quarta-feira, 8 de novembro de 2017

OS GRANDES MESTRES E O CUMPRIMENTO DA LEI DIVINA


Quem se ergue às alturas sem desejos,
Enche de silêncio o coração.
E, ainda que todas as multidões em  desordem
Assaltem o homem isento de desejos,
Ele habita em profundo silêncio,
Contemplando, sereno, o louco vai e vem,
Visto que, tudo que  existe
É um incessante vir e voltar,
Um nascer e morrer.
O que retorna, volta ao  Imperecível
Quem isto compreende é sábio.
Que não o compreende é autor de males.
Quem é empolgado pela Alma do Universo,
Alarga o seu coração.
E o homem de coração largo
É tolerante,
E o tolerante é nobre.
O homem nobre cumpre a Lei Divina.
E quem cumpre esta Lei,
Se identifica com Deus, o Infinito.
É imortal com Deus
Que não se manifesta a destino algum,
Mas está subtendido.
Quando o homem pensa com seu ego acaba cedo ou tarde a expandir-se no grande pensar cósmico. No princípio, parece que seu ego-humano sofre prejuízo, acabando; mas, por fim, verifica que, na linguagem do Divino Mestre, o grão do trigo (ego) não morre realmente, mas expande a sua diminuta largura da planta frutífera (EU).
                                                           ***
As palavras aqui reproduzidas são uma perfeita interpretação a essas de Jesus; ou ainda às palavras de Paulo de Tarso: “Eu morro todos os dias – e é por isto que eu vivo”.
Todas as verdades dos grandes Mestres da Humanidade aparecem de modo contraditório!
                                                           ***
A VIOLÊNCIA É PROVA DE FRAQUEZA
Revela a experiência que o mundo
Não pode ser plasmado à força.
O mundo é uma entidade espiritual
Que se plasma por suas próprias leis.
Decretar ordem por violência
É criar desordem.
Querer consolidar o mundo á força
É destruí-lo.
Por isso que, cada  membro
Tem sua função peculiar:
Uns devem avançar,
Outros devem parar.
Uns devem falar em voz alta,
Outros devem calar.
Uns são fortes em si mesmos,
Outros devem ser amparados.
Uns vencem na luta da vida,
Outros sucumbem.
Por isto, ao sábio não interessa a força,
Não se ergue em dominador,
Não usa violência.
                                                           ***
“Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra” – esta beatitude não é só do Cristo, mas também de Gandhi, de Tolstoi, de Thoreau, e de todos os conhecedores da natureza humana global. O animal que só é estimulado pelos sentidos, e o homem-ego, que ampliou a sua violência pela inteligência – todos eles apelam para a força.
Mas o homem racional – espiritual sabe que o espírito é o maior poder e não necessita de violência, porque violência é prova de fraqueza.
E por mais estranho que pareça, o homem não violento também possuirá a Terra, porque ninguém pode possuir algo ou alguém sem que o possuído concorde em ser possuído.
Somente um possuidor não violento possui realmente o possuído.
                                                           ***
A PAZ NASCE DO ESTADO DE DOÇURA
O Chefe do Estado que obedece a Deus
Não tenta dominar com violência,
Porque sabe que toda violência
Recai sobre o próprio violento.
Nos campos de batalha,
Só desenvolvem espinhos e pragas.
Guerras geram angústias e miséria.
Por isto, o sábio  vive sem armas,
Não obriga ninguém com violência,
Não conhece ambição nem glória,
Não alimenta presunção alguma,
Nem aspira ao poder.
Faz o que deve fazer,
Mas sem forçar ninguém,
Ele conhece o ritmo da evolução,
Sabe que tudo falha
Quando contradiz às Leis da Vida,
Porque todas as ilusões
Depressa se dissipam.
                                                           ***
Este texto é um simples prolongamento do anterior.
Uma guerra justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm por base a egocentricidade humana, que em si mesma é um fator negativo.
Quando se trata de alternativa de “matar ou morrer”, o ego opta pela primeira e justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o eu Divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.
Mas o ego, essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade.
O ego só conhece “direito”, que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela “justiça”, homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é incompatível com a treva.
                                                           ***
A HUMANIDADE NÃO ALCANÇOU AINDA O PONTO MAIS ELEVADO QUE SE PODE ATINGIR DA SUA EVOLUÇÃO               
A moralidade e o direito nasceram,
Quando o homem deixou de viver
Pela Alma do Universo.
Com a tirania do intelecto
Começou a grande insinceridade;
Quando se perdeu a noção da alma,
Foi decretada a autoridade paterna
E a obediência dos filhos.
Quando morreu a consciência do povo,
Falou-se em autoridade do governo
E a lealdade dos cidadãos.
A tirania do ego intelectual sobre o Eu Racional é a raiz do caos e a infelicidade da humanidade. O ego intelectual, sendo unilateral, causa desequilíbrio na vida humana, ao passo que o eu Racional (espiritual), cria perfeita harmonia na vida.
A evolução do ser humano começa nos sentidos, passa pela inteligência e culmina na razão, no Lógos, - ou, segundo Teilhar de Chardin, a trajetória evolutiva do homem vai da material pela vital e intelectual e culminará um dia na racional estágio representado, no Planeta Terra, pelo Cristo, que, no quarto Evangelho é chamado o Lógos (RAZÃO).
O direito, sinônimo de egoísmo, criado pela inteligência, é, segundo um jurista romano, o maior inimigo da justiça, homônimo de Verdade e Amor.
SUMMUM IUS – SUMMA INIURIA.
A Humanidade não atingiu ainda o auge da sua evolução, porque é ainda dominada pelo ego do anticristo, e não pelo Eu do Cristo.
“Por  Moisés foi dada a lei (direito do ego) – pelo Cristo veio a Verdade, veio e Graça (Justiça do Eu).
Usamos os termos “Consciência” e “Alma” para designar a razão ou o espírito.
                                                           ***
A PATERNIDADE ÚNICA DE DEUS – NA FRATERNIDADE UNIVERSAL DOS HOMENS
Dez mil benefícios goza um povo,
Quando não se fala mais em ser virtuoso nem santo.
Verdadeira reverência e amor sincero
Crescem numa sociedade
Em que o direito e a moral deixam de ser estabelecidos.
A ordem não reina numa sociedade
Onde o interesse determina o agir.
Esses princípios não podem ser preceituados,
Mas devem ser vividos.
Somente onde eles são vivenciados
É que ajudam os homens.
A ética genuína só existe
Onde o homem vive de dentro da sua fonte
E age pela pureza do seu coração;
Onde a genuidade do seu ser
Se revela em atos desinteressados
E isentos de desejos.
Voltamos novamente ao princípio básico de que os atos, que fluem pelos canais do ego humano, devem receber as águas vivas da fonte do Eu Cósmico; que nenhum homem pode ser fonte, mas todos funcionam como canais, que devem manter-se livres e desobstruídos de qualquer impureza egoísta e estar firmemente ligados à fonte Cósmica. É a eterna repetição do primeiro mandamento da mística: “Amarás o Senhor teu Deus...”, e do segundo mandamento da ética: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
                                                           ***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário