domingo, 28 de agosto de 2016

O CAMINHO DE SI MESMO


Envolvidos em circunstâncias absolutamente mutáveis, somos bombardeados por milhares de opções que exigem decisões imediatas e requerem objetividade diante da vida. Que preparos temos para dissolver o emaranhado de pensamentos negativos que acumulamos desde a infância? Desconhecendo o poder da nossa força interior, jogamos a nossa natureza original. Ignoramos a proposta sublime de Deus: - O Amor – a mais alta razão. E como despertar o nosso ser para uma realização maior? Jesus – a mais alta expressão do amor disse: “Bem-Aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus!”.
A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade e exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal. Jesus condenou o pecado, mesmo em pensamento porque é um sinal de impureza.
* * *
Quando Berenice e Alberto, casados há mais de 30 anos, entraram na sala de consulta espiritual, eu lembrei que os conhecia desde a adolescência, pois fomos colegas da mesma turma do curso colegial. Mas percebi uma certa tristeza no rosto de Berenice, porque há anos o Alberto a traia e ela amargurava a dor do adultério. Já com dificuldades, ela ficava ao lado dele sob o mesmo teto. Alberto agia como se nada estivesse acontecendo. Suas ironias, por vezes, mostravam o quanto estava, até em pensamento, traindo a esposa. O olhar vazio, o rosto perturbado e o coração sangrando de infelicidade e de vontade de ir embora de casa, consumar a separação da Berenice, para ficar ao lado da amante, que só queria dele, os presentes, as joias, as viagens ao exterior, as roupas caríssimas, badalações, a casa luxuosa onde ela morava, etc. etc.
Isis era imatura, maledicente, só se preocupava com as aparências, com os atos externos. Quando alguém fazia comentários sobre religião, ela dizia que tudo era uma ilusão, fanatismo e sua boca exclamava só blasfêmias. Seu egoísmo e orgulho eram vorazes, seu coração estava cheio de adversidades. Quando Alberto soletrava seu nome, como se estivesse declamando um poema, Isis desviava o olhar e saia de perto. Alberto estava cego e obsediado, toda sua ação era chocante, não havia bom senso ou decência, tudo o que ele fazia para Isis, era de modo ostensivo.
Por enquanto a Berenice tinha amor pela vida e por Deus, Alberto não dava nenhuma atenção para os assuntos religiosos que ela cultivava com primor. Chamava-o para orar e ele saia de perto, dizendo que não tinha tempo, batia a porta e corria desenfreadamente para a cada da Isis.
Berenice pensava: é difícil escapar do sofrimento, para ensiná-lo temos de atingir-lhe o âmago. Eu preciso caminhar diariamente para dentro de mim mesma. O Alberto não vai me destruir, ele ignora o amor pela própria vida, não sabe virar o rosto às ilusões do mundo, nem desconfia sequer que tudo o que dá para a Isis, ela recebe com falsidade. Quero ajuda-lo a descobrir o caminho para dentro de si mesmo, sem força-lo. Por isso, vou orar, porque enquanto faço a prece, recebo a sustentação de amor ao meu espírito. Então, Berenice inicia a oração da sustentação Diária: - Pai nosso! O Vosso Nome está gravado em nossa alma para que não nos esqueçamos de bendizer o Vosso amor e a Vossa Misericórdia. A Vossa Vontade é soberana e tão sabiamente nos guia e nos reserva grandes bens. Façamos com que a nossa vontade se alimente da Vossa Santa Vontade para vencermos os males de toda espécie. Perdoai as nossas fraquezas e as crueldades que praticamos, contrariando as Vossas leis. Que o Perdão se instale em nosso coração, fazendo-nos mais sensíveis para perdoarmos todo aquele que nutre o mal por nós.
Senhor! Dai-nos a Força da Fé quando os maus espíritos vierem nos tentar. Livrai-nos dos maus pensamentos, pois queremos trilhar o caminho do bem. Só Vós tendes o Poder de afastar da nossa existência os espíritos impuros. Inspirai-nos, Senhor, a ouvir a Voz dos Anjos Guardiães e dos Bons espíritos quando vêm nos alertar e nos assistir, para que não façamos mau uso do nosso livre arbítrio. Ao finalizarmos esta prece, pedimos para todos a Vossa Benção e a Vossa Paz.
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Berenice cobre o rosto com as mãos num gesto de amor e de gratidão e diz calmamente: “Estou curando minhas dores morais e sentimentais”.
E eu volto o olhar para o Alberto e digo: - Todos necessitam curar-se e o amor é a mais Alta Razão que faz com que a consciência não se limite ao plano físico, material da vida humana; mas que faça a sua escalada com inteligência, utilizando a pura atividade especulativa do Espírito para perceber que nessa caminhada íngreme há uma Luz que, divinamente mostra o mais elevado grau do Amor Incondicional, que é a vereda segura para se chegar à compreensão da vida espiritual unida ao Criador, - completamente indissolúvel e universal. O maior exemplo que temos é o Cristo que desceu à Terra para provar para os homens que a alma que neles habita, necessita descobrir-se a si mesa, instruir-se moralmente evoluir para ver a Deus Pai, ver o Reino dos Céus, no íntimo ser, experimentar essa realidade eterna, ter contato íntimo com ela.
Essa compreensão não é facultada a nenhum ser, porém ele precisa crer que é capaz de ultrapassar as barreiras do egoísmo, do orgulho, das vaidades, luxúrias, paixões mundanas, ódio e cobiça, - como é o caso do Alberto e da Isis. No estágio em que se encontram estão caminhando com os olhos vendados, parecem cegos andando sem nada ver à sua volta. O coração e o mundo interior e a mente só podem compreender aquilo que se vive no externo, o que pensa e o que sente que é do materialismo e do egocentrismo. Isso tudo representa a falta de amor a Deus, visto que só experimentam os chamados do egoísmo, das tentações dos espíritos impuros, da cegueira mental. Erguem em suas vidas uma grande muralha, - de um lado o egoísmo trevoso, ostentando sua falsa força e poder, do outro lado o Amor Todo Poderoso – Deus.
Do ponto de vista da Doutrina Espírita, o homem é livre para escolher o caminho que quer percorrer; contudo, ele sofre muito mais se não conhecer-se a si mesmo, ou seja, se ficar afastado de Deus e das leis Imutáveis que regem os seus destinos. A existência terrena do homem é efêmera, mas a sua alma é eterna; no entanto, ele não se coloca numa dimensão superior, não se importa com o rumo para a perfeição, nunca está a caminho de si mesmo, porque antes de mais nada, quer agir (com o instinto primitivo), como uma criancinha que brinca de casinha, que dirige a vida como se estivesse pilotando o seu carrinho de plástico, não compreendendo os perigos, pois sua mente trabalha infantilmente e necessita de educação moral para que a consciência consiga escalar passo a passo, a sua real importância para se desenvolver e poder assumir o seu papel integral no amor e na prática das virtudes.
O homem “criancinha” deixará de brincar com a vida e passará a usufruir dos benefícios do seu livre arbítrio, se optar pelo caminho do bem que o conduzirá a Deus. No seu coração só habitará o amor que Jesus anunciou no Sermão da Montanha: - “Bem-Aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.
Em suas novas regras de vida, o homem não mais se deixará levar pelas fantasias do egoísmo e do orgulho, pois ele já terá ultrapassado a muralha, derrubando dentro de si, os maus condutores de suas ações. Estará renovado e desejará “SER MAIS” do que “TER MAIS”.

A “O que é o mundo? 
 O mundo é falsa percepção. Nasceu do erro e não deixou a sua fonte. Ele deixará de existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando o pensamento da separação for mudado para um pensamento de verdadeiro perdão, o mundo será visto sob outra luz; uma luz que conduz à verdade, na qual o mundo todo tem que desaparecer, assim como todos os seus erros têm que sumir. Agora a sua fonte se foi e os seus efeitos também.  O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo senão ausência de amor? Assim, o mundo foi feito para ser um lugar em que Deus não pudesse entrar e no qual o Seu Filho pudesse estar à parte Dele. Aqui nasceu a percepção, pois o conhecimento não poderia causar tais pensamentos insanos. Agora, os erros vêm a ser bastante possíveis, pois a certeza se foi.  Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para achar o que lhes é dado buscar. Seu objetivo é cumprir o propósito que o mundo foi feito para testemunhar e fazer com que seja real. Eles veem nas suas ilusões apenas uma base sólida onde a verdade existe, mantida à parte das mentiras. No entanto, tudo o que transmitem é apenas ilusão, mantida à parte da verdade.  Assim como a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser redirecionada. Os sons vêm a ser o chamado de Deus e um novo propósito pode ser dado a toda percepção por Aquele Que Deus designou como o Salvador do mundo. Segue a Sua Luz e vê o mundo tal como Ele o contempla. Ouve apenas a Sua Voz em tudo o que fala contigo. E deixa-O dar-te a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preservou Nele para ti.  Que não descansemos em nosso contentamento, enquanto o mundo não tiver se unido à nossa percepção, que já foi mudada. Que não estejamos satisfeitos, enquanto o perdão não tiver se tornado completo. E não tentemos mudar a nossa função. Temos que salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos que contemplá-lo através dos olhos de Cristo, para que o que foi feito para morrer possa ser restituído à vida que dura para sempre.  
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PRESTE MAIS ATENÇÃO NAS “ONDINHAS” DO SEU CÉREBRO


