segunda-feira, 13 de março de 2017

BALANÇO MORAL


Já dizia Kardec – o codificador, na previsão luminosa desse estado de coisas que hoje constatamos: - Se o Evangelho, realmente, não se tornar em Vosso Espírito um escudo, poderá socorrer-vos se a revelação tende a absorver todas as consequências, emancipando o vosso século?
Se o Evangelho em vossas mãos apenas tem a serventia dos livros profanos que deleitam a Alma, embriagam o pensamento, quem vos poderá socorrer, no momento dessa Revolução Planetária que já se faz sentir, dando o domínio da Terra aos bons, preparando-os para seu desenvolvimento, bem como transmigrando os obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?
Há livros de filosofias e sistemas esotéricos que oferecem misteriosamente processos infalíveis de purificação espiritual, mas de nós não cremos que qualquer deles dê o menor resultado porque não se trata aqui de adotar processos ou de empregar regras, mas sim de mudar sentimentos, de alterar o caráter moral, e isso o homem só o consegue através de provas, em tempo mais ou menos longo: todavia é certo que quando o Espírito estiver maduro, quando a hora chegar, sobre ele descerá o fogo da redenção.
Mas como o Espiritismo chama para a redenção e exige essa reforma moral urgentemente, todos devem iniciar desde já sua luta, estabelecendo sua vida em novas bases, organizando um programa simples e viável e se utilizando com todas as energias de que dispuser dos poderes que lhes vêm do livre arbítrio, que é VONTADE, INTELIGÊNCIA E LIBERDADE.
Qualquer esforço nesse sentido deve começar por um balanço moral, desnudando perante a própria consciência, sem a menor tolerância, as más qualidades que possuímos.
Raro é o homem, da atual geração, que possui mais virtudes que defeitos, o que, aliás, é natural que aconteça, porque este é um mundo atrasado e, portanto, o primeiro passo nesse esforço de reforma deve ser o exercício de tolerância recíproca, uma vez que ainda não somos capazes de verdadeiramente cumprir a Lei do Amor.
Os defeitos mais comuns, a seguir: o orgulho, o egoísmo, a ferocidade, a sensualidade, são inimigos tenazes, que devemos um por um combater e vencer, à custa de lágrimas e de sangue, porque são cicatrizes e condenações que nos vêm do nosso passado de brutos e estão profundamente enraizados em nosso coração. Mas temos que passar pelas provas purificadas e em nossas mãos está o antecipá-las, melhor sendo que o façamos por nossa própria deliberação, que obrigados pelos castigos do Carma. Melhor que o façamos hoje do que amanhã, como lutadores conscientes e não como vítimas passivas, pois o mérito justamente vem do exercício deliberado do livre arbítrio. E quando, no decorrer do tempo, todos os defeitos estiverem vencidos, teremos automaticamente conquistado as virtudes correspondentes, flores da espiritualidade que, no amanhã de nossa existência universal, torná-la bela e luminosa, nas inumeráveis moradas da casa do Pai.


A “VARINHA MÁGICA” DE LUÍZA CONY

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