Um jovem
ocultista britânico perguntou a um grande místico da Índia se achava que ele
ocultista, poderia um dia, chegar a fazer as “obras de poder”, chamadas “milagres”,
que Jesus fazia; ao que o iniciado lhe respondeu calmamente: “Pode, sim,
contanto que você não acredite que é você que faz essas obras”.
Quem atribui
a seu pequeno ego humano qualquer obra espiritual está no erro; o erro gera o
orgulho, e o orgulho prepara a queda. Mas quem compreendeu definitivamente que
nenhum efeito espiritual pode provir de uma causa material ou mental, esse está
na verdade, e a verdade o libertará de qualquer ilusão e perigo de queda.
Quando Jesus
diz a seus discípulos que devem colocar a luz no candelabro ou no alto do
monte, supõe Ele que esses homens possam
ultrapassar o estágio da ilusão sobre si mesmos e adquirir plena clareza e
certeza sobre a causa real de todos os efeitos espirituais. Neste sentido,
acrescenta ele: “Assim brilhe a vossa luz perante os homens para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” – que vejam os
efeitos visíveis e glorifiquem a causa invisível.
O ego
humano, sendo apenas uma função do Eu Divino, nada faz por si mesmo, assim como
uma ferramenta não produz nada se não for usada pelo homem.
Não existe,
no mundo físico, nenhum elemento incontaminável, exceto a Luz. Todas as outras
coisas aceitam impureza. Quando, por exemplo, lavamos com água pura um objeto
impuro, a água se torna impura na mesma razão em que purifica o objeto impuro;
não pode neutralizar senão apenas transferir para si as impurezas do outro.
A água é
sumamente contaminável, ou “vulnerável”. Só a luz é incontaminável, invulnerável:
pode penetrar em todas as impurezas do mundo sem se tornar impura.
É está, sem
dúvida, a mais pura glória do homem crístico, poder ser puro no meio dos
impuros e das impurezas ao seu redor; purificar as impurezas sem se contaminar
com essas impurezas. É o máximo de
invulnerabilidade. Essa invulnerabilidade interior é pureza, pureza de coração.
Essa pureza
da invulnerabilidade nasce unicamente da experiência clara e nítida da
verdadeira natureza humana, que é essencialmente divina, e, como Deus é puro e
invulnerável, deve também a essência divina do ser humano participar dessa
pureza e invulnerabilidade.
A impureza
consiste na ilusão de que o pequeno ego humano realize coisas espirituais e
possa produzir a redenção do homem, como
pensava aquele ego luciférico que tentou ao Cristo, no deserto. Egoísmo
é impureza, e tanto mais vulnerável quanto mais puro de coração. Essa pureza do
coração nasce do conhecimento da verdade, ao passo que a impureza nasce da
ilusão.
Nenhum ser
humano purificado pelo conhecimento da verdade sobre si mesmo se orgulha da sua
espiritualidade, mas agradece humildemente a Deus por essa dádiva, porque sabe
que não foi ele, seu ego físico-mental, que produziu esse efeito, mas que foi a
graça de Deus.
***
Tudo se
transforma e se renova mediante o ritmo incessante da vida e da morte. Ao passo
que se extinguem uns astros, outros surgem e brilham no âmbito e tumultos no
céu. Como o homem, os mundos nascem, vivem e morrem; os universos se dissolvem,
todas as formas passam e se dissipam, mas a vida infinita subsiste em seu
eterno esplendor.
***
Tudo se
liga, no domínio moral como na ordem material.
*
Mediante a
ideia da reencarnação o homem passa a ter outra mentalidade, quanto ao seu
progresso moral e social.
*
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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