Qual é o método mais prático de nos tornarmos espíritas: - o
do estudo ou da assistência social?
Espiritismo é a equação dos problemas da alma. Se o
espírita, porém, se detiver exclusivamente no campo das indagações
intelectivas, terá da Doutrina dos Espíritos uma visão deformada, pelo
unilateralismo de suas observações.
Permitindo-nos levantar o véu das questões angustiantes, a
Doutrina não nos conclama a um ensaio literalista, sem maior expressão em nosso
mundo. Leva-nos, isto sim, a nos espiritualizarmos, ajustando-nos à nossa
natureza profunda e encaminhando-nos no rumo do Infinito.
Consideraríamos atitude pouco sensata a de quem se pusesse a
estudar os cursos d´água; em seguida, edificasse grandes barragens e
patrocinasse a execução de poderosas usinas hidroelétricas, mas que se negasse
a utilizar a energia disciplinadora para acionar motores e iluminar os
filamentos.
A mente disciplinada deve acionar e iluminar o mundo. Se o
espírita, no entanto, se detiver no socorro dos desvalidos da fortuna,
ofertando-lhes abrigo e pão, remédio e instrução, saúde e emprego,
desocupando-se do saneamento da causa originária da penúria – que é o
desequilíbrio espiritual em que estamos imersos - dentro em pouco transformaria
a Doutrina numa extensa e admirável rede de construções de alvenaria, louvada
pelo mundo, mas divorciada da realidade da vida eterna.
Consideraríamos atitude pouco sensata a de quem se pusesse a
socorrer as vítimas da insalubridade, mobilizando recursos farmacêuticos e
atenção de facultativos, investindo preciosos recursos em vacinas e na
edificação hospitalar, organizando programas para juntar pouco a pouco, auxílios
utilizando condições variadas, mas que se conservasse indiferente em anular a
causa dos males e em sanear os pântanos e as regiões infectas.
Reunamos, pois, para nos tornarmos espíritas:
- A auto iluminação, consultando seriamente os livros do
Espiritismo Cristão, a partir das obras básicas codificadas por Allan Kardec.
- O exercício caridoso no atendimento espiritual material e
espiritual de quantos se façam carentes do amparo espírita-cristão.
A dolorosa realidade do nosso mundo reside no desequilíbrio
entre a razão e sentimentos, entre o bem estar social e a absoluta penúria
espiritual, entre a ciência comprometida pelo orgulho e a religião deserta de
fé, entre as aspirações de domínio material do universo e a afetividade
catalogada por complexo de inferioridade. Espiritismo não consagra esses
desatinos. Sua ação renovadora – por isso tão dificilmente compreendida por
nós, almas aprisionadas a velhos e arcaicos sistemas de lógica ditada pelo
egoísmo – é a de iluminar a mente para movimentar o coração; de esclarecer o
homem, para fazê-lo amar seu semelhante; de libertar a criatura de fantasias e
fábulas, para provê-la com os elementos do bem.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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