sábado, 7 de outubro de 2017

BOM E MAU USO DA LIBERDADE – PARTE III


Aqui está o que dizia Paulo de Tarso: “Examinai tudo; abraçai o que é bom”. “Onde há o Espírito do Senhor, ai há liberdade!”
A Doutrina de Jesus, tal como se expressa nos Evangelhos e nas Epístolas, é Doutrina da Liberdade. A afirmação dessa liberdade moral e da supremacia da consciência é repetida em quase todas as páginas do Novo Testamento.
Foi por terem desconhecido esse fato que os chefes da Igreja fizeram desorientar o Cristianismo e oprimiram as consciências. Impuseram a fé em vez de solicitar à vontade livre e esclarecida do homem, e assim fizeram da história do Catolicismo o calvário da humanidade.
Outro tanto se pode dizer da razão, tão ultrajada pelos sacerdotes Daquele que foi a razão personificada, o Verbo, a palavra. Esqueceram que  a razão, “essa luz”, diz S. João, com que todo homem vem a este mundo”, é una; que a razão humana, centelha desprendida da Razão Divina, dela não difere senão em poder e extensão e que, obedecer às suas Leis, é obedecer a Deus.
“Ó Razão! – dizia Fenelon em momento de profunda intuição – não és Tu o Deus que procuro?”
Se a Igreja tivesse compreendido a essência mesma do Cristianismo, ter-se-ia impedido de lançar a reprovação ao raciocínio e de sacrificar a liberdade e a ciência no altar das superstições humanas.
O direito de pensar é o que de mais nobre e de maior existe em nós. Ora, a Igreja sempre se esforçou por impedir o homem de usar esse direito. E lhe disse: “Crê e não raciocines; ignora e submete-se; fecha os olhos e aceita o jugo.” Não é isso ordenar que renunciemos ao divino privilégio? Porque a razão, desdenhada pela Igreja, é de fato o instrumento mais seguro que o ser humano recebeu de Deus para descobrir a verdade. Desconhecê-la e desconhecer o próprio Deus, que é a sua Fonte. Não é por meio dela que o ser humano esclarece  e resolve todos os problemas da vida social, política e doméstica?
E pretenderiam que a repudiasse quando se trata de verdades religiosas que ele não pode penetrar sem o seu concurso?
Relativa e falível em si mesma, a razão humana se retifica e se completa remontando á divina Fonte, comunicando com essa razão absoluta que a si mesma se conhece, e reflete e possui, e que é Deus.
Podem ser necessárias faculdades bastante elevadas para inventar e corporificar sistemas errôneos, para os  defender e propagar.
A verdade, simples e clara, é apresentada e compreendida pelos espíritos mais humildes, quando sabem utilizar-se da razão que os que ensinam a arte de falar em público que a excluem, afastam-se cada vez mais da verdade, para se emaranharem num apanhado de teorias, de dogmas, de afirmações, em que se perdem. Para tornarem a encontrar o caminho seguro, lhes será preciso deste vir o que penosamente edificarem e voltar a essa razão menosprezada, única que lhes dá o sentido real da vida e o conhecimento das Leis Divinas.
Assim se confirmam estas palavras das Escrituras: “Ocultou-se aos sábios o que foi revelado aos pequeninos”.
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A dor é uma advertência necessária, um estímulo para a atividade humana; ela obriga-nos à interiorização, à reflexão; serve-nos como medicina das paixões e é um caminho para nosso aperfeiçoamento.
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Muitas pessoas questionam: - o mal moral, o vício, o delito, a ignorância, o triunfo dos maus e a opressão dos justos, como se explicam?
Se o ser humano apenas vê o cantinho do mundo que habita, se não considera senão sua curta passagem sobre  a Terra, como poderá conhecer a ordem universal e eterna? Para medir o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o justo e o injusto, é preciso elevar-se acima do campo limitado da vida presente e considerar toda a grandeza de nosso destino. Então, o mal aparece como um estado transitório inerente ao nosso Planeta, como uma fase inferior da evolução dos seres para o bem! Não é em nossa Terra e em nossos dias que se deve procurar o ideal perfeito, mas na imensidade dos mundos e na eternidade dos tempos.
Desde os primeiros séculos de nossa Era, Joana D’Arc estava anunciada em uma profecia de Merlim.
Sob o carvalho das fadas, próximo à mesa de pedra, Joana D’Arc ouve com frequência as “suas vozes”, ela foi Cristã e piedosa, mas acima da Igreja terrena colocou a Igreja Eterna, “aquela lá do alto”, a única à qual se submete em todas as coisas.
Nenhum testemunho da intervenção dos Espíritos na vida dos povos se compara à comovente história de Joana D’Arc, que jamais agiu sem consultar as “suas vozes”; - elas inspiram sempre sua palavra e seus atos, tanto nos campos de batalha como diante dos juízes. “A voz disse-me que a rejeição solene a religião e a crença é uma traição. A verdade é que Deus me mandou, isto que fiz é bom.”
Sagrada por sua dolorosa paixão, Joana tornou-se um exemplo sublime de sacrifício, um objeto de admiração, uma grande ensinamento para todos os seres humanos.
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O Mestre que dá as suas ideias a seus discípulos não perde essas ideias; pelo contrário, quanto mais as dá mais firmemente as possui e mais aumenta o seu conjunto de bens intelectuais, dando-os aos olhos.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA POR LUÍZA CONY

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