Já dizia Kardec – o codificador, na previsão luminosa desse
estado de coisas que hoje constatamos: - Se o Evangelho, realmente, não se
tornar em Vosso Espírito um escudo, poderá socorrer-vos se a revelação tende a
absorver todas as consequências, emancipando o vosso século?
Se o Evangelho em vossas mãos apenas tem a serventia dos livros
profanos que deleitam a Alma, embriagam o pensamento, quem vos poderá socorrer,
no momento dessa Revolução Planetária que já se faz sentir, dando o domínio da
Terra aos bons, preparando-os para seu desenvolvimento, bem como transmigrando
os obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?
Há livros de filosofias e sistemas esotéricos que oferecem
misteriosamente processos infalíveis de purificação espiritual, mas de nós não
cremos que qualquer deles dê o menor resultado porque não se trata aqui de
adotar processos ou de empregar regras, mas sim de mudar sentimentos, de
alterar o caráter moral, e isso o homem só o consegue através de provas, em
tempo mais ou menos longo: todavia é certo que quando o Espírito estiver
maduro, quando a hora chegar, sobre ele descerá o fogo da redenção.
Mas como o Espiritismo chama para a redenção e exige essa
reforma moral urgentemente, todos devem iniciar desde já sua luta,
estabelecendo sua vida em novas bases, organizando um programa simples e viável
e se utilizando com todas as energias de que dispuser dos poderes que lhes vêm
do livre arbítrio, que é VONTADE, INTELIGÊNCIA E LIBERDADE.
Qualquer esforço nesse sentido deve começar por um balanço
moral, desnudando perante a própria consciência, sem a menor tolerância, as más
qualidades que possuímos.
Raro é o homem, da atual geração, que possui mais virtudes
que defeitos, o que, aliás, é natural que aconteça, porque este é um mundo
atrasado e, portanto, o primeiro passo nesse esforço de reforma deve ser o
exercício de tolerância recíproca, uma vez que ainda não somos capazes de
verdadeiramente cumprir a Lei do Amor.
Os defeitos mais comuns, a seguir: o orgulho, o egoísmo, a
ferocidade, a sensualidade, são inimigos tenazes, que devemos um por um
combater e vencer, à custa de lágrimas e de sangue, porque são cicatrizes e
condenações que nos vêm do nosso passado de brutos e estão profundamente
enraizados em nosso coração. Mas temos que passar pelas provas purificadas e em
nossas mãos está o antecipá-las, melhor sendo que o façamos por nossa própria deliberação,
que obrigados pelos castigos do Carma. Melhor que o façamos hoje do que amanhã,
como lutadores conscientes e não como vítimas passivas, pois o mérito
justamente vem do exercício deliberado do livre arbítrio. E quando, no decorrer
do tempo, todos os defeitos estiverem vencidos, teremos automaticamente
conquistado as virtudes correspondentes, flores da espiritualidade que, no
amanhã de nossa existência universal, torná-la bela e luminosa, nas inumeráveis
moradas da casa do Pai.
A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY
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