O sal, como
se sabe, tem diversas aplicações na vida humana. Serve para preservar da
corrupção as substâncias alimentícias; serve também para dar sabor aos
alimentos; com um pouco de sal, a comida se torna saborosa, como muito sal se
torna intragável.
Há pessoa
que, por excesso de espiritualidade, tornam a vida espiritual antipática e
impossível; se a sua atuação fosse mais comedida, tornariam a vida agradável e
saborosa.
“Mas, se o
sal se desvirtuar? – prossegue o Divino Mestre – com que se há de restituir-lhe
a virtude? Não serve para nada; é lançado fora e pisado aos pés pela gente”.
Aqui temos
um paralelo entre o símbolo do sal material e o simbolismo do sal espiritual.
Afirma o
Mestre que seus discípulos devem ser no mundo espiritual o que o sal é no mundo
material; fatores de preservação moral e de sabor espiritual. Mas, como ninguém
dá o que não tem, e ninguém tem realmente, senão aquilo que ele é, regue-se que o discípulo do Cristo deve ser
firme e abundantemente, aquilo que quer dar aos outros. A importância do ser é
decisiva para o fazer e o dizer.
É absolutamente
impossível faze prosperar em caráter real e definitivo, algum empreendimento
espiritual que esteja baseado em qualquer espécie de egoísmo ou desonestidade,
mesmo que esse egoísmo navegue sob a bandeira do altruísmo. Existe uma
constituição cósmica que tudo rege e governa, quer o homem saiba quer ignore
esse fato. E essa constituição é uma força onipresente, onipotente e
onisciente; diante dela nada é secreto nem oculto. Por mais jeitosamente que o
ser humano oculte o seu secreto egoísmo, a sua auto complacência e vanglória,
os seus interesses e suas ambições – é inútil!
Aos olhos da
Lei Eterna tudo é manifesto, e ela não coopera com nenhuma espécie de egoísmo.
A Sapiência Divina
do Universo favorece tudo que sintoniza com ela, e desfavorece tudo que está em
conflito com ela.
Se o íntimo “SER”
do homem não é puro, sincero, divino, crístico, nenhum recurso externo pode
garantir a permanente prosperidade das suas obras.
É claro que
pode haver vitórias iniciais, triunfos aparentes, prosperidade de fogo de palha,
como o dinheiro e a política podem garantir; mas é matematicamente certo que
não haverá durabilidade e solidez nesse empreendimento; se assim não fosse, as
próprias leis eternas pactuariam com a fraude, as mentiras e deslealdades – e o
cosmos cometeria suicídio, acabando em caos.
Ser bom é,
em última análise, o único modo certo para fazer o bem. Ser sal incorrupto é o
único meio para preservar os outros da corrupção.
Saborear intimamente
as coisas espirituais é o caminho único para tornar saborosa a espiritualidade
para si e para os outros...
“Vós sois o
sal da Terra... mas, se o sal se desvirtuar...”
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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