sexta-feira, 8 de julho de 2016

SOMOS ESPÍRITOS MILENARES


Lembremo-nos que permanecem hoje, conosco, as sombras que trazemos de ontem para a regeneração do nosso próprio destino. Desde o ato de nossa criação, até ontem, viemos juntando sombras pelo nosso caminho, de diferentes formas. São os rancores e ódios que não soubemos controlar e deixamos fermentar em nosso Espírito e, como nos diz o evangelho – “um pouco de fermento leveda a massa toda.”
Devemos fazer uma análise sincera de como somos verdadeiramente. Quais são os nossos defeitos, de que forma tratamos aqueles que nos rodeiam, quais são as nossas culpas por tudo o que acontece à nossa volta. Quando nos conhecermos de verdade, poderemos começar a trabalhar a nossa própria modificação. Isto demanda coragem! Não consideremos nossos problemas como empecilhos para a nossa caminhada, vamos eleger os problemas à condição de combustível para o nosso progresso.
Se a cada obstáculo com que nos defrontarmos, colocarmos todo o nosso empenho para ultrapassá-lo, estaremos em atividade, aprendendo e progredindo. E quando estes obstáculos se situarem no campo moral, quais sejam, o egoísmo, o orgulho e a vaidade, dentre outros, ao superarmos, estaremos evoluindo espiritualmente.
As sombras que nos cercam e que carregamos dentro de nós – são: o berço menos feliz em que renascemos; o corpo enfermo que nos serve de residência, campo atormentado da consanguinidade incompreensiva em que experimentamos angústias e solidão; o posto social apagado e triste, nos recomendando humildade; o carinho recusado pela deserção de quantos nos mereciam afetividade e confiança; o esposo difícil; a companheira complicada; os filhos que se desvairam nos labirintos da ingratidão; os amigos que fogem; o trabalho de sacrifício, em desacordo com as próprias aspirações; e, sobretudo, a insatisfação na própria alma; denunciando-nos os desajustes da consciência.
Aqui mencionamos todas as sombras que nos cercam e quais são as que carregamos dentro de nós e que mais pesam e nos pedem maior atenção, senão as nossas relações familiares. Desde que reencarnamos, lutamos por vencer os obstáculos que nos são apresentados. A família que nos acolhe nem sempre é formada por seres angelicais, mas precisamos aprender a conviver com aqueles a quem Deus nos oferece a oportunidade para refazer os laços de amor. O corpo físico no qual renascemos, hoje se apresenta sob a manifestação desta ou aquela enfermidade, por culpa dos nossos abusos das mais diferentes ordens. Todas essas “sombras”, que semeamos durante séculos, hoje compartilham conosco para que possamos, através da Luz do Evangelho de Jesus, iluminar a todos, mas, principalmente, o nosso interior com tolerância, paciência e respeito vividos.
“À frente de semelhantes sinais, unge-te de coragem e escuda-te na paciência incansável, oferecendo o bem pelo mal para que a Luz vença a treva em teu caminho, porque se a evolução pede esforço, a redenção exige renúncia, se quisermos fitar novamente o sol do pensamento tranquilo”. Precisamos nos utilizar da alavanca da coragem de servir e viver, para que jamais desanimemos diante das lutas e provas, pois elas são necessárias para o nosso melhoramento próprio. Devemos perseverar sempre, espalhando o bem a todos aqueles que nos rodeiam, principalmente para aqueles que mais nos reclamam a atenção através dos seus desequilíbrios, porque só assim iluminaremos os caminhos deles, mas, também o nosso. O que Deus nos pede é o esforço da renúncia dos nossos instintos e que desenvolvamos o sentimento de amor, uns para com os outros. Só assim conseguiremos a tão falada consciência tranquila.
Lembremo-nos de que a dificuldade de agora é o progresso pelo qual fomos envolvendo os nossos erros do passado com várias camadas de orgulho e, hoje,  rogamos entendimento e bondade, pois encontramos dificuldades de remover estas camadas e eliminar os erros, para que a alegria e a vitória venham nos felicitar depois.
Jesus nos recomendou que seguíssemos os Seus exemplos de amor ao próximo, pois assim, o fardo se tornaria leve. Todas as dificuldades que encontramos em nossa vida decorrem de nossa própria teimosia em permanecer nos erros que nos trazem tanta infelicidade e sofrimento, mas quão grande é a felicidade daquele que se reconcilia com alguém que esta afastado por rancor ou ódio. É mais um irmão que pode ser contatado como companheiro.
Esta é a alegria prometida por Jesus, a alegria espiritual! Trabalhemos com paciência, resignação e coragem, e, certamente conseguiremos, um dia, abraçar aquele familiar difícil ou aquele companheiro afastado, numa união fraternal.
A “Varinha Mágica” – de Luíza Cony


Nenhum comentário:

Postar um comentário