Minha amiga
Fani, sem rumo na vida, me escreveu uma longa carta pedindo orientação
espiritual. A emoção estava viva em cada linha, e eu tive uma enorme vontade de
chorar e de auxiliar. Então me reclinei timidamente sobre a mesa, como uma
súplica aos céus e senti ternamente a chegada da luz e do cântico de
pensamentos elevados, como sinfonias sem limites nem medidas. A voz dos grandes
Espíritos em humildade e simplicidade trazendo o amor e a bondade das suas
experiências.
Foi deste
modo que nasceu esta carta para a querida amiga Fani compreender os desígnios
de Deus Pai: Cristo! Tu és a bondade que acaricia, o amor que inflama, a luz
que guia. És também a prova que cabe
para o meu bem, a dor que me liberta, a fé que me restitui a vida.
Tudo Tu és,
ó Senhor! Seja por meio da dor, da alegria, do amor.
É sempre a
Tua mão que nos guia para a única meta que és Tu.
Que nos dá
só amor como suprema razão da vida.
Ó Cristo! O
que esperamos de nós mesmos?
Estamos buscando
a ti, para continuarmos sentindo o nosso trabalho interior que será motivado
pelo Teu Supremo Amor.
Com o
Senhor, vamos iniciar um novo processo de conhecimento do amor que exigirá
força de vontade, obediência, fé e ação.
Ó Cristo! O
senhor é o sinal sensível do nascimento da nossa motivação. É contigo que
aprenderemos o progresso espiritual e moral. Cada dor não nos será uma derrota,
mas a lenta marcha para a familiarização com as Leis Morais, nossas maiores
riquezas a serem conquistadas, e de hoje e diante tentaremos rasgar o véu do
nosso templo interior.
Na verdade,
Tu és a nossa continua motivação porque estás acima de todas as ascensões
humanas. Assim se realize.
Depois de alguns meses, a Fani veio me visitar como
agradecimento pelas palavras que lhe escrevi.
Nos momentos
da alma, nas dores, nas referências miúdas como grãos de areia, nas grandes
confissões de sua vida, na ausência de fé; mas no compromisso sério assumido na
mente, no coração e na alma, se afloraram naquele nosso encontro.
Tudo, ela
quis compartilhar comigo e principalmente com o Plano Espiritual motivando-a a
pronunciar o “sim” para a renovação íntima, sem medo de percorrer as montanhas
do próprio ser, os tropeços nos declives
do ego, desesperar-se pela dor das saudades da sua mãe. Surpreender-se com a
violência das luxúrias, querer esmagar com as próprias mãos as ruínas
emocionais, sentir o tom irado da inteligência por não saber se adaptar ao
convite para orar em silêncio, conversar com o Cristo vivo e silencioso que nos
diz o amor com expressiva convicção de fé. Um Cristo silencioso que deve ser a
alegria para nós, e porque Ele fala de tantas maneiras como sempre falou.
Todos nós
necessitamos encontrar na prece a motivação para nos comprometermos com a vida
e com o mundo. Foi com esta motivação
que ofereci os meus préstimos mediúnicos para auxiliar a amiga Fani, a se reequilibrar
no amor e na esperança de uma vida farta de dignidade e bens morais para sentir
a alegria de praticar a caridade e ir se aperfeiçoando.
Fani, você
se questionou muitas vezes antes de vir me procurar para revelar as suas mudanças.
- Quais são as
suas fantasias ou seus desejos de sucesso? E se sentiu mais calma e preparada
para contar as novidades.
Para mim, o
melhor caminho da vida tornou-se em
ajudar comunidades pobres, protege-las contra as drogas e contra doenças
graves; Ensinando sua população a se preservar contra a violência no lar, saber
que Deus ama a todos com igualdade e que deve haver motivação para viver.
Comecei o
trabalho voluntário no Canadá, mas pedi demissão da Empresa onde era Diretora
da Área de Recursos Humanos, e fui para a Tailândia, onde há muitos portadores
de HIV. Estudei enfermagem e planejava seguir carreira como farmacêutica, mas
precisava de um tempo maior para me dedicar aos estudos e estava tão envolvida
com as famílias pobres e portadoras de AIDS.
Para me
aproximar dos mais jovens, preparava bolos, tortas, sucos, salgadinhos e muito
sorvete, levava também meu violão para ensaiar um pequeno grupo de cantores
existente numa das comunidades. Chegava e arrumava a mesa e rapidamente todos
corriam, mas primeiro jogavam os braços magrinhos em torno da minha cintura e,
ai, dirigia-lhes algumas palavras carinhosas. Comiam tudo e depois ficavam
correndo atrás de mim, pedindo para tocar violão e cantar, - era uma festa.
À tarde,
algumas mães traziam seus filhos até a barraca que eu montara para trata-los
mais a vontade. O calor era algo assustador, não havia água filtrada, higiene,
a terra seca. Uma jovem mãe com a filha ainda bebê no colo, era portadora do
HIV e tinha problemas cerebrais, pedia que eu matasse a criança porque ela não
tinha como dar remédios e leite.
Passei dois
anos naquele lugar e fazia questão de lançar aos jovens, o desafio de garantir
para si e para suas famílias um futuro melhor. Os infortúnios deveriam mostrar
as chances de ter motivação para neutralizar as negatividades, e sem
constrangimento lutaram pacificamente para conseguir montar um laboratório
farmacêutico que começou a produzir remédios baratos para tratar a AIDS.
A partir daí
resolvi ir para o Camboja, com o intuito de dar um pouco de motivação para os
pobres e doentes, ajuda-los no combate a AIDS e também a malária.
Os dias
voavam mas eu não sentia cansaço nem
sono porque assistia tanta dor e fome, e, procurava seguir o mesmo ritmo
anterior.
Nessa ocasião,
me sentia profundamente influenciada pelas cartas que você Luíza me enviava,
sobretudo pela motivação que o guia espiritual Abel Monsenhor dirigia-me: “Se
tiver oportunidades de fazer o bem, faça”. E pensava, tenho que lutar. É preciso
fazer algo mais. Não é justo que não consigam ter outros medicamentos.
Estava cheia
de entusiasmo. Eu trabalhava muito e descansava pouco. Não estaria na hora de
diminuir o ritmo? É a minha pergunta para você Luíza.
E eu
respondi: - Querida Fani, você é apenas uma alma que necessita dar amor porque
recebe muito amor de Deus. Você aprendeu a se conhecer melhor e a ter razões de
sobra para não acumular dinheiro para depois gastá-lo com os supérfluos e com
os desejos do ego. Hoje, você quer ser útil a essas pessoas, ao menos fazê-las
se sentirem como seres humanos.
Na vida é
isso que faz você feliz.
O Cristo
desceu dos Céus para acender na alma humana a vontade de aprender as riquezas
de Deus.
Abre o “Grande
Livro da Vida” leia uma sentença que seja, anuncie-se como cristã para sempre
fortalecer o seu ser.
Lembre-se:
diante da mudança alvissareira a alma pede bem ligeira uma instrução para sua
sementeira poder dar bons frutos e querer alimentar outras almas, com o Amor do
Cristo, que faz com que a vida tenha o sentido verdadeiro, bem como está
escrito no Grande Livro da Vida: - “Vieste na Terra para cumprir o verdadeiro
aperfeiçoamento. Se queres progredir na vida alimenta-te todos os dias da
SABEDORIA DIVINA que ilumina, transforma e guia”.
A “VARINHA
MÁGICA” DE LUÍZA CONY
Nenhum comentário:
Postar um comentário