O Espiritismo, por uns considerado perigoso, por outros
vulgar e pueril, quase só é conhecido pelo povo sob seus aspectos inferiores. São
os fenômenos mais materiais que atraem de preferência a atenção e provocam
apreciações desfavoráveis. Esse estado de coisas é devido aos terroristas e
vulgarizadores que, vendo no Espiritismo uma ciência puramente experimental,
descuram ou repelem por sistema, algumas vezes com desdém, os meios de cultivo
e elevação mental indispensáveis para se produzirem manifestações verdadeiramente
imponentes entre o estado físico vibratório dos experimentadores e o dos
Espíritos suscetíveis de produzir fenômenos de grande alcance, e nada se faz no
sentido de atenuar essas diferenças. Daí a penúria de altas manifestações
comparadas á abundância dos fenômenos vulgares.
O resultado é que inúmeros críticos, só conhecendo da questão
a sua face terra a terra, constantemente acusam os espíritas de renome mundial,
de edificarem sobre os fatos mesquinhos uma doutrina demasiada ampla. Mais familiarizados
com o aspecto transcendente do espiritismo reconhecem que esses espíritas nada
exageram; ao contrário, tem se conservado abaixo da verdade. Quaisquer que
sejam as relutâncias dos teóricos positivistas e “anti-místicos”, forçoso será
ter em conta as indicações dos homens competentes, sem o que viria a fazer-se
do Espiritismo misera ciência, cheia de obscuridades e perigosa para os
investigadores.
O amor da ciência não basta, é indispensável a ciência do
amor. Vale ressaltar aqui, o brilhante sentimento religioso e necessidade de o
cientista Albert Einstein (1879-1955) ter amor intelectual de Deus. Autor das
seguintes frases: “Sustento que a religiosidade cósmica é a fonte mais forte e
mais nobre de pesquisa científica”. Só quem pode avaliar os esforços enormes e,
sobretudo, o devotamento, sem o qual as criações científicas que abrem novos
caminhos não poderiam ser realizadas, está em condições de apreciar a força do
sentimento que, sozinho, pode dar nascimento a um tal trabalho, desligado da
vida prática imediata. (...) “Em nossa época materialista, os trabalhadores
científicos sérios são os únicos homens que se conservam profundamente
religiosos. (...) Não posso conceber um cientista sem uma fé profunda. A ciência
sem religião é manca, a religião sem ciência é cega”.
Nos fenômenos, não temos que nos deter unicamente com
elementos físicos, mas com agentes espirituais, com entidades morais, que, como
nós, pensam, amam, sofrem. Nas profundezas invisíveis, a imensa hierarquia das
almas se desdobra, das mais obscuras às mais radiosas. De nós depende atrair
umas e afastar as outras. O único meio consiste em criarmos em nós, por nossos
pensamentos e atos, um foco irradiador de luz e de pureza. Toda comunhão é obra
do pensamento. O pensamento é a própria essência da vida espiritual. É força
que vibra com intensidade crescente, à medida que a alma se eleva, do ser
inferior ao espírito puro e do espírito puro de Deus.
As vibrações dos pensamentos se propagam através do espaço e
sobre nós atraem pensamentos e vibrações similares. Se compreendermos a
natureza e a extensão dessa força, não alimentaríamos senão altos e nobres
pensamentos. Mas o homem venera ainda, como ignora as imensas capacidades desse
pensamento criador e fecundo que nele
dormita e com o qual poderia renovar o mundo.
Em nossa fraqueza e inconsciência, atraímos na maior parte
das vezes, espíritos maus, cujas sugestões nos perturbam. É assim que a
comunicação espiritual em consequência de nossa inferioridade se obscurece e
desvirtua; fluidos corrompidos se espalham pela Terra, e a luta entre o bem e o
mal se empenha no mundo oculto como no mundo material.
Na atração dos pensamentos e das almas consiste
integralmente a lei das manifestações psíquicas. Tudo é afinidade e analogia do
invisível. Investigadores que sondais o segredo das trevas elevai bem alto os
pensamentos, a fim de atrairdes os gênios
inspiradores, as forças do bem e do belo. Elevai-vos, não somente nas horas de
estudos e experiências, mas frequentemente, a todas as horas do dia, como um
exercício regenerador e salutar. Não esqueçais que são esses pensamentos que vão
lentamente eterizando e purificando o nosso ser, engrandecendo as nossas
faculdades e tornando-os aptos a experimentar as mais delicadas sensações,
fonte de nossa felicidade futura.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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