Este caminho inicia-se, porém, na intimidade do próprio ser
e estende suas radicais através dos séculos, conduzindo-nos à direção de Planos
Espirituais. É, pois, um crescimento gradativo. Não se realiza aos saltos e nem
com interrupções súbitas e estranhas aos quadros das Leis Naturais. Assim como
ninguém atinge a santificação no curso de dias, ninguém permanece estacionado
indefinitivamente. Ai o apelo à persistência no campo do bem.
As hesitações e as quedas, as aspirações e os sonhos nascem
e crescem na entrada de nossa consciência, pedindo sempre a nossa permanência
ativa no plano da caridade, a fim de que o amor nos permita ultrapassar os
horizontes de nossas limitações individuais. Se não podemos nos apressar,
embora a urgência de nossa reforma íntima, também não deveremos exigir daqueles
que partilham conosco dessa caminhada rumo ao infinito, num instante, se
transportem da lama ao céu. Eles também contam com o favor do tempo. Tal qual
rogamos a compreensão que nos aquece na luz da amizade de nossos companheiros
terrenos, ofertemos por nosso lado, aos que nos ofendem, ou que se entrecruzam
no roteiro de nossa caminhada, a mesma medida de compreensão e carinho que
rogamos para nós. Não poderemos obriga-los a incorporar, no seu patrimônio
íntimo, virtudes que só agora se despontam na nebulosa de nossas paixões, mal
refeitos ainda nos desequilibrantes propósitos que ainda ontem, compunham os
quadros de nossos atos cotidianos.
Iluminemos os hesitantes, sem impaciência... Amparemos os
que caem, sem amargor... Sustentemos as
aspirações iniciantes, sem exigências maiores... Respeitemos os sonhos, sem
demora de ideais... O amor em nós se faça luz a clarear aquele que se põe ao
nosso lado, seja na condição de parente consanguíneo, de amigo, de companheiro,
de opositor, de caluniador ou de inimigo, sem lhe pedir que apresente as asas
de um anjo para fazer-se credor de nosso carinho.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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