sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O HOMEM ESPIRITUAL DEVE SER PROFUNDAMENTE SOLITÁRIO COM DEUS – PARTE III


Um jovem ocultista britânico perguntou a um grande místico da Índia se achava que ele ocultista, poderia um dia, chegar a fazer as “obras de poder”, chamadas “milagres”, que Jesus fazia; ao que o iniciado lhe respondeu calmamente: “Pode, sim, contanto que você não acredite que é você que faz essas obras”.
Quem atribui a seu pequeno ego humano qualquer obra espiritual está no erro; o erro gera o orgulho, e o orgulho prepara a queda. Mas quem compreendeu definitivamente que nenhum efeito espiritual pode provir de uma causa material ou mental, esse está na verdade, e a verdade o libertará de qualquer ilusão e perigo de queda.
Quando Jesus diz a seus discípulos que devem colocar a luz no candelabro ou no alto do monte, supõe  Ele que esses homens possam ultrapassar o estágio da ilusão sobre si mesmos e adquirir plena clareza e certeza sobre a causa real de todos os efeitos espirituais. Neste sentido, acrescenta ele: “Assim brilhe a vossa luz perante os homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” – que vejam os efeitos visíveis e glorifiquem a causa invisível.
O ego humano, sendo apenas uma função do Eu Divino, nada faz por si mesmo, assim como uma ferramenta não produz nada se não for usada pelo homem.
Não existe, no mundo físico, nenhum elemento incontaminável, exceto a Luz. Todas as outras coisas aceitam impureza. Quando, por exemplo, lavamos com água pura um objeto impuro, a água se torna impura na mesma razão em que purifica o objeto impuro; não pode neutralizar senão apenas transferir para si as impurezas do outro.
A água é sumamente contaminável, ou “vulnerável”. Só a luz é incontaminável, invulnerável: pode penetrar em todas as impurezas do mundo sem se tornar impura.
É está, sem dúvida, a mais pura glória do homem crístico, poder ser puro no meio dos impuros e das impurezas ao seu redor; purificar as impurezas sem se contaminar com essas  impurezas. É o máximo de invulnerabilidade. Essa invulnerabilidade interior é pureza, pureza de coração.
Essa pureza da invulnerabilidade nasce unicamente da experiência clara e nítida da verdadeira natureza humana, que é essencialmente divina, e, como Deus é puro e invulnerável, deve também a essência divina do ser humano participar dessa pureza e invulnerabilidade.
A impureza consiste na ilusão de que o pequeno ego humano realize coisas espirituais e possa produzir a redenção do homem, como  pensava aquele ego luciférico que tentou ao Cristo, no deserto. Egoísmo é impureza, e tanto mais vulnerável quanto mais puro de coração. Essa pureza do coração nasce do conhecimento da verdade, ao passo que a impureza nasce da ilusão.
Nenhum ser humano purificado pelo conhecimento da verdade sobre si mesmo se orgulha da sua espiritualidade, mas agradece humildemente a Deus por essa dádiva, porque sabe que não foi ele, seu ego físico-mental, que produziu esse efeito, mas que foi a graça de Deus.
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Tudo se transforma e se renova mediante o ritmo incessante da vida e da morte. Ao passo que se extinguem uns astros, outros surgem e brilham no âmbito e tumultos no céu. Como o homem, os mundos nascem, vivem e morrem; os universos se dissolvem, todas as formas passam e se dissipam, mas a vida infinita subsiste em seu eterno esplendor.
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Tudo se liga, no domínio moral como na ordem material.
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Mediante a ideia da reencarnação o homem passa a ter outra mentalidade, quanto ao seu progresso moral e social.
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A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY

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