“Se não é
capaz de fazer algo direito, então não faça”. Identificou-se com esta sentença?
Caso
afirmativo, provavelmente você é um perfeccionista. Aquele que cruzou a linha
entre a busca saudável pela excelência e perseguição neurótica da perfeição,
fazendo tudo de maneira rígida, prendendo-se demais a detalhes ínfimos e
vivendo mais consciente de seus defeitos do que de suas virtudes e realizações.
Quando este traço de personalidade se manifesta no ambiente de trabalho, fique
atento aos prejuízos que pode provocar.
Se você
realmente confere o serviço pronto
infinitas vezes até certificar-se de que não cometeu nenhum erro e dificilmente
delega tarefas aos outros funcionários com a certeza de que ninguém fara o
trabalho com a mesma qualidade que você faria, cuidado. O perfeccionismo, neste
caso, pode sair como um tiro pela culatra, já que o serviço levará o dobro do
tempo para ficar pronto, afetando de forma significativa seus negócios.
Uma pesquisa
feita em 1980 pelo psiquiatra americano
David D. Burns comparou o desempenho de agentes de seguros que apresentavam
sinais relevantes de perfeccionismo com os que não apresentavam e revelou que
os primeiros tiveram um ganho anual de 15 mil dólares a menos de que seus
colegas não perfeccionistas.
Isso por
conta de atividades metódicas, como adiar demais as tarefas por medo de não
conseguir realiza-las com perfeição naquele momento e evitar correr riscos que
considerassem perigosos a seus resultados ideais, abandonando a ambição e
optando pela segurança.
Isso significa
que o perfeccionismo seja um hábito errado. Ele pode leva-lo às maiores
conquistas, inclusive , mas quando não
controlado transforma-se num comportamento contraproducente, na medida em que
você passa a maior parte do tempo preocupando-se obsessivamente com possíveis
falhas e esquece-se de que lida com prazos reais e, na maioria das vezes,
curtos.
Então, o que
fazer para que suas atitudes perfeccionistas não interfiram de forma negativa
em seu serviço? Os perfeccionistas precisam primeiro entrar em contato com sua
realidade, para então estabelecer um limite que não invada o das outras
pessoas. “Sem isto não dá para levar uma vida equilibrada no ambiente profissional,
que é composto em sua maioria pelo coletivo. Por outro lado, se você não é um
perfeccionista, mas tem que lidar diariamente com um, é aconselhável ter
tolerância, respeitando e aceitando comportamentos perfeccionistas, contanto
que fique atento ao respeito e ao
limite, fatores que constroem a base de um grupo.
Não leve as
críticas do perfeccionista para o lado pessoal. Reduza o impacto emocional que
elas exercem sobre você. Muitas vezes os perfeccionistas agem assim por força
do hábito e de seus pensamentos distorcidos, não intencionalmente ou por
maldade. São como robôs com os fios trocados.
Há quatro
tipos de perfeccionistas:
- Perfeccionista
de desempenho: associa seu valor próprio às suas realizações, como se estas e o
seu ser fossem uma coisa só. No ambiente de trabalho, possui a agenda lotada de
tarefas e quer realizar todas sem se sentir exausto ou tenso ao final do dia.
Caso não
consiga, culpa a si mesmo, não a natureza irreal de suas metas. Corre o risco
de tornar-se um viciado em aprovação ou louvores, aumentando o seu nível de
exigência a cada meta alcançada.
-
Perfeccionista de aparência: Como o nome já diz, se preocupa em excesso com a
imagem e a impressão que está passando a outras pessoas. No ambiente de
trabalho, é aquele que arruma a mesa de maneira impecável e fica enfurecido toda vez que os objetos são retirados
do seu devido lugar.
-
Perfeccionista interpessoal: Vive encontrando defeitos nas outras pessoas e nos
trabalhos que elas realizam, tentando controla-las. Não admite que indivíduos
com atitudes previsíveis interfiram em suas vidas organizadas e em seus planos
traçados em minúcias. Espera que os outros atendam a todas as suas expectativas
e não tolera falhas alheias, punindo-as com críticas altamente destrutivas. Por
isso evita delegar tarefas e passa o dia a conferir o que outras pessoas já
fizeram, muitas vezes refazendo, afinal, as coisas devem estar do seu jeito.
-
Perfeccionista moral: Estabelece rígidos regulamentos, códigos éticos e morais
de conduta e faz o impossível para segui-los ao pé da letra. Castiga-se sempre
que não consegue, pois acredita que pagará caro por cada erro ou pensamento que
não seja ético. Como o perfeccionista interpessoal, distancia e até mesmo
rejeita pessoas que não possuem os mesmos pontos de vista e sistema de valores
que os seus, considerando-as uma afronta a seus padrões morais. Seu comportamento
limita ou destrói chances de parcerias profissionais que poderiam ser
bem-sucedidas.
Seja qual
for o tipo de perfeccionista com o qual tenha se identificado, é provável que
seu stress, sua úlcera, enxaqueca e problemas de ordem psicológica tenham
origem em seus padrões estratosféricos que exigem um nível de desempenho
humanamente impossível de atingir. Perceba a divergência que há entre a imagem
idealizada que tenta alcançar a si mesmo e os limites do seu verdadeiro eu,
sujeito a erros e falhas.
A autorrealização
muitas vezes não depende de alcançar o modelo que você “deveria ser”.
A diferença
entre os perfeccionistas e pessoas que buscam a excelência da forma equilibrada
e o fato de os últimos exagerarem suas metas e desafios com flexibilidade,
utilizando seus erros como aprendizado e alterando suas estratégias quando
necessário, em vez de se esforçarem o dobro nos mesmos costumes enraizados e “gravados
em rocha” para tingir a perfeição. Portanto, se você vive ouvindo aquela voz interior
que diz: - “dá para melhorar!”, lembre-se: A perfeição é um ideal, não uma meta
alcançável. E você é um ser humano.
***
Não existe
solidão, porque não existe ninguém só.
Deus é
eterno conosco.
Sente-se só
aquele que não crê na presença de Deus dentro de si. É a Ele que devemos dizer
sempre – “Obrigado por ter criado nossa alma – nossa eterna vida!”
***
A gratidão é
amor; e quanto mais você pronuncia a gratidão, mais o Universo se enche de amor
para espalhar luzes benfeitoras, como prova de agradecimento a todos os seres
que aceitam em seus corações a força
redentora da palavra gratidão.
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY