É constante,
em todos os livros sacros da Humanidade, a afirmação de que Deus é Luz. Antigamente,
essa comparação parecia ser apenas um arroubo poético, e não uma verdade
filosófica; visto que é sabido que a Luz enche de vida, beleza e alegria o
Universo inteiro.
Hoje em dia,
porém, essa verdade entrou numa nova fase de significação; ultrapassou as
fronteiras da beleza poética e invadiu os domínios da ciência física e da
verdade metafísica. Quer dizer que, no plano físico, a luz é a causa e origem
de todas as matérias e forças do Universo. Ora, o que a luz é no plano físico,
isto é Deus na ordem metafísica ou espiritual do Cosmos. A luz física é o
grande símbolo desse simbolizado metafísico.
Deus,
segundo Aristóteles, é “actus purus”- (pura atividade); nele não há
passividade, ou, no dizer de João Evangelista, “Deus é Luz, e nele não há
trevas”.
Ora, afirma
o Divino Mestre que Ele é a Luz do Mundo, e que também seus discípulos são a
Luz do Mundo – quer dizer que a essência de Deus está nele e neles.
A luz é a
única coisa incapaz de ser contaminada, porque a sua vibração é máxima, que não
é afetada por nenhuma vibração inferior.
A afirmação
de que os discípulos do Cristo são Luz, a mesma Luz Divina do Cristo, é um
veemente convite, quase um desafio, para a completa iluminação da existência
humana, pela Essência Divina. A mente do homem é como um involucro semi translúcido,
e o corpo um invólucro totalmente opaco; no interior desses invólucros, porém,
está a luz integral da Divindade, que se individualizou no ser humano como seu
Eu central.
Toda a
tarefa da espiritualização do homem consiste em que ele faça a sua existência
humana tão pura e luminosa como a sua Essência Divina – que essencialize toda a
sua existência.
A lucidez ou
luminosidade consiste na intensidade da nossa consciência divina.
No plano da
ideologia dualista, em que se move quase toda a teologia e filosofia do
ocidente Cristão, é difícil o ser humano convencer-se definitivamente de que a
íntima essência de seu próprio ser seja idêntica à Essência Divina. Se o ser
humano é moralmente bom, virtuoso, não é Deus que é bom nele, mas ele mesmo; se
o ser humano é moralmente mau, pecador, não é Deus que é mau nele, mas é o ser
humano. Quem pratica virtude ou comete
pecado é o ser humano existencial, e não o homem essencial, é o elemento humano
nele, e não o elemento divino.
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A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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