Pouca gente sabe que o cérebro funciona através de ondas elétricas. Por meio de um exame – com um nome intricado – chamado eletroencefalograma (EEG) é possível identificar a atividade cerebral e classificar essas “ondinhas” em quatro tipos:
- ONDA BETA – Aliada à concentração e ao pensamento lógico;
- ONDA ALFA – remete à atenção relaxada e ao pensamento holístico;
- ONDA TETA – Refere-se à meditação, visualização e criatividade;
- ONDA DELTA – Decorrência do sono profundo;
Para saber controlar a reverberação delas dentro do seu cérebro, confira abaixo uma série de dicas para você não se afogar nesse tsunami de informações:
- Crie espaços pré-determinados para realizar tarefas. Por exemplo, sente-se em uma mesa somente quando for trabalhar e, quando chegar a hora do almoço, vá a outro local. Isso ajuda o cérebro a se preparar para determinadas funções previamente e tornará a concentração mais fluída;
- Corte distrações. Feche a porta, desligue o celular, deixe o telefone na secretária eletrônica e, se puder, desconecte-se da internet. Se não for possível, deixe desativada a verificação automática de e-mails e os alertas visuais/sonoros quando chega uma nova mensagem. Quanto menos interrupções, melhor.
- Junte tudo o que precisar para a realização da tarefa em só lugar, pois assim ficará mais fácil encontrar as coisas no momento em que precisar e não se distrairá;
- Defina períodos de meta e descanso do início até o fim do dia. Fazer uma lista de tarefas ao longo do dia mantém o foco naquilo que interessa e conceder ao cérebro um tempinho de distração compensa a atenção dada ao trabalho;
- Se o dever do dia for muito trabalhoso e grande, fragmente-o em partes menores para melhorar o enfoque;
- Use utensílios off-line como papel, caneta e lápis. São recursos bons, fáceis e rápidos para se concentrar ao longo da rotina.
- Se no final do dia a obrigação não for cumprida, faça breve anotações dos pontos mais cruciais. Isso facilita o reinicio seguinte.
- Resolva cruzadinhas, jogos de memória, de enigma, de lógica, quebra-cabeça, etc. Todos eles ajudam sua mente a ficar mais alerta.
- Leia livros. Trata-se de uma atividade ignorada por muitos, mas que, além de prazerosa, ajuda muito na concentração.


A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A QUALIDADE FICOU – A QUANTIDADE MUDOU


“A planta cresce por si mesma, de dia e de noite”. É esta, sem dúvida, uma das parábolas mais misteriosas de Jesus. Focaliza a vitalidade inseparável da planta, que desentranha, aos poucos, numa grande variedade de formas e cores, sem a necessidade de uma intervenção de fora. Assim acontece também com o Reino de Deus, cuja marcha vitoriosa através da Humanidade ninguém pode sustar.
O Cristianismo de hoje é profundamente diferente do Cristianismo do ano 33 da nossa Era como o pé de trigo, pouca ou nenhuma semelhança visível tem com o grão de trigo do qual brotou. A semelhança externa entre a planta e a semente é, praticamente, nula – mas a identidade da essência é perfeita. A semente é a planta potencial, e a planta é a semente atualizada. A qualidade ficou, a quantidade mudou. Não era possível que o “grãozinho de trigo” que era o Cristianismo no ano 33 da nossa Era continuasse a ser, externamente, o mesmo no século 21. O seu destino era crescer, evolver, expandir gradualmente todas as suas forças latentes. Na semente vegetal não há perigo de adulteração, porque ela tem uma só possibilidade de evolução, tem por assim dizer, trilhos rigorosamente marcados, sobre os quais deve correr; ou se desenvolverá neste sentido exato, ou não se desenvolverá de modo algum. Mas, em se tratando da evolução da sementinha divina do Reino de Deus, entre os homens, há inúmeras possibilidades de adulteração.
Já com a entrada de Paulo de Tarso no cenário do Cristianismo principia uma grande modificação da forma primitiva da Doutrina de Jesus – e o nosso Cristianismo de hoje, no saber Teológico – mais Paulino que Crístico. Com Agostinho aparece outo fator de modificação. O nosso Cristianismo Eclesiástico de hoje inconcebível sem as ideias de pecado original e redenção pelo sangue.
Se a nossa humanidade fosse uma humanidade madura, conceberia o Cristianismo exatamente como Jesus o concebia e como brotou dos seus lábios e do seu coração. Mas uma humanidade imatura como a nossa recebe o Cristianismo, não segundo a maturidade espiritual de seu Autor, mas segundo a maturidade espiritual de seus discípulos. A imaturidade não é repugnante quando aparece como tal e não pretende ser outra coisa do que é. Uma criança com modos infantis não é repugnante; pelo contrário, pode ser até encantadora, com todas as ingenuidades e infantilidades de sua idade; mas, quando assume ares de homem maduro, causa impressão ridícula, grotesca e até revoltante. Uma criança que se porta infantilmente é agradável, uma criança que se porta adultamente é desagradável – como, por outro lado, também seria grotesco o comportamento infantil de um homem adulto.
Coisa análoga se dá com as religiões organizadas, Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo e outras. Enquanto apenas atuam como estágios rumo ao Cristo Eterno e Universal são aceitáveis, mas, quando se arvoram em algo completo e definitivo, quando pretende ser o próprio Cristianismo do Cristo, tornam-se absurdas e antipáticas. Tudo que é natural é agradável tudo que é desnatural é desagradável.
É metafisicamente impossível organizar o elemento espiritual, divino. Organizar é definir, limitar, finitizar, - mas infinito está para além de todas essas fronteiras. O Cristianismo em si não é organizável. O que é organizável é o corpo, isto é, a parte visível, humana; mas a alma do Cristianismo não é suscetível de organização, porque ela é espírito, vida, luz. No momento que principia a organização do Cristianismo, começa a sua decadência. Mas, infelizmente, essa diminuição é um mal necessário.
Todas as igrejas e seitas, vazadas em estatutos, regulamentos, dogmas, credos, doutrinas padronizadas, ideias cristalizadas, sacramentos, rituais, etc., representam apenas o corpo ou a luta visível da religião, o simbolismo material, para além do qual existe o simbolismo espiritual, que não é organizável. Os que identificam a religião com esses símbolos externos conhecem apenas o invólucro, mas não a essência da religião, que não é o objeto de definição ou organização. Tudo o que é físico e mental é organizável; mas como cristianismo é essencialmente racional ou espiritual, segue-se que o Cristianismo como tal é inorganizável.
Pode o símbolo ser útil para que, através dele, o homem profano chegue ao simbolizado. O mal das igrejas e seitas não está em servirem de símbolos; o mal aparece quando alguma dessas sociedades organizadas proíbe seus adeptos de ultrapassar a fronteira dos dogmas e símbolos e alcançar o simbolizado. Que diríamos de um condutor que obrigasse o viajante a parar diante de um marco quilométrico à beira da estrada e olhasse apenas para a flecha colocada na bifurcação ou encruzilhada do caminho, em vez de seguir o rumo indicado? Não obedece ao sentido da flecha quem para ao pé dela, mas sim aquele que se afasta da flecha, seguindo o rumo por ela indicado. Certas igrejas ou seitas que levam a mal a seus adeptos ultrapassarem esses símbolos são como indicadores que não indicam, mas que exigem do viajante a idolatria duma adoração do próprio marco. Quebraram a ponta da flecha indicadora, para impedir que o viajante siga adiante, ultrapassando o símbolo indicador.
Assim, por exemplo, certa Teologia ensina que o rito sacramental funciona automaticamente, quando isto é uma evidente negação da Alma da Cristicidade para conservar o corpo da Teologia. Jesus não deu a uma fórmula mágica o poder de produzir efeito espiritual, automaticamente, como um computador mecânico. Isto é uma reminiscência dos “Mistérios Esotéricos” de Delfos, Eleusis etc. do tempo do Paganismo Romano, que contaminou o Cristianismo Eclesiástico.
O estágio evolutivo da Teologia, que remonta aos princípios do quarto século, foi necessário nos primeiros séculos que se seguiram ao período das catacumbas, onde não havia organização; representa a infância espiritual da Humanidade; autoridade infalível, de cima e obediência incondicional de baixo. Depois disto, o Protestantismo foi igualmente necessário como período adolescente da Humanidade rumo à maturidade do Cristo; era preciso frisar a necessidade do conhecimento dos Livros Sacros do Antigo e do Novo Testamento, praticamente substituídos, no período romano, pelos decretos dos concílios eclesiásticos e pelo escolaticismo intelectual.
Em diversos países do ocidente cristão surgiu o movimento do Espiritismo Doutrinário, cuja missão também está em frisar a continuidade da vida após a morte e a necessidade da beneficência social, sobretudo em clamar pela completa gratuidade dos serviços religiosos, preceitos esses que o Catolicismo Romano e o Protestantismo não haviam tomado bastante a sério.
O Cristianismo não é Romano, nem Protestante, mas estas e outras formas de religião são até certo ponto, necessárias para a Humanidade em marcha. A majestade hierárquica, da Liturgia Romana, a seriedade da investigação bíblica cultivada pelo Protestantismo; o espírito de sacrifício com que o Espiritismo pratica a caridade social; tudo isto é necessário para abrir caminho – rumo ao Cristianismo Eterno e Universal. Cada uma dessas organizações contribui com sua pedrinha peculiar para o acabamento do gigantesco santuário do Cristianismo Cósmico.
O mal não está nessa contribuição, mas sim na presunção de alguns desses movimentos que pretendem monopolizar o CRISTO e identificar a sua igreja ou seita com o Cristianismo Universal. Essa presunção nasce da incapacidade de enxergarem o TODO numa visão panorâmica, e essa incapacidade é filha do egoísmo unilateral. Entretanto, a planta divina do Cristianismo vai crescendo à serena claridade solar da bonança e por entre as tempestades noturnas da tribulação. O princípio vital é invisível em si mesmo, mas o que produz é visível. A raiz, a haste, as folhas, as flores, os frutos – tudo isto faz parte da planta, mas nenhuma dessas partes é a planta, nem mesmo a soma total desses elementos. Enquanto essas partes mantém contato vital com a misteriosa alma da planta, cumprem a sua missão; no dia e na hora em que obstruírem a circulação das seivas vitais da alma da planta, começa a agonia da planta. Ninguém pode matar a vida; só podemos desligar a Vida Universal de alguns dos seus veículos individuais.
As Organizações Eclesiásticas não devem substituir o Evangelho do Cristo, o CORPO não deve matar a ALMA.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

