A Doutrina Espírita foi organizada por Allan Kardec no
século XIX, a partir da observação de um ato corriqueiro, que acontecia
normalmente em ocasiões de festas e reuniões sociais: a “brincadeira” das mesas
girantes, onde Espíritos se comunicavam de uma forma rudimentar.
Allan Kardec, com um senso de observação aguçado, decide
analisar o fenômeno estudando o seu verdadeiro significado.
Atualmente, passados todos estes anos, as casas espíritas
poderiam usar os mesmos métodos que Kardec, observando mais atentamente as
ocorrências “modernas” e aproveitá-las para estudos e palestras. Trazer os
assuntos atuais para as reuniões de estudos, os palestrantes abordando temas
atuais e que envolvem o dia a dia dos ouvintes; utilização de métodos modernos
de estudo; tudo isto pode e deve ser usado, pois a Doutrina Espírita deve
caminhar junto com a época em que ela atua.
A própria ideia de “palestrante” e “ouvinte” já começa a
ficar ultrapassada. Se todos somos aprendizes, por que uma pessoa sozinha fala
e os outros ficam calados ouvindo? Muitos são os palestrantes que resistem à
ideia de que os ouvintes participem, dando a sua opinião, fazendo perguntas e
até discordando de algum ponto de vista.
E os temas a serem discutidos? Porque não abordar temas
atuais que estão afetando a vida de todos tais como a perseverança da família
no tratamento do viciado, os efeitos do álcool no volante, a nova organização
ou desorganização da família, causas e efeitos da educação moderna – no comportamento
dos jovens? Todos estes temas estudados à Luz da Doutrina Espírita se
transformam em alimento espiritual para os ouvintes e maiores interessados em
se fortalecer para agir de uma maneira nova, com um novo ponto de vista. Se Jesus
ia para as praças, campos e ruas pregar a Boa Nova, é porque nestes lugares a
vida ocorria com todos os fatos que serviam de exemplo para um novo
ensinamento. Por que não fazemos o mesmo, trazendo os ensinamentos de Jesus
para mais perto das pessoas?
Não podemos deixar que a doutrina Espírita se distancie das
pessoas, principalmente das mais simples. Temos que esclarecer a todos que a
doutrina Espírita e os ensinamentos de Jesus têm o mesmo teor e que ambos devem
estar presentes em nosso dia a dia, no convívio diário com o nosso semelhante.
Devemos esclarecer às pessoas que Deus e Jesus estão bem
próximos de todos, deixando de lado algum tipo de orgulho ou superioridade,
como bem nos exemplificou Kardec, Chico Xavier e tantos outros Missionários que
levaram a Doutrina Espírita na sua beleza, simplicidade e amor sem fronteiras.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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