correção com muito menos trabalho. O esforço evolutivo, então, dá muito maior rendimento. Não somos mais penitentes encarcerados, mas seres livres e conscientes, colaboradores da Lei de Deus. Este sistema de autodirigir-se, vivendo uma vida planejada por si mesmo, seguindo a Lei com conhecimento, leva a percorrer, como menos fadiga, o caminho da evolução. Sistema inteligente que será seguido pelo ser humano evoluído do futuro.
Assim esperamos que esse futuro ocorra de modo sensivelmente amoroso, fervoroso, para que o Espírito encarnado consiga vencer mais inteligentemente, neste século XXI de grandes transformações.
                                                           ***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY


VIDA: DESAFIOS E DISCIPLINA


A palavra “DISCIPLINA” faz nascer  sentimentos desagradáveis na mente de muitos indivíduos. É sintoma de “sacrifício”, “sofrimento”, “renúncia”.
A vida sem disciplina acaba por se tornar aos poucos, tão monótona e insuportável que o indivíduo escravizado  por seus caprichos arbitrários procura intensificar progressivamente as suas satisfações a fim de poder senti-las ainda, porque sua sensibilidade vai se enfraquecendo gradualmente e, por fim, nada mais o satisfaz. O indivíduo indisciplinado necessita de intensos estímulos, chicotadas nos nervos calejados para coloca-los em vibração, ao passo que o indivíduo disciplinado se enche  de pura alegria e delicada satisfação com acontecimentos mais singelos da vida cotidiana, uma florzinha à beira da estrada, o encontro eventual com um amigo, o sorriso de uma criança, os gorjeios de um passarinho, o som de melodias singelas, uma noite de luar, a sinfonia noturna dos grilos na grama de um jardim, - tudo lhe é motivo de satisfação, porque os seus nervos se acham afinados por uma frequência vibratória sutil que só a disciplina pode dar.
Disse o Mestre Jesus: “Eu vim para que os homens tenham a vida, e a tenham com maior abundância”. Ninguém vive vida tão rica e fascinante como o indivíduo plenamente realizado em sua íntima essência espiritual e divina, o homem disciplinado, espiritualizado, crístico.
Com pleno desenvolvimento dos sentidos atinge o indivíduo o ponto mais elevado da sua vida que funciona inconscientemente. Mais tarde, muitos desenvolvem notável grau de vida intelectual, com todas suas ramificações através de diversos departamentos da existência terrena.
Certo número de indivíduos tenta invadir o mundo espiritual, divino, universal; mas a maior parte só o consegue por meio de crença, sem nenhuma experiência própria. Somente vez ou outra, aparece um indivíduo que pode dizer com verdade: “Eu sei o que digo e dou testemunho daquilo que vi”. Esse ser humano possui a vida com notável abundância, embora seja possível aumentar cada vez mais essa abundância, por uma sucessiva intensificação da sua experiência.
Para essa intensificação da experiência do Mundo de Deus é necessária uma disciplina orientada.
Um rio estendido pela praia pela extensão de um quilômetro, para a direita e para a esquerda, tem pouca força, porque a sua largura é grande e a sua profundeza é pequena. A força, porém, está na verticalidade, assim como a fraqueza está na horizontalidade. Se estreitarmos as margens desse rio entre dois paredões de ferro e cimento até acusar apenas 100 metros de largura, será muito maior sua força, porque a sua profundidade cresceu na razão em que sua largura decresceu. E se conseguíssemos reduzir-lhe o volume de água a 10 metros de largura, seria irresistível a força das suas águas, agora transformada em impetuosa cachoeira, capaz de mover poderosas máquinas.
Como foi que essa mesma água, tão fraca a princípio, adquiriu tamanha força?
Unicamente pela “DISCIPLINA”, pela compreensão do seu volume em pequeno espaço. Submetemos o rio a uma espécie de sacrifício, de renúncia, de desafios, de concentração – e sua inércia estática de ontem se converteu na atividade dinâmica de hoje. Adquiriu “vida mais abundante” e também, porque não dizer “disciplina”.
No princípio, toda disciplina parece matar ou diminuir a vida; parece ser um empobrecimento, e não um enriquecimento da vida humana. E muitos principiantes desanimam nesse estágio inicial e voltam atrás,  preferindo o suave comodismo das planícies à austera dinâmica das profundidades e alturas. Os  que tem coragem de afrontar os desafios iniciais e tomar sobre si, voluntariamente, as renúncias necessárias, acabarão por verificar que a vida com estreita disciplina é incomparavelmente mais rica e fascinante do que a vida levada ao sabor dos caprichos e das fantasias do momento. Provavelmente, são poucas as horas de folga do indivíduo de vida disciplinada, mas essas poucas horas superam em qualidade e intensidade todas as quantidades e duração das muitas horas ociosas do ser humano indisciplinado. O mais fino sabor da vida humana nasce da disciplina voluntariamente aceita e rigorosamente observada, apesar de todos os caprichos e fantasias em contrário. Dessa disciplina fazem  parte também uma rigorosa e absoluta fidelidade aos compromissos assumidos.
O indivíduo disciplinado é austero consigo mesmo e pronto a perdoar os outros. No entanto, não se perdoa facilmente a si mesmo a infração do seu programa.
E nessa espontânea e auto  imposta austeridade é que ele encontra o inebriante elixir de uma perpétua serenidade e profunda suavidade.
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Aqui faço um parêntese para relatar uma experiência pessoal. – ao sentir desafios no curso escolar por volta dos 15 anos de idade, percebi a seriedade com que me dispunha a estudar. Tirava boas notas em todas as matérias e sempre terminava o ano letivo como excelente aluna, com direito a não pagar mensalidade que eram altas por ser um colégio particular bem conceituado no bairro onde eu morava.
Certamente os desafios aumentavam porque me propunha a estudar cada vez mais e ser evidentemente mais disciplinada.
O papai recebia cartas do diretor da escola, nas quais constavam somente elogios à minha pessoa. Tudo isso representava para mim, alegria, esperança, amor, confiança, fé e mais desafios, concentração nos estudos e disciplina no modo de viver aquela fase da minha existência.
Com esta visão da vida e experiência escolar, acabei sendo chamada para uma reunião na sala dos professores, pois tanto eles como o diretor geral queriam fazer-me um pedido e qual  seria a minha resposta. Confesso que estava muito curiosa, mas disposta a aceitar o desafio. Então o diretor disse: Luíza, queremos que acompanhe os estudos de um novo aluno que a partir de hoje ingressa na sua sala de aula, porém ele está abaixo da média das notas exigidas neste colégio. O nome dele é Airton, é filho de pais bem conceituados em nosso bairro, proprietários de uma grande loja de tecidos e de confecção de uniformes escolares, vestidos de noivas e trajes de festas, bailes, etc.
O Airton estudou em alguns colégios de padres, mas foi expulso por péssimo comportamento, contudo, seus pais imploraram para admiti-lo em nosso colégio. E aqui estamos reunidos com você, por ser disciplinada nos estudos, na educação e no convívio com os demais colegas.
Você deverá passar para ele todas as matérias e se necessitar de algum esclarecimento dos professores poderá contar com toda certeza; será preciso fazer anotações no quadro negro para exemplificar item por item das questões em pauta.
Deverá também acompanhá-lo até a residência após as aulas, e se possível passar a tarde com ele, ajudando a copiar cada matéria nos devidos cadernos. Sabemos que será uma ajuda muito especial que você dará, no entanto, confiamos nas suas habilidades, educação, inteligência e amor ao próximo.
Minha resposta foi imediata, num sim de solidariedade, absoluta responsabilidade ao compromisso assumido perante o diretor e professores. Em seguida o diretor pediu para o aluno entrar na sala e nos apresentamos com uma  certa timidez. Para quebrar esse clima, eu lhe disse: Airton,  já nos conhecemos desde crianças. Está lembrando? Enquanto minha mãe conversava com seus pais na loja, você e eu corríamos ao redor deles, rindo e cantando – “Atirei um pau no gato, to, to”. Ele se pôs a chorar, olhou para o diretor e disse: eu não  vou perder tamanha oportunidade que Deus está me dando. Vou me corrigir, vou me comportar o melhor possível. A Luíza será recompensada por ter paciência para ensinar-me a estudar e acreditar na minha recuperação. Estou muito envergonhado. Obrigado a todos e espero não decepcioná-los. E desse encontro nasceu uma grande amizade com todo respeito, educação, paciência e admiração pelo esforço do Airton, pela transformação que ele mesmo dizia estar experimentando. Seus pais só me agradeciam. Os colegas diziam que eu mais parecia uma professora exigente do que uma colega e aluna disciplinada, cheia de conhecimentos e medalhas.
Meu tempo era preenchido com muitos desafios  mas com retornos profundamente ricos de amor, fé, paciência e confiança, pois, sentia-me servindo a Deus na pessoa daquele adolescente que começava a dar os primeiros passos para tornar-se um ser humano melhor de boa vontade e fé, compreendendo melhor a vida e o seu papel no convívio familiar e social.
Por isto, tudo é possível àquele que tem Fé. Quem tem fé sabe por experiência própria que possui a Verdade.
A experiência da Verdade, nos  exige sacrifícios iniciais e sofrimentos; mas estas “desvantagens” aparentes e imediatas são amplamente compensadas, a longo alcance, por vantagens reais e permanentes.
A Verdade é sempre libertadora, ainda que nos obrigue a andar pelo “caminho estreito” da disciplina.
Lembremos de que, por maiores tenham sido os desregramentos da Humanidade da Terra, o Céu nunca fez coleções de nuvens para amaldiçoar ou punir, mas sim, cada manhã, acende o brilho solar por mensagem bendita de tolerância e de amor, endereçando aos seres humanos a esperança infatigável de Deus, o Criador das nossas almas – portanto de eterna vida.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY






sábado, 13 de maio de 2017

SENTINELAS DO LAR


Imprescindível reconhecermos que no lar reúnem-se Espíritos que necessitam sublimar os sentimentos, substituindo o ódio e um rancor a um inimigo do passado pelo amor materno ou paternal do presente, passando pela convivência entre irmãos de sangue, que na verdade muitas vezes nada têm de parentela espiritual, apresentando-se como verdadeiros adversários.
No lar, palavra que se origina de lareira, é onde aquece o fogo do desentendimento, opiniões desencontradas, egoísmo e orgulho contumazes, que, quando encarados à Luz do Evangelho, tomam rumos disciplinadores e renovadores, dissipando as pendências tristes e infortúnios do passado.
Importante reconhecer o grande esforço da parte de cada um, colaborando para que se estabeleça o respeito, se conquiste a harmonia e a paz.
Jesus é o farol que nos indica o rumo certo a seguir na estrada evolutiva, pelos caminhos de fraternidade universal. Recomendou-nos, com suas próprias palavras, a determinação da vigilância na conservação, dilatação e defesa do bem.
O esforço necessário, pois, a omissão no serviço que nos compete desencadeará perturbação, movimentando a desordem, entregando a oportunidade ao mal. A Lei de Preservação vigora em todas as partes do mundo. São desenvolvidas leis humanas necessárias para que haja controle dos direitos de cada um, punindo o descontrole, a desonestidade e a agressividade. Inúmeras instituições são criadas para promover bem estar e trabalho digno.
Cada um de nós precisa reconhecer o campo em que nos compete atuar e trabalhar para o progresso futuro. Sentimo-nos ameaçados ou alvo de investidas menos nobres, buscar a sobrevivência é atitude natural dos seres vivos, a fim de respirarmos o oxigênio da vida, sem delegarmos ao próximo a condição de nos conduzir, nos carregar nas costas, nos sufocar, subtraindo-nos a condição de atuar na existência ora concedida, manipulando-nos de certa forma, inclusive agravando seus compromissos pela nossa falta de atitude.  A ausência de vigilância também nos remete ao conformismo e comodismo perante as mais diversas situações, tornando-nos improdutivos e praticamente nulos, sem rever que a responsabilidade perante o que nos acontece é compromisso e escolha absolutamente nossa.
A vigilância inicia dentro de nós mesmos, pois conhecemos nossas tendências e intenções mais profundas. Instintivamente construímos casas que nos abrigam das intempéries, vestimos roupas que nos protegem convenientemente. Falta-nos a vigilância do pensamento, do verbo e da ação. Ainda desgovernados no nosso mundo íntimo, escapam-nos, aos impulsos da animalidade, promovendo a angústia, a mágoa, a tristeza e a desunião, que necessitarão de inúmeras oportunidades, a fim de que sejam corrigidos.
Vigiar sempre, semear o bem, a fraternidade, tendo Jesus como o leme que nos governa a caminho do Amor. “O apostolado é de Jesus... contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor não prescinde da colaboração de sentinelas”. Lembra-nos Chico Xavier.


A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY

SONO E SONHOS


Como em tudo que envolve a nossa vida material e espiritual, os nossos atos durante o dia também vão influenciar de modo efetivo no nosso comportamento ao dormir. Nosso espírito pode se libertar do corpo físico durante o repouso, como se fosse uma morte diária. A matéria física (corpo carnal) descansará, as o Espírito poderá continuar em atividade.
Por que usar o verbo poderá? Porque nosso comportamento será consequência de todos os pensamentos e atos criados e praticados durante nosso dia. Somos o que fizermos, de acordo com o nosso livre arbítrio que foi concebido pelo nosso Criador.
Assim, nos ligamos, como faixas de transição de ondas de rádio, com as camadas superiores ou inferiores dos desencarnados, sempre, repito, de acordo com as vibrações que mantemos. Essas vibrações também nos levarão, ao dormir, até àqueles aos quais nos identificamos, por meio das ações ou omissões por nós desenvolvidas. Se boas, teremos mais chances de nos aproximar de bons espíritos. Caso contrário, poderemos nos encontrar com as criaturas de nível inferior que aspiram de forma similar àquela que os conectamos, enquanto em vigília, através dos pensamentos e atos que tivermos praticado.
Nosso Espírito tem, por natureza, grande necessidade de se libertar do corpo físico. Mas, há também arraigado em nós, um sentido tão natural de vida que é comum às pessoas não se afastarem do corpo carnal. Neste caso, o Espírito, ainda que liberto do corpo, uma vez que não precisa de descanso, não consegue se distanciar dele. Devemos ter em mente que o Espírito pode e deve aproveitar estas horas de descanso físico para dirigir-se ao alto, pedir orientação, conselhos e fortalecimento, com fé e resignação, todos os obstáculos que surgirão em sua caminhada terrena.
Dependendo da nossa condição de ser humano, podemos seguir os nossos amigos da Espiritualidade para uma jornada de trabalho e ao mesmo tempo de aprendizado, em outras esferas.
Uma coisa é certa, o Espírito tem a condição de se desligar do corpo em repouso e estar sempre em atividade, não necessitando de repouso. Precisa sim, de refrigério da Alma para o refazimento de suas energias. E o que vai determinar a posição em que nos encontraremos nesta fase será  a conduta que temos enquanto em vigília.
A faixa mental a qual tivermos em nosso dia, refletirá no Espírito enquanto dormimos. Daí  decorrem os caminhos percorridos através dos nossos chamados “sonhos”.
Lembremo-nos incansavelmente, da necessidade de “orai e vigiai” enquanto acordados, que nos será de grande valor no repouso físico.

A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY

LIVRE ESCOLHA


Não sou instrutora, educadora e nem tenho a pretensão de me colocar como dona da verdade. Sou pré-iniciante do aprendizado tanto no campo intelectual quanto no moral e, assim, procuro interpretar alguns trechos de livros espíritas de acordo com meu grau de entendimento, deixando claro que cada criatura poderá interpretá-los conforme sua capacidade de compreensão. Apenas procuro colaborar com a divulgação dos valores morais que estão sendo menosprezados na atualidade.
Assimilo os pensamentos daqueles que pensam como penso. É que sentindo, mentalizando, falando, ou agindo, sintonizo-me com as emoções e ideias de todas as pessoas encarnadas ou desencarnadas, da minha faixa   de simpatia.
Estou invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos meus, fortificando-me para o bem ou para o mal,  segundo a direção que escolho.
Pensando, conversando ou trabalhando, a força de minhas, palavras e atos alcançam,  de momento, um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem comigo; potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-me de retorno, as consequências de minhas próprias iniciativas. Estou assim, procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque nessa atitude, refletirei os cultivadores da luz, resolvendo com segurança o meu problema de companhia.
Sou passível de ser influenciável sob  vários aspectos, seja no modo de falar, no vocabulário empregado, no trato com o próximo, no comportamento, no vestuário, no modo de usar o cabelo e acessórios, na alimentação, nas formas de relacionamento familiar, etc. preciso lembrar que tais influências ocorrem porque eu me permito às mesmas e às quais me agradam e, nessa passividade, quais influências escolho? Benéficas ou maléficas?
Necessário estar ciente de que, ao me sujeitar a determinadas influências, e me comportar de acordo com as mesmas, a responsabilidade é minha e não posso imputar culpa a ninguém se esta for maléfica, pois ninguém está me obrigando a nada. É uma escolha minha. Entretanto, ao observar influências negativas e imorais e passando a vivenciá-las, torno-me corresponsável pela propagação do mal, sedo desse modo, exemplo ou referência que outros poderão seguir; e isto ocorre com mais frequência do que imaginamos. Quem já não ouviu ou mesmo já não tenha falado a expressão – “que fulano (a) invejoso (a) tudo o que eu faço ele (a) faz igual, vive me copiando.”  Pois bem, isto é apenas um exemplo. Existem muitas pessoas, isto sem mencionar os Espíritos, observando-me a todo instante.
Se já tenho essa noção, e já recebo tantas informações sobre o que é praticar o bem, por que não incorporar coisas boas em meus procedimentos do dia a dia e não me tornar elementos de difusão moral? Lembrando que meu comportamento é uma semeadura de livre escolha; de boas ou más sementes. Entretanto, a colheita é obrigatória. Assim sendo, de más sementes não colherei bons frutos como ensina o Evangelho.
Estes pensamentos não são meus, são reflexões do que leio e, procuro de alguma forma passar adiante, demonstrando a coesão entre os ensinamentos que se entrelaça, procurando chegar a um mesmo objetivo que é o esclarecimento.

A “VARINHA MÁGICA” – DE LUÍZA CONY

terça-feira, 2 de maio de 2017

EDUCAÇÃO E ELEVAÇÃO


É a ignorância da nossa natureza e das forças divinas que dormem em nosso íntimo, é a ideia insuficiente que fazemos do nosso papel e das leis do destino, que nos entregam às influências inferiores, ao que chamamos o mal. Na realidade, o fato se reduz a uma falta de desenvolvimento. O estado de ignorância não é por si mesmo um mal; é somente uma das formas, uma das condições necessárias da Lei de Evolução. Nossa inteligência não amadureceu ainda, nossa razão, criança, tropeça nos acidentes do caminho; daí o erro, os desfalecimentos, as provações, a dor. Mas todas essas coisas serão um bem se as considerarmos outros tantos meios de educação e elevação.
A Alma deve atravessá-las para chegar à concepção das verdades superiores, à possessão da parte de glória e de luz, que fará dela uma eleita do céu, uma expressão perfeita do poder e do amor infinitos. Cada ser possui os rudimentos de uma inteligência que atingirá o gênio e tem a imensidade dos tempos para desenvolvê-la. Cada vida terrestre é uma escola, a escola primária da Eternidade.
Na lenta ascensão que leva o homem a Deus, procuramos, antes de tudo, a ventura, a felicidade. No entanto, em seu estado de ignorância, não poderia ele atingir esses bens, porque os procura quase sempre onde não estão, na região das miragens e das quimeras, e isso por meio de processos cuja falsidade só lhe aparece depois das decepções e dos sofrimentos. São esses sofrimentos que nos esclarecem; nossas dores são lições austeras; elas nos ensinam que a verdadeira felicidade não está nas coisas da matéria, passageiras e mutáveis, mas na perfeição moral.  Nossos erros e faltas repetidos com as fatais consequências que trazem, acabam por nos dar a experiência, e esta nos conduz à sabedoria, isto é, ao conhecimento inato, à intuição da verdade. Chegado a esse sólido terreno, o ser humano sentirá o laço que o une a Deus e avançará, em passo mais seguro, de períodos em períodos, para a grande luz que não se extingue nunca.
                                                           ***
É importante lembrar que todos nós, sem exceção somos Espíritos Imortais.
                                               VIDA SEMPRE!
Essa certeza caberá perfeitamente na consciência, desde que se queira de verdade evoluir moralmente. O maior tesouro que possuímos e, para a grande maioria das pessoas ignorando, soterrado no egocentrismo – o castelo de ilusões.
                                                           ***

A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY

CARMA – MECANISMO DA EVOLUÇÃO


A Lei do Carma, apesar de ser justa e implacável, não cria predestinação para o crime, nem permite a desforra por parte de ninguém. Ela é apenas o efeito de uma situação criada pelo próprio ser humano no passado.
Quanto  ao modo mais certo de agir neste caso, é Jesus quem o indica, nas seguintes recomendações: “Ama ao próximo como a ti mesmo” e “Faze aos outros o que queres que te façam” ou ainda: “Quando te tirarem o manto dá-lhes também a túnica”, “Se o teu adversário obrigar-te a andar uma milha, vai com ele mais uma”.
Não importa cogitar se as culpas requerem punições ou se os delitos exigem reparações ao pé da letra, pois o objetivo mais importante a ser alcançado para a felicidade da vida espiritual ainda deve ser a libertação das algemas do egocentrismo, do ódio, do crime e da crueldade, que ligam as almas adversárias e endividadas ao mundo material.
O círculo vicioso das desforras e tormentos recíprocos indica situação de profunda ignorância do Espírito, pois o prende ainda mais nas rodas  das reencarnações a reparação recíproca imposta pelos preceitos cármicos e obrigatórias ao Espírito tem por fim evitar que se perturbem a ordem e a harmonia do mecanismo da evolução, e ocorra o desleixo na linha moral do aperfeiçoamento da alma. Desde que os próprios adversários resolvam desatar os laços que os escravizam mutualmente às vinganças, eles mesmos terão conseguido os efeitos benfeitores  para as suas futuras reencarnações, cada vez mais reduzidas como situações de amarguras e mais amplas quanto ao sentido de oportunidade educativa.
CARMA – ESSÊNCIA NA VIDA ESPIRITUAL. Em verdade, esse conjunto de assuntos evangélicos do Mestre Jesus refere-se, principalmente, à essência da vida espiritual do homem, pois abrange as causas e os efeitos fundamentais de suas vidas sucessivas sob o processo implacável e justo da Lei do Carma. Daí certa semelhança entre os vários conceitos evangélicos sob a mesma concepção da sentença moral, em que o Divino Mestre diz: “Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos”, “Aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”, “A cada um será dado segundo as suas obras”, “Quem com ferro fere com ferro será ferido”, ou  numa síntese significativa, que assim adverte: “A semeadura é livre, mas a colheita é Obrigatória”.
Sob o invólucro dessas sentenças morais cristãs, permanece sempre o inalterável conteúdo evangélico, que esclarece quanto à mesma Lei Cármica de Ação e Reação, atuando em todos esses casos algo semelhante.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY


AMOR, AMOR, AMOR UNIVERSAL!


Enquanto Jesus era um Crístico, os homens que o seguem se dizem “Cristãos”! Então, eles se distinguem dos “não religiosos”, assim como fazem restrições às demais organizações religiosas, eliminando o sentido universalista do próprio ensino do Mestre Conselheiro! Daí as tendências separatistas entre os próprios Cristãos, que se distinguem como católicos, protestantes, espíritas, umbandistas, etc. No entanto, para os “crísticos”, Maomé, Buda, Krishna, Confúcio, Zoroastro, Fo-Hi, Hermes, Orfeu, Kardec e o próprio Jesus, são apenas fontes estimulantes do Amor Incondicional latente em todos os prolongamentos vivos do “Cristo Espírito”!
Assim, como o Cristão só admite o Cristianismo ou o Evangelho de Jesus, o Crístico vibra o Amor latente em todos os códigos espirituais divulgados pelos demais instrutores de Cristo, seja o “Bagavad–Gita” dos Hindus, o “Ching Chang Ching” ou “Clássico da Pureza” dos Chineses, o “Torah” dos Judeus, o “Livro dos Mortos” dos Egípcios, a Teologia de Orfeu dos Gregos, o Yasna de Zoroastro ou o “Al-Koran” dos adeptos de Maomé. O Homem Crístico não se vincula com exclusividade a qualquer religião ou doutrina espiritualista; ele vibra com todos os homens nos seus movimentos de ascese espiritual, pois é adepto incondicional de uma só Doutrina ou Religião – o Amor Universal! Ele vive descondicionado em qualquer latitude geográfica, sem se algemar aos preceitos religiosos particularistas, na mais pura efusão amorosa a todos os seres!
É avesso aos rótulos religiosos do mundo, alérgico às determinações separatistas e para ele só existe uma religião latente na alma – o AMOR!      
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A Índia, o Egito e a Grécia, quando lembrados por Jesus, acendiam-lhe novas luzes e por intuição, sentia que a sua alma já operara espiritualmente na consciência desses Países. E a sua perspicácia em compreender as multidões, estudando-lhes a psicologia e descobrindo-lhes as vulnerabilidade nos caprichos, no sofrimento, na cupidez, astúcia e ingenuidade, tornava-o um pensador  inigualável.
O Mestre submetia tudo a exame meticuloso; as menores coisas eram por ele observadas sob a visão clara do seu Espírito Universalista. Não situava adversários nem se sentia alvo da perfídia, da ofensa ou das ingratidões para com a sua generosidade mal compreendida; classificava o homem terreno segundo a sua imprudência, no tocante a edificar sua ventura espiritual. Em Jerusalém, a sua curiosidade insaciável fez com que visitasse curandeiros, cartomantes, magos, sacerdotes e discípulos, profetizas e astrólogos, hipnotizadores e profetas, escribas e ilusionistas, filósofos e doutrinadores, escravos e senhores. E de suas observações resultou um conhecimento idôneo de todas as contradições humanas. Então, constrangido, ele censurava a riqueza egoísta e os avarentos endurecidos, que se esqueciam dos pobres e dos infelizes.
                                                           ***
João Batista, ateou fogo às ideias messiânicas de Jesus e fortaleceu ainda mais a inspiração benfeitora dos Essênios. Na verdade, a força selvagem da austeridade de João Batista na sua condenação implacável aos ricos, poderosos e corruptos, impressionou Jesus e teve o dom de eliminar-lhe as últimas hesitações, convencendo-o de que também estaria certo manifestando em público os mesmos sentimentos e preocupações amorosas em favor da Humanidade. Embora Jesus tenha sofrido a influência estimulante de João Batista, ele não lhe seguiu os passos quanto à sua ética agressiva. A esta Jesus opôs a humildade, a brandura e a tolerância própria dos Essênios. Embora ambos fossem sacrificados porque pretendiam a felicidade alheia, João Batista morre pela sua obstinação em excomungar os reis, os poderosos e afortunados, atraindo para si a ira e a vingança de tais adversários.
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A caneta dos escritores mais exaltados e místicos descreve Jesus como um ser mitológico, cuja vida fantasiosa discordou completamente dos acontecimentos e das necessidades da vida humana. Num outro extremo, os inimigos figadais da fantasia e apegados fanaticamente aos postulados “positivos” da ciência terrena, biografaram Jesus à conta de um homem comum e indisciplinado, espécie de líder de pescadores e camponeses, que fracassou na sua tentativa de rebelião contra os poderes públicos a época. Os mais irreverentes chegam mesmo a considerar que na atualidade o caso de Jesus seria apenas um problema de ordem policial.
É muito difícil, para tais escritores extremistas, compreenderem a situação exata, de um anjo descido das esferas sublimes até situar-se em missão redentora nos vales de sombras terrenas.
Jesus não foi um homem miraculoso ou santo material, cujos gestos, palavras e atos só obedeciam aos gestos celestiais decretados por Deus; mas, também, não era um homem comum tomado de ambições políticas e  desejoso das falsas glórias do mundo materialista. Ele em hipótese alguma buscava o triunfo nos bens terrenos.
Em verdade, onde terminava o Anjo começava o homem, sem romper o equilíbrio psicológico ou discordar dos seus contemporâneos.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY