As teorias científicas sobre o sonho são diversas.
- Para Freud, os sonhos se originam de desejos reprimidos:
Não podendo o homem satisfazê-los na vida normal, se esforça para vivê-los
quando dorme.
- Para Mauri, os sonhos resultam de automatismos psicológicos;
de cerebrações inconscientes ou de associações de ideias que, como é natural,
originam imagens mentais.
- Segundo Saint-Denis, no sonho há o desenvolvimento natural
e espontâneo de uma série de reminiscências.
- Delboeuf admite a conservação indefinida de impressões que
Richet batizou com o nome de pantomnésia (reminiscência universal).
- Cona Doye admite somente duas espécies de sonhos: os
resultados de experiências feitas pelo Espírito livre e as provenientes da ação
confusa das faculdades inferiores que permanecem no corpo quando o Espírito se
ausenta.
- Flamarion, Rosso de Luna, Dunne, Lombroso, Maerter Link e muitos
outros estudaram o fenômeno e deixaram sobre ele interessantes, mas não
conclusivas teorias.
Podemos, entretanto, classificar os sonhos em duas
categorias: sonhos do subconsciente e sonhos reais.
SONHOS DO SUBCONSCIENTE
São reproduções de pensamentos, ideias e impressões que
afetam nossa mente na vigília; fatos comuns da vida normal, que se registram
nos escaninhos da matéria e que, durante o sono, continuam a preocupar o
Espírito, com maior ou menor intensidade. Esses elementos, subindo no
subconsciente, uns puxam os outros, se se pode dizer assim, e formam
verdadeiros enredos, com reminiscências presentes e passadas, tornando tais
sonhos quase sempre de difícil compreensão, justamente por serem confusos,
complexos, extravagantes.
Nesses sonhos do subconsciente entram também outros fatores,
como sejam o temperamento imaginativo ou emocional do indivíduo, seus
recalques, mormente os de natureza sexual, perturbações fisiológicas
momentâneas, etc. Os dormentes, nesses sonhos somente se veem em quadros
formados em sua própria mente subconsciente, porque tais sonhos são unicamente
auto produtos mentais inferiores. Finalmente o que os define e caracteriza,
além de seu aspecto confuso e nebuloso, é a incoerência, a falta de nitidez, de
luz e colorido.
SONHOS REAIS
Enquanto o corpo físico repousa, o Espírito passa a agir no
Plano Espiritual, no qual terá maior ou menor liberdade de ação, segundo sua
própria condição evolutiva; uns se conduzem livremente, outros ficam na
dependência de terceiros, mas todos são atraídos para lugares que lhes sejam
afins ou correspondentes. Pois, justamente aquilo que vê, ouve ou sente, os
contatos que faz com pessoas ou coisas desses lugares ou esferas de ação, é que
constituem os sonhos reais que, como bem se compreende, não são mais
elaborações da mente subconsciente individual, mas sim perfeitas visões,
diretas e objetivas, desses mundos; verdadeiros desdobramentos, exteriorizações
involuntárias do Espírito.
Os encarnados, sujeitos como são às Leis que regem o plano
material, delas não se libertam senão com o desencarne e, por isso, mesmo
quando exteriorizados durante o sono, as Leis prevalecem, mantendo os véus de
obscuridade vibratória entre os dois mundos.
Essa é a razão porque os sonhos, mesmo os reais, são
normalmente indistintos, nebulosos, de difícil recordação. Por isso, também, é
que quando há necessidade de obviar a esse estado de coisas, fazendo com que os
sonhos sejam mais facilmente recordáveis, os agentes do invisível lançam na
mente do adormecido poderosa sugestões, facilmente transformáveis, ao
despertar, em imagens mentais alegóricas representativas dos ensinamentos,
advertências ou experiências que o dormente deve recordar.
Costumam, também, conduzir o adormecido a regiões ou
instituições do espaço, proporcionando-lhe contato e experiências necessárias
ao seu aprendizado espiritual, dos quais a recordação, pelo referido processo,
sempre de alguma forma permanece. E isso acontece em relação aos espíritos bons,
também sucede com os maus que, valendo-se dos dormentes e os carregam para seus
antros, inoculando-lhes ou alimentando em suas mentes desprotegidas, ideias ou
tendências maléficas.
Os Médiuns, pois, que se guardem dessas infelizes
possibilidades, purificando-se em corpo e espírito, para que sua tonalidade
vibratória se eleve e orando e vigiando como o divino Mestre recomendou. Conforme,
porém seu desenvolvimento espiritual pode o Espírito, assim desdobrado, viajar
em várias regiões etéreas, vê-las e compreendê-las; instruir-se, penetrar
acontecimentos passados ou futuros, do setor dos chamados sonhos simbólicos ou
proféticos.
Nesse mundo diferente, no qual ingressamos diariamente,
muita coisa está a nossa disposição, como auxílio ao nosso esforço evolutivo;
material de estudo, elementos de investigação, contatos reparadores, conselhos
e instruções de amigos desencarnados ou não, e de Instrutores Espirituais.
A luminosidade, a nitidez, a clareza, a lógica e o colorido,
eis as características inconfundíveis desses sonhos reais, únicos e
verdadeiros. O que é necessário, e que tenhamos durante esses sonhos relativa
consciência do que se passa, e isso só podemos normalmente conseguir, por meio
de exercícios de auto-sugestionamentos e
disciplinamento da vontade, que devem ser feitos diariamente, antes de
adormecer e em prévio entendimento com o guia espiritual.
Poucos são os que, ao despertar, se recordam dessa vida
esquisita que viveram durante o sono. Em geral, só nos recordamos do último
sonho, o que antecedeu o despertar e, esse mesmo, é logo varrido da memória com
a interferência brutal dos acontecimentos imediatos.
Vivemos atualmente no corpo físico, com a perda de mais de
um terço de nossa vida consciente, que escapa assim ao nosso controle, nas
brumas do esquecimento do sono. O problema está, pois, em obtermos aos poucos
esse domínio, vivendo conscientemente, tanto de dia como de noite, na vigília
como no sono para que a luz da verdade triunfe das sombras da morte, e para que
a vida realmente seja eterna.
Outro meio de se conservar a consciência ao despertar, é
desenvolver o centro de força coronário e auto-sugestão. Estas faculdades de
lucidez, tão belas e tão úteis, abrem ao Médium educado e consciente, um mundo
extraordinário de conhecimentos e revelações espirituais. Transformam o homem
em um ser diferente, visto que possui o poder de, mesmo quando encarnado, viver
nos dois mundos. Rasgam-se para ele ilimitados horizontes que abarcam muito do
Universo e lhe permitirão compreender muitas das grandezas da Criação Divina.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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