UMA SÓ É A META



Aceita a reencarnação, estabelece-se a ordem em torno de nós, nossa estrada ilumina-se e revela a finalidade última da vida; sabemos o que somos e para onde vamos. Então, as satisfações materiais perdem para nós sua atração e sentimos desejos de trabalhar com ardor pelo nosso adiantamento. A finalidade suprema é a perfeição, o caminho que nos conduz a ela é o progresso; este caminho é longo e se percorre passo a passo, a meta distante parece recuar à medida que se avança, mas, a cada obstáculo vencido, o ser recolhe os frutos dos próprios esforços, aumenta a própria experiência e desenvolve as suas faculdades.
Uma só é a meta mas não existem privilegiados nem malditos, todos concorrem ao mesmo imortal destino, e, através de mil obstáculos, são chamados às mesmas finalidades. Apesar disso, somos livres para apressar ou diminuir nossa ascensão, de imergir em gozos grosseiros, de estacionar durante existências inteiras na apatia e no vício, mas cedo ou tarde o sentimento do dever se desperta, a dor vem a sacudir a nossa inércia e retomamos forçosamente o nosso caminho.
As almas conhecem apenas diferenças de graus, as quais podem ser canceladas no futuro; usando de nosso livre arbítrio, não prosseguimos todos no mesmo passo, e isto explica a desigualdade intelectual e moral dos homens. Mas, todos filhos de um mesmo Pai, a sucessão de nossas existências deve nos levar para junto Dele para formar com nossos semelhantes uma só família, a grande família dos Espíritos que povoam o Universo – nas suas diversas moradas.
Não há mais lugar no mundo para o paraíso e para o inferno eterno: no imenso laboratório vemos somente seres que procuram sua própria educação, que se elevam pelos seus esforços para uma harmonia universal. Cada qual cria para si a própria condição com as obras das quais sofre as consequências que o vinculam e o caracterizam. Quando a vida é dedicada às paixões e estéril de bens, o ser retrocede, sua posição se amesquinha: para limpar-se de suas máculas, o Espírito deverá reencarnar-se nos mundos de provações e purificar-se ali com o sofrimento. Completada a expiação, retomará o próprio caminho; não existem penas eternas, mas uma reparação proporcionada e necessária dos erros cometidos.
Não temos outro juiz, outro carrasco, senão a nossa consciência, mas esta, logo que se liberta das sombras da matéria, torna-se imperiosa e insistente. Na ordem moral, como na ordem física, não existem senão causa e efeito, dirigidos por uma lei soberana, imutável, infalível. O que em nossa ignorância chamamos injustiça da sorte não é mais do que reparação do passado; o que chamamos de destino é o ressarcimento dos débitos contraídos conosco mesmo e para com a Lei. A existência atual é portanto a consequência direta, inevitável das nossas existências anteriores, como a vida futura será o resultado de nossas ações presentes. Ao revestir um novo corpo, a alma leva com ela, em cada renascimento, o fardo de suas qualidades e de seus vícios, o fardo de suas qualidades e de seus vícios, todo o bem e todo mal, acumulados nas obras do passado; assim, sucedendo-se nossas existências, somos nós mesmos que fabricamos nosso ser moral, que edificamos o nosso futuro, que preparamos o ambiente em que deveremos renascer, o posto que deveremos ocupar.
Com a Lei das Reencarnações, a Suprema Justiça ilumina os mundos; cada ser, fazendo emergir e dominando a razão e a consciência, torna-se artífice do próprio destino, e constrói ou desmancha à vontade as cadeias que o vinculam à matéria. É a ação desta Lei que explica as condições dolorosas às quais alguns estão sujeitos, pois cada vida culpada deve ser redimida. Chega o tempo em que as almas orgulhosas renascem em condições humildes e servis; em que o ocioso deve aceitar trabalhos duros, e aquele que provocou sofrimento deve, por sua vez, sofrer.
Mas a alma não está vinculada para sempre a esta terra escura e, após ter conquistado as qualidades necessárias, ela troca-a por regiões mais elevadas. Percorre os campos do céu semeados de mundos e de sóis; é acolhida no seio de outras humanidades, em novos centros de vida, onde, progredindo sempre, ampliará incessantemente a sua riqueza moral e o seu saber.
Depois de um número incontável de mortes e de renascimentos, de quedas e sofrimentos, liberta das reencarnações, a alma gozará da vida celeste, na qual participará do governo dos seres e das coisas, contribuindo com a obra sua para a universal harmonia, e para a execução do Plano Divino. Tal é o mistério da alma humana, pois que traz em si a Lei de seus destinos: chegar a descobrir a Lei, a decifrar-lhe o enigma, eis a verdadeira ciência da vida. Cada faísca conquistada ao foco divino, cada vitória sobre si mesmo, sobre as paixões, sobre os instintos egoísticos, provoca alegria íntima, tanto mais intensa quanto mais difícil tenha sido a vitória.
Este é o céu prometido aos nossos esforços; não está longe de nós, ele está em nós. Feliz ou triste, o homem leva no íntimo de seu ser a sua grandeza ou a sua miséria como consequências das próprias obras. As vozes melodiosas ou severas que falam dentro do ser humano são fiéis intérpretes da Grande Lei; são tanto mais fortes quanto mais estiver ele adiantado no caminho da perfeição.
A alma é um mundo onde a sombra e a luz ainda disputam o predomínio, e cujo estudo aprofundado nos leva de surpresa em surpresa. Nos abismos da alma, todas as potências estão em germe aguardando a hora da fecundação para expandir-se em feixes de luz; à medida que ela se purifica, suas percepções aumentam. Tudo o que nela atrai atualmente, dons da inteligência e lampejos de genialidade, é bem pouca coisa em comparação com o que a ela será um dia, quando tiver atingido as supremas alturas. Já possui desde agora imensos recursos ocultos, sentidos íntimos, variados e delicados, fontes de impressões vivas, cuja percepção quase sempre o nosso grosseiro invólucro impede a percepção. Somete poucas almas escolhidas, antecipadamente, livres da atração das coisas terrenas, purificadas pelo sacrifício, puderam antegozar, desde este mundo, as suas delícias, porém não puderam encontrar palavras para exprimir as inefáveis sensações das quais estavam inebriadas; e os homens, ignorando a verdadeira natureza da alma e dos tesouros nela sepultados, riram-se daquilo que consideraram ilusões e quimeras.

A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

DUAS CATEGORIAS DOS SONHOS


As teorias científicas sobre o sonho são diversas.
- Para Freud, os sonhos se originam de desejos reprimidos: Não podendo o homem satisfazê-los na vida normal, se esforça para vivê-los quando dorme.
- Para Mauri, os sonhos resultam de automatismos psicológicos; de cerebrações inconscientes ou de associações de ideias que, como é natural, originam imagens mentais.
- Segundo Saint-Denis, no sonho há o desenvolvimento natural e espontâneo de uma série de reminiscências.
- Delboeuf admite a conservação indefinida de impressões que Richet batizou com o nome de pantomnésia (reminiscência universal).
- Cona Doye admite somente duas espécies de sonhos: os resultados de experiências feitas pelo Espírito livre e as provenientes da ação confusa das faculdades inferiores que permanecem no corpo quando o Espírito se ausenta.
- Flamarion, Rosso de Luna, Dunne, Lombroso, Maerter Link e muitos outros estudaram o fenômeno e deixaram sobre ele interessantes, mas não conclusivas teorias.
Podemos, entretanto, classificar os sonhos em duas categorias: sonhos do subconsciente e sonhos reais.
SONHOS DO SUBCONSCIENTE 
São reproduções de pensamentos, ideias e impressões que afetam nossa mente na vigília; fatos comuns da vida normal, que se registram nos escaninhos da matéria e que, durante o sono, continuam a preocupar o Espírito, com maior ou menor intensidade. Esses elementos, subindo no subconsciente, uns puxam os outros, se se pode dizer assim, e formam verdadeiros enredos, com reminiscências presentes e passadas, tornando tais sonhos quase sempre de difícil compreensão, justamente por serem confusos, complexos, extravagantes.
Nesses sonhos do subconsciente entram também outros fatores, como sejam o temperamento imaginativo ou emocional do indivíduo, seus recalques, mormente os de natureza sexual, perturbações fisiológicas momentâneas, etc. Os dormentes, nesses sonhos somente se veem em quadros formados em sua própria mente subconsciente, porque tais sonhos são unicamente auto produtos mentais inferiores. Finalmente o que os define e caracteriza, além de seu aspecto confuso e nebuloso, é a incoerência, a falta de nitidez, de luz e colorido.
SONHOS REAIS
Enquanto o corpo físico repousa, o Espírito passa a agir no Plano Espiritual, no qual terá maior ou menor liberdade de ação, segundo sua própria condição evolutiva; uns se conduzem livremente, outros ficam na dependência de terceiros, mas todos são atraídos para lugares que lhes sejam afins ou correspondentes. Pois, justamente aquilo que vê, ouve ou sente, os contatos que faz com pessoas ou coisas desses lugares ou esferas de ação, é que constituem os sonhos reais que, como bem se compreende, não são mais elaborações da mente subconsciente individual, mas sim perfeitas visões, diretas e objetivas, desses mundos; verdadeiros desdobramentos, exteriorizações involuntárias do Espírito.
Os encarnados, sujeitos como são às Leis que regem o plano material, delas não se libertam senão com o desencarne e, por isso, mesmo quando exteriorizados durante o sono, as Leis prevalecem, mantendo os véus de obscuridade vibratória entre os dois mundos.
Essa é a razão porque os sonhos, mesmo os reais, são normalmente indistintos, nebulosos, de difícil recordação. Por isso, também, é que quando há necessidade de obviar a esse estado de coisas, fazendo com que os sonhos sejam mais facilmente recordáveis, os agentes do invisível lançam na mente do adormecido poderosa sugestões, facilmente transformáveis, ao despertar, em imagens mentais alegóricas representativas dos ensinamentos, advertências ou experiências que o dormente deve recordar.
Costumam, também, conduzir o adormecido a regiões ou instituições do espaço, proporcionando-lhe contato e experiências necessárias ao seu aprendizado espiritual, dos quais a recordação, pelo referido processo, sempre de alguma forma permanece. E isso acontece em relação aos espíritos bons, também sucede com os maus que, valendo-se dos dormentes e os carregam para seus antros, inoculando-lhes ou alimentando em suas mentes desprotegidas, ideias ou tendências maléficas.
Os Médiuns, pois, que se guardem dessas infelizes possibilidades, purificando-se em corpo e espírito, para que sua tonalidade vibratória se eleve e orando e vigiando como o divino Mestre recomendou. Conforme, porém seu desenvolvimento espiritual pode o Espírito, assim desdobrado, viajar em várias regiões etéreas, vê-las e compreendê-las; instruir-se, penetrar acontecimentos passados ou futuros, do setor dos chamados sonhos simbólicos ou proféticos.
Nesse mundo diferente, no qual ingressamos diariamente, muita coisa está a nossa disposição, como auxílio ao nosso esforço evolutivo; material de estudo, elementos de investigação, contatos reparadores, conselhos e instruções de amigos desencarnados ou não, e de Instrutores Espirituais.
A luminosidade, a nitidez, a clareza, a lógica e o colorido, eis as características inconfundíveis desses sonhos reais, únicos e verdadeiros. O que é necessário, e que tenhamos durante esses sonhos relativa consciência do que se passa, e isso só podemos normalmente conseguir, por meio de exercícios de auto-sugestionamentos  e disciplinamento da vontade, que devem ser feitos diariamente, antes de adormecer e em prévio entendimento com o guia espiritual.
Poucos são os que, ao despertar, se recordam dessa vida esquisita que viveram durante o sono. Em geral, só nos recordamos do último sonho, o que antecedeu o despertar e, esse mesmo, é logo varrido da memória com a interferência brutal dos acontecimentos imediatos.
Vivemos atualmente no corpo físico, com a perda de mais de um terço de nossa vida consciente, que escapa assim ao nosso controle, nas brumas do esquecimento do sono. O problema está, pois, em obtermos aos poucos esse domínio, vivendo conscientemente, tanto de dia como de noite, na vigília como no sono para que a luz da verdade triunfe das sombras da morte, e para que a vida realmente seja eterna.
Outro meio de se conservar a consciência ao despertar, é desenvolver o centro de força coronário e auto-sugestão. Estas faculdades de lucidez, tão belas e tão úteis, abrem ao Médium educado e consciente, um mundo extraordinário de conhecimentos e revelações espirituais. Transformam o homem em um ser diferente, visto que possui o poder de, mesmo quando encarnado, viver nos dois mundos. Rasgam-se para ele ilimitados horizontes que abarcam muito do Universo e lhe permitirão compreender muitas das grandezas da Criação Divina.


A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

SEJAMOS MAIS RESPONSÁVEIS COMO ESPÍRITAS NO SERVIÇO COM O MESTRE DIVINO


Peço que não se assustem com a palavra franca desta amiga. Alguns espíritas conhecem a minha disposição de ser direta  ao assunto e, por isso mesmo, hoje trago algumas considerações para as nossas meditações, para os nossos pensamentos no que se refere às responsabilidades pessoais, no trabalho com o Cristo. Lembrem-se da palavra do Mestre Divino de que – “Muito será pedido a quem muito foi dado”.
A grande maioria dos espíritas se esquece de consultar as Obras da Codificação de Kardec. Não apenas me refiro à leitura obrigatória, mas aquele examinar de suas páginas no sentido do estudo, da meditação, do conhecimento sobre o pensamento lúcido de nosso codificador.
Recomendamos a todos vocês que se dediquem mais ao estudo. Não é possível atingirmos qualquer construção espiritual, sem nos dedicarmos ao preparo justo e digno de nossos sentimentos e de nosso conhecimento com Jesus e Kardec.
Recomendamos especialmente a Introdução do Estudo da Doutrina Espírita, que consta em “O Livro dos Espíritos”, e muito esquecido – “O Livro dos Médiuns”, obra necessária a todos nós que nos dedicamos ao intercâmbio espiritual. Infelizmente, meus amigos é obra a que se dá pouca importância, nas casas espíritas e instituições doutrinárias. Todos estes tesouros que a Espiritualidade nos legou são riquezas de Luz em nossos caminhos. E o que estamos fazendo com eles, meus amigos?
Vou me permitir a referência ao Livro ”Obras Póstumas”, mais precisamente ao penúltimo capítulo da primeira parte, que Allan Kardec designou como “os Desertores”. Nós precisamos estudar esta página e meditar nos seus ensinamentos. E o curioso é que Kardec não se refere, de modo explícito, somente àqueles que deixam a nossa convivência nos trabalhos doutrinários.  Não, ele se refere aos desertores do ideal, àqueles que continuam presentes de corpo nas reuniões de estudo e intercâmbio, mas cuja alma está lá fora, presa aos interesses mesquinhos, aos interesses imediatistas do mundo terrestre. Com toda sinceridade, meus amigos, isto é coisa muito séria! Kardec  se refere, em determinado ponto, a estas pessoas de maneira que até nos assusta. São segundo ele, os “espíritas de contrabando”.
Pensemos nisto, um pouco. Ele se refere àqueles que preferem mercadejar com as bênçãos espirituais, àqueles que preferem dar mais importância aos resultados imediatos da vida terrestre do que às bênçãos espirituais da vida sem fim, mais além. Sem contar aqueles que não conseguem se desgarrar dos interesses mesquinhos da vida humana e comparecem às reuniões, muitas vezes, com o coração distante das reais necessidades que nos competem dar conta.
Nós médiuns não estamos aqui, com toda a minha sinceridade, para tirar a carga pesada de nossos ombros, como muitos pensam. Nós estamos aqui para o serviço da fraternidade pura, para abraçar os irmãos sofredores e aflitos como irmãos queridos, os quais Jesus nos destina por acréscimo de misericórdia. Devemos  nos preparar mais para as tarefas de intercâmbio. Precisamos estudar mais as questões ligadas à mediunidade com Jesus e, antes de mais nada, abrir os nossos corações ao amor que haverá de nos libertar de nossas limitações.
Jesus é o Mestre Divino que tem piedade de nossa ignorância, de nossa pequenez e nos oferece redobradas e renovadas oportunidades e lições, para que estejamos com Ele, junto do povo, contribuindo para o esclarecimento e a consolação, hoje e sempre.
Que os amigos recebam estas palavras sem susto porque refletem a realidade dos nossos dias.
Fiquem com a Paz de Deus, hoje e sempre.

A “Varinha Mágica” de Luíza Cony                           

O CAMINHO DA EVOLUÇÃO É LONGO


Este caminho inicia-se, porém, na intimidade do próprio ser e estende suas radicais através dos séculos, conduzindo-nos à direção de Planos Espirituais. É, pois, um crescimento gradativo. Não se realiza aos saltos e nem com interrupções súbitas e estranhas aos quadros das Leis Naturais. Assim como ninguém atinge a santificação no curso de dias, ninguém permanece estacionado indefinitivamente. Ai o apelo à persistência no campo do bem.
As hesitações e as quedas, as aspirações e os sonhos nascem e crescem na entrada de nossa consciência, pedindo sempre a nossa permanência ativa no plano da caridade, a fim de que o amor nos permita ultrapassar os horizontes de nossas limitações individuais. Se não podemos nos apressar, embora a urgência de nossa reforma íntima, também não deveremos exigir daqueles que partilham conosco dessa caminhada rumo ao infinito, num instante, se transportem da lama ao céu. Eles também contam com o favor do tempo. Tal qual rogamos a compreensão que nos aquece na luz da amizade de nossos companheiros terrenos, ofertemos por nosso lado, aos que nos ofendem, ou que se entrecruzam no roteiro de nossa caminhada, a mesma medida de compreensão e carinho que rogamos para nós. Não poderemos obriga-los a incorporar, no seu patrimônio íntimo, virtudes que só agora se despontam na nebulosa de nossas paixões, mal refeitos ainda nos desequilibrantes propósitos que ainda ontem, compunham os quadros de nossos atos cotidianos.
Iluminemos os hesitantes, sem impaciência... Amparemos os que caem, sem amargor... Sustentemos  as aspirações iniciantes, sem exigências maiores... Respeitemos os sonhos, sem demora de ideais... O amor em nós se faça luz a clarear aquele que se põe ao nosso lado, seja na condição de parente consanguíneo, de amigo, de companheiro, de opositor, de caluniador ou de inimigo, sem lhe pedir que apresente as asas de um anjo para fazer-se credor de nosso carinho.

A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O ENCONTRO DA ALMA COM DEUS


É experiência e doutrina de todos os Mestres Espirituais da Humanidade, que as grandes revelações ou inspirações que Deus faz a certos homens devam ser conservadas em segredo, para que não desmereçam. São como essências preciosas, que quando em recipiente aberto, se volatizam rapidamente.
“Não deis as coisas sacras aos cães, nem lanceis as vossas pérolas aos porcos”! ...
Na origem de toda a vida nova, entre os homens, colocou a natureza o instinto do pudor. O animal nada sabe de pudor; pratica os atos sexuais na mais ampla publicidade. Também a criança, antes de despertar o intelecto, ignora o que seja pudor; desnuda-se com toda a sem-cerimônia diante dos outros. Só o homem adulto e normal tem consciência de pudor e procura cercar de segredo e reverência  a origem da vida e os órgãos relacionados com esse ato. O senso de pudor é uma sentinela que a natureza colocou a entrada do santuário da vida.
A vida corporal é algo sagrado, divino. A vida espiritual é mais sagrada e divina ainda, e por isto deve estar envolta também em mistério, sobretudo a sua origem, ainda frágil e delicada.
O encontro da Alma humana com Deus é uma espécie de núpcias, como testificam todos os livros sacros da humanidade:  A alma “concebe” uma prole pela virtude do Altíssimo, fecundada pelo Verbo de Deus. E essas núpcias divino-humana devem ficar envoltas  em mistério e cercada de pudor. Aqui, a publicidade ou prostituição seria muito mais deletéria ainda do que no plano da profanação dos corpos. Tão grande é a sacralidade da vida espiritual que até a menor profanação equivale a um sacrilégio.
Por isto previne Jesus os seus discípulos para que não dem as coisas sacras aos cães, nem lancem suas pérolas aos porcos, “para que estes não lhes metam as patas e, voltando-se contra vós, vos dilacerem”.
Quando o homem espiritual revela, indiscriminadamente, aos profanos e imaturos as pérolas da sua experiência com Deus, o que acontece? Os profanos não compreendem tão profundo mistério, porque não possuem ainda órgão de recepção desenvolvida, e pior do que isto, não raro, compreendem às avessas as coisas sagradas, e, em vez de as acatar, delas escarnecem e as têm em conta de ilusão e de anormalidades. Para o profano o iniciado é um doente, um louco, um anormal.
Quando lançamos um punhado de pérolas preciosas a um porco, este, cuidando receber uma espiga de milho,  ou uma batata, avança sôfrego e mete-lhes as patas para as comer; mas logo depois, verificando o engano, se enfurece e revoltado com o ludíbrio, investe contra quem lhe deu apenas pérolas indigestas, em vez de umas batatas suculentas.
Que valor tem para o profano uma hora de meditação espiritual, ou uns momentos de fervoroso colóquio com Deus?  Que valor dá  ele ao conhecimento de si mesmo, ao estudo dos livros sacros ou à instituição mística da suprema realidade? Essas pérolas são para ele coisas que não têm sabor, fastidiosas, indigestas – se ao menos fosse um punhado de notas de banco, uma noitada de orgias sexuais, ou a eleição para um rendoso cargo público!... Essas coisas, sim têm valor para ele, porque satisfazem a fome de seu ego humano, ao passo que aquelas outras que se referem aos anseios do Eu Divino são, ara o profano, desagradáveis e absurdas. É que cada um pensa e age conforme a medida do seu ego ou da sua ignorância.
Por isto, o Mestre Espiritual, sensato não revela indistintamente aos  outros o que Deus lhe revelou. Mede cuidadosamente a capacidade de cada um... sabe  quais são os avançados, e quais, são os atrasados, os esotéricos e os exotéricos...  Fala muitas vezes, em parábolas e alegorias, para que cada um interprete os símbolos materiais segundo a sua capacidade evolutiva e perceba do simbolismo espiritual precisamente aquilo que corresponde ao estado atual da sua evolução.
“Aqueles  dentre vós que ainda são infantes em Cristo – escreve São Paulo aos Coríntios – dei-lhes leite para beber; mas aos que são adultos em Cristo, dei-lhes comida sólida”.
“O Mestre versado nas coisas do Reino de Deus – diz Jesus – tira do tesouro do seu coração coisas velhas e coisas novas. Muitos sabem assimilar as “coisas velhas”, da tradição secular, sabem andar com segurança nos caminhos batidos do passado, por onde milhares  e milhões transitam – poucos sabem se aproveitar das “coisas novas” da evolução espiritual, poucos sabem se orientar nas direções obscuras e estreitas da experiência mística, por onde pouquíssimos passam, em solidão e silêncio...
A  verdade é alimento para uns – e veneno para outros...
Por isto, o Mestre do reino de Deus deve saber dosar judiciosamente as verdades que transmite a seus discípulos, para que as “coisas sacras” e as “pérolas” cheguem às almas daqueles que são idôneos e de as  receber e assimilar.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony


COMO SE DÁ O SONO?


Tudo no mundo dorme seres e coisas, pelos menos aparentemente. Um terço de nossa vida, no mínimo, passamos a dormir. Enquanto é dia e sob a influência do sol, cuja luz destrói as emanações fluídicas maléficas, predomina o dinamismo das forças materiais, regidas pela inteligência; mas, quando o sol se vai e cai a noite, passam a imperar as forças negativas da astralidade inferior e o corpo humano adormece, então, sob o seu domínio.
Para uns, o sono advém de uma congestão cerebral (hiperemia dos vasos sanguíneos do cérebro). Para outros, justamente o contrário: - ocorre uma anemia cerebral (isquemia dos mesmos vasos), o que dizer que, no sono os vasos se dilatam e esgotam o sangue do cérebro.
Ao lado destas há a teoria dos neurônios, células nervosas cujos prolongamentos se retraem durante o sono, interrompendo a passagem da corrente vital, que se restabelecem ao despertar, distendendo os referidos prolongamentos e pondo-os de novo em contato. Pode também o sono resultar de uma asfixia periódica do cérebro e, para o velho Aristóteles, advém da ação das ptomaínas existentes nos resíduos digestivos. Em contraposição, há outros que afirmam que, justamente dormimos para nos desintoxicarmos, sendo assim, o sono, uma função defensiva do organismo.
Enfim, e para não alongar esta exposição, citamos Marin, segundo o qual sono é um aspecto da Lei da aAternativa, em virtude da qual à atividade segue o repouso, como a noite ao dia, e como a morte à vida. E isso concorda com a “Lei do Ritmo”, da filosofia Egípcia, exposta admiravelmente na Obra Iniciática “Kaibalion”, segundo a qual a vida se manifesta por atividade incessante, que obedece a um ritmo invariável e cuja compensação é o repouso. Aplicada ao corpo humano, a teoria quer dizer que o organismo físico, na vigília, gasta energias que recupera no repouso do sono.
De uns tempos para cá, a ciência descobriu que, no momento do sono, ocorre uma inversão de origem das ondas cerebrais, do cérebro posterior para o anterior.
Mas, como se dá o sono? Com o abandono provisório do corpo pelo Espírito, da mesma forma como a morte, quando o abandono é definitivo.


A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

CAMINHANDO NA VIDA E SENTINDO A LUZ DIVINA

A “VOZ DO CRISTO” DENTRO DE TI

Caminhar na vida terrena é sentir o Amor de Deus, como o maior benefício que recebe a sua vivência e experiência humana.
Caminhar na vida terrena sentindo-se com a Proteção  Suprema do Pai Criador – é aprimorar os seus sentimentos e batalhar por seu desenvolvimento humano, afastando-se das cruéis e injuriosas maldades do orgulho, da vaidade, do ciúme, da inveja e do egoísmo – e tornar-se um ser apreciador dos ensinamentos que vem das Leis Divinas e Universais.
Encontra-se dentro de si uma longa estrada, e maior do que a sua própria vontade de vencer no que conhece de suas querências por melhorar na vida.
Os caminhos de que falo dão  a você mais luz, mais amor – para suportar as desgraças, as mágoas e tantos infortúnios que existem na vida terrena.
Olhando-se internamente pode acalmar os pensamentos e minimizar as preocupações, porque dentro de ti há a Luz do Senhor dando-te o Amor, a Paz e a Compreensão; e depositando em seu corpo, em sua mente – vibrações energéticas para impulsionar os bens e diminuir os sofrimentos – e aumentando a consciência sobre o que é sentir o Amor por si – para usufruir da alegria e da felicidade que há neste contato invisível.
Após estas palavras – concentre-se nesses caminhos interiores, e sentirá que ganha mais harmonia para caminhar em sua vida terrena com os problemas que parecem sem soluções. E criará em sua maneira de viver – mais coragem para vencer com Amor tudo que lhe faz preocupar.
Abel Monsenhor
Missionário do “Cristo”

Psicografia: Luíza Cony

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

SIMPLIFICANDO A MEDITAÇÃO


Meditar é voltar para casa, “a sua casa”. Muita gente que está praticando meditação em centros médicos nos Estados Unidos não está interessada nem um pouco em Yoga, gurus, mestres zen, ou iluminação. O segredo é desmistificar inteiramente a meditação do seu conteúdo exótico, já que os pacientes estão sofrendo, buscando um alívio. Meditação só tem a ver com concentração de uma determinada maneira. O que todos somos capazes de fazer.
A prática de meditação e yoga na clínica de redução do stress e parece fazer sentido para as pessoas porque tentam penetrar no âmago do que significa trabalhar com a mente agitada, entrando em estados profundos de relaxamento. Uma das formas de ver a meditação é como uma espécie de tecnologia intrapsíquica, que vem sendo desenvolvida há milhares de anos por tradições que conhecem profundamente a relação mente/corpo. Vamos começar de maneira inusitada?
Vejam bem, o primeiro exercício de meditação que faremos não é respiratório, tampouco sentar-se na postura completa de lótus, nem fingir que estamos num museu de belas artes, ou plantar bananeira, ou alguma coisa estranha. Vamos apenas comer uma uva-passa – mas comê-la atenta e conscientemente. A pessoa olha a uva-passa, sente-a, cheire-a com atenção, leva-a devagar, reparando que logo a saliva começa a ser secretada pelas glândulas salivares. Depois põe a passa dentro da boca e começa a saborear essa coisa que em geral se come automaticamente, um punhado de cada vez, ás vezes passando para o punhado seguinte antes de acabar de mastigar o primeiro. Nesse exercício as pessoas compreendem: “Meu Deus, eu nunca saboreio passas, estou tão ocupado comendo que nem sinto o sabor”.
A partir daí você pode perceber que pode não estar realmente em contato com muitos momentos da vida, pois está tão ocupado de um lado para outro que não vive o presente. E a vida de uma pessoa é a soma de seus momentos presentes. Perde-se grande parte deles, talvez se percam realmente grande parte da infância e da juventude dos filhos, magníficos pores-do-sol, a beleza do próprio corpo. Pode-se estar alheio a todos os tipos de experiências internas e externas apenas porque está demasiado ocupado com - onde se quer chegar, o que se espera que aconteça ou não aconteça. Quando se presta atenção no ato de comer, percebe-se que ele inclui numerosas coisas diferentes: o mastigar, o saborear, o funcionamento da língua, - tudo isso tendo a ver com a concentração no ato de comer, no momento presente.
A maioria de nós faz um monte de coisas enquanto come. Come e lê jornal. Come e conversa. Come e assiste televisão. E às vezes, come tão depressa que fica completamente desligado da comida... comer devagar e degustar ajudam a nos trazer para o momento presente . Depois, transferimos a consciência da comida para a respiração da mesma forma”. A respiração é essencial em qualquer aspecto do treinamento da meditação. Quando se experimenta o fluxo da respiração, com frequência surge a mesma reação verificada ao se comer a passa com consciência: - “Puxa, não imaginava que respirar fosse uma experiência tão boa”. A mente voa, divaga, distrai-se. Divagação é o estado normal da mente. A mente vai ara algum lugar, o corpo fica aqui. Nesse estado a pessoa não atua em sua melhor forma. Qualquer atleta sabe disso. Quando se sobre num trampolim, a 13 metros do solo, a mente e o corpo têm de estar juntos naquele lugar. Não pode estar pensando m como vai aparecer na televisão ou se vai bater com a cabeça no trampolim. Tem de estar inteiramente calmo e presente, concentrado naquele momento. A mente não desenvolvida nem treinada é geralmente muito dispersa. A mente parece ter vida própria, ela quer circular por lugares diferentes e é muito difícil concentrar-se.
Meditação é uma forma de olhar em profundidade a conversa da mente com o corpo e se tornar mais consciente de seus padrões. Observando-a, a pessoa liberta-se da conversa interior e se acalma.
Meditar significa perceber que a mente conversa constantemente. E essa conversa termina sendo a força que nos impulsiona a maior parte do dia, em ermos do que fazemos, ao que reagimos e como nos sentimos. Se a mente se desgarra um milhão de vezes, simplesmente a trazemos de volta um milhão de vezes. Pode-se concluir que o relaxamento fisiológico profundo que acompanha a meditação é em si mesmo uma cura.
O primeiro instrumento criado na índia foi a flauta, simbolizando a voz humana. Para o Hindu a música não é um divertimento nem uma distração. Ela responde aos mais profundos anseios da alma. Além da beleza da música há ainda, a ternura, que traz vida ao coração. Para a pessoa de sentimentos educados, de pensamentos ajustados, a vida neste mundo é dura. É conflitiva, e, algumas vezes, tem um efeito enregelante. Faz com que o coração, por assim dizer, congele. Em tal situação, a pessoa experimenta depressão, e sua vida inteira torna-se sem graça. E a própria vida que nos foi dada, para ser um céu torna-se um lugar de sofrimento. Se pudermos focalizar nosso coração na música, isso funcionará como algo que vem aquecer o que está congelado. O coração volta à sua condição natural e o ritmo regula suas batidas, o que o ajuda a restaurar a saúde do corpo, da mente e da alma, trazendo-os à sua verdadeira afinação.
A alegria de viver depende da perfeita sintonia da mente e do corpo.
Os músicos indianos dedicam 12 ou mais horas do dia à prática de diferentes ritmos, improvisando em suas vinas. Ao cabo desse tempo, conseguem produzir um efeito psicológico que já não é mais música mas magia. Uma magia que pode emocionar as pessoas e penetrar no coração do homem. É uma meditação, um sonho, um paraíso. O que existe de maravilhoso na música é que ela ajuda o homem a concentrar-se e a meditar independente do pensamento. A música assemelha-se a uma ponte posicionada sobre um golfo existente entre a forma e a não forma.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

CONHEÇA-TE MELHOR CONHECENDO-TE INTERIORMENTE

A “VOZ DO CRISTO” DENTRO DE TI

O conhecimento da vida está no profundo de teu viver – no contato com a Alma. Nisto, pouco percebes no dia-a-dia. Nisto, tu segues em desejos materiais, e o querer, e o agir – ficam no contato da mente que transforma-te  em um ser humano que demarca as linhas de tua vida numa constante razão de saber avaliar tudo o que tens e fase de aperfeiçoamento. Mas, o egoísmo está em domínio e afasta-te da preciosidade de teu conhecimento com o valor da Alma – um valor altruísta e que te conduz ao Deus Pai, quando contatas a luz interior.
Compreender-me é difícil – porque minhas palavras são dirigidas para o teu valor espiritual – muito mais do que para o teu valor material; e nisto – reflete-se o que a fortuna espiritual ajuda-te mais do que qualquer riqueza material.
Procurando avaliar estas humildes palavras – terás dentro de ti uma nova maneira de conheceres a tua vida. Alastrar esta compreensão, é ganhar saúde para o corpo e para a mente. E – um dia chegarás agradecer aos Céus por conhecer-te mais do que hoje, através de um simples gesto de amor por tua luz de vida interior que te conduz aos bens mais excelsos e que te dá o verdadeiro valor da vida na Terra.
Abel Monsenhor
Missionário do "Cristo"

Psicografia Luíza Cony

UMA AUTO-AVALIAÇÃO PARA COMPREENDER A ESCALADA DA VIDA

A “VOZ DO CRISTO” DENTRO DE TI

As riquezas de tua vida devem sensibilizar-te, porque deste modo, tu caminhas com mais vontade de compreender os Bens Espirituais.
Nas riquezas mais invisíveis estão o teu encontro e Amor por tua vida. Neste encontro, tu ficas sentindo a presença da Luz divina no Amor que está em todo o teu “ser”.
Ver-se internamente, leva-te por rumos que podem salvar a tua vida no que te desesperas e aplicas as fraquezas de teus desgostos.
Nada está difícil de modificar o teu curso de vida – se, tu quiseres empreender na jornada da verdade interior que purifica os sentimentos e ilumina a consciência, e faz com que, tu ampares aos teus próprios sofrimentos.
Tudo muda e tudo se torna um desafio em tua maneira de viver, pois, através de tua força de vontade, ânimo, amor – geras o próprio Amor para melhorar tua  escalada de vida.
Ver-se interiormente e ver-me no exterior – pode falar-te com mais paciência para que todo este processo de vida faça de ti – um ser humano a querer agir com compreensão às leis Divinas.
Tu estás sendo livremente guiado por teu Amor, mas dele precisas assumir um conhecimento real e sem egoísmo, para que nasça em teus pensamentos a sentença da vitória, da paz e do equilíbrio – mesmo que ao teu redor hajam  circunstâncias contrárias.
Escalando o teu próprio ser sem orgulho, sem ira, sem vaidade -  terás uma nova meta para a vida com mais esperanças, equilíbrio e novos horizontes – que certamente trar-te-ão mais Amor e mais Valor.
Com isto, você cresce e compreende a vida que recebeu no dia do nascimento; e também crias mais coragem para seguir na estrada da vida.
Abel Monsenhor
Missionário do “Cristo”

Psicografia Luíza Cony

domingo, 7 de agosto de 2016

CRER, AMAR, MEDITAR E PRATICAR O QUE FOI REVELADO PELO CRISTO


Jesus veio à Terra, encarnado na matéria humana, ensinar ao povo de Israel, através de suas Obras, as Verdades Divinas. Mas, nem todas as palavras foram compreendidas e assimiladas. Por isso o Espiritismo veio trazer a Terceira Revelação, lembrando que a primeira foi trazida por Moisés e a segunda pelo Cristo e que Ele se encontra no centro das três Revelações, como fundamento de toda a Luz e de toda a Sabedoria.
Através do Espiritismo, o Cristo cumpre sua promessa de levar aos homens o conhecimento do que ainda não tinham condição de aceitar. É o Espírito de Verdade os mistérios, velados intencionalmente por meio das parábolas, sem imagens nem alegorias, a fim de que os que realmente queiram, ouçam e enxerguem, lembrando a frase: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir”.
Jesus, o Espírito de Verdade, juntamente com sua caravana de Missionários do Alto, veio trazer a Revelação da doutrina Espírita, por meio das comunicações dos Amigos Espirituais. Dispomos de uma gama de livros psicografados, citando as 417 Obras de Chico Xavier e as cinco Obras Básicas de Allan Kardec, entre outras, nas quais é levantado o véu sobre assuntos, outrora ainda incompreensíveis, mas que, agora, temos a capacidade de entender. Basta querermos, pois a Ciência caminha a passos largos, ampliando o campo de visão do homem para que ele vislumbre o Mundo Maior que existe à sua frente.
A Ciência, a Filosofia e a Religião devem caminhar lado a lado. As duas primeiras se unem na Sabedoria e a terceira personifica o Amor. São as Asas Divinas com que, um dia, a alma humana penetrará nos campos sagrados da Espiritualidade. Mas não nos esqueçamos de uma lição valiosa que o Espiritismo é muito mais Evangelho que qualquer outro ensinamento, ou seja, o Evangelho Redivivo, mediante a sua prática.
Como o próprio “Evangelho Segundo o Espiritismo” dispõe no início da Obra, contém a aplicação das máximas morais do Cristo e as suas práticas nas diversas circunstâncias da vida. Se assim o aplicarmos em nossas vidas, ainda que uma só frase, já teremos obtido um ponto de evolução nesta encarnação.
Todas as comunicações mediúnicas, provindas do Alto, vêm nos alertar que a vida não perece e continua além-túmulo. Para os sofredores, é um alívio e um conforto, sabendo que nada é em vão; que a Justiça Divina existe; que realmente nenhuma folha cai sem que Deus consinta; que todos vivemos dentro de uma Lei de Causa e Efeito, a lei de Ação e Reação; e que somos causadores dos nossos próprios sofrimentos e mais ninguém, muito menos Deus.
Para os que persistem nos erros, é a oportunidade  de mudarem as suas atitudes, porque, a todo segundo, nos é concedida a chance de regeneração. Ninguém esta fadado ao erro, eternamente.
Jesus vem assim nos revelar, com todo amor e piedade que tem pela Humanidade, que o caminho para a Elevação Moral e Espiritual, e consequentemente felicidade real, é seguirmos o Seu exemplo no trato com os nossos semelhantes. Amá-los como a nós mesmos, fazendo-lhes aquilo que gostaríamos que nos fizessem. Temos que fazer um esforço e pensarmos nas situações e que nos envolvemos corriqueiramente: - Como eu me sentiria no lugar dele?
Jesus nos suplica, antevendo todo o mal que nós nos infligimos, para que saiamos do mar de lama e miséria no qual nos envolvemos, uns com os outros, e que utilizemos a prática da Caridade: “... vocês os vencedores da impiedade”.
A Piedade é o preâmbulo do amor, é a irmã da Caridade que nos conduz a Deus. É a virtude exemplificada pelo Cristo em toda a sua existência. Através da prática da Piedade bem sentida, à medida que nos elevarmos na purificação dos sentimentos, domamos os nossos instintos de orgulho e egoísmo, convertendo a nossa alma no sentimento da humildade e dedicação ao próximo, pois assim nos esquecemos de nós mesmos, em prol dos que mais sofrem. Por tudo isso, é tão importante a leitura edificante, colocada à nossa disposição por meio de todas as Obras Espíritas-Cristãs, publicadas e encontradas nas bibliotecas das Casas Espíritas. Elas nos fazem discernir o racional das fantasias, porque o Cristianismo contém toda a verdade; nós, os seres humanos, é que a adulteramos com o nosso personalismo.
Quanto aprendemos sobre a nossa existência com Kardec, e como diz Paulo de Tarso: Devemos persistir na leitura, para termos condições de animar os nossos semelhantes. Sem o conhecimento da verdade, é arriscado enchermos a cabeça, de quem está desorientado com mais dúvidas. Como já foi dito, as asas que nos conduzirão a Deus são o Amor e a Sabedoria, e todos temos necessidade de instrução e de amor e de estudar e servir são rotas inevitáveis na Obra de Elevação. Se são inevitáveis, não há como fugir, a não ser que queiramos adiar a elevação, estagnando-nos no círculo de nossas imperfeições, por própria escolha, e não adianta culpar ninguém. Afinal, as Revelações Divinas não são privilégios de alguns, todos são convidados ao banquete espiritual, nós é que declinamos.
Em se tratando de iluminação espiritual, não existe fonte alguma além da exemplificação de Jesus, no seu Evangelho de Verdade e Vida, e que os Filósofos que vieram á Terra antes D’Ele eram emissários de Sua Bondade e Sabedoria; portanto, o modelo de Jesus é único e definitivo para a realização da Luz e da Verdade em cada ser humano.
Jesus Cristo, enviado pelo Pai Celestial é, por excelência, o Educador, Doutrinador e exemplo vivo da Verdade revelada para a evolução do ser humano. Se compreendermos a excelsitude dos ensinamentos dos Espíritos e aproveitarmos as suas experiência benditas, interpretaremos fielmente o “Amai-vos uns aos outros”, em sua profunda significação.
Quando nos beneficiarmos dos ensinamentos, triunfando no Campo da Ciência, para o Bem, nossos instrutores espirituais se regozijam e, pelo esforço demonstrado pelo homem, muito lhe será concedido para o conhecimento das Leis que regem o seu destino.
Com isto, analisemos o quanto emperramos o Conhecimento Universal, por conta de nosso egocentrismo e sigamos a Luz Divina indicada pelo Mestre.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony


AS TRAVESSURAS DO EGOÍSMO


Um dia o Egoísmo se disfarçou de gente. Vestiu uma roupa e, entre gargalhadas, disse: - Vou buscar pessoas para prendê-las na minha Ilha da Solidão! Ele foi para uma cidade e batia de porta em porta, pedindo coisas para descobrir, nos gestos e nos olhos das pessoas que o atendiam, alguém que ele pudesse aprisionar.
Toc... toc.. toc...
A menina Paulinha, segurando uma velha boneca, abriu a porta, olhando-o, muito ressabiada:
- O que quer?
- Tenho uma netinha doentinha que está querendo um brinquedinho, igualzinho a esse que você está segurando, disse, fingindo.
- Pois que continue doente!
O Egoísmo estendeu suas garras para pegar a boneca, mas Paulinha agarrou-se fortemente ao brinquedo, gritando e batendo os pés.
- Você não têm outros? – Perguntou o Egoísmo.
- Tenho. Mas são meus! Meus, ouviu?
- Você é muito providente! A minha netinha, muito descabeçada que é, sempre deu o que era dela para as outras crianças. Agora, quando ela precisa, ninguém lhe dá coisa alguma.  O mundo é assim mesmo! Por isso, Paulinha, acho que você está certa! O que é seu, é seu!
Claro! O que é meu, é meu!
Ele afastou-se, e, quando Paulinha fechou a porta, ele tirou a roupa e ficou invisível. Quando alguém pedia qualquer coisa para Paulinha, o Egoísmo chegava bem perto do ouvido da menina e lhe falava: - Não dê! Lembre-se: O que é seu, é seu! E ela obedecia!
As traças comiam as roupas dela que ficavam guardadas na gaveta, mas ela não as dava para as crianças pobres. Na escola, quando Paulinha comia seu lanche, mesmo quando via uma colega olhando com vontade, dizia: - O lanche é meu!
A mãe de Paulinha lhe chamava a atenção, mas ela não queria saber do que a mãe falava. Fazia tudo para não tomar conhecimento da arte de socorrer famintos, da ciência de repartir, da religião do amor ao próximo. Ela ficou com o coração endurecido!
Depois de um tempo, o Egoísmo se materializou e foi à casa de Paulinha. Quando ela abriu a porta, ele colocou a menina dentro de uma velha sacola e levou-a para a Ilha da Solidão, prendendo-a numa jaula, cercada por seus ferozes cães.
Passando algum tempo, Melo e o coelho Flok começaram a procurar pela Paulinha. Chegaram perto da Ilha da Solidão e ficaram espiando com um binóculo para ver se encontravam Paulinha.
De repente, avistaram a menina presa em uma jaula, sendo vigiada pelos cães do Egoísmo.
- Encontrei a Paulinha! – Falou feliz, Melo.
- Se ela está na Ilha da Solidão, por que não dá um jeito e foge? – Perguntou o coelho Flok.
- Acontece, Flok, que a ilha não tem uma só ponte, nada que a ligue à terra firme!
- Como é que chegaremos lá?
- Vamos aproveitar que a ilha está deserta e que os cães saíram para caçar!
Antes, os dois amigos sentaram-se e comeram um lanche juntos. Depois, Melo tirou um cabo de aço que jogou do outro lado, na ilha, e esticou muito bem, amarrando-o em uma árvore. Subiu no cabo de aço, qual equilibrista e chamou Flok. No primeiro pulo... plaft... Caiu de cara no chão. Mas, rápido, se levantou e subiu no cabo de aço, andando atrás de Melo. Tremendo muito, o coelho estava cai-não-cai, nas águas lá embaixo.
- Coragem, Flok!
- Cora- gem... Tenho! O que não consigo... é...é....é andar!
Melo, que já descera do cabo de aço, jogou uns pedaços de carne para os cães, e, enquanto eles brigavam para comer, correu em direção à janela e quebrou as grades, correndo de volta para o cabo de aço, com Paulinha.
- Auf... auf...auf...Os cães já estavam perseguindo Melo e Paulinha, quando os dois chegaram juntos ao cabo de aço.
- De volta Flok, gritou Melo.
- Mas... nem cheguei ainda!
- Ai vem os cães!
- Auf... auf...auf
Flok, ao ver os cães e com medo de ser comido, se pôs a correr pela corda, passando na frente de Melo e Paulinha, numa velocidade de avião a jato!
Os cães convencidos de que não conseguiam andar no cabo de aço, mergulharam na água, farejando o rastro dos fugitivos.
Os três estavam numa clareira, entre as árvores e o matagal.
- Aqui eles não nos pegarão! Disse melo.
- Estou... enfim...  livre!
- Como é que você veio parar na Ilha da Solidão? – perguntou o coelho.
- Eu me deixei iludir pelo Egoísmo. Um dia, me apareceu um velhinho pedindo uma boneca estragada e eu não dei, dizendo que era minha e de mais ninguém. Desde então, passei a ouvir uma voz que me falava baixinho: “O que é seu, é seu. Não deixe ninguém botar a mão”. E também me repetia: “O brinquedo é seu”. Não dê aos outros. A roupa é sua. Não deixe ninguém usá-la. “O pão é seu e coma só você, sem dar um pedacinho para ninguém”.
- Você nada respondia? – Perguntou Flok.
- Boba de mim! Achava que estava tudo certo. Não dava de empréstimo e nem repartia coisa alguma que era minha.
- E daí? – Perguntou Melo.
- Dai, fui perdendo as amiguinhas. Fui ficando abandonada... Até que, um dia... O tal do Egoísmo me apareceu e me prendeu na jaula, na Ilha da Solidão, onde fiquei gritando o tempo todo, sem que ninguém me ouvisse.
- Mas... alguém ouviu! – assegurou Melo.
- E quem me ouviu?
- Sua mãe, que nunca perdeu a esperança de salvá-la das garras do Egoísmo. Ela ouviu os seus gritos de desespero e de dor. E ela me contou a sua história... Aliás, uma história de todos os que querem tudo só para si, aceitando as sugestões do Egoísmo.
Ouviram de novo os latidos dos cães do Egoísmo e saíram correndo. Corta mato, atravessa mato, arranha que arranha, até que saíram numa estrada segura, voltando para casa e deixando os cães e o Egoísmo para trás.
No dia seguinte, em casa, Paulinha ouviu bater à porta.
Pos... poc... poc...
Ao abrir a porta, viu um velhinho de longas barbas e longas orelhas, que lhe suplicou: - Tenho uma netinha doente, que está cheia de vontade de comer cenouras! Ah! Minha boa menina, dizem que na sua casa tem uma bela horta e... Quero saber se me socorre?
Paulinha, sorridente, respondeu: - Claro que sim, meu bom “velhinho”... Flok! Pode entrar.
- Ora... Como é que me reconheceu?
- Porque o meu bom “velhinho” esqueceu de esconder as orelhas compridas e, também, pelo costume de pedir gulosamente por cenouras!
Melo, atrás da árvore, caiu na gargalhada. Os dois amigos, recebidos gentilmente, encontraram-se com muitas pessoas que entravam e saíam da casa de Paulinha, agradecendo as doações generosas da menina.
Ela aprendeu a repartir o que era seu. A lição de Jesus abriu o coração de Paulinha, mas também serviu para dar bons exemplos para outras crianças da escola, onde estudava.
Urgentemente, a mãe de Paulinha providenciou a compra do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que bem esclarece sobre o combate ao Egoísmo, deixando o Amor ao próximo calar fundo na vida de Paulinha e nos demais familiares, amigos e vizinhos.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony





terça-feira, 2 de agosto de 2016

OS NOSSOS OLHOS SÃO DONS DIVINOS


Jesus, o Divino Amigo Incondicional das criaturas, deixou uma mensagem imorredoura ao analisar a importância da nossa visão. Ele disse: “Os vossos olhos são a luz do corpo, se essa luz for trevas todo o corpo estará em trevas”, deixando claro que a nossa visão externa do mundo em que vivemos inclui de maneira decisiva nas nossas vidas, criando imagens que se fixam no nosso “corpo espiritual” (perispírito), e no nosso cérebro, enobrecendo a nossa mente ou provocando distonias físicas ou mentais, dependendo é claro, da forma como observamos o mundo que nos rodeia.
Diariamente, os nossos olhos captam imagens vivas que se movimentam no nosso íntimo, deixando impressões nos nossos sentidos, incitando-nos a agir de acordo com o registro que fizermos com os olhos naturais, o que leva a crer que para retirarmos dos centros de sensibilidade qualquer imagem deletéria, é necessário que outras imagens possam ocupar o lugar preenchido, e, isso, só pode ocorrer depois que mudarmos o nosso modo de ver, estabelecendo diretrizes novas, escudadas pelo Evangelho de Jesus.
É importante que o homem deseje ver tudo o que existe, mas, só deve guardar consigo aquilo que for bom, que for saudável, selecionando com equilíbrio as imagens que possam lhe causar bem-estar, alegria e felicidade.
Quem através dos olhos só consegue ver enfermidades, certamente acabará doente, o mesmo ocorrendo com todos os que só visualizam a maldade, o sexo, a riqueza material, a maledicência, o rancor e o ressentimento criando imagens mórbidas que provocarão “implosões psíquicas” de difícil cura e diagnóstico.
Os nossos olhos são dons divinos dados por Deus, por empréstimo, para que possamos perceber o que se passa à nossa volta, enriquecendo nossas atividades, valorizando-as com a edificação de um Cristo Interno. Os milhares de não videntes que perambulam em nosso Planeta, em provas dificílimas, são na realidade quase sempre com raras exceções, devedores da retaguarda, que aqui voltam para encenar no mesmo teatro da vida, as cenas que vivenciaram, utilizando a visão como instrumento de opressão, e que agora voltam para ressarcir os débitos junto aos seus semelhantes, transformando as sombras do passado, em luz presente.
Possuir uma visão otimista do mundo procurando, sempre ver o lado melhor das pessoas, olhando com carinho e atenção os deserdados da sorte, as crianças de rua, os idosos e os que envergam distonias físicas e mentais que dão ao homem terreno uma rigidez espiritual, abrindo-lhe as portas iluminadas das regiões do Infinito.
Ver com equilíbrio é uma arte que se conquista, através de muitas experiências, no mundo físico e no mundo espiritual, depois de muitas reencarnações, em que o homem é submetido ao cadinho das depurações, assimilando sempre novas lições convivendo com novas provas, até chegar a um ponto em que a sua visão se amplia ao infinito dando ao homem terreno condições de utilização dessa luz do corpo físico corrigindo vícios, desejos e paixões, pois, para o sensual todas as pessoas são sensuais, para o maledicente todas falam da vida alheia, o mesmo ocorrendo com todas as viciações no campo físico e mental, porque na realidade, vemos nos outros o que realmente somos.
Combatendo as más tendências e os maus pensamentos, aos poucos, vamos modificando a nossa visão externa, construindo paralelamente, a visão interna do Espírito Imortal.


A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

OLHAR SEMPRE EM DIREÇÃO AO FUTURO


O trabalho de conscientização dos ideais nobres da vida provocam mudanças radicais na nossa maneira de falar, de agir e de pensar, em todos os que desejam mudanças no comportamento, nas atitudes e principalmente nos exemplos. No estágio atual em que evoluímos, ainda é muito difícil aceitarmos nossas imperfeições, isto porque perdemos longo tempo julgando os outros, esquecendo que também podemos ser julgados pelos muitos equívocos que já cometemos nessa e em outras vidas.
É muito importante para nossas vidas, não disputar nada que possa provocar rixas ou celeumas, nem entrar em discussões estéreis, e, sim procurar relaxar internamente, deixando que tudo que ocorra ao nosso redor possa fluir com naturalidade, olhando tudo e todos como se fosse um espectador privilegiado e consciente, que se entrega sem resistência aos ditames de Deus. Então, tudo que antes parecia complicado torna-se simples e prático, aflorando no íntimo ser a alegria de viver, a responsabilidade do dever cumprido, a esperança e a fé inabalável de que somos imortais, e devemos olhar sempre em direção ao futuro, todos os dias da nossa vida na Terra.
É imperioso manter a Fé que se assemelha à lenha da fogueira, mantendo acesa a Chama Divina em nosso coração, lembrando-se das palavras de Jesus aos discípulos: “Se tiverdes Fé, podereis transportar montanhas” numa síntese clara e objetiva que a Fé é também uma catapulta, que nos lança ao encontro com a eternidade. Outro detalhe importante para nosso crescimento espiritual é a paixão que devemos imprimir aos ideais que temos como meta.  Há que nos apaixonarmos por aquilo que julgamos bom para nosso crescimento moral e intelectual; a ausência da paixão nos empreendimentos leva-nos à preguiça, à morosidade e, muitas vezes ao desânimo. Grandes sábios, filósofos e artistas da antiguidade foram, sem sombra de dúvida, apaixonados pelos seus ideais.
A busca de Deus em todas as horas de nossa existência constitui também reforço em nossa evolução e, nesse ponto, a oração será um estímulo eficaz no desenvolvimento espiritual. As grandes transformações realizadas no nosso Planeta foram possíveis, porque a oração sempre servia de bússola a orientar os grandes pensadores da História Universal.
Necessário ainda um questionamento diário com a pergunta: “Minha ações estão auxiliando a minha transformação? Estarei realmente mudando? Qual a boa ação que realizarei no dia de hoje?”.
 Todos nós desejamos efetivamente mudar, no entanto, realizar essas mudanças, principalmente, as íntimas não é tarefa fácil... em geral estamos satisfeitos conosco e reagimos a qualquer tipo de mudança que em realidade afeta nosso ego que se acomodou à mesmice do cotidiano. Todo tipo de mudança se torna saudável à medida que diversifica nossas experiências, aumentando a capacidade de trabalho, tornando a vida mais feliz daquele que se dispõe a essa realização.
“Lute, trabalhe com fé, coragem e determinação pelas coisas que você vê a fim de que depois de muito esforço, possa entesourar no fundo do seu coração aquilo que ainda não consegue ver”, disse o Apóstolo Paulo em carta dirigida aos gentios. Alusão clara que as coisas visíveis nos impressiona, de imediato e, que as espirituais necessitam de mais tempo para serem fixadas de uma forma definitiva em nossa consciência, dando-nos assim salvo conduto para nossa entrada no Reino de Deus que não se encontra aqui, ali ou alhures, mas dentro de nós mesmos.
É extremamente necessário que cada um de nós trabalhe para se instruir, para se moralizar e para se tornar melhor.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony