Quem se
ergue às alturas sem desejos,
Enche de
silêncio o coração.
E, ainda que
todas as multidões em desordem
Assaltem o
homem isento de desejos,
Ele habita
em profundo silêncio,
Contemplando,
sereno, o louco vai e vem,
Visto que,
tudo que existe
É um incessante
vir e voltar,
Um nascer e
morrer.
O que
retorna, volta ao Imperecível
Quem isto
compreende é sábio.
Que não o
compreende é autor de males.
Quem é
empolgado pela Alma do Universo,
Alarga o seu
coração.
E o homem de
coração largo
É tolerante,
E o
tolerante é nobre.
O homem
nobre cumpre a Lei Divina.
E quem
cumpre esta Lei,
Se identifica
com Deus, o Infinito.
É imortal
com Deus
Que não se
manifesta a destino algum,
Mas está
subtendido.
Quando o
homem pensa com seu ego acaba cedo ou tarde a expandir-se no grande pensar
cósmico. No princípio, parece que seu ego-humano sofre prejuízo, acabando; mas,
por fim, verifica que, na linguagem do Divino Mestre, o grão do trigo (ego) não
morre realmente, mas expande a sua diminuta largura da planta frutífera (EU).
***
As palavras
aqui reproduzidas são uma perfeita interpretação a essas de Jesus; ou ainda às
palavras de Paulo de Tarso: “Eu morro todos os dias – e é por isto que eu vivo”.
Todas as
verdades dos grandes Mestres da Humanidade aparecem de modo contraditório!
***
A VIOLÊNCIA
É PROVA DE FRAQUEZA
Revela a
experiência que o mundo
Não pode ser
plasmado à força.
O mundo é
uma entidade espiritual
Que se
plasma por suas próprias leis.
Decretar ordem
por violência
É criar
desordem.
Querer consolidar
o mundo á força
É destruí-lo.
Por isso
que, cada membro
Tem sua
função peculiar:
Uns devem
avançar,
Outros devem
parar.
Uns devem
falar em voz alta,
Outros devem
calar.
Uns são
fortes em si mesmos,
Outros devem
ser amparados.
Uns vencem
na luta da vida,
Outros sucumbem.
Por isto, ao
sábio não interessa a força,
Não se ergue
em dominador,
Não usa
violência.
***
“Bem
aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra” – esta beatitude não é só
do Cristo, mas também de Gandhi, de Tolstoi, de Thoreau, e de todos os
conhecedores da natureza humana global. O animal que só é estimulado pelos
sentidos, e o homem-ego, que ampliou a sua violência pela inteligência – todos eles
apelam para a força.
Mas o homem
racional – espiritual sabe que o espírito é o maior poder e não necessita de
violência, porque violência é prova de fraqueza.
E por mais
estranho que pareça, o homem não violento também possuirá a Terra, porque
ninguém pode possuir algo ou alguém sem que o possuído concorde em ser possuído.
Somente um
possuidor não violento possui realmente o possuído.
***
A PAZ NASCE
DO ESTADO DE DOÇURA
O Chefe do
Estado que obedece a Deus
Não tenta
dominar com violência,
Porque sabe
que toda violência
Recai sobre
o próprio violento.
Nos campos
de batalha,
Só desenvolvem
espinhos e pragas.
Guerras geram
angústias e miséria.
Por isto, o
sábio vive sem armas,
Não obriga
ninguém com violência,
Não conhece
ambição nem glória,
Não alimenta
presunção alguma,
Nem aspira
ao poder.
Faz o que
deve fazer,
Mas sem
forçar ninguém,
Ele conhece
o ritmo da evolução,
Sabe que
tudo falha
Quando contradiz
às Leis da Vida,
Porque todas
as ilusões
Depressa se
dissipam.
***
Este texto é
um simples prolongamento do anterior.
Uma guerra
justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm
por base a egocentricidade humana, que em si mesma é um fator negativo.
Quando se
trata de alternativa de “matar ou morrer”, o ego opta pela primeira e
justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o
eu Divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar
equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.
Mas o ego,
essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade.
O ego só
conhece “direito”, que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela “justiça”,
homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é
incompatível com a treva.
***
A HUMANIDADE
NÃO ALCANÇOU AINDA O PONTO MAIS ELEVADO QUE SE PODE ATINGIR DA SUA EVOLUÇÃO
A moralidade
e o direito nasceram,
Quando o
homem deixou de viver
Pela Alma do
Universo.
Com a
tirania do intelecto
Começou a
grande insinceridade;
Quando se
perdeu a noção da alma,
Foi decretada
a autoridade paterna
E a
obediência dos filhos.
Quando morreu
a consciência do povo,
Falou-se em
autoridade do governo
E a lealdade
dos cidadãos.
A tirania do
ego intelectual sobre o Eu Racional é a raiz do caos e a infelicidade da
humanidade. O ego intelectual, sendo unilateral, causa desequilíbrio na vida
humana, ao passo que o eu Racional (espiritual), cria perfeita harmonia na
vida.
A evolução
do ser humano começa nos sentidos, passa pela inteligência e culmina na razão,
no Lógos, - ou, segundo Teilhar de Chardin, a trajetória evolutiva do homem vai
da material pela vital e intelectual e culminará um dia na racional estágio
representado, no Planeta Terra, pelo Cristo, que, no quarto Evangelho é chamado
o Lógos (RAZÃO).
O direito,
sinônimo de egoísmo, criado pela inteligência, é, segundo um jurista romano, o
maior inimigo da justiça, homônimo de Verdade e Amor.
SUMMUM IUS –
SUMMA INIURIA.
A Humanidade
não atingiu ainda o auge da sua evolução, porque é ainda dominada pelo ego do anticristo,
e não pelo Eu do Cristo.
“Por Moisés foi dada a lei (direito do ego) – pelo Cristo
veio a Verdade, veio e Graça (Justiça do Eu).
Usamos os
termos “Consciência” e “Alma” para designar a razão ou o espírito.
***
A
PATERNIDADE ÚNICA DE DEUS – NA FRATERNIDADE UNIVERSAL DOS HOMENS
Dez mil
benefícios goza um povo,
Quando não
se fala mais em ser virtuoso nem santo.
Verdadeira reverência
e amor sincero
Crescem numa
sociedade
Em que o direito
e a moral deixam de ser estabelecidos.
A ordem não
reina numa sociedade
Onde o
interesse determina o agir.
Esses princípios
não podem ser preceituados,
Mas devem
ser vividos.
Somente onde
eles são vivenciados
É que ajudam
os homens.
A ética
genuína só existe
Onde o homem
vive de dentro da sua fonte
E age pela
pureza do seu coração;
Onde a
genuidade do seu ser
Se revela em
atos desinteressados
E isentos de
desejos.
Voltamos novamente
ao princípio básico de que os atos, que fluem pelos canais do ego humano, devem
receber as águas vivas da fonte do Eu Cósmico; que nenhum homem pode ser fonte,
mas todos funcionam como canais, que devem manter-se livres e desobstruídos de
qualquer impureza egoísta e estar firmemente ligados à fonte Cósmica. É a
eterna repetição do primeiro mandamento da mística: “Amarás o Senhor teu
Deus...”, e do segundo mandamento da ética: “amarás o teu próximo como a ti
mesmo”.
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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