O exame de consciência é autoexame, isto é, exame de si
mesmo, feito por si mesmo, sozinho, consigo mesmo. Não devemos olhar os
defeitos alheios, mas só os nossos, cada um por si, porque só estes nos cabe corrigir. Podemos, porém, utilizar o
julgamento dos outros, pelo fato dele ser o mais adequado a mostrar os nossos
defeitos, a fim de conhecermos melhor a nós mesmos.
Os olhos alheios, sendo feitos de rivalidades, são mais
agudos do que os nossos, os quais, pelo contrário, são levados a ver as nossas
virtudes e a esconder os defeitos.
*
É fácil imaginar o que acontece em uma multidão de
indivíduos e correspondentes juízos pessoais. Cada um se faz em substituição à
Grande Lei de Deus e julga com o próprio Eu.
Julgo o outro, e o outro me julga. Faço de mim mesmo centro
de meu julgamento, como o outro faz de si mesmo centro de seu julgamento.
Nasce um regime de guerra, tornando-se necessários o escudo
e a espada. Isso significa forjar para si mesmo um escudo – cobertura feito de virtudes postas à vista, e em relação
aos outros, valer-se de uma espada para abater-lhes o escudo – cobertura similar
e descobrir seus defeitos.
*
Suponhamos um encontro entre um avarento e um sensual. O avarento
tomará a atitude de um santo casto, para esconder sua avareza, acusando o
erotismo do outro. Este se fingirá de generoso para esconder os seus excessos
eróticos, acusando o outro de avareza.
Assim, cada um recebe, reciprocamente, a lição dada pelo
outro. Todos se escondem e mistificam-se uns aos outros. “Veja onde o outro não
o acusa e saberá qual é seu defeito”.
Por tudo isso, vê-se quanto é difícil fazer um verdadeiro
exame de consciência, quando aos impulsos instintivos do subconsciente se
sobrepõe a orientação iluminada da mente que conhece a Lei de Deus.
*
Em vez dos homens estagnarem no artificialismo da vida
material transitória, enquanto destroem a
civilização pelas forças doentias do ódio, eles poderiam criar a ventura
humana, através das energias sublimes do Amor Purificador.
O Amor que salva e redime o homem, é a saúde espiritual dos
que reinam e se conformam com as vicissitudes e as dores do corpo físico, sem
desejos de vingança; o ódio, que destrói e intoxica, é a enfermidade da Alma
sob a imantação do atavismo animal.
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” POR LUÍZA CONY
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