Aqui está o
que dizia Paulo de Tarso: “Examinai tudo; abraçai o que é bom”. “Onde há o
Espírito do Senhor, ai há liberdade!”
A Doutrina
de Jesus, tal como se expressa nos Evangelhos e nas Epístolas, é Doutrina da
Liberdade. A afirmação dessa liberdade moral e da supremacia da consciência é
repetida em quase todas as páginas do Novo Testamento.
Foi por
terem desconhecido esse fato que os chefes da Igreja fizeram desorientar o
Cristianismo e oprimiram as consciências. Impuseram a fé em vez de solicitar à
vontade livre e esclarecida do homem, e assim fizeram da história do
Catolicismo o calvário da humanidade.
Outro tanto
se pode dizer da razão, tão ultrajada pelos sacerdotes Daquele que foi a razão
personificada, o Verbo, a palavra. Esqueceram que a razão, “essa luz”, diz S. João, com que todo
homem vem a este mundo”, é una; que a razão humana, centelha desprendida da Razão
Divina, dela não difere senão em poder e extensão e que, obedecer às suas Leis,
é obedecer a Deus.
“Ó Razão! –
dizia Fenelon em momento de profunda intuição – não és Tu o Deus que procuro?”
Se a Igreja
tivesse compreendido a essência mesma do Cristianismo, ter-se-ia impedido de
lançar a reprovação ao raciocínio e de sacrificar a liberdade e a ciência no
altar das superstições humanas.
O direito de
pensar é o que de mais nobre e de maior existe em nós. Ora, a Igreja sempre se
esforçou por impedir o homem de usar esse direito. E lhe disse: “Crê e não
raciocines; ignora e submete-se; fecha os olhos e aceita o jugo.” Não é isso
ordenar que renunciemos ao divino privilégio? Porque a razão, desdenhada pela
Igreja, é de fato o instrumento mais seguro que o ser humano recebeu de Deus
para descobrir a verdade. Desconhecê-la e desconhecer o próprio Deus, que é a
sua Fonte. Não é por meio dela que o ser humano esclarece e resolve todos os problemas da vida social,
política e doméstica?
E
pretenderiam que a repudiasse quando se trata de verdades religiosas que ele
não pode penetrar sem o seu concurso?
Relativa e
falível em si mesma, a razão humana se retifica e se completa remontando á
divina Fonte, comunicando com essa razão absoluta que a si mesma se conhece, e
reflete e possui, e que é Deus.
Podem ser
necessárias faculdades bastante elevadas para inventar e corporificar sistemas
errôneos, para os defender e propagar.
A verdade,
simples e clara, é apresentada e compreendida pelos espíritos mais humildes,
quando sabem utilizar-se da razão que os que ensinam a arte de falar em público
que a excluem, afastam-se cada vez mais da verdade, para se emaranharem num
apanhado de teorias, de dogmas, de afirmações, em que se perdem. Para tornarem
a encontrar o caminho seguro, lhes será preciso deste vir o que penosamente
edificarem e voltar a essa razão menosprezada, única que lhes dá o sentido real
da vida e o conhecimento das Leis Divinas.
Assim se
confirmam estas palavras das Escrituras: “Ocultou-se aos sábios o que foi
revelado aos pequeninos”.
***
A dor é uma
advertência necessária, um estímulo para a atividade humana; ela obriga-nos à
interiorização, à reflexão; serve-nos como medicina das paixões e é um caminho
para nosso aperfeiçoamento.
***
Muitas pessoas
questionam: - o mal moral, o vício, o delito, a ignorância, o triunfo dos maus
e a opressão dos justos, como se explicam?
Se o ser
humano apenas vê o cantinho do mundo que habita, se não considera senão sua
curta passagem sobre a Terra, como
poderá conhecer a ordem universal e eterna? Para medir o bem e o mal, o verdadeiro
e o falso, o justo e o injusto, é preciso elevar-se acima do campo limitado da
vida presente e considerar toda a grandeza de nosso destino. Então, o mal
aparece como um estado transitório inerente ao nosso Planeta, como uma fase
inferior da evolução dos seres para o bem! Não é em nossa Terra e em nossos
dias que se deve procurar o ideal perfeito, mas na imensidade dos mundos e na
eternidade dos tempos.
Desde os
primeiros séculos de nossa Era, Joana D’Arc estava anunciada em uma profecia de
Merlim.
Sob o
carvalho das fadas, próximo à mesa de pedra, Joana D’Arc ouve com frequência as
“suas vozes”, ela foi Cristã e piedosa, mas acima da Igreja terrena colocou a
Igreja Eterna, “aquela lá do alto”, a única à qual se submete em todas as
coisas.
Nenhum testemunho
da intervenção dos Espíritos na vida dos povos se compara à comovente história
de Joana D’Arc, que jamais agiu sem consultar as “suas vozes”; - elas inspiram
sempre sua palavra e seus atos, tanto nos campos de batalha como diante dos
juízes. “A voz disse-me que a rejeição solene a religião e a crença é uma
traição. A verdade é que Deus me mandou, isto que fiz é bom.”
Sagrada por
sua dolorosa paixão, Joana tornou-se um exemplo sublime de sacrifício, um
objeto de admiração, uma grande ensinamento para todos os seres humanos.
***
O Mestre que
dá as suas ideias a seus discípulos não perde essas ideias; pelo contrário,
quanto mais as dá mais firmemente as possui e mais aumenta o seu conjunto de
bens intelectuais, dando-os aos olhos.
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA POR LUÍZA CONY
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