quinta-feira, 18 de agosto de 2016

DUAS CATEGORIAS DOS SONHOS


As teorias científicas sobre o sonho são diversas.
- Para Freud, os sonhos se originam de desejos reprimidos: Não podendo o homem satisfazê-los na vida normal, se esforça para vivê-los quando dorme.
- Para Mauri, os sonhos resultam de automatismos psicológicos; de cerebrações inconscientes ou de associações de ideias que, como é natural, originam imagens mentais.
- Segundo Saint-Denis, no sonho há o desenvolvimento natural e espontâneo de uma série de reminiscências.
- Delboeuf admite a conservação indefinida de impressões que Richet batizou com o nome de pantomnésia (reminiscência universal).
- Cona Doye admite somente duas espécies de sonhos: os resultados de experiências feitas pelo Espírito livre e as provenientes da ação confusa das faculdades inferiores que permanecem no corpo quando o Espírito se ausenta.
- Flamarion, Rosso de Luna, Dunne, Lombroso, Maerter Link e muitos outros estudaram o fenômeno e deixaram sobre ele interessantes, mas não conclusivas teorias.
Podemos, entretanto, classificar os sonhos em duas categorias: sonhos do subconsciente e sonhos reais.
SONHOS DO SUBCONSCIENTE 
São reproduções de pensamentos, ideias e impressões que afetam nossa mente na vigília; fatos comuns da vida normal, que se registram nos escaninhos da matéria e que, durante o sono, continuam a preocupar o Espírito, com maior ou menor intensidade. Esses elementos, subindo no subconsciente, uns puxam os outros, se se pode dizer assim, e formam verdadeiros enredos, com reminiscências presentes e passadas, tornando tais sonhos quase sempre de difícil compreensão, justamente por serem confusos, complexos, extravagantes.
Nesses sonhos do subconsciente entram também outros fatores, como sejam o temperamento imaginativo ou emocional do indivíduo, seus recalques, mormente os de natureza sexual, perturbações fisiológicas momentâneas, etc. Os dormentes, nesses sonhos somente se veem em quadros formados em sua própria mente subconsciente, porque tais sonhos são unicamente auto produtos mentais inferiores. Finalmente o que os define e caracteriza, além de seu aspecto confuso e nebuloso, é a incoerência, a falta de nitidez, de luz e colorido.
SONHOS REAIS
Enquanto o corpo físico repousa, o Espírito passa a agir no Plano Espiritual, no qual terá maior ou menor liberdade de ação, segundo sua própria condição evolutiva; uns se conduzem livremente, outros ficam na dependência de terceiros, mas todos são atraídos para lugares que lhes sejam afins ou correspondentes. Pois, justamente aquilo que vê, ouve ou sente, os contatos que faz com pessoas ou coisas desses lugares ou esferas de ação, é que constituem os sonhos reais que, como bem se compreende, não são mais elaborações da mente subconsciente individual, mas sim perfeitas visões, diretas e objetivas, desses mundos; verdadeiros desdobramentos, exteriorizações involuntárias do Espírito.
Os encarnados, sujeitos como são às Leis que regem o plano material, delas não se libertam senão com o desencarne e, por isso, mesmo quando exteriorizados durante o sono, as Leis prevalecem, mantendo os véus de obscuridade vibratória entre os dois mundos.
Essa é a razão porque os sonhos, mesmo os reais, são normalmente indistintos, nebulosos, de difícil recordação. Por isso, também, é que quando há necessidade de obviar a esse estado de coisas, fazendo com que os sonhos sejam mais facilmente recordáveis, os agentes do invisível lançam na mente do adormecido poderosa sugestões, facilmente transformáveis, ao despertar, em imagens mentais alegóricas representativas dos ensinamentos, advertências ou experiências que o dormente deve recordar.
Costumam, também, conduzir o adormecido a regiões ou instituições do espaço, proporcionando-lhe contato e experiências necessárias ao seu aprendizado espiritual, dos quais a recordação, pelo referido processo, sempre de alguma forma permanece. E isso acontece em relação aos espíritos bons, também sucede com os maus que, valendo-se dos dormentes e os carregam para seus antros, inoculando-lhes ou alimentando em suas mentes desprotegidas, ideias ou tendências maléficas.
Os Médiuns, pois, que se guardem dessas infelizes possibilidades, purificando-se em corpo e espírito, para que sua tonalidade vibratória se eleve e orando e vigiando como o divino Mestre recomendou. Conforme, porém seu desenvolvimento espiritual pode o Espírito, assim desdobrado, viajar em várias regiões etéreas, vê-las e compreendê-las; instruir-se, penetrar acontecimentos passados ou futuros, do setor dos chamados sonhos simbólicos ou proféticos.
Nesse mundo diferente, no qual ingressamos diariamente, muita coisa está a nossa disposição, como auxílio ao nosso esforço evolutivo; material de estudo, elementos de investigação, contatos reparadores, conselhos e instruções de amigos desencarnados ou não, e de Instrutores Espirituais.
A luminosidade, a nitidez, a clareza, a lógica e o colorido, eis as características inconfundíveis desses sonhos reais, únicos e verdadeiros. O que é necessário, e que tenhamos durante esses sonhos relativa consciência do que se passa, e isso só podemos normalmente conseguir, por meio de exercícios de auto-sugestionamentos  e disciplinamento da vontade, que devem ser feitos diariamente, antes de adormecer e em prévio entendimento com o guia espiritual.
Poucos são os que, ao despertar, se recordam dessa vida esquisita que viveram durante o sono. Em geral, só nos recordamos do último sonho, o que antecedeu o despertar e, esse mesmo, é logo varrido da memória com a interferência brutal dos acontecimentos imediatos.
Vivemos atualmente no corpo físico, com a perda de mais de um terço de nossa vida consciente, que escapa assim ao nosso controle, nas brumas do esquecimento do sono. O problema está, pois, em obtermos aos poucos esse domínio, vivendo conscientemente, tanto de dia como de noite, na vigília como no sono para que a luz da verdade triunfe das sombras da morte, e para que a vida realmente seja eterna.
Outro meio de se conservar a consciência ao despertar, é desenvolver o centro de força coronário e auto-sugestão. Estas faculdades de lucidez, tão belas e tão úteis, abrem ao Médium educado e consciente, um mundo extraordinário de conhecimentos e revelações espirituais. Transformam o homem em um ser diferente, visto que possui o poder de, mesmo quando encarnado, viver nos dois mundos. Rasgam-se para ele ilimitados horizontes que abarcam muito do Universo e lhe permitirão compreender muitas das grandezas da Criação Divina.


A “Varinha Mágica” de Luíza Cony

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