Ambos nasceram em 1910, ela, Teresa de Calcutá; ele, Chico
de Pedro Leopoldo. Ela, uma mulher valente, ele, um homem corajoso. Ela,
católica; ele, espírita; no entanto, ambos portavam-se como verdadeiros
integrantes da Família Universal. Tinham muito mais em comum do que apenas o ano
de nascimento. Seguiam o mesmo professor: Jesus. Tinham o mesmo sobrenome:
Amor. Viveram para o mesmo objetivo: Servir.
Ela recebeu o prêmio Nobel da Paz; ele viveu pacificamente
toda a vida. Teresa de Calcutá viveu para os menos favorecidos, queria ser
pobre, nunca conseguiu, seu coração transbordava riquezas; a nobreza da
generosidade, as pérolas da fraternidade, os diamantes da solidariedade. Dizia Teresa,
em toda sua simplicidade que a felicidade humana é impossível de ser medida. Como
controlar, em planilhas estatísticas, a felicidade de um faminto que encontra o
alimento? Teresa tinha razão. Impossível medir a felicidade humana! Por isso,
trabalhava sem estatísticas, mas em prol da felicidade e dignidade de seus irmãos
de caminhada.
Chico Xavier, o Chico de Pedro Leopoldo, o mineiro do
século, também queria ser pobre, sem sucesso. Doou os direitos autorais de seus
mais de quatrocentos livros psicografados, que venderam e vendem milhares de
exemplares em todo o mundo. Poderia ter polpuda conta bancária, no entanto,
preferiu a simplicidade, mas nunca foi pobre: sua vida foi repleta de amigos
dos dois planos. Chico era e será, onde estiver, um milionário, um magnata das
letras, um ícone da humildade, um pobre de moedas, mas rico de amor...
Assim eram Teresa e Chico... franzinos fisicamente, mas
colossais, espiritualmente. Narram as páginas da literatura que quem se
aproximava de Teresa, Madre Teresa de Calcutá, não conseguia conter a emoção,
devido a irradiação de sua serenidade e sua intensa energia espiritual. O que a
literatura diz de Teresa, se reafirma com Chico. Aqueles que gozaram de sua
convivência afirmam que sua presença iluminava, acalmava, tranquilizava...
Chico e Teresa. Teresa e Chico... é como se falássemos de
amigos: “Oi Teresa!” “Bom dia, Chico!” Falar deles, de suas conquistas,
realizações e aventuras é como falar de amigos, porque com os amigos não há
barreiras, não há inquietações, inexistem constrangimentos. Os amigos
deixam-nos à vontade; sinto-me, pois, à vontade para escrever sore Teresa e
Chico, os quais considero amigos, amigos do mundo, dos ricos, dos pobres, dos
brasileiros, indianos, nigerianos, amigos de todos...
Teresa e Chico: duas figuras que praticavam o amor deixaram
marcas inesquecíveis e indeléveis, a nos convidar para, dentro de nossas
possibilidades, obviamente, viver como eles, servindo e amando para a
construção de um mundo fraterno e justo. Pensemos nisso.
A “Varinha Mágica” de Luíza Cony
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