Peço que não se assustem com a palavra franca desta amiga. Alguns
espíritas conhecem a minha disposição de ser direta ao assunto e, por isso mesmo, hoje trago
algumas considerações para as nossas meditações, para os nossos pensamentos no
que se refere às responsabilidades pessoais, no trabalho com o Cristo. Lembrem-se
da palavra do Mestre Divino de que – “Muito será pedido a quem muito foi dado”.
A grande maioria dos espíritas se esquece de consultar as
Obras da Codificação de Kardec. Não apenas me refiro à leitura obrigatória, mas
aquele examinar de suas páginas no sentido do estudo, da meditação, do
conhecimento sobre o pensamento lúcido de nosso codificador.
Recomendamos a todos vocês que se dediquem mais ao estudo. Não
é possível atingirmos qualquer construção espiritual, sem nos dedicarmos ao
preparo justo e digno de nossos sentimentos e de nosso conhecimento com Jesus e
Kardec.
Recomendamos especialmente a Introdução do Estudo da Doutrina
Espírita, que consta em “O Livro dos Espíritos”, e muito esquecido – “O Livro
dos Médiuns”, obra necessária a todos nós que nos dedicamos ao intercâmbio
espiritual. Infelizmente, meus amigos é obra a que se dá pouca importância, nas
casas espíritas e instituições doutrinárias. Todos estes tesouros que a
Espiritualidade nos legou são riquezas de Luz em nossos caminhos. E o que
estamos fazendo com eles, meus amigos?
Vou me permitir a referência ao Livro ”Obras Póstumas”, mais
precisamente ao penúltimo capítulo da primeira parte, que Allan Kardec designou
como “os Desertores”. Nós precisamos estudar esta página e meditar nos seus
ensinamentos. E o curioso é que Kardec não se refere, de modo explícito,
somente àqueles que deixam a nossa convivência nos trabalhos doutrinários. Não, ele se refere aos desertores do ideal, àqueles
que continuam presentes de corpo nas reuniões de estudo e intercâmbio, mas cuja
alma está lá fora, presa aos interesses mesquinhos, aos interesses imediatistas
do mundo terrestre. Com toda sinceridade, meus amigos, isto é coisa muito
séria! Kardec se refere, em determinado
ponto, a estas pessoas de maneira que até nos assusta. São segundo ele, os “espíritas
de contrabando”.
Pensemos nisto, um pouco. Ele se refere àqueles que preferem
mercadejar com as bênçãos espirituais, àqueles que preferem dar mais
importância aos resultados imediatos da vida terrestre do que às bênçãos
espirituais da vida sem fim, mais além. Sem contar aqueles que não conseguem se
desgarrar dos interesses mesquinhos da vida humana e comparecem às reuniões,
muitas vezes, com o coração distante das reais necessidades que nos competem
dar conta.
Nós médiuns não estamos aqui, com toda a minha sinceridade,
para tirar a carga pesada de nossos ombros, como muitos pensam. Nós estamos
aqui para o serviço da fraternidade pura, para abraçar os irmãos sofredores e
aflitos como irmãos queridos, os quais Jesus nos destina por acréscimo de
misericórdia. Devemos nos preparar mais
para as tarefas de intercâmbio. Precisamos estudar mais as questões ligadas à
mediunidade com Jesus e, antes de mais nada, abrir os nossos corações ao amor
que haverá de nos libertar de nossas limitações.
Jesus é o Mestre Divino que tem piedade de nossa ignorância,
de nossa pequenez e nos oferece redobradas e renovadas oportunidades e lições,
para que estejamos com Ele, junto do povo, contribuindo para o esclarecimento e
a consolação, hoje e sempre.
Que os amigos recebam estas palavras sem susto porque
refletem a realidade dos nossos dias.
Fiquem com a Paz de Deus, hoje e sempre.
A “Varinha Mágica” de Luíza
Cony
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