“Egoísmo é o amor exagerado aos próprios valores e
interesses, a despeito dos de outrem; é um exclusivismo que leva uma pessoa a
se tornar como referência a tudo; vaidade excessiva, pretensão, orgulho,
presunção”.
- O egoísmo é – como o orgulho – um dos vícios e uma das
chagas mais radicais da Humanidade, isto –é, a de mais difícil erradicação,
dele derivando todo o mal que aflige a sociedade.
- O egoísmo se funda sobre a importância que cada um dá à
sua personalidade.
- O egoísmo se prende à influência da matéria, da qual o
homem, muito próximo de sua origem, não pode se libertar e essa influência
prejudica, enormemente, suas leis, sua organização social e sua educação.
- O egoísmo é incompatível com a Justiça, o Amor e a
Caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.
- O egoísmo é um mal que recai sobre todo o mundo e do qual
cada um é, mais ou menos, vítima.
- O egoísmo, para ser extirpado, deve ser atacado em sua
raiz e destruída a sua causa. Somente será destruído, ou atenuado, na medida em
que o homem for se esclarecendo sobre os assuntos espirituais, quando der menos
valor às coisas materiais, quando a vida moral predominar sobre a vida
material. Isto se fará com a reforma das instituições humanas, com reflexos em
sua educação. Não a educação que faz homens instruídos, mas a que tende a fazer
homens de bem.
- O egoísmo se prende à inferioridade dos espíritos
encarnados na Terra e não à humanidade em si mesma. Os espíritos vão se
depurando pelas encarnações sucessivas, perdendo o egoísmo, como também, outras
impurezas do caráter. Não vemos, na
Terra, seres desprovidos do egoísmo e praticando a caridade? São seres que já evoluíram.
Se existem alguns, por que não existiriam cem mil? Conhecemos muito poucos
desses seres, porque a virtude deles não os deixa se colocarem em evidência. E,
quando acontece, a mídia não explora, não dá ibope, como dizem.
- O egoísmo – parece – longe de diminuir, aumenta com a
civilização que o excita. Quando o mesmo estiver em níveis insuportáveis, virá
a necessidade de extirpá-lo. É o que está começando a se esboçar, ainda de
maneira bastante fraca, nos organismos internacionais, com os desníveis
clamorosamente apresentados entre países ricos do Ocidente e os pobres e
miseráveis da África.
Quando os homens estiverem se despojando do egoísmo que os
domina, eles viverão como irmãos, não se combatendo mais, procurando ajudar-se
reciprocamente, com aplicação do sentimento de solidariedade mútua. E, aí,
teremos uma nova humanidade, onde o forte será o apoio do fraco, não se
constatando mais o homem sofrer necessidades físicas e sanitárias mínimas de
sobrevivência porque então, todos, ou quase todos, estarão praticando a Lei da
Justiça.
É preciso combater o egoísmo como se combate uma doença
epidêmica: ir á fonte. “Que se procurem, pois, em todas as partes do organismo
social, desde a família até os povos, desde a cabana até o palácio, todas as causas,
todas as influências, patentes ou ocultas, que excitam, entretêm e desenvolvem
o sentimento do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas, o remédio se mostrará por si mesmo. Não se
tratará senão de combatê-las, senão todas de uma vez, pelo menos parcialmente
e, pouco a pouco, o veneno será extirpado. A cura poderá ser demorada, porque
as causas são numerosas, mas não é impossível”.
E isto somente será possível pela educação, pois esta, se
bem entendida, é a chave do progresso moral.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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