Escritores e médicos presunçosos procuram explicar a
hiperfunção das glândulas sudoríparas de Jesus num esquema patológico, porque
ignoram, em absoluto, que o organismo carnal do MESTRE é que lançava mãos de
recursos de emergência subsistir ante a carga espiritual poderosa que lhe
atuava além da resistência biológica humana. Ele vivia sob estados febris e excitações incomuns em
dramática luta para manter-se sob o excesso do potencial que lhe descia do Céu,
procurando a matéria e fluindo pelo seu corpo, como se este fora realmente um
poderoso fio-terra vivo.
A sua natureza carnal processava verdadeira descarga fluido-magnética
através do sistema glandular, cuja exsudação sanguínea jamais poderá ser
considerada um ataque específico e mórbido de “suor de sangue”. Após esse
fenômeno, tal qual aconteceu no Horto das Oliveiras, às vésperas do sacrifício
no Calvário, o Espírito do Mestre desafogava-se adquirindo certa liberdade
sobre o corpo desfalecido, exausto e febril.
O Divino Conselheiro era um cadinho de química
transcendental fabulosa, no qual se processavam as mais avançadas reações dos
problemas espirituais. O passado e o futuro não tinham limites de graduação na
sua mente poderosa e genial.
Os conceitos mais insignificantes poderiam se tornar sentenças
milenárias sob o toque de sua Alma.
*
A túnica nupcial, que a alma deve envergar para tomar parte
no banquete do Rei citado na parábola contada por Jesus (Mateus 22-1 a 14):
(Lucas 14:16 a 24). Em verdade significa o resultado da lavagem dolorosa do períspirito
no tanque do mundo terrestre, de onde ele sai com as suas vestes limpas.
A dor aquebranta a rudeza e humilha o orgulho da
personalidade humana, obriga o espírito a centralizar-se em si mesmo e a
procurar compreender o sofrimento. Na introspecção dolorosa pela ansiedade de
solver o seu problema aflitivo, ele tem de reconhecer a precariedade, a
presunção e a vaidade de sua figura transitória no mundo da Terra.
*
É necessário que o homem se desvencilhe dos falsos
argumentos ou das superficialidades sentimentais. A “verdade” que salva,
predita por Jesus, exige a limpeza absoluta da mente atravancada por tradições religiosas
ou premeditações pessoais, tornando o ser uma criança liberta dos
condicionamentos ilusórios. Que nos serve a doce ilusão de um pote manchado de
cores e cortado por raios dourados, que emanam do sol na descida do crepúsculo,
se um dia a “realidade científica” nos mostrará a ilusão de ótica na refração
dos raios luminosos? Podemos cantar a beleza imaculada do lírio do pantanal ou a configuração
fascinante da rosa perfumada, mas não podemos fugir à realidade eletrônica que
produz a cor, o perfume e a forma.
*
Jesus, o psicólogo das almas, diz: “Vinde a mim todos vós, que
estais cansados e aflitos, e vos aliviarei, porque o meu fardo é leve e o meu
jugo é suave”.
“Vinde, benditos de meu Pai,
possui o Reino que vos está preparado desde o princípio, porque eu
estava com fome, e me deste de comer; estava com sede e me destes de beber;
andava estranho e me acolhestes; estava nu e me vestistes; estavas doente, e me
visitastes; estava preso e me vieste ver.” E ao ser abordado pelos justos: - “Quando
foi, Senhor, que te vimos com fome, com sede, estranho, nu, doente ou preso, e
te acudimos?” . Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao
menor de meus irmãos, a mim é que o fizeste!”
Portanto, o Cristo interno não despertará em nós, se não
ajudarmos a despertar externamente o Cristo no próximo. Essa é a grande Lei da
Polaridade Cósmica. São Francisco de Assis, Gandhi, Chico Xavier, Madre Tereza
de Calcutá, e tantos outros, encontrando o Cristo nos outros, encontraram-nos
em si próprios.
Esta é a máxima da caridade: auxiliar e servir aos
necessitados, porque só assim estaremos realizando a caridade em nós mesmos. Conforme
disse São Francisco de Assis: “É dando que se recebe, é perdoando que se é
perdoado!”
***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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