A vida pode fazer convites, fácil alegria, em qualquer
campo: o do poder político e econômico, do prazer dos sentidos etc. Em nosso tempo,
no qual se adora o sucesso, é fácil cair na armadilha. E os ingênuos, atraídos,
abocanham o anzol. Mas, por que a vida faz ofertas semelhantes, é traidora? Por
que as faz? Onde está a Justiça da Lei de Deus?
É necessário não esquecer que a vida é uma escola, e uma escola é feita
de contínuas provas a serem superadas. Tais ofertas são um teste para aqueles
que tendo experimentado e aprendido, dão provas de saber resistir ao convite,
não mais caindo na armadilha. De tal exame, aqueles saem vencedores e são
promovidos à classe superior. Os amadurecidos conhecem o jogo da armadilha e por
isso não caem e a vitória lhes serve para avançar.
Mas os imaturos não entendem o jogo e é exatamente para
chegarem a conhecê-lo que têm necessidade de experimentá-lo. Como podem aprender, se não sentirem na própria pele as
consequências do erro?
É necessário que aprendam e vivam todo o desenvolvimento do fenômeno da
queda, até o baque final, que é o golpe necessário, única coisa que pode ter a
força para abrir e penetrar sua mente, ainda dura para fazer-se entender. Então,
nela se faz a Luz e estes homens amadurecem, de modo que, quando do próximo
convite da vida, não cairão na armadilha. Superarão tal exame e poderão subir
para uma classe superior. Esta é a mecânica do fenômeno. O caminho é livre,
sendo necessário, pois, muita atenção para escolhê-lo.
Cuidado, portanto, para não se deixar seduzir, aceitando
cegamente ofertas gratuitas de triunfos fáceis. Façamos exame de consciência,
se virmos que eles não são merecidos
porque não correspondem a um valor real para nós, não aceitemos esses triunfos.
Devemos dar provas de que temos consciência do próprio valor e merecimento. Se somos orgulhosos, vaidosos, ávidos, ignorantes,
descuidados, irresponsáveis, é justo que caiamos e paguemos. O banquete está
pronto e somos convidados. Mas devemos compreender o significado do convite,
porque se não o compreendermos agora,
temos de compreender depois, como
acontece com peixe que engole o anzol. O ávido, ansioso de ganhos gratuitos,
crendo ser esperto e vencedor, abocanha -o. Mas, por quê? Porque são as
qualidades de seu temperamento, exatamente as que devem ser corrigidas pela
experiência. É justo que a prova o espere, até que aprenda e com isso evolua.
Compreenderá depois, mas como se poderia isentá-lo da prova,
se antes não compreendia? A desilusão tem uma salutar função educadora e é por
isto que para seu bem, a vida faz suportá-la. A finalidade é que ele chegue a
compreender que com aquele método não se vence, mas se perde.
A desilusão serve para tingir este objetivo: a compreensão,
primeira condição para avançar. Trata-se de um sofrimento justificado, por
isso, salutar e construtivo. Se fosse uma pessoa amadurecida, não teria engolido
a isca e, portanto, passado pelo sofrimento, porque sofrer é justo, útil e
necessário, somente para quem não aprendeu.
*
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO” POR LUÍZA CONY
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