sábado, 11 de novembro de 2017

AMOR, AMOR, AMOR UNIVERSAL!


Jesus era o legislador perfeito reflexo da Lei de Deus, e como tal, exclamou diante da mulher adúltera: “Vai e não peques mais”, deste modo, ele procurou cumprir a verdade da Lei divina, que atua como corretivo, mas não punitivo, pois ela é justa e cria, jamais destrói. E, ainda, em correspondência à vibração cósmica, que restabelece toda harmonia, Jesus fez advertência severa aos perseguidores da pecadora e os chamou à ordem, uma vez que projetavam na infeliz os próprios erros e recalques humanos. Quando então lhes disse: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”, colocou a descoberto todos os vícios e paixões humanas, conclamando aqueles falsos virtuosos a uma correção íntima, convencendo-os de que embora a lei humana mandasse lapidar as mulheres  adúlteras, isso só poderia ser executado pelas criaturas que não tivessem nenhum pecado.
Em verdade, através de Jesus, refletiam-se tanto quanto possível as Leis Divinas, que corrigem excessos, distorções e desvios do conjunto de transformações da vida e, magnificamente, resumidas no Evangelho, ali se demonstravam na reforma de conceitos, máximas, parábolas e princípios, que devem reajustar a iluminação humana.
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A atitude mais certa perante Deus ainda é a de “amar o próximo como a si mesmo”, quer mereça ou não. Em qualquer circunstância da vida terrena a indiferença diante da dor e do profundo sofrimento alheio é sinal de crueldade, mesmo quando temos convicção de que o próximo se submete ao processo cármico de seu próprio resgaste espiritual. A caridade não é resultado de um programa aprovado em discussões onde primeiramente se julga do merecimento do necessitado ou do melhor aproveitamento espiritual dos seus próprios idealizadores. Na verdade, é fruto de sentimento tão espontâneo quanto o da flor oferecendo o seu perfume sem qualquer interesse oculto. Quando Jesus afirmou que “só pelo amor será salvo o homem”, ele extinguiu definitivamente qualquer dúvida quanto à nossa verdadeira atitude.
A sua recomendação dispensa comentários e elimina indecisões, pois revela o segredo de o homem alcançar mais rápido a sua própria felicidade. O Mestre não fez exceções nem destacou privilégios, mas recomendou-nos um amor incondicional, desinteressado e puro! Eis porque os espíritos desencarnados, que realmente confiam nos ensinamentos do Cristo, curvam-se humildes e devotam-se ao bem alheio sem quaisquer julgamentos prematuros ou pretensões egoístas.
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Os nossos livros de orações e manuais de teologia espiritual têm a tendência de apresentar Jesus o Cristo, como tendo sido  o “meigo nazareno” o “mestre bondoso”, etc. Essas expressões dão aos leitores uma ideia errônea do caráter de Jesus.
Ser meigo, ser bondoso, é, para muitos de nós, ser bonachão, bonzinho, conivente com todas as fraquezas humanas; ser incapaz de rigor para defender a verdade e a justiça. A ideia que muitos livros dão de um mestre espiritual é que ele nunca diga não em face das molezas, indisciplinas e misérias dos outros.
Para muitos o mestre espiritual deve ser, acima de tudo simpático, deixando tudo como está para ver como é que fica.
Não encontramos, porém, nenhum desses traços na pessoa de Jesus. Ele é, acima de tudo, o defensor da verdade, da disciplina, da retidão da vida humana, quer seja agradável, quer desagradável.
Quando três homens queriam  ser discípulos dele, o Mestre não os abraçou entusiasticamente com maravilhosos idealistas ou espiritualistas, mas encarou calmamente um destes entusiastas e lhe disse: “As raposas têm cavernas, as aves têm ninhos, mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. E o fogoso candidato desapareceu para sempre.
Um entusiasta declara ao Mestre que quer ser discípulo dele, contanto que o Mestre lhe permita primeiro despedir-se da sua família. Mas o Mestre lhe replica: “Quem lança mão ao arado, e depois olha para trás, não presta para o Reino de Deus”. E, com esta trovejante resposta, o candidato sentimental desaparece para sempre.
Outro jovem foi candidato por Jesus a segui-lo simplesmente: “Segue-me”. E o convidado estava mesmo disposto a seguir  o Mestre – contanto que... E aqui vem as costumeiras condições restritivas de um seguimento condicional: “Permite, que vá primeiro sepultar meu pai que acaba de falecer”, e ele ouve a categórica resposta: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos – tu, porém, vai e proclama o Reino de Deus”.
Um guru bondoso e simpático,  devia, naturalmente ter atendido a um pedido tão razoável. Mas o Mestre que o Evangelho conhece se mostra rigoroso e, aparentemente, pouco amável. Qualquer mestre humano teria atendido a um pedido tão humano e piedoso. O Mestre Divino, porém, tem a coragem de negar o pedido humano e defender a verdade e a disciplina.
Nenhum desses três casos mereceria ao Mestre Jesus o título de meigo, bondoso, simpático.
De todos os seus verdadeiros discípulos exige o Mestre, com rígido rigor: “Quem não renunciar a tudo que tem, não pode ser meu discípulo”.
Por ocasião da purificação do templo, não pede Jesus gentilmente aos profanadores: Por  favor retirai-vos com as vossas mesas de câmbio um pouco para a entrada do santuário – mas faz de umas cordas um chicote e ameaça os vendedores ambulantes, derrubando sumariamente as mesas dos cambistas, e rogando: “Não façais da casa do meu Pai uma praça de mercado, um covil de ladrões.
Para o Cristo, acima de tudo, a verdade, a santidade, a dignidade da vida humana. Nada lhes interessa a ira ou os aplausos dos poderosos, nem a simpatia dos egoístas.
Quando o Mestre com rigor,  age sempre em defesa de uma causa sagrada, e não em defesa de sua personalidade ofendida.
Quando alguém lhe dá uma bofetada, está disposto a receber mais outra. Mas, ai de quem põe em risco a verdade, a justiça, a sacralidade, o respeito devido aos valores eternos da vida humana!
Em face disto, o Mestre só conhece rigor e disciplina.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY

                                                           